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segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Nobel em Economia 2012.

The Sveriges Riksbank Prize in Economic Sciences in Memory of Alfred Nobel 2012 was awarded jointly to Alvin E. Roth and Lloyd S. Shapley "for the theory of stable allocations and the practice of market design"

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Parabéns ao Professor Dr. Calvo.


Do professor Alejandro Cintado agradeço o recebimento da informação abaixo, compartilhando com os meus dois (milhões de) fiéis leitores neste final de semana prolongado. Guillermo Antonio Calvo é um economista argentino que trabalhou em organismos internacionais e leciona na Universidade de Columbia desde 2007.

A visão da Economia para Calvo é que "La ciencia económica es muy imprecisa pero es un pilar importante de la paz y la democracia. Sin ella, le seria muy difícil al gobierno tener un dialogo constructivo con los ciudadanos. La política económica no estaría sujeta a ningún tipo de disciplina intelectual. Al final del día sólo quedaría la violencia o la dictadura para dirimir estas cuestiones. Esa ha sido siempre la razón práctica de mi interés por esta disciplina". 

El 30 de agosto de 2012 la Universidad Torcuato Di Tella le entregó el grado de Doctor Honoris CausaGuillermo Calvo por sus contribuciones a la economía. A continuación, comparto con los lectores de Foco Economico las palabras que pronuncié en la ceremonia de entrega del título. O texto completo está em  http://focoeconomico.org/2012/08/31/la-universidad-torcuato-di-tella-otorga-el-grado-de-doctor-honoris-causa-a-guillermo-calvo/.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

CONGRESSO BRASILEIRO DE ECONOMIA - 07/09/2011


CARTA DE BONITO/MS
CONGRESSO BRASILEIRO DE ECONOMIA - 07/09/2011
DESENVOLVIMENTO: INOVAÇÃO, TECNOLOGIA E SUSTENTABILIDADE

Por ocasião da comemoração dos 60 anos de regulamentação da profissão, os Conselhos de Economia, como instância de representação múltipla da Categoria, visando esclarecer e promover uma reflexão sobre o assunto central do Congresso, vêm manifestar-se à opinião pública a respeito do debate recente sobre desindustrialização no Brasil.

Os critérios e as circunstâncias com base nos quais se caracteriza o que é em geral entendido como desindustrialização são diversos. O processo não é novo na História Econômica, mas, de modo geral, pode ocorrer em países que já alcançaram um alto grau de desenvolvimento. Sua caracterização vai desde a redução do nível e da capacidade de produção em termos absolutos até à perda de participação relativa da atividade industrial na geração de renda. Desindustrialização também pode ser entendida como redução da abrangência e da complementaridade dos setores industriais entre si e com o restante da economia. Assim, a inexistência ou fragmentação das cadeias produtivas pode ser vista como uma limitação ao ciclo da industrialização e como uma restrição à alavancagem do desenvolvimento consistente.

Numa perspectiva de longo prazo, o Brasil não pode continuar com o atual processo de aumento da dependência da importação de produtos industrializados. A atual substituição da produção interna por produtos importados ocorre antes que o país tenha alcançado o domínio dos processos tecnológicos estratégicos para assegurar a sustentabilidade de seu desenvolvimento soberano.

A questão se reveste de mais riscos ainda quando à situação antes descrita se associa uma recomposição das pautas de exportação, dependentes, crescentemente, da demanda internacional por produtos primários e de modesto valor agregado. Como é sabido, estes produtos são mais facilmente substituíveis, têm baixo conteúdo tecnológico e  as cotações são muito mais voláteis. Esta crescente especialização do padrão de exportação é a chamada reprimarização.

Este é, presentemente, um dos grandes desafios da economia brasileira, ainda mais nas circunstâncias em que o binômio câmbio sobrevalorizado e juros elevadíssimos está fortemente associado, e pesadas resistências e interesses internos se opõem à desativação dessa armadilha, cujos efeitos a médio prazo podem ser devastadores para o projeto nacional de desenvolvimento autônomo, continuado e vigoroso, capaz de tornar o Brasil emergente, enfim, no País do presente.

