quinta-feira, 4 de junho de 2009

KRUGMAN, DÍVIDAS E POUPANÇA

Paul Krugman, como sempre, na Folha de S. Paulo e/ou no The New York Times, colocando o dedo na ferida e, com todas as letras, confirmando o que já é público e notório: "Os padrões mais frouxos de empréstimo para outros tipos de crédito ao consumidor, levou a uma mudança radical no comportamento americano.
Nem sempre fomos uma nação de grandes dívidas e pouca poupança: nos anos 70, os americanos poupavam quase 10% de sua renda, um pouco mais do que nos anos 60. Foi só depois da desregulamentação de Reagan que a parcimônia desapareceu gradualmente do modo de vida americano, culminando na taxa quase zero de poupança que predominava às vésperas da grande crise. A dívida dos lares era de apenas 60% da renda quando Reagan assumiu o governo, praticamente a mesma que era na época do governo Kennedy. Em 2007, ela chegou a 119%.
Tudo isso, nos foi assegurado, era uma coisa boa: claro, os americanos estavam acumulando dívidas e não guardavam nada de sua renda, mas suas finanças pareciam em ordem assim que levada em consideração a valorização de seus imóveis e de seus portfólios de ações." 
E, por tudo isso, fica bem claro hoje que essa situação chegaria a uma insustentabilidade que em algum momento resultaria nisso que estamos vivenciando agora. Eu não posso ganhar $1 e gastar $2. E isso vale muito também para o governo, apesar dele ter a máquina de imprimir $$$$$$$$$$...           

DÁ SÉRIE: ECONOMIA - VOCÊ SABIA?

1 - Que o SOCIALISMO é um sistema econômico em que os meios de produção e distribuição são controlados pelo governo ou pelos trabalhadores, e as decisões sobre o emprego de recursos são tomadas de modo centralizado ou coletivo?
2 - Que o CAPITALISMO funciona com base nos princípios da propriedade privada, do lucro e da concorrência em um mercado livre?
3 - Diante disso, o que você prefere? Por que não podemos ter um "casamento" combinando os incentivos da concorrência capitalista com a justiça social do socialismo e, ao mesmo tempo, evitando relações de trabalho exploradoras e a rigidez burocrática do planejamento centralizado? 
Fonte primária: "O livro das idéias" de Chris Rohmann.

A "THE ECONOMIST" DESTA SEMANA

Responsabilizar o capitalismo pela quebra da GM é típico de quem culpa o termômetro pela febre. Tenho certeza que o que virá de revolução criativa no mercado automotivo e afins será bem melhor do que o existente hoje. É somente uma questão de tempo.    

terça-feira, 2 de junho de 2009

UMA PIADA DE ECONOMIA

Em tempos de crises, rir ainda é o melhor remédio. Recebi via e-mail a piada abaixo que anda circulando pela internet e gostaria de compartilhar com os meus quase dois leitores. Afinal, nem tudo é para chorar...(Esquecendo um pouco da crise e do voo da AF).

"Mês de agosto, às margens do Mar Negro. Chovia muito e o vilarejo estava totalmente abandonado.

Eram tempos muito difíceis e todos tinham dívidas e viviam de empréstimos.

De repente, chega ao vilarejo um turista muito rico. Entra no único hotel do vilarejo, coloca sobre o balcão uma nota de 100 euros e sobe as escadas para escolher um quarto.

O dono do hotel pega os 100 euros e corre para pagar sua dívida com o açougueiro.

O açougueiro pega o dinheiro e corre para pagar o criador de gado.

O criador pega o dinheiro e corre para pagar a prostituta do vilarejo, que por conta da crise, trabalhou fiado.

A prostituta corre para o hotel e paga o dono pelo quarto que alugou para atender seus clientes.

Nesse instante, o turista desce as escadas após examinar o local, pega o dinheiro de volta, diz que não gostou de nenhum dos quartos e abandona o vilarejo.

Ninguém lucrou absolutamente nada, mas toda a aldeia vive hoje sem dívidas, otimista por um futuro melhor."

REVISTA EXAME: UM NOVO CAPITALISMO?

A edição atual da CEO EXAME que está nas melhores bancas de revistas do Brasil, traz como capa o tema "Um novo capitalismo?". E acrescenta: Um dos defeitos mais imediatos da atual crise foi colocar o sistema capitalista sob feroz ataque. E pergunta: Há alternativas reais à nossa frente OU a solução passará pela purgação de nossos próprios excessos?".
Somente a leitura do artigo de PAUL KENNEDY, Professor de História na Universidade Yale e bastante conhecido pelo seu famoso livro "Ascensão e Queda das Grandes Potências", vale o preço pago pela revista. Em resumo, Kennedy afirma que o capitalismo está longe de acabar. Ele está convicto, (assim como este aprendiz) que "o sistema baseado no poder da iniciativa privada ressurgirá mais forte após a atual crise, pois tem sido assim nos últimos 500 anos e não há nada que indique o contrário".   
Alguém aposta o contrário? 

