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quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Quem tem medo do mercado?


Que ótimo localizar esta matéria da VEJA - página 66 -  num site do governo. O texto tem muito a ver com o que discutimos neste blog. Leitura imperdível para todos, especialmente para quem faz parte do governo. 
Nenhum outro sistema da história humana foi mais revolucionário e tirou mais gente da miséria do que o capitalismo, mas o bacana é posar de crítico engajado em alternativas que ninguém sabe quais, para que ou como implementá-las
Alguns entrevistados ouvidos por VEJA para a reportagem de capa desta edição disseram que a presidente Dilma Rousseff foi corajosa em recorrer à iniciativa privada em busca de soluções técnicas e recursos para desatar nós que há décadas impedem a economia brasileira de crescer com todo o seu potencial. Corajosa por quê? Primeiro, porque ela e seu antecessor, mesmo governando com pragmatismo, foram eleitos com a retórica antimercado, e, portanto, não cai politicamente bem recorrer à iniciativa privada em busca de soluções para grandes problemas do país. Segundo, porque o capitalismo nunca venceria uma competição de popularidade em nenhum segmento mais expressivo da população brasileira e mundial. Sua imagem é especialmente ruim agora que o sistema de livre mercado vem sofrendo inevitáveis condenações por seu papel decisivo na eclosão da crise financeira de 2008 em Wall Street e pelo resultante desarranjo produtivo que desestabilizou as economias reais de virtualmente todos os países.
Desde que foram criadas as condições materiais, tecnológicas, culturais, políticas e legais para sua instalação na Inglaterra, há menos de 200 anos, o capitalismo é criticado. Como a matéria e a antimatéria na teoria física, o surgimento do primeiro capitalista gerou o primeiro anticapitalista. Tem sido assim. Provavelmente, sempre será assim. Em todos os tempos da era industrial e pós-industrial, o bacana mesmo foi ser uma pessoa engajada em uma alternativa ao capitalismo. Antes foram o anarquismo e o marxismo e suas representações reais catastróficas, os governos comunistas. Agora é um certo ambientalismo extremista, que prega a volta da humanidade aos tempos das cavernas, algo tão impraticável quanto empurrar a pasta de dentes de volta para o tubo.
Não é de hoje que a crítica justa e necessária aos excessos do capitalismo é apenas um aperitivo para a negação total e utópica do sistema. Sob esse ponto de vista, tem razão quem acha que a presidente Dilma precisou de coragem para anunciar a adoção de práticas do livre mercado em seu governo, por meio de associação com empresas privadas dentro da regra do jogo de mercado. Hoje em dia, governantes de qualquer país têm quase de pedir desculpas quando, a exemplo de Dilma, recorrem às virtudes da livre-iniciativa – eficiência, gestão, controle de gastos e compromisso comresultados. Na Inglaterra, berço do capitalismo, também é assim. O show de abertura da Olimpíada de Londres foi um exemplo recente. O ator Kenneth Branagh interpretou Isambard Kingdom Brunel, engenheiro do século XIX, ícone do capitalismo clássico: construtor de pontes, estradas de ferro, túneis e navios a vapor. Mostrado de fraque e charuto na mão, como os capitalistas de caricatura, Brunel teve suas realizações esquecidas no show olímpico em favor de chaminés fumarentas e operários explorados. É preciso ter coragem para celebrar o capitalismo, sistema econômico que está longe de ser perfeito, mas, a exemplo da democracia na política, é melhor do que todos os demais.

sábado, 4 de agosto de 2012

VEJA.

Nesta semana de mensalões e olimpíadas a vingança não é apenas um sentimento televisivo.    

sexta-feira, 23 de março de 2012

iPhone e cartório: tudo a ver.


Recentemente li na VEJA que o iPhone 4S, 32 gigabytes, desbloqueado, é vendido em Nova York por US$ 815.00. No Brasil, o mesmo aparelho não sai por menos de US$ 1.650.00. Na mesma matéria, o André Petry informa que na pequena cidade de Alvinópolis, em Minas Gerais, existem NOVE cartórios e em Bodocó, uma cidade de Pernambuco, existem QUATRO. 

E conclui afirmando que evidente há algo errado quando 20.000 alvinopolenses e 35.000 bodocoenses precisam de TREZE cartórios para viver e 310 milhões de americanos não precisam de nenhum.

Pensando bem, não é difícil entender porque ainda somos um país com miséria.  

sábado, 17 de dezembro de 2011

Belo Monte: Racionalidade sempre.


Na VEJA Online:
A Justiça Federal no Pará revogou, nesta sexta-feira, liminar que determinava a paralisação das obras da hidrelétrica de Belo Monte no rio Xingu. O juiz federal Carlos Eduardo Castro Martins revogou a liminar que ele mesmo concedeu no final de setembro depois de avaliar melhor a questão.

A determinação foi resultado de uma ação movida pela Associação dos Criadores e Exportadores de Peixes Ornamentais de Altamira (Acepoat). Segundo a associação, mil famílias que dependem da pesca serão prejudicadas pela hidrelétrica.

O juiz afirmou que, ao contrário de sua avaliação inicial, a pesca não será impedida durante a construção da usina, pois o curso da água não será alterado. O parecer ainda diz que estão sendo desenvolvidos projetos de incentivo à pesca sustentável pela Norte Energia.

Agora, estão liberadas as obras no leito do rio Xingu, como implantação de porto, explosões, implantação de barragens, escavação de canais e outras necessárias para construir a hidrelétrica. Segundo a assessoria do consórcio Norte Energia, empresa responsável pela construção, a decisão não prejudicou o andamento das obras, pois as atividades ainda não atingiram o curso do rio Xingu.

domingo, 27 de novembro de 2011

Caro amigo paraense.