No entanto, o problema da desindustrialização não se restringe à natureza das políticas macroeconômicas. A questão central é a escolha de estratégias de desenvolvimento que impliquem mudanças estruturais efetivas, inclusive quanto ao deslocamento da fronteira de produção. A simples correção do câmbio real e do juro real não impede, necessariamente, o redirecionamento dos investimentos na direção da “linha de menor resistência” que, no caso brasileiro, é na direção da produção de bens intensivos em recursos naturais. 

A correção da gestão macroeconômica deve vir acompanhada de políticas estruturantes de novo padrão de acumulação e alocação de recursos. Os objetivos são impedir o viés na direção da especialização em produtos intensivos em recursos naturais e promover o deslocamento mais equilibrado e abrangente da fronteira de produção. Somente estruturas de produção mais abrangentes, robustas e competitivas permitem a melhora permanente de renda, consumo e distribuição, ou seja, o desenvolvimento econômico no longo prazo.

Nesta perspectiva, cabe considerar que os desafios das medidas macroeconômicas não sejam restritivos à sustentabilidade do desenvolvimento econômico.

domingo, 15 de maio de 2011

Qual o seu economista preferido?

Vide com curiosidade o link http://econjwatch.org/articles/economics-professors-favorite-economic-thinkers-journals-and-blogs-along-with-party-and-policy-views. A indicacao é do MANKIW, que eu li no blog do sempre pesquisador Alexandre Schwartsman. O assunto é muito interessante para a nossa área: os economistas favoritos dos economistas. E que cada qual escolha os de sua preferencia.
Boa leitura! Abaixo um breve resumo.

First-place positions as favorite economist in their respective categories are Adam Smith (by far), John Maynard Keynes followed closely by Milton Friedman, Gary Becker, and Paul Krugman. For journals, the leaders are American Economic Review and Journal of Economic Perspectives. For blogs, the leaders are Greg Mankiw followed closely by Marginal Revolution (Tyler Cowen and Alex Tabarrok).

quinta-feira, 21 de abril de 2011

The 2011 TIME 100 - Joseph Stiglitz.

It's said that the day when the arms dealer Alfred Nobel picked up his newspaper and was shocked to find an obituary calling him a "merchant of death," he decided to dedicate the rest of his life to supporting peace and prosperity. Hence the Nobel Prize. It was good that he changed, because he has made it possible for us to honor people who have changed our view of the world for the good.

Joe Stiglitz, 68, has chaired President Clinton's Council of Economic Advisers, served as the World Bank's chief economist and developed theories that will be remembered long after current controversies die down, because he has delivered to us a better understanding of economics, particularly with the crucial insight that markets aren't always efficient.

The return to political economy is under way — even if the journey is through the rather messy area of behavioral economics — after the revelations of the deficiencies of a purely market-based approach. Joe's Nobel Prize–winning work on information asymmetries is a crucial part of this journey.

He got the Asian crisis right, foresaw the bubble that caused such havoc in 2008 and is advocating global answers to a host of problems that can no longer be solved at the local or national level. This worldview is the essential dimension missing in economic-policy making but which has to be at the core of the next ways forward. Now a distinguished professor at Columbia, Joe is a brilliant intellect, a great conversationalist, and because his work goes on challenging us all to rethink our ideas, he will always be a controversialist wherever he goes.

Brown is a former Prime Minister of the U.K. and the author of Beyond the Crash: Overcoming the First Crisis of Globalization

sábado, 16 de outubro de 2010

EQUILÍBRIO NAS CONTAS PÚBLICAS.

Numa época de contas governamentais que não fecham, nada como recordar do economista inglês ARTHUR CECIL PIGOU quando afirmou que “Ter lugar para cada coisa e ter cada coisa em seu lugar, eis o orçamento mínimo.”

sábado, 21 de agosto de 2010

FGV - FÓRUM DE ECONOMIA.

Programa imperdível na nossa FGV: de 30.08.2010 a 31.08.2010 acontece o 7º Fórum de Economia da Fundação Getulio Vargas. O fórum é coordenado pela Escola de Economia de São Paulo da FGV em parceria com FIESP, IEDI e DIEESE. Local: Fundação Getulio Vargas Rua Itapeva, nº 432 - Salão Nobre, 4º andar Tema: Qual a Estratégia de Crescimento com Estabilidade do Novo Governo?

sábado, 10 de julho de 2010

MY PERFECT SUMMER WITH GREENSPAN AND ROUBINI

Nouriel Roubini - Writer and economist

Where are you going on holiday this year? Recently I have lived like the George Clooney character in Up in the Air (a film I watched on a plane). If I get a vacation this summer it would possibly be a tour of crisis-hit countries – if I am still allowed in them: Spain, Ireland, Iceland, Latvia, Greece and, maybe, the oil spill-ridden US Gulf Coast.

What do you think about during your holiday? How to forget financial crises and get a PhD in Pleasure and Leisure from the Institute for Advanced Vacations.

What will you be reading on holiday? Lofty geo-globaloney tomes on the future of the world.

What will you be listening to on holiday? Cheesy, schmaltzy, corny, syrupy beach songs such as those I would listen to in my teens on the Italian Riviera.

Ideal travelling companion – dead, alive, historical, fictional? Joseph Schumpeter, an Austrian economist who – as a true Renaissance man – argued that his three goals in life were to be the best economist, the best horseback rider and the best lover of his generation. He claims he achieved only two of them: I would ask him which and for good practical tips to achieve such goals.

Do you cook or eat out on holiday? As an economist I strictly believe in the principle of comparative advantage: so I always eat out. Also it is the best way to get to know the local cuisine.

Will you switch on your “Out of Office”? I am a total “crackberry” addict so I never switch off. Last summer I wrote a whole article, that was urgently due, on my BlackBerry while sailing off the St Tropez coast.

Where would you like to go next? Bora Bora in Polynesia for scuba diving among the sharks.

Alan Greenspan - Former US Federal Reserve chairman
Where are you going on holiday this year? Aspen, Colorado, and possibly Jackson Hole, Wyoming, to play golf. Golf at higher altitudes is good for the ego – balls fly further.

What do you think about during your holiday? The same things I think about when not on vacation but obviously to the extent that I’m playing tennis and golf, I do give proper consideration to my form.

What will you be reading on holiday? History – Lords of Finance: The Bankers who Broke the World by Liaquat Ahamed; biography – John Marshall: Definer of a Nation by Jean Edward Smith.

What will you be listening to on holiday? Bach, Vivaldi, Mozart, and Brahms. On occasion, a little Benny Goodman.

Ideal travelling companion – dead, alive, historical, fictional? My wife. She outdistances all other possibilities.

Do you cook or eat out on holiday? Both. Nobody wishes to partake of my cooking.

Will you switch on your “Out of Office”? No. I would spend my vacation worrying about what was going on back home.

What do you most, and least, enjoy about travelling? The scenic views. I find sitting in contemplation as I look up at the peaks of the Grand Tetons in Jackson Hole most rewarding. Airport congestion and long queues can ruin my vacation.

Where did you go on holiday as a child? To the wilds of New Jersey. For a kid brought up on the streets of Manhattan, they seemed truly exotic.

sábado, 17 de abril de 2010

UM NOVO MERCADO É POSSÍVEL.

Que bom poder ler na VEJA desta semana uma matéria que fala de uma visão ainda mais liberal para a Economia.

Há dois anos, uma crise inaudita eclodiu nos Estados Unidos e arruinou as finanças de países inteiros. Críticos de esquerda regozijaram-se pelo abalo de um dos pilares do capitalismo, o livre mercado, e culparam a cobiça desenfreada de banqueiros pelo crash. Já os economistas do mainstream, representantes do consenso capitalista que administra os países mais maduros do planeta, reconheceram que houve falhas, como a ausência de um sistema regulatório mais eficiente para controlar fraudes e a especulação predatória. Apesar da vala mental que separa essas duas visões de interpretar o mesmo fenômeno, ambas convergiram na prescrição do remédio destinado a combater a recessão mundial. Recomendaram, em doses distintas, a ampliação da presença do governo, pelas vias do aumento dos gastos públicos, e também o acirramento da regulação financeira. Entretanto, há quem pense de forma diferente. Trata-se dos economistas da Escola Austríaca, uma corrente coesa de ultraliberais que exonera os propagandeados vícios do capitalismo dessa história. Segundo eles, foram na verdade as intervenções do governo que proporcionaram a crise. Mais do que isso, acreditam que o remédio que tem sido usado pelos governos mundiais, sobretudo o despejo de somas maciças de recursos estatais, é inadequado e trará mais problemas no futuro.

Na semana passada, o Instituto Ludwig von Mises, que congrega adeptos dessa corrente, realizou em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, o I Seminário de Economia Austríaca do Brasil. Em dois dias, foram debatidos os acontecimentos recentes da economia mundial, assim como o receituário heterodoxo e radical desses pensadores. Embora centenária e influente no passado, essa escola esteve, nos últimos anos, à margem do pensamento dominante. No século XX, os seus dois teóricos mais proeminentes foram Ludwig von Mises (1881-1973) e o ganhador do Nobel Friedrich von Hayek (1899-1992). Ambos tiveram papel notável na exposição das fragilidades intrínsecas do planejamento econômico e na condenação do socialismo, num momento em que boa parte daintelligentsia mundial via com fascínio o avanço soviético. Os escritos de Mises e Hayek acabaram por inspirar as reformas liberais que começaram nos anos 80. Agora seus seguidores propõem uma recuperação dessas ideias para oferecer uma alternativa em relação ao novo consenso que se forma no mundo pós-crise.

"A crise que vivemos hoje teve início com políticas do governo que levaram à formação de uma bolha especulativa no mercado imobiliário", sentencia o historiador Thomas Woods, autor do best-seller Meltdown, sobre o recente crash. Para Woods e seus colegas, isso pode ser comprovado por causa do papel que tiveram as empresas de hipotecas Fannie Mae e Freddie Mac. Embora privadas, elas tinham um status privilegiado, porque dispunham de uma linha de crédito especial do governo para estimular a venda de casas a pessoas de baixa renda. Juntas, detinham 75% das hipotecas dos americanos. A política de estimular a venda de casas para quem não possuía a menor condição de assumir os compromissos de um financiamento imobiliário foi potencializada pelos juros extremamente baixos. Quando Alan Greenspan, o ex-presidente do Federal Reserve estava no comando, a taxa básica permaneceu abaixo da inflação por mais de dois anos. A facilidade de adquirir um imóvel incendiou a demanda e os preços subiram rapidamente. Entre 1998 e 2006, as casas americanas ficaram 150% mais caras. Mais tarde veio a onda de calotes, e os preços desabaram. Para os austríacos, tanto os subsídios como os juros baixos demais foram erros que só podem ser atribuídos ao governo. "Os preços estavam fora da realidade. Criou-se uma prosperidade artificial e insustentável", diz o economista americano Mark Thornton, especialista em bolhas financeiras. O setor imobiliário foi ao chão e arrastou consigo o mercado financeiro. "Não fossem as investidas do governo, nada disso teria tomado as atuais proporções. Por isso dizemos que essa crise é do intervencionismo, e não do liberalismo", conclui Woods.

Contrariados com o avanço da mão estatal, os austríacos veem riscos adiante para a economia mundial. Para eles, os pacotes de auxílio do governo para recuperar a economia repetirão os erros do passado. Avaliam que a nacionalização de empresas quebradas (como ocorreu com a Fannie Mae e a Freddie Mac), o socorro aos bancos e o aumento do endividamento prolongarão a agonia, apesar do efeito de alívio momentâneo. "De onde sairá o dinheiro para arcar com tudo isso? Não existem muitos caminhos além do aumento de impostos e da impressão de mais moeda", diz Lew Rockwell, fundador do Instituto Mises. "Não se pode aceitar um liberalismo pela metade. É inadmissível entregar ao estado o controle da economia. Os interesses de um governo são sempre políticos. Quando esses interesses interferem nos caminhos do mercado, desencadeiam crises", afirma Rockwell. Durante os dois dias de seminários em Porto Alegre, tradicional sede de encontros de esquerda, como o Fórum Social Mundial (cujo lema é "Um outro mundo é possível"), os ultraliberais austríacos alardearam a ideia de que um novo mercado é possível.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

domingo, 18 de outubro de 2009

A ECONOMIA DE TODOS NÓS EM 2009

Direto do FINANCIAL TIMES, um interessante artigo com o título UM ANO HUMILHANTE PARA OS ECONOMISTAS BRIGUENTOS. Precisamos mesmo refletir bastante sobre isso.

Estes são tempos lúgubres para a ciência lúgubre, ou assim prosseguem as queixas. A principal acusação é de que a economia fracassou em prever a crise financeira e tem poucas ideias a respeito de como impedir uma repetição.

Na última segunda-feira (12), o Prêmio Nobel anual de Economia foi concedido pela primeira vez para uma mulher, a americana Elinor Ostrom, compartilhando a glória com o também americano Oliver Williamson (não é tecnicamente um Nobel de fato, mas não vamos entrar neste assunto) e, com ele, uma base proeminente de credibilidade a partir da qual pregar ao mundo. Dado o estado da disciplina, o Nobel realmente deveria ser concedido?
Sendo um economista, eu vou presumir que a resposta seja sim, sem sentir a necessidade de provar. Mas poderia ser de ajuda acompanhar o prêmio com um rebaixamento judicioso da certeza espúria com que os economistas fazem seus pronunciamentos.
Como é compulsório citar John Maynard Keynes pelo menos uma vez em qualquer discussão como esta, vamos logo com isso. Os economistas, disse Keynes, deveriam buscar ser considerados no mesmo patamar que dentistas - pessoas humildes realizando discretamente seu trabalho. Mas não tem sido bem assim.
Nos últimos meses, os cidadãos da econoblogosfera têm assistido com crescente divertimento, ou alarme, um bate-boca entre Paul Krugman (oficialmente conhecido como "o ganhador do Nobel, Paul Krugman"), de Princeton e do "The New York Times", e John Cochrane, da Universidade de Chicago. Cada um é um agente representativo de duas escolas. A primeira, uma abordagem mais keynesiana com uma análise macroeconômica mais abrangente, tende ao ceticismo em relação à eficiência dos mercados e está atualmente pedindo por gastos do governo para ajudar a tirar o mundo da recessão. A segunda, cujas conclusões macroeconômicas estão enraizadas mais proximamente da microeconomia, deposita uma maior confiança nos mercados e é cética em relação a uma política fiscal ativa.

Falando de modo geral, eles são conhecidos respectivamente como economistas "água salgada" e "água doce", devido à preponderância dos primeiros nas academias costeiras americanas - Harvard, Princeton, Berkeley - e os últimos nas universidades próximas dos Grandes Lagos - Chicago, Minnesota, Carnegie-Mellon.
O ataque inicial do prof. Krugman acusou a escola de Chicago de refletir "uma Era das Trevas da macroeconomia, na qual conhecimento arduamente obtido foi esquecido". O contra-ataque do prof. Cochrane comparou o prof. Krugman a um cientista que nega que o HIV causa a Aids ou que considera o aquecimento global um mito.
Curiosamente, o "ex-favorito" para o prêmio Nobel Eugene Fama, de Chicago, é um dos mais novos dentre o pessoal de água doce. Seu trabalho ajudou a popularizar a "hipótese da eficiência do mercado", que, falando de modo geral, defende que os preços dos ativos nos mercados financeiros refletem toda a informação disponível. Essa tese está sob intenso ataque em consequência da crise financeira, e um Nobel para o prof. Fama sem dúvida incitaria ainda mais a controvérsia e transformaria a disputa com o prof. Krugman em uma batalha de laureados.
A abundância de sarcasmo na economia me surpreendeu quando cheguei à matéria via o estudo de história. Os historiadores discordam, de forma frequentemente violenta, mas poucos declarariam que a abordagem de seus oponentes é incontestavelmente errada, ou buscariam se reunir em grupos de acadêmicos de mentalidade semelhante.
As comparações do prof. Cochrane do prof. Krugman a um cientista dissidente são significativas, mas enganadoras. A física e a biologia desenvolveram grandes corpos de conhecimento estabelecido que não é seriamente contestado. Ainda há, é claro, controvérsias acirradas. Mas ninguém está genuinamente tentando derrubar as leis do movimento de Newton.
A economia não tem esperança de decidir de forma definitiva grande parte da matéria, certamente não a esta altura. A matéria é confusamente complexa, assim como relativamente jovem, e grande parte dos dados é incompleto e não confiável.
Insistir que a economia é uma ciência "hard" parece alimentar a virulência do desacordo, já que os oponentes podem ser retratados não apenas como equivocados, mas como ilegítimos. Para constar, eu estou no lado água salgada no que se refere à teoria econômica e as atuais recomendações de políticas. Mas estou disposto a aceitar que possa estar errado.
Não é de desrespeito que a economia precisa: é de uma dose de humildade. E qualquer um que disser o contrário é um idiota.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

NOBEL PRIZE IN ECONOMIC SCIENCES 2009 - THOMSON REUTERS

2009 - NOBEL PREDICTIONS IN ECONOMIC SCIENCES:

ERNST FEHR
Professor and Director of the Institute for Empirical Research in Economics, University of Zurich, Zurich, Switzerland • Winner of the 2004 Cogito Prize of the Cogito Foundation and the 2008 Marcel Benoist Prize (Switzerland)
ESI RANK: top 1% in Economics, 9 highly cited papers in last decade

MATTHEW J. RABIN
Edward G. and Nancy S. Jordan Professor of Economics, Department of Economics, University of California Berkeley, Berkeley, CA, USA • Winner of the 2006 John von Neumann Award and Rajk Laszlo College of Advanced Studies
ESI RANK: top 1% in Economics, 4 highly cited papers in last decade

WILLIAM D. NORDHAUS
Sterling Professor of Economics, Yale University, New Haven, CT, USA • Winner of the 2005 Distinguished Fellow Award of the American Economic Association • Ranked 108th in output and 49th in citations, according to Coupe rankings.

MARTIN L. WEITZMAN
Professor of Economics, Harvard University, Cambridge, MA, USA • Guggenheim Fellow 1970-1971 and in 1986 was elected Fellow of the American Academy of Arts and Sciences. • Ranked 35th in output and 56th in citations, according to Coupe rankings.

JOHN B. TAYLOR
Mary and Robert Raymond Professor of Economics, Stanford University, Stanford, CA, USA, and Bowen H. and Mary Arthur McCoy Senior Fellow, Hoover Institution, Stanford, CA, USA • Recipient of the 2005 Alexander Hamilton Award, U.S. Treasury Department and the 2005 George P. Schultz Public Service Award, Stanford University.
REPEC RANKING 54th as of August 2009

JORDI GALI
Professor, Department of Economics, and Director of the Center for Research in International Economics, Pompeu Fabra University, Barcelona, Spain • Winner of 2008 Premi Societat Catalana d¹Economia and recipient in 2008 of the First Prize Award for Best Paper presented at the NBER'S International Seminar on Macroeconomics during its first 25 years
ESI RANK: top 1% in Economics, 7 highly cited papers in last decade

MARK L. GERTLER
Henry and Lucy Moses Professor of Economics, New York University, New York, NY, USA • 2007-2008 Guggenheim Fellow and 2008 First Prize Award for Best Paper presented at the NBER'S International Seminar on Macroeconomics during its first 25 years
eSI RANK: top 1% in Economics, 4 highly cited papers in last decade

domingo, 6 de setembro de 2009

KRUGMAN E A ECONOMIA - CRISE E HISTÓRIA

Apesar de ser obrigatória neste blog a publicação integral do artigo ou texto disponibilizado para a leitura de seus quase dois (milhões) leitores, neste caso específico realmente o texto é longo, mas vale pelas palavras do autor, Nobel de Economia em 2008. Direto do The New York Times, PAUL KRUGMAN e seu “How Did Economists Get It So Wrong?” no link http://www.nytimes.com/2009/09/06/magazine/06Economic-t.html, que nem por isso deixa de estar dentre os mais lidos, pela sequência dos fatos e visão geral da economia desde SMITH até KEYNES.

sábado, 15 de agosto de 2009

ROBERTO CAMPOS E O CELULAR

Para quem não agüenta a falta de educação de incertas pessoas na utilização do celular, recordo do grande colega e mestre ROBERTO CAMPOS, que comentava: “O celular faz mal para a masculinidade: é cada vez menor, anda sempre dobrado, cai a ligação várias vezes e não funciona quando entra no túnel.

domingo, 9 de agosto de 2009

13 DE AGOSTO - DIA DO ECONOMISTA

Aproxima-se o dia 13 de agosto, Dia do Economista e os diversos Conselhos Regionais de Economia promovem diversas atividades para comemorar esta data tão importante para a categoria. Aqui no estado do Pará, o nosso CORECON programou uma série de eventos que serão realizados neste momento em que a profissão de Economista completa 58 anos de regulamentação! PARABÉNS A TODOS OS COLEGAS.

11 de agosto 18h00 - Lançamento do livro As Amazônias do Século XXI Sergio Rivero e Frederico G. Jayme Jr. (org.) 19h00 - Painel: A atividade florestal Moderador: Edson Roffé Borges (FENECON) Painelistas: João Carlos Matos (Beraca S. Ltda) Raimunda Monteiro (IDEFLOR) Deryck Martins (AIMEX)

12 de agosto 19h00 - Painel: A atividade mineral Moderador: Kátia Esteves da Rocha (SINDECON-PA) Painelistas: Iloé de Azevedo (APGAM) André Dillon Reis (IBRAM)

13 de agosto 19h00 - Painel: A atividade agropecuária Moderador: João Tertuliano de A. Lins Neto Painelistas: Cássio Alves Pereira (SAGRI) Antônio C. de Santana (UFRA)

Entrega do Prêmio de Monografia Prof. Armando Corrêa Pinto 2009 Presidente da Mesa: Sergio Roberto Bacury de Lira

Local: Auditório da Casa do Economista R. Jerônimo Pimentel, 918 - Umarizal.

domingo, 12 de julho de 2009

CONGRESSO BRASILEIRO DE ECONOMIA

Estão abertas as inscrições para o XVIII Congresso Brasileiro de Economia (CBE) - evento promovido pelo COFECON a cada dois anos, desta vez em parceria com o CORECON-SP.

O encontro terá lugar na capital paulista, no Anhembi Parque (Av. Olavo Fontoura, 1.209), de 16 a 18 de setembro. As inscrições podem ser feitas no site oficial do CBE (www.cbe2009.com.br) e estão abertas até o próprio evento.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

DÁ SÉRIE TEXTO DE QUEM É DA NOSSA ÁREA

Direto da Folha de S. Paulo de hoje, 08/04/2009, PAULO RABELLO DE CASTRO, eswcreve sobre "O placar da sorte de Lula". 

Ao fazer um balanço da "sorte" no seu governo, em recente seminário sobre os 15 anos do Real, realizado na Fecomercio, o ex-presidente FHC chegou a uma proporção de 6 anos difíceis enfrentados por ele, contra 2 anos favoráveis. Tinha, portanto, um déficit de sorte, por um placar de 6 a 2. Lembrou os anos de 1995 (prejudicado pela quebra do México), 1997 e 1998 (quebras de países da Ásia e da Rússia), 1999 (crise cambial no Brasil), 2001 (crise de energia no Brasil e quebra da Argentina) e 2002 (transição eleitoral aqui e recessão lá fora). Na contabilidade do ex-presidente, a sorte só lhe sorriu mesmo em 1996 e em 2000. Arrematou, então, dizendo que "com Lula se deu o inverso".
De fato, em matéria de sorte, não há quem possa disputar com o atual presidente. Mas faltou dizer, na ocasião, que Lula não maltrata a sorte que lhe bate à porta. Este ano de 2009 é apenas o segundo -após o difícil 2003 - em que Lula administra adversidades alheias ao seu controle direto. E, por enquanto, vai muito bem, obrigado, apesar de o cenário de 2009 estar apontando para um crescimento zero, nada de espantar ante o excelente crescimento da economia em 2008.
No plano externo, a "sorte" de novo lhe sorri, quando as nações de olhos azuis lhe brindam com uma das cadeiras de honra, quase de mãos dadas com a rainha, na foto oficial da reunião do G20, em Londres.
O prognóstico, ainda inconcluso, de Fernando Henrique sobre a gestão Lula - seria de 6 anos de sorte, contra 2 anos difíceis - ainda depende de como será 2010. A materialização desse placar envolve vários aspectos importantes.
O Brasil enfrenta esta enorme crise com caixa, até para fazer uma "fezinha" emprestando recursos ao FMI (vejam só...). É a primeira crise que vem com ajuste dos juros internacionais para baixo, portanto abrindo uma chance de ouro para quedas significativas dos juros altos no Brasil. Esses dois fatos, por si, são suficientes para fazer de 2010 um ano de franca recuperação.
Nossos economistas, entretanto, projetam para o Brasil um crescimento fraco em 2010. A explicação parece estar escondida na precária estrutura do crédito às atividades produtivas. No período 2003-2008, o crédito às empresas cresceu menos do que o concedido às pessoas físicas. O crédito consignado para o consumo foi a grande alavanca da popularidade de Lula. A capacidade de investimento das empresas brasileiras também não evoluiu com vigor por conta da avalanche tributária, que tem abocanhado pelo menos metade de cada real adicional do ganho nas atividades produtivas.
Como mostrou pesquisa da Fecomercio nesta Folha, no domingo, o "spread" bancário chegaria a R$ 134 bilhões, uma sangria profunda sobre a capacidade de investir e crescer. E os contribuintes pagaram pela rolagem da dívida pública outros R$ 160 bilhões em 2008.
Esses são, enfim, os freios a uma vigorosa recuperação do Brasil em 2010. A reforma do setor financeiro, envolvendo redução do recolhimento compulsório e tributos bancários, precisa ser enfrentada. E no campo dos outros impostos e encargos trabalhistas chega a ser vergonhosa a omissão de parlamentares e governo, por nem discutirem a reforma da hora. A responsabilidade do Congresso, inerte e tartamudo, soma-se à falta de criatividade do Executivo em dar mais passos, avançando na crise, como tem feito a China, por exemplo, que não descansou um minuto na capitalização de suas oportunidades abertas pela tormenta mundial.
Só por causa disso, a "sorte" de Lula não corre o risco de ser um 7 a 1 a seu favor.


PAULO RABELLO DE CASTRO, 59, doutor em economia pela Universidade de Chicago (Estados Unidos), é vice-presidente do Instituto Atlântico e chairman da SR Rating, classificadora de riscos. Preside também a RC Consultores, consultoria econômica, e o Conselho de Planejamento Estratégico da Fecomercio SP.  paulo@rcconsultores.com.br

A importância de debater o PIB nas eleições 2022.

Desde o início deste 2022 percebemos um ano complicado tanto na área econômica como na política. Temos um ano com eleições para presidente, ...