domingo, 2 de maio de 2010
A POLÍTICA DE HOJE!
A CRISE DO EURO OU UM ESTADO DEFICITÁRIO?
OS ESTUDOS DE FERNANDINHO!!!
FHC E O ESTADO.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO, em sua coluna dominical publicada em diversos jornais, comenta entre outras coisas que "Sob pretexto de combater o neoliberalismo joga-se no mesmo balaio toda política que não seja de idolatria ao “capitalismo de Estado”, como se essa fosse a melhor maneira de servir ao interesse nacional e popular. Tal atitude revela um horror à forma liberal de capitalismo e à competição. Prefere-se substituir as empresas por repartições públicas e manter por trás delas um partido. No lugar do empresário ou da empresa a quem se poderia responsabilizar por seus atos e erros, coloca-se a burocracia como agente principal do desenvolvimento econômico, tendo o Estado como escudo. Supõe-se que Estado e povo, partido e povo, ou mesmo burocracia e povo, têm interesses coincidentes.
Outra coisa não faziam os partidos totalitários na Europa, os populistas na América Latina e as ditaduras militares. Qualquer neófito sabe que sem Estado organizado não há capitalismo moderno nem sociedade democrática.
Não se trata, portanto, da oposição infeliz e falaciosa de mais mercado e menos Estado nem de seu contrário. Na prática o neoliberalismo nunca prevaleceu no Brasil, nem depois do golpe de 1964, quando a dupla Campos-Bulhões reduziu a ingerência estatal para permitir maior vigor ao mercado."
sábado, 1 de maio de 2010
LUIZ CARLOS E O CRESCIMENTO BRASILEIRO.
Em artigo na FOLHA DE S. PAULO, o economista LUIZ CARLOS MENDONÇA DE BARROS escreve sobre UM NOVO CICLO ECONÔMICO NO BRASIL.
A MB ASSOCIADOS acaba de publicar um interessante estudo sobre o crescimento brasileiro. A variação do PIB -medida do lado da demanda- nos mostra que o Brasil viveu duas fases distintas nos últimos dez anos: de
AS CONTRADIÇÕES NAS MEDIDAS ECONÔMICAS.
No “O Estado de S.Paulo” de 29/04/10, vamos ler agora “as contradições nas medidas econômicas.”
A condução da política econômica exige que as medidas adotadas não estejam em contradição com os objetivos anunciados anteriormente ou com as necessidades da conjuntura. Mas nas últimas semanas multiplicam-se medidas contrárias aos objetivos anunciados semanas atrás.
A contradição mais flagrante é a do uso do Fundo Soberano, criado para aplicações no exterior que, além de reduzir o risco cambial, oferece remuneração maior do que a dos títulos do Tesouro norte-americano. Todavia, uma Medida Provisória autoriza o fundo a participar do programa de capitalização de banco público, desrespeitando a legislação que o criou.
Há um superaquecimento da demanda doméstica que obriga as autoridades monetárias a elevar a taxa Selic. O superaquecimento da demanda é alimentado pelo uso dos cartões de crédito e financiamentos com prazos excessivamente generosos, o que justificaria a regulamentação dos cartões. Parece que o governo pensa em fazer essa regulamentação, pondo fim às taxas exigidas pelos bancos para a emissão dos cartões, o que favorecerá, na verdade, o aumento do seu uso. Não se fala em exigir que o financiamento das vendas a prazo fique claramente definido para que os portadores dos cartões se conscientizem do custo real das vendas a prazo longo "sem juros" e, assim, sejam levados a fazer sua própria poupança para comprar à vista.
Ao mesmo tempo vem a notícia de que os bancos pretendem ampliar seus prazos de financiamento às famílias, conscientes de que se trata de operações altamente rentáveis, num momento em que há consenso praticamente generalizado sobre a necessidade de reduzir o volume de crédito pessoal...