Por favor, caro amigo paraense, leia com atenção o excelente artigo anexo, publicado pelo Roberto Pompeu de Toledo na VEJA que chegou agora nas bancas.    
Clique primeiro na imagem; depois, em "abrir imagem em uma nova guia" e, finalmente, amplie e leia.

domingo, 20 de novembro de 2011

"A inflação está sob controle" afirma Tombini. É isso mesmo?


Na VEJA, a entrevista com ALEXANDRE TOMBINI, presidente do Banco Central. Segundo ele, "O BC tem metas para a inflação, não metas para o crescimento ou para a taxa de juros". Espero e torço para que ele esteja correto em sua análise. Afinal, 2012 vem aí e como está claro para os governos que perderam recentes eleições na Europa, primeiro vamos organizar a economia. Sem ela, não ganhamos a eleição.   


domingo, 16 de outubro de 2011

Armínio Fraga na VEJA.

Experiente economista, Armínio Fraga Neto, fala à VEJA nesta semana: "O quadro é assustador. Os principais blocos econômicos vivem dias dificílimos. Quero crer que a meta de inflação não tenha sido abandonada, embora a redução na taxa de juros tenha sido um passo bastante ousado". 

Para reflexão neste início de uma nova semana. 

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

A atualidade de John Maynard Keynes.


No site da VEJA uma excelente entrevista com o principal biógrafo do genial JOHN MAYNARD KEYNES.

A solução para a crise que se iniciou em 2008 e ainda faz a economia dos países desenvolvidos patinar está na obra do economista John Maynard Keynes (1883-1946), afirma seu principal biógrafo, o inglês Robert Skidelsky, 72 anos. O historiador - que escreveu 1.790 páginas de história e ensinamentos do economista que aconselhou poderosos na época da Grande Depressão de 1929 - explica o que Keynes diria hoje a Barack Obama, Angela Merkel e Nicolas Sarkozy.

Em sua opinião, a política americana de afrouxamento quantitativo - em que o governo antecipa o pagamento de títulos de longo prazo, despejando dólares na economia - peca ao não estimular corretamente a atividade. "Esse afrouxamento quantitativo não é, totalmente, uma proposta keynesiana", avalia Skidelsky. Ele explica que, para Keynes, a simples impressão de moeda não traz impulso ao consumo e ao investimento.

Em visita ao Brasil para o 5º Congresso Internacional de Mercados Financeiro e de Capitais, realizado em Campos do Jordão (SP) pela BM&FBovespa, Robert Skidelsky falou ao site de VEJA e defendeu por que Keynes é mais atual do que nunca.

O senhor escreveu, na esteira da crise de 2008, um livro chamado "O retorno do mestre" (Ed. PublicAffairs, 256 páginas, sem tradução para o português) em que relembra a relevância de Keynes para o pensamento econômico, mesmo mais de 60 anos após sua morte. Por que as teorias desse economista são hoje mais relevantes que nunca?
Keynes é particularmente relevante porque entendeu como as crises acontecem e, sobretudo, porque se debruçou sobre uma verdadeira calamidade econômica: a Grande Depressão de 1929. Ele dizia que, quando uma crise começa, os governos devem responder a ela, impedindo-a, e não simplesmente deixar o sistema ruir. Esse é o ponto fundamental. Graças a Keynes, não tivemos outra Grande Depressão. Em 2008, quando os bancos, os preços das commodities e as bolsas começaram a entrar em colapso, nos deparamos com todos os contornos de outra depressão profunda, mas os governos conseguiram impedi-la em função das ideias de Keynes. Em todo o mundo, os governos adotaram estímulos para permitir a retomada da atividade.



Durante a Grande Depressão, Keynes propôs o estímulo contínuo ao investimento. Nos Estados Unidos, nos últimos anos, as políticas do banco central americano (Fed) não turbinaram exatamente o investimento. Na Europa, segue-se o caminho contrário ao do impulso à economia, com planos severos de austeridade. Os resultados claramente não têm sido satisfatórios. À luz da teoria keynesiana, o que está errado com as políticas atuais?

O erro do afrouxamento quantitativo [intervenção governamental para injetar dinheiro na economia -- como, por exemplo, a compra de títulos bancários], adotado nos últimos anos pelo governo americano, é que essa política significa imprimir moeda. Se você aumenta a quantidade de divisas em circulação, as pessoas vão gastar mais. Os juros caem, as bolsas sobem, há um pouco de inflação e o valor da moeda talvez caia um pouco. Tudo supostamente desenhado para estimular a atividade econômica. O problema é que, como ensina Keynes, o importante é saber como gastar esses dólares. Todo esse dinheiro não tem aportado na economia real, mas sim nos mercados de ações e nos títulos do Tesouro. Se a intenção é realmente estimular a economia, o jeito de fazer o afrouxamento monetário é dar um cheque para todo mundo e definir que o dinheiro só pode ser sacado em dois meses. Só então haverá algum efeito estimulante no consumo. Do contrário, há um buraco entre a impressão de moeda e o gasto. Esse afrouxamento quantitativo não é, totalmente, uma proposta keynesiana.

Agora, na Europa, o ponto central é que as políticas não produzem nenhum crescimento. Uma grande parte do déficit da Grécia vem de suas instituições financeiras. Esses bancos emprestaram muito de seus pares alemães e franceses. Assim, quando Atenas resgatou seus bancos, assumiu as dