Leio
na FOLHA de hoje, uma luz no fim do túnel, o que eu já esperava do país símbolo do capitalismo no mundo.
Cada
vez mais analistas apostam na aceleração substancial da economia americana já
em 2014. Nem foi tão imponente o crescimento do primeiro semestre, mas já se
constatam requisitos necessários para um desempenho melhor no próximo ano.
A
dúvida, agora, diz respeito à velocidade da retomada e ao comportamento do Fed,
o banco central dos Estados Unidos.
A
crise financeira parece superada. Depois de longo período, os preços dos
imóveis voltam a subir, e a inadimplência retorna aos baixos níveis históricos.
Os bancos, que têm boa parte de seus empréstimos garantida por hipotecas,
voltaram a ter lucros polpudos. O crédito deverá se expandir.
Além
disso, como houve grande salto de produtividade, os custos para empresas
americanas são muito baixos na comparação com competidores globais. Adicione-se
o preço reduzido de energia, por causa da revolução tecnológica do gás de
xisto, e tem-se um cenário novamente atrativo para indústrias que haviam
deixado o país.
Não
fosse o aperto das contas públicas, que deve subtrair 1,5 ponto percentual do
crescimento, este teria sido ainda maior. Estima-se que, no ano que vem, o
efeito desse aperto caia pela metade.
Com
a economia nesse ritmo, tudo o mais sugere que o Fed, em breve, poderá mesmo
diminuir os estímulos ao crescimento. Em outras palavras, o banco central dos
EUA deve, num primeiro momento, reduzir a injeção de dinheiro na praça --hoje
são US$ 85 bilhões por mês. Depois, em algum momento de 2014, esse tipo de
intervenção deve ser interrompida.
Trata-se,
a partir daí, de saber quando os juros, atualmente perto de zero, começarão a
subir.
O
principal empecilho parece ser o desemprego de 7,4%, ainda alto para os padrões
norte-americanos. Faltam 2 milhões de postos de trabalho para o país retomar o
nível pré-crise. Além disso, a inflação anual, em torno de 1% (a meta é de 2%),
não constitui ameaça. Ao contrário do que ocorre no Brasil, não há, nos Estados
Unidos, conflito entre crescimento econômico e alta de preços.
Por
essa razão, as taxas de juros dificilmente serão modificadas antes de 2015.
Quando se trata da maior economia do planeta, contudo, esse horizonte é perto o
suficiente para que investidores comecem a redirecionar recursos aos Estados
Unidos.
Já
estão aí os efeitos desse cenário, como a valorização do dólar e a redução da
entrada de capitais em países emergentes. Esse processo, vale lembrar, será
duradouro.
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