A indústria de autopeças, que se desenvolveu no País protegida por uma tarifa aduaneira elevada, está em crise. De fato, além de ver reduzida sua proteção, há um fortalecimento do real que favorece a importação de componentes.
Os exportadores podem, desde alguns dias atrás, utilizar o sistema de "drawback integrado", que suspende a cobrança de impostos na aquisição de insumos no mercado interno ou no exterior, para produção ou consumo no processo de produção de bens a serem exportados. Trata-se de uma medida adequada, embora fosse melhor ajudar a indústria de autopeças fixando prazo para sua modernização, para evitar fraudes, e levando em conta que ela se implantou no Brasil no quadro de um protecionismo que desapareceu e numa situação cambial bem diferente.
quinta-feira, 29 de abril de 2010
LULA NA LISTA DA TIME 2010!
Como faz anualmente a TIME publicou hoje a lista das pessoas mais influentes do mundo. E nela consta o perfil do Presidente LULA, assinado pelo cineasta Michael Moore. É uma boa notícia termos um brasileiro na lista, indiferente do juízo de valor que cada um tem sobre o mesmo. Abaixo o texto completo sobre o assunto.
When Brazilians first elected Luiz Inácio Lula da Silva President in 2002, the country's robber barons nervously checked the fuel gauges on their private jets. They had turned
By the time Lula finally won the presidency, after three failed attempts, he was a familiar figure in Brazilian national life. But what led him to politics in the first place? Was it his personal knowledge of how hard many Brazilians must work just to get by? Being forced to leave school after fifth grade to support his family? Working as a shoeshine boy? Losing part of a finger in a factory accident?
No, it was when, at age 25, he watched his wife Maria die during the eighth month of her pregnancy, along with their child, because they couldn't afford decent medical care.
There's a lesson here for the world's billionaires: let people have good health care, and they'll cause much less trouble for you.
And here's a lesson for the rest of us: the great irony of Lula's presidency — he was elected to a second term in 2006 and will serve through this year — is that even as he tries to propel Brazil into the First World with government social programs like Fome Zero (Zero Starvation), designed to end hunger, and with plans to improve the education available to members of Brazil's working class, the U.S. looks more like the old Third World every day.
quarta-feira, 28 de abril de 2010
BRASIL: CAMPEÃO!!!
segunda-feira, 26 de abril de 2010
A TRISTEZA DE OBAMA!
Leio a instantes no twitter o descontentamento de BARACK OBAMA sobre a reforma da legislação financeira que ele enviou ao Congresso e foi bloqueada pelos republicanos:“RT @BarackObama: I am deeply disappointed that Senate Republicans voted in a block today against allowing a public debate on Wall Street."
Que sucesso é esse negócio de twitter – o mundo agora além de plano é on line.
DÁ PARA REGULAR E SUPERVISIONAR AS FINANÇAS?
Há dias não posto um artigo do Professor da FGV LUIZ CARLOS BRESSER-PEREIRA. Diretamente da Folha de S. Paulo de hoje, BRESSER-PEREIRA escreve sobre “REGULAR E SUPERVISIONAR AS FINANÇAS.” Para uma boa leitura, análise e reflexão.
Em Nova York, os dois temas que continuam a dominar a discussão de economistas e financistas são o "grande demais para quebrar" ("too big to fail") e a necessária regulação e supervisão dos bancos. Em outras palavras, pergunta-se, de um lado, como impedir que os grandes bancos comerciais façam operações arriscadas porque sabem que, na última hora, serão socorridos, e, de outro, como regulá-los e supervisioná-los melhor. Essa dupla preocupação dominou a Conferência Minsky, organizada pelo Levy Institute e patrocinada pela Fundação Ford. Participaram dela um equilibrado número de financistas, representantes do governo (inclusive três diretores do banco central americano) e professores de economia.
Na conferência, poucos se mostraram seguros quanto à solidez da recuperação econômica depois da crise.
Boa parte dos que intervieram nos debates se mostrou convencida de que a crise poderá voltar a qualquer momento, principalmente porque, apesar do empenho do presidente Barack Obama, o governo não foi ainda capaz de re-regular o sistema financeiro desregulado durante os 30 Anos Neoliberais (1979-2008). Há também uma grande insatisfação com a teoria econômica ortodoxa ou convencional, que, evidentemente, contribuiu para a crise ao pressupor um mercado financeiro eficiente, autorregulado.
Em relação ao problema do "grande demais para quebrar", a solução apresentada por Paul Volcker -ex-presidente do Fed e hoje assessor especial de Obama- de proibir os bancos de realizarem operações de tesouraria (uma espécie de volta à separação dos bancos comerciais dos bancos de investimento) dividiu as opiniões. Volcker argumentou que a medida é necessária para impedir que os bancos participem de operações financeiras arriscadas demais. Entretanto, muitos consideraram a proposta pouco realista; incompatível com a necessária rentabilidade dos bancos comerciais. Melhor será regulá-los e supervisioná-los mais cerradamente, já que são entidades quase públicas que criam crédito e, portanto, dinheiro.
Embora a principal causa da crise tenha sido a desregulação do sistema financeiro promovida no início dos 30 Anos Neoliberais, houve também grande falha de supervisão, já que muitas operações com securitização e derivativos não eram apenas excessivamente arriscadas; elas violavam a regulação ainda existente, implicando fraude. Esse fato, assinalado por diversos participantes, foi mais uma vez confirmado no dia seguinte ao término da conferência, quando os jornais publicaram que a SEC acusou de fraude e iniciou ação civil contra o banco Goldman Sachs, porque este teria participado, com o fundo hedge Paulson & Co., da securitização e empacotamento de hipotecas que sabiam ser de baixa qualidade. Eles as venderam para clientes e outros bancos mal informados para, em seguida, o próprio banco e o fundo hedge apostarem contra esses mesmos títulos e, assim, obterem enorme ganho à custa dos que compraram os títulos empacotados.
Nessa fraude, o fundo ganhou US$ 1 bilhão, enquanto Goldman Sachs ganhava quase a mesma quantia.
Antes da crise, muitas operações desse tipo passaram sem supervisão, não por falta de regulação, mas porque se supunha que os mercados eficientes tudo regulavam. A crise global ainda custará muito ao mundo, mas, pelo menos, convenceu a todos quão importante é a regulação e a supervisão e quão enganadora é a teoria econômica neoclássica dos mercados autorregulados.
TAXA DE JUROS EM 2010!
domingo, 25 de abril de 2010
JOHN MAYNARD KEYNES.
De um recente artigo de Marcelo de Paiva Abreu no ESTADÃO:
sexta-feira, 23 de abril de 2010
ECONOMIA BRASILEIRA E IMPORTAÇÕES.
quinta-feira, 22 de abril de 2010
O DRAGÃO DA INFLAÇÃO!
Todo cuidado é pouco com o dragão da inflação. Por isso, diretamente de FORTALEZA, do DIÁRIO DO NORDESTE, mestre SINFRÔNIO em genial charge. Diante disso, é recomendável ler na FOLHA ON LINE o alerta de hoje da MOODY’S.
O conjunto de incentivos monetários e fiscais do ano passado não apenas tirou o Brasil da recessão, como colocou a economia num ritmo superaquecido, o que leva o Banco Central a um impasse no esforço de controlar a inflação, disse a Moody's em relatório desta quinta-feira.
Segundo a instituição, mesmo com o ritmo de crescimento desacelerando nos próximos trimestres, o PIB brasileiro deve ter uma expansão de cerca de 6 por cento em 2010, num ritmo acima do potencial.
"Nessas circunstâncias, a inflação poderia chegar à casa dos 6 por cento no meio do ano, ainda abaixo mas muito perto do teto da meta de 6,5 por cento para o ano", diz trecho do relatório assinado pelo economista sênior para América Latina da Moody's Economy.com, Alfredo Coutiño.
Para evitar essa deterioração no cenário de preços, o economista sugere um aperto na política monetária já a partir deste mês, por meio de um aumento de 0,75 ponto percentual da Selic, hoje em 8,75 por cento ao ano.
O movimento, dirigido para conter a demanda superaquecida, principal motor da inflação alta segundo a Moody's, o juro deveria continuar subindo nos próximos meses, até chegar à casa de 10 a 11 por cento no final do ano.
O teor do documento está em linha com o alerta feito na véspera pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) que, ao elevar a previsão de crescimento do Brasil em 2010 de 4,7 para 5,5 por cento, sugeriu que a política monetária mude de muito expansiva para mais neutra.
Espera-se que o Banco Central do Brasil eleve a taxa de juro pela primeira vez em quase dois anos na próxima semana, embora os analistas não tenham consenso sobre o tamanho da alta --0,50 ou 0,75 ponto.
Mas tentar segurar a inflação apenas elevando o juro embute um risco, alertou a agência de classificação de risco, por incentivar a entrada de capital externo no país, levando à valorização do real, que por sua vez facilita as importações, o que pressiona o balanço de pagamentos e pode novamente pressionar a inflação.
BRAZIL AND THE IMF.
Transcript of a Press Briefing on the International Monetary Fund’s Global Financial Stability Report - April 20, 2010 - Washington, DC.
QUESTION: Good morning. Would you identify Brazil as a hotspot regarding the capital flows, and would you recommend some kind of capital controls in Brazil, especially now that the central bank is poised to raise the interest rate?
MR. VINALS: Well, in the analysis that we have provided in the report, when we talk about hotspots, we talk about places where we see significant overvaluation in asset prices or residential real estate, equities, bonds, etc. The case of Brazil does not stand out in our report as one case where these problems are very large.
We think that there is some degree of slightly higher-than-average or historical average or equilibrium values for equity prices, but this is not something which is very far from these averages. The Brazilian authorities have already introduced some measures in terms of controls on capital inflows, so we do not have anything further to recommend to the authorities in this regard.
sábado, 17 de abril de 2010
A NOTÍCIA COM HUMOR É OUTRA COISA!
UM NOVO MERCADO É POSSÍVEL.
Que bom poder ler na VEJA desta semana uma matéria que fala de uma visão ainda mais liberal para a Economia.
Há dois anos, uma crise inaudita eclodiu nos Estados Unidos e arruinou as finanças de países inteiros. Críticos de esquerda regozijaram-se pelo abalo de um dos pilares do capitalismo, o livre mercado, e culparam a cobiça desenfreada de banqueiros pelo crash. Já os economistas do mainstream, representantes do consenso capitalista que administra os países mais maduros do planeta, reconheceram que houve falhas, como a ausência de um sistema regulatório mais eficiente para controlar fraudes e a especulação predatória. Apesar da vala mental que separa essas duas visões de interpretar o mesmo fenômeno, ambas convergiram na prescrição do remédio destinado a combater a recessão mundial. Recomendaram, em doses distintas, a ampliação da presença do governo, pelas vias do aumento dos gastos públicos, e também o acirramento da regulação financeira. Entretanto, há quem pense de forma diferente. Trata-se dos economistas da Escola Austríaca, uma corrente coesa de ultraliberais que exonera os propagandeados vícios do capitalismo dessa história. Segundo eles, foram na verdade as intervenções do governo que proporcionaram a crise. Mais do que isso, acreditam que o remédio que tem sido usado pelos governos mundiais, sobretudo o despejo de somas maciças de recursos estatais, é inadequado e trará mais problemas no futuro.
Na semana passada, o Instituto Ludwig von Mises, que congrega adeptos dessa corrente, realizou em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, o I Seminário de Economia Austríaca do Brasil. Em dois dias, foram debatidos os acontecimentos recentes da economia mundial, assim como o receituário heterodoxo e radical desses pensadores. Embora centenária e influente no passado, essa escola esteve, nos últimos anos, à margem do pensamento dominante. No século XX, os seus dois teóricos mais proeminentes foram Ludwig von Mises (1881-1973) e o ganhador do Nobel Friedrich von Hayek (1899-1992). Ambos tiveram papel notável na exposição das fragilidades intrínsecas do planejamento econômico e na condenação do socialismo, num momento em que boa parte daintelligentsia mundial via com fascínio o avanço soviético. Os escritos de Mises e Hayek acabaram por inspirar as reformas liberais que começaram nos anos 80. Agora seus seguidores propõem uma recuperação dessas ideias para oferecer uma alternativa em relação ao novo consenso que se forma no mundo pós-crise.
"A crise que vivemos hoje teve início com políticas do governo que levaram à formação de uma bolha especulativa no mercado imobiliário", sentencia o historiador Thomas Woods, autor do best-seller Meltdown, sobre o recente crash. Para Woods e seus colegas, isso pode ser comprovado por causa do papel que tiveram as empresas de hipotecas Fannie Mae e Freddie Mac. Embora privadas, elas tinham um status privilegiado, porque dispunham de uma linha de crédito especial do governo para estimular a venda de casas a pessoas de baixa renda. Juntas, detinham 75% das hipotecas dos americanos. A política de estimular a venda de casas para quem não possuía a menor condição de assumir os compromissos de um financiamento imobiliário foi potencializada pelos juros extremamente baixos. Quando Alan Greenspan, o ex-presidente do Federal Reserve estava no comando, a taxa básica permaneceu abaixo da inflação por mais de dois anos. A facilidade de adquirir um imóvel incendiou a demanda e os preços subiram rapidamente. Entre 1998 e 2006, as casas americanas ficaram 150% mais caras. Mais tarde veio a onda de calotes, e os preços desabaram. Para os austríacos, tanto os subsídios como os juros baixos demais foram erros que só podem ser atribuídos ao governo. "Os preços estavam fora da realidade. Criou-se uma prosperidade artificial e insustentável", diz o economista americano Mark Thornton, especialista em bolhas financeiras. O setor imobiliário foi ao chão e arrastou consigo o mercado financeiro. "Não fossem as investidas do governo, nada disso teria tomado as atuais proporções. Por isso dizemos que essa crise é do intervencionismo, e não do liberalismo", conclui Woods.
PARÁ É O ESTADO MAIS VIOLENTO DO BRASIL. ATÉ QUANDO?
Morando no Pará há alguns anos e conhecendo a riqueza do estado é totalmente desalentadora a leitura abaixo, publicada nesta data na FOLHA DE S.PAULO. Até quando uma sociedade permanece omissa e NÃO MUDA o que aqui está? A população poderia e deveria manter um padrão de vida melhor, SE a situação abaixo fosse realmente combatida pelos governos nas esferas federal, estadual e municipal. Lamentavelmente, o poder público continua arrecadando muito e não retornando à sociedade o que ela, minimamente, necessita. Quando vemos na capital do estado, nos melhores bairros, situações vergonhosas relacionadas a infraestrutura, imaginem meus fiéis quase dois (milhões de...) leitores o que vejo no interior do estado. Além da já conhecida devastação na floresta amazônica que ainda resiste, a quase totalidade da população está muito distante do que significa ter um padrão de vida que possa ser denominado "viver em dignas condições."
O Pará é o campeão em assassinatos cometidos em conflitos no campo nos últimos 13 anos. Das 467 mortes ocorridas no Brasil no período, 180 (39%) aconteceram no Estado, segundo dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT). O Pará registrou o maior número de homicídios em todos os anos em que os números foram levantados.
Nos cinco anos posteriores ao massacre de Eldorado dos Carajás -- no qual 19 sem-terra foram mortos e 79 mutilados ou feridos pela polícia em 17 de abril de 199 --, durante o mandato de Almir Gabriel (na época do PSDB), ocorreram 45 mortes, uma média de nove homicídios por ano.