PESAR E FALAR SEM PENSAR

Este blog não poderia deixar de registrar sua tristeza pelo acidente, em 31/05/09, com o voo 447 da Air France e seus prováveis 228 desaparecidos. 
Porém, consideramos infeliz declaracões do tipo "um país que acha petróleo a 6.000 metros de profundidade, pode achar um avião a 2.000 metros", emitidas pelo nosso Presidente Lula. E que venha 2010...   

O MUNDO CONTINUA CAPITALISTA

Recordo de uma antiga piada que diz "coloque dois economistas numa sala de debates e teremos três opiniões diferentes." Na realidade isso não é uma piada: basta uma rápida leitura nos jornais, revistas e pela nossa conhecida internet e cada colega registra a sua opinião sobre determinado problema econômico como se fosse a palavra do próprio Caio Júlio César ou, para alguns, de um Napoleão Bonaparte (de hospício, of course). 
Registro isso por discordar completamente de certos textos que afirmam o fim do capitalismo. É impressionante ler determinada argumentação e não ter o estômago embrulhado. É verdade, sim, que a economia mundial está em crise, como já esteve outras vezes. Porém, para responsabilizar o capitalismo pela situação atual existe uma longa distância. E nela, a falha foi do Estado.

DA SÉRIE: LEITURA INEVITÁVEL

Da Folha de S. Paulo de 29/05/09, lemos Krugman: o grande medo da inflação:

Repentinamente parece que todos estão falando de inflação. Artigos de opinião severos alertam que a hiperinflação está próxima. E os mercados podem estar ouvindo estes alertas: as taxas de juros sobre títulos do governo de longo prazo estão em alta, com o temor da futura inflação sendo um motivo possível para a alta dos juros.

Mas este medo de grande inflação faz algum sentido? Basicamente, não - com um porém que discutirei mais à frente. E suspeito que o medo está, ao menos em parte, ligado mais à política do que à economia.

Mas vamos começar do início. É importante entender que não há indício de pressões inflacionárias na economia no momento. Os preços ao consumidor estão mais baixos agora do que estavam há um ano, e os aumentos salariais estagnaram diante do alto desemprego. Deflação, e não inflação, é o perigo real e imediato.

Logo, se os preços não estão subindo, por que o temor de inflação? Alguns alegam que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) está imprimindo muito dinheiro, o que deve ser inflacionário, enquanto outros alegam que os déficits orçamentários no final forçarão o governo americano a promover a inflação para administrar sua dívida.

A primeira história está simplesmente errada. A segunda poderia estar certa, mas não está.

Agora, é verdade que o Fed adotou medidas sem precedente ultimamente. Mais especificamente, ele tem comprado muita dívida tanto do governo quanto do setor privado, e pagando por estas compras creditando aos bancos reservas extras. Em tempos comuns, isso seria altamente inflacionário: os bancos, cheios de dinheiro, aumentariam os empréstimos, que aumentariam a demanda, que pressionariam os preços para cima.

Mas estes não são tempos comuns. Os bancos não estão emprestando suas reservas extras. Eles estão apenas sentados sobre elas -na prática, eles estão enviando o dinheiro de volta ao Fed. Logo, o Fed não está realmente imprimindo dinheiro.

Mesmo assim, essas ações não seriam inflacionárias cedo ou tarde? Não. O Banco do Japão, diante de dificuldades econômicas não muito diferentes daquelas que enfrentamos hoje, comprou dívida em grande escala entre 1997 e 2003. O que aconteceu aos preços ao consumidor? Eles caíram.

No geral, muito da atual discussão a respeito da inflação faz lembrar o que aconteceu durante os primeiros anos da Grande Depressão, quando muitas pessoas influentes alertavam sobre a inflação enquanto os preços despencavam. Como escreveu o economista britânico Ralph Hawtrey, "temores fantásticos de inflação foram manifestados. Foi como um grito de Fogo, Fogo, no Dilúvio de Noé". E ele prosseguiu: "É depois de cederem a depressão e o desemprego que a inflação se torna perigosa".

Há um risco de que teremos inflação após a economia se recuperar? Esta é a alegação daqueles que olham para projeções de que a dívida federal poderá crescer para mais de 100% do PIB e dizem que os Estados Unidos terão que inflacionar para se livrar da dívida - isto é, elevar os preços para que o valor real da dívida seja reduzido.

Coisas como esta aconteceram no passado. Por exemplo, a França usou esse recurso para se livrar de grande parte da dívida que contraiu enquanto travava a Primeira Guerra Mundial.

Mas faltam exemplos mais modernos. Nas últimas duas décadas, a Bélgica, Canadá e, é claro, o Japão passaram por episódios em que a dívida ultrapassou 100% do PIB. E os próprios Estados Unidos saíram da Segunda Guerra Mundial com uma dívida ultrapassando 120% do PIB. Em nenhum desses casos os governos recorreram à inflação para solucionar seus problemas.

Logo, há algum motivo para achar que a inflação está chegando? Alguns economistas defendem uma inflação moderada como política deliberada, como uma forma de encorajar o empréstimo e reduzir o fardo da dívida privada. Eu tenho simpatia por estes argumentos e fiz um argumento semelhante para o caso do Japão nos anos 90. Mas o argumento em prol da inflação nunca foi acolhido pelos autores de políticas japoneses naquela época, e não há sinal de que está ganhando força juntos aos autores de políticas americanos agora.

Tudo isso gera a pergunta: se a inflação não é um risco real, por que todas estas alegações de que é?

Bem, como você deve ter notado, os economistas às vezes discordam. E grandes discordâncias são especialmente prováveis em tempos estranhos como o presente, quando muitas das regras normais não mais se aplicam.

Mas é difícil escapar da sensação de que a atual disseminação do medo da inflação é em parte política, vinda principalmente de economistas que não tinham problema com déficits causados por reduções de impostos, mas repentinamente se tornaram rabugentos fiscais quando o governo começa a gastar dinheiro para resgatar a economia. E a meta deles parece ser pressionar o governo Obama a abandonar os esforços de resgate.

Não é preciso dizer, o presidente não deve se deixar pressionar. A economia ainda se encontra em profundas dificuldades e precisa de ajuda contínua.

Sim, nós temos um problema orçamentário de longo prazo, e precisamos começar a preparar o caminho para uma solução de longo prazo. Mas quando se trata de inflação, a única coisa que temos a temer é o próprio medo da inflação.

É TENTAÇÃO POLÍTICA COM IMITAÇÃO

Não creio que o Nosso Guia tenha realmente o perfil que ele está vendo no espelho. Tentadoras são as propostas para um terceiro mandato, beneficiado ele por uma forte popularidade, mas, mesmo sendo no Brasil, ainda temos pessoas que confiam num Estado Democrático de Direito.
Mais uma do nosso colega cearense Sinfrônio, no Diário do Nordeste. 

segunda-feira, 1 de junho de 2009

COMUNICADO - BLOG

Aviso aos meus quase dois (milhões de) leitores que devido a problema com a conexão, aliado a uma viagem extraordinária, ficamos sem postar diversos assuntos em maio passado. Espero recuperar o atraso agora em junho, incluindo as leituras atrasadas dos posts dos meus colegas blogueiros. 
E um excelente mês para todos, preferencialmente, sem crises... 

    sábado, 16 de maio de 2009

    A POUPANÇA DO BRASILEIRO NÃO É MAIS A MESMA

    A mexida do governo na poupança do brasileiro foi o fato mais comentado desta semana: quem te viu, quem te vê ô PT: tributar a poupança nem o PSDB...
    De qualquer maneira, meu colega cearense Sinfrônio, no nosso Diário do Nordeste, não poderia deixar passar esta importante notícia. Valeu Sinfrônio, divertindo e criticando.

    DÁ SÉRIE: LEITURA INEVITÁVEL

    Para os meus quase dois leitores, um texto de Luiz Carlos Mendonça de Barros, publicado na Folha de S. Paulo em 15/05/2009.
    Os analistas econômicos estão rapidamente mudando o foco de suas preocupações em relação à economia americana. Consolidada a ideia de que finalmente ela encontrou um nível mínimo de atividade, outro conjunto de variáveis entrou no radar do mercado. O centro das atenções -e das especulações- está voltado agora para o consumidor. Todos sabem que seu comportamento vai definir a forma de recuperação da economia nos próximos trimestres, seja ela em V, em U ou em L. 
    A expressiva alta dos preços das ações e de outros ativos financeiros nas últimas semanas reflete essa sensação de que o pior da crise financeira já passou. O risco de cairmos em um buraco sem fim -que prevaleceu até recentemente- foi afastado, segundo a opinião majoritária dos investidores. Com isso voltaremos a um cenário em que as questões macro e microeconômicas vão prevalecer. Por acreditar nisso, eu não tenho dúvidas de que a volatilidade dos mercados vai diminuir ainda mais. Por mais complexo que seja o quadro da economia para o restante de 2009, ele apresenta uma previsibilidade muito maior do que a que prevaleceu durante a crise financeira que vivemos nos últimos meses. 
    Se estiver certo nesta minha leitura, as atenções estarão agora voltadas prioritariamente para três grupos de indicadores econômicos. No primeiro, que procura medir os gastos correntes dos consumidores, estão os elementos de informação sobre o valor das vendas no varejo -"retail sales"- e o indicador de vendas no índice ISM Serviços. O segundo grupo é formado pelos dados relacionados à atividade no mercado de residências, tais como volume de vendas de casas novas e já construídas, indicadores de novos projetos de construção e, principalmente, de preços das casas negociadas. 
    A importância desses dados deriva principalmente do fato de que a estabilização dos preços das residências dos americanos é condição necessária para que ocorra um aumento do consumo. A casa própria é a grande âncora da confiança do americano médio e, na situação atual, em que ele não tem um valor confiável de referência entre seu patrimônio e o valor de sua hipoteca, a insegurança domina seu comportamento como consumidor. A partir do momento em que ele recuperar a confiança perdida nos últimos dois anos, poderemos ter uma situação mais sólida para a retomada de seus gastos. Eu diria que a volta da confiança representa a condição necessária para a retomada da economia. 
    Finalmente os analistas e investidores estarão monitorando de perto o comportamento dos bancos no financiamento ao consumidor. Principal elemento na febre de consumo da última década, o crédito ao consumo precisará voltar a ter um mínimo de funcionalidade. Até agora o corte do crédito é um elemento importante da desaceleração dos gastos de consumo nos últimos trimestres. Sem uma recuperação nos próximos meses, dificilmente teremos uma mudança de comportamento do consumidor. 
    Para definirmos a forma da retomada da economia americana, será preciso uma clareza maior sobre esses pontos levantados. Para mim, os dados sobre o mercado imobiliário é que nos darão primeiro uma ideia do comportamento das vendas no varejo. Se o fortalecimento dos preços das residências não ocorrer nos próximos meses, será muito difícil que o crescimento volte ainda neste ano de 2009 nos Estados Unidos.  

    REVISTA ECONOMIST - EDIÇÃO SEMANAL

    Na influente  "Economist", que está nas bancas, sob o título "US$ 3 trilhões depois...", responde "O que aprendemos sobre como administrar bancos". Em suma, "Não existe um grande remédio único para as falhas dos bancos, mas regras melhores e mais capital podem ajudar". Para o futuro, a revista recomenda REGULAÇÃO E CAPITALIZAÇÃO."

    NOURIEL ROUBINI E A PIADA DO ANO

    Uma das piadas favoritas do "Dr. Apocalipse" NOURIEL ROUBINI, 50 anos, é a seguinte:
    "Encontrei certa vez, num evento internacional, uma senhora russa que me disse que ECONOMISTAS são como terapeutas sexuais: conhecem mil posições, mas nunca as praticaram. Eu respondi a ela: 'Minha senhora, eu faço ECONOMIA APLICADA'."
    Não é a toa que atualmente ele passa 25 dias por mês viajando pelo mundo a convite de empresas, bancos e instituições que pagam pelo menos 75.000 dólares para ouvi-lo falar. 

    REVISTA PIAUÍ - CARTA PUBLICADA

    Para quem ler a revista piauí, edição de maio - nº 32 que está nas bancas, localizará na página 65 um comentário deste blogueiro sobre o que ele leu na edição anterior.
    Trata-se de uma revista que fazia falta no mercado editorial brasileiro, porém sob a direção do competente Mario Sergio Conti, revela ao leitor brasileiro matérias excepcionais.  

    BRASIL - INFRAESTRUTURA

    Para os meus amigos/as de Belém do Pará, lemos na EXAME que está nas bancas a triste notícia que avaliados 79 municípios com mais de 300.000 habitantes, BELÉM ficou com a 74ª posição entre as PIORES cidades brasileiras com relação ao saneamento básico. Para os meus quase dois leitores terem uma idéia, APENAS 6% da cidade possui cobertura da rede de esgoto, enquanto o tratamento de esgoto apresenta o ínfimo índice de 1% de desejos tratados. LAMENTÁVEL.  Será possível que os governantes não percebam este estado de calamidade pública em épocas não eleitorais e façam alguma coisa? Agora entendo a causa raiz da minha recente queda em um quase bueiro em dia de chuva... Nesse dia, eu quase que ia junto com a água...    

    domingo, 10 de maio de 2009

    BANCO CENTRAL - INDEPENDÊNCIA

    Como já postei anteriormente, sou totalmente favorável a um Banco Central INDEPENDENTE, não refém das pressões de quem senta na cadeira nº 1 do Palácio do Planalto. 
    Por isso fico contente quando leio que EDMUND PHELPS, prêmio Nobel de Economia, em entrevista ao jornal Valor Econômico afirma: "Acho que o Banco Central brasileiro é provavelmente um dos que possuem julgamento mais sólido, um dos mais capazes entre os banco centrais."
    E para quem não gostou do tema, estude o assunto e reveja como éramos quando, por exemplo, os grandes bancos estaduais estavam em poder de "certos" governadores...   

    DICA DE BELÉM DO PARÁ - LAZER

    Para os meus quase dois (milhões? rsrsr) fiéis leitores no estado do Pará, não posso deixar de divulgar a nova Drogaria BIG BEN localizada na Praça Batista Campos. É claro que drogaria é somente o nome pois a loja parece um shopping. E tem uma livraria e um café que, somente por isso, já vale a visita.
    Drogaria altamente recomendada para quem ainda acha que o melhor remédio é rir, (mesmo em época de crise econômica e pandemia), de preferência com um bom livro e um delicioso café. 
    No entanto, como nem tudo é perfeito, este Economista "thrifty" avaliou que os preços na lanchonete estão mais para Tóquio do que para Belém do Pará. O que fazer? Trabalhar mais para ganhar mais $$$.    

    ECONOMIA E SAÚDE - DUAS CRISES

    E agora que temos também a preocupação com a "gripe suína", nada como analisar a charge do nosso cearense SINFRÔNIO, no Diário do Nordeste, grande Mestre na arte de dizer tudo sem escrever quase nada.
    Afinal, com o Nosso Guia no comando, realmente a situação está sob controle. Lembram da "marolinha?" 
     

    DÁ SÉRIE: ECONOMIA - VOCÊ SABIA?

    1 - Que aos 14 anos ADAM SMITH - o Economista da "mão invisível", ingressou na Universidade de Glasgow, onde foi um excelente aluno?
    2 - Que para SMITH não se deve intervir nas leis de mercado: deixada a a si mesma, a economia caminha para o melhor dos resultados, conduzida por uma espécie de 'mão invisível'?
    3 - E que em 1776, ADAM SMITH já escrevia que cabe ao Estado proteger a sociedade contra os ataques externos; estabelecer a justiça;  e manter obras e instituições necessárias à sociedade, que não fossem realizadas pelo mercado?
    Como foi brilhante esse moço ao prever a força do livre mercado e o papel que compete realmente ao Estado. E que mesmo após mais de 233 anos de suas idéias, o assunto ainda resulta em inúmeras polêmicas no mundo da Economia.        

    DICAS DE ECONOMIA - MANUAL

    ECONOMIA: ERROS DE PREVISÕES

    Principalmente agora com esta grave crise econômica que estamos no centro, muitos questionam a falta de acerto nas previsões dos Economistas. A Economia realmente é uma ciência, porém nela está incluído o comportamento do HOMEM. E como lembra ironicamente o colega DELFIM NETTO, "o problema da Economia é que os átomos berram, gritam, protestam, fazem revoluções, fazem passeatas, PENSAM etc." No entanto, os átomos da Física, por exemplo, não fazem isso.  
    O estudo econômico é muito importante mesmo e jamais deve ser deixado de lado ou de ser devidamente analisado e levado em consideração. Porém, nunca devemos esquecer dos "Cisnes Negros" do Taleb. Afinal, como escreveu o poeta latino Terêncio: "Homo sum, humani a me nil alienun puto - Sou um homem, e nada humano me é estranho," Taleb conclui que "no final de contas, estamos sendo conduzidos pela história, enquanto todo o tempo achamos que somos nós que estamos no controle." 

    SINAIS DE VIDA NA ECONOMIA - EXAME

    A revista EXAME que está nas bancas, oferece aos seus leitores numa reportagem de capa com o título "SINAIS DE VIDA NA ECONOMIA", uma excelente análise da situação econômica atual, esclarecendo o que há de real e o que é ilusório, nestes primeiros indícios de recuperação da economia mundial.  Foram ouvidos nove dos mais influentes e prestigiados economistas da atualidade, entre eles três ganhadores do prêmio Nobel. O grupo é composto pelo Jeffrey Sachs - Edward Prescott - Joseph Stiglitz - Raghuram Rajan - Moisés Naím - Robert Mundell - Martin Wolf - Kenneth Rogoff e o brasileiro, Mestre e Ph.D em Economia, atualmente Professor na Universidade Princenton, nosso colega JOSÉ ALEXANDRE SCHEINKMAN.  Tem muita coisa boa na matéria para reflexão e pistas do que precisaremos olhar daqui para a a frente. Especialmente gostei de uma resposta do Naím quando questionado sobre "quais são as regiões ou países mais ameaçados hoje pela crise". Vejam o nível da resposta: "Como Tolstói escreveu no romance Anna Karenina, todas as famílias felizes são iguais, mas toda família infeliz o é de uma maneira diferente. Os países emergentes apresentam, uma imensa diversidade. Eu diria que a Rússia, em razão de sua enorme dependência do petréleo, será o emergente mais negativamente afetado pela crise."  Nós que estamos por aqui, vamos mais é torcer para que o BRASIL (ainda emergente? Até quando?consiga atravessar este período com os menores prejuízos possíveis.          

    sexta-feira, 8 de maio de 2009

    DA SÉRIE: LEITURA INEVITÁVEL

    Hoje, direto da Folha de S. Paulo, Luiz Carlos Mendonça de Barros explica "O BRASIL EM RECESSÃO TÉCNICA". Boa leitura. 
    EXISTE UMA convenção para caracterizar uma recessão nas economias de mercado. Segundo essa norma, a recessão acontece quando o PIB se reduz em dois trimestres consecutivos. Como toda norma geral, esse critério tem pontos fortes e fracos. Não quero discuti-los neste espaço hoje. Apenas quero informar o leitor de que a economia brasileira está em recessão técnica. 
    Os dados já disponíveis para o período janeiro/março, quando utilizamos a metodologia de cálculo do IBGE, apontam para uma queda do PIB da ordem de 1,3%. Com a redução de 3,5% verificada no quarto trimestre de 2008, temos a recessão caracterizada. Feita essa observação, devemos agora fugir do entendimento burocrático da regra acima citada e procurar entender o que se esconde atrás dos números. A principal fonte de informação do IBGE para a construção do PIB são os dados da indústria. Ao contrário de outros países, nos quais há uma vasta gama de indicadores de salários, gastos das famílias e investimentos realizados, no Brasil são poucas as informações disponíveis.
    Então, o IBGE utiliza o que chamamos "PIB pela oferta", que é a soma entre o que foi produzido pela indústria mais o valor das importações menos o das exportações. Somente quando o IBGE realiza pesquisas periódicas mais abrangentes é que temos um retrato mais realista da atividade econômica. 
    A indústria caiu 9,5% no final de 2008 e quase 8% neste primeiro trimestre. Segundo números do comércio exterior divulgados e ajustados pelos economistas da Quest Investimentos, as exportações caíram 8% nesses mesmos dois períodos. A queda do PIB só será menos intensa que a do final do ano passado porque as importações caíram quase 17%. Com esse desempenho, o setor externo deverá acrescentar cerca de um ponto ao PIB do primeiro trimestre, revertendo a tendência que ocorre desde 2007. Com indústria e importações fracas, é certo que o comportamento do consumo foi decepcionante também. Mas a queda do investimento impressiona mais. A produção de máquinas caiu 9,5% no último trimestre de 2008 e, agora, outros incríveis 19%! A principal decepção da próxima divulgação do PIB serão, sem dúvida, as taxas de investimento. 
    Para não ficarmos apenas nas grandes decepções, vamos às pequenas alegrias: se a indústria como um todo caiu menos do que a indústria de máquinas, então algum setor ficou de lado ou caiu menos. Isso aconteceu com a indústria de bens para o consumo. Por conta do salário médio que ainda cresce e dos estímulos para a compra de automóveis (redução do IPI), houve crescimento de 0,7% na produção de bens duráveis. Já a produção de bens semi e não duráveis -como roupas e alimentos- reduziu-se em "apenas" 2% nesse mesmo período. 
    Resumindo, os números do IBGE mostrarão que realmente estamos em recessão técnica, causada, principalmente, pelo valor dos investimentos privados em queda livre. Já o consumo, na análise mais otimista, ficou de lado ou apresentou pequena queda. Por fim, a retração do PIB só não será mais violenta porque o que importamos cairá mais do que o que exportamos. Ou seja, depois de quase dois anos, estamos crescendo por conta da demanda existente em outras economias. 
    Esse é um mau resultado na medida em que dependeu de um ritmo menor de atividade em nossa economia e, portanto, da geração de riqueza para os brasileiros. 
    LUIZ CARLOS MENDONÇA DE BARROS, 66, engenheiro e economista, é economista-chefe da Quest Investimentos. Foi presidente do BNDES e ministro das Comunicações (governo Fernando Henrique Cardoso).

    LIVRARIAS NO BRASIL - 2.676

    Com a maior parte dos dias aqui no interior da floresta amazônica, fico feliz quando alguém lembra de mim e envia algum jornal de São Paulo. Estou lendo agora no Estadão de 29/04/09 que das 2.676 livrarias que existem no Brasil, apenas 132 estão na região Norte, ou seja, 5% do total, enquanto 53% delas estão no Sudeste.
    Fã de livraria, torço para que Belém receba no novo shopping que será inaugurado ainda neste ano uma verdadeira livraria.  

    sexta-feira, 1 de maio de 2009

    PAUL KRUGMAN TAMBÉM ESTÁ NA LISTA DA TIME

    É claro que outro que não poderia ficar de fora da lista das 100 pessoas mais influentes do mundo em 2009 publicada anualmente pela revista TIME é a do Nobel PAUL KRUGMAN, aqui com perfil escrito pelo MARK ZANDI.
    PAUL KRUGMAN by By Mark Zandi

    Not since the Great Depression has our nation suffered such financial hardship. We are angry, depressed and scared. And we want to know how we are going to get out of this mess. No one is better at giving voice to all this than Paul Krugman.

    Through his Op-Ed columns in the New York Times, his blog and his books, he has become our most incisive observer of a global economy in deep crisis. His gift is his clarity. He is able to use his mastery of his subject — he won the 2008 Nobel Prize for Economics — to make the dismal science understandable to everyone.

    Krugman, 56, is not just comprehensible but practical. Understanding economics is important, but only insofar as it advances the policy debate of the day. His debate with the Obama Administration has generated philosophical heat, but it's really about nuts and bolts; he doesn't disagree that government should use its resources to fix the crumbling financial system, stem surging foreclosures and shore up demand, but he does have a lot to say about exactly how.

    While Krugman isn't currently making policy, his imprint on it is undeniable. His cogently articulated views shape the public opinion to which policymakers are ultimately beholden. The Administration's bank-rescue plan, which involves taxpayers teaming up with private investors to purchase the banks' toxic assets, is a good case in point. Krugman not only dislikes the plan; he also worries it increases the odds that the already severe downturn will unravel into something much worse. The President may not adopt his solutions, but he'd best answer his concerns, lest the rescue plan not get off the ground.

    And on a personal level, Krugman certainly shapes opinions in my household. I'm an avid reader of his work, but my wife likes to make sure, so twice a week she places a cutout of hisTimes column next to my bedside. On those two days at least, I read and discuss Paul Krugman's view of things before going to sleep. I am a much better economist for it.

    Zandi is the chief economist at Moody's Economy.com

    NOURIEL ROUBINI ESTÁ NA LISTA DA TIME

    Como faz anualmente, a TIME publicou nesta sua última edição, os nomes das 100 pessoas mais influentes do mundo. (Estou "invocado", mas não localizei o nome do nosso LULA...). É claro que neste 2009, ele que é realmente um dos mais influentes economistas globais não poderia deixar de constar: o Professor de Economia NOURIEL ROUBINI, (que em 2006 provocou risadas ao prever a crise financeira de 2009), com texto do Nobel PAUL KRUGMAN. 

    Nouriel Roubini  By Paul Krugman

    Nouriel Roubini was right. At a time when the likes of Alan Greenspan were dismissing concerns about excessive home prices and declaring that banks were stronger than ever, Roubini warned that there was a monstrous bubble in the housing market and that the bursting of that bubble would cause much of the financial system to collapse. And so it has turned out, with even the most seemingly outlandish of Roubini's predictions matched or even exceeded by reality.

    How did he do it? For the first decade of his career, Roubini, 51, was a well-regarded but hardly renowned macroeconomist. When the Asian financial crisis struck in 1997, however, he created a Web page — the forerunner of his subscription service, RGE Monitor — that became the go-to place for anyone trying to keep up with the flood of news, data and economic analysis. And in the process, he became acutely aware — more, perhaps, than any other economist of our era — of the dangerous mix of folly and fragility that characterizes the modern financial system.

    Does Roubini sometimes get it wrong? Of course. Everybody does. Four years ago, he was predicting an imminent end to China's willingness to accumulate trillions in sterile reserves, leading to a plunge in the dollar's value and to financing problems for the U.S. government. He was wrong about that, and no doubt he'll be wrong again.

    But he's much more than a Chicken Little who finally got lucky when the sky did fall. Don't be fooled by his sometimes over-the-top writing style: his warnings are based on sophisticated modeling and careful data analysis and have often proved right — not just in general but in detail. He was predicting $2 trillion in bank losses when most people thought those losses would be a few hundred billion at most, largely because he realized early on that subprime was only the beginning. And now even the International Monetary Fund is predicting U.S.-originated losses of $3 trillion or more.

    So is Roubini a Cassandra? Yes, he is. Remember, people dismissed Cassandra's dire prophecies — until they all came true.

    Krugman, the winner of the 2008 Nobel Prize for Economics, teaches economics and international affairs at Princeton University;

    Fast Fact: Born in Turkey, Roubini has also lived in Italy, Iran and the U.S. He speaks fluent Farsi, Hebrew, English and Italian.

    DA SÉRIE: LEITURA INEVITÁVEL

    Hoje, direto da Folha de S. Paulo, o colega LUIZ CARLOS MENDONÇA DE BARROS, pergunta "UM RAIO DE LUZ?". Para os meus quase dois leitores, abaixo a resposta.
    O comportamento dos mercados financeiros nos últimos 30 dias parece indicar um final - "ou intermezzo"- feliz para a verdadeira catástrofe que ocorreu a partir da quebra do banco Lehman Brothers. Por longos meses as Bolsas de Valores despencaram e a desconfiança generalizada levou a uma virtual paralisação do crédito ao setor privado.
    No chamado lado real, tivemos uma queda no vazio da atividade econômica - principalmente a industrial -, com milhões de pessoas perdendo seus empregos, inclusive em países com forte crescimento, como o Brasil e a China. 
    O índice S&P da Bolsa de Nova York chegou a cair 50% nesse período. O mesmo ocorreu com os indicadores dos preços das ações em mercados na Ásia, na América latina e na Europa. No Brasil, o índice Bovespa também chegou a perder metade de seu valor. Nos mercados de crédito, a diferença entre os juros dos títulos públicos - únicos vistos como seguros - e os dos papéis privados de maior qualidade chegou a 6% ao ano, um recorde. 
    Caíram também os preços cobrados nos fretes marítimos - o maior dos tombos verificados -, os preços das commodities, inclusive petróleo, e os índices de confiança dos consumidores. Nem mesmo a posse de um novo presidente nos Estados Unidos trouxe alguma esperança a investidores e empresas. Assistimos então a um verdadeiro salve-se quem puder de dimensões planetárias. 
    Agora, em abril, a corrida ocorreu no sentido contrário. As ordens de venda foram sendo substituídas, pouco a pouco, pelas ordens de compra. Na esteira dessa correria, nos mercados as Bolsas subiram de forma vigorosa. O S&P valorizou-se em mais de 9%, o Ibovespa, em mais de 15%, o DAX alemão, em mais de 17%. Também nos mercados de crédito os ventos da esperança de dias melhores mudaram a direção dos preços. Os títulos privados de maior qualidade passaram a ser negociados com um prêmio de risco da ordem de 2%. Nos anos de bonança, essa diferença oscilava entre 0,5% e 1% ao ano. 
    Essa mudança de comportamento foi sendo construída ao longo do primeiro trimestre de 2009. Os indicadores antecedentes da atividade industrial em várias economias começaram a sinalizar o fim da queda no vazio que tinha ocorrido nos últimos meses. Isso porque o consumo privado caiu bem menos que a produção nesse período. 
    O caso da indústria automobilística no Brasil foi um exemplo claro. Em razão disso, ocorreu uma queda vertiginosa - e global - nos estoques das empresas, primeiro passo para estabilizar a produção. Para um bom leitor desses indicadores, era questão de tempo para que a queda livre fosse interrompida. Os analistas de várias instituições começaram a verbalizar esse comportamento, levando essa mensagem aos investidores. 
    Em um mercado pouco confiante, o movimento de compra que foi tomando corpo funcionou como um fósforo aceso em um depósito de pólvora. Na Bovespa, as empresas de menor liquidez chegaram a subir 50% em abril. O mesmo aconteceu em outros mercados de ações pelo mundo afora. 
    Os próximos indicadores industriais - se confirmarem o que vem ocorrendo desde março - podem manter esse inesperado rali. Alguns itens podem até superar a marca de crescimento. Mas uma análise mais profunda sobre a real situação da economia - que certamente vai acontecer a partir do terceiro trimestre - pode jogar água fria na excitação dos investidores. 

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