Entre 2003 e 2006, quando o Estado foi governado por Simão Jatene (PSDB), foram 88 assassinatos, ou seja, em média, 22 por ano. Após a eleição de Ana Julia Carepa (PT), as mortes no campo voltaram a cair: 26 entre 2007 e 2009, uma média de aproximadamente nove homicídios anuais.
A petista foi eleita prometendo diálogo com os movimentos sociais e ações concretas para a realização da reforma agrária. Contudo, na avaliação do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), o atual governo reduziu a repressão aos sem-terra, mas tem uma atuação tímida na condução da reforma agrária.
“Nos governos anteriores a polícia reprimia as ocupações e manifestações públicas. Hoje existe a orientação de negociar com os trabalhadores”, afirma Ulisses Manaças, diretor estadual do MST no Pará e integrante da coordenação nacional do movimento. “Já na reforma agrária o Estado tem sido extremamente tímido”, acrescenta.
José Heder Benatti, presidente do Instituto de Terras do Pará (Iterpa), defende a atual gestão, que, segundo ele, já assentou mais de 5.000 famílias, e diz que para acabar com a violência no campo é necessário adotar “ações conjugadas”. “Temos que combinar a regularização fundiária, o reconhecimento de populações tradicionais e a mediação de interesses”, diz.
Já Eduardo Sizo, coordenador da Câmara Setorial de Defesa Social da Secretaria de Estado de Governo, órgão responsável pela mediação dos conflitos no campo, disse que os dados da CPT serão analisados antes de o governo tomar uma posição.
“Vamos analisar o relatório para saber efetivamente as razões das mortes. É o inquérito policial que trará elementos elucidativos para determinar se as mortes foram causadas pela disputa agrária. É conhecendo as causas da violência que temos condições de atacá-las”, disse.
Para Manaças, além da má-distribuição da terra, o agronegócio tem influência na violência no meio rural paraense. “A ocupação do território foi feita de forma violenta pelas elites. Desde a colonização o Pará foi visto como o exportador de matéria-prima. Hoje impera o modelo agromineral exportador, dominado pelas empresas transnacionais, e a pressão pelo lucro eleva os conflitos pela posse da terra. O agronegócio é um setor truculento, que oprime o movimento camponês”, diz.
O Pará também é detentor de outro recorde negativo, causador de um impacto direto na violência no campo: é o Estado brasileiro com a maior quantidade de terras griladas -- propriedades obtidas de modo irregular, por meio da falsificação de documentos cartoriais.
Se fossem considerados os registros em cartório, o território do Pará teria 490 milhões de hectares, o que representa mais de três vezes o tamanho real do Estado, segundo o Tribunal de Justiça. A discrepância é causada pela superposição de propriedades nos registros.
Dentre as irregularidades, estão documentos que não transferem domínio ou que não constam dados de título de origem, mais de mil registros de propriedades com área superior ao limite constitucional e ainda títulos emitidos pelo governo do Pará também em situações semelhantes, segundo o Iterpa.
O instituto diz que já foram bloqueados mais de 10 mil títulos de propriedade irregulares nos últimos três anos. “Precisamos deixar o Pará do tamanho que ele é, e declarar de forma segura os títulos que são podres e os títulos que tem validade”, disse Sizo.
JOSÉ SERRA E O BRASIL!
sexta-feira, 16 de abril de 2010
A importância de debater o PIB nas eleições 2022.
Desde o início deste 2022 percebemos um ano complicado tanto na área econômica como na política. Temos um ano com eleições para presidente, ...
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O genial Sinfrônio , no cearense Diário do Nordeste , sempre consegue nos fazer rir mesmo no meio da diária tragédia econômica e políti...
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Um ranking elaborado pela revista americana " Harvard Business Review ", especializada em administração e negócios , mostrou 26 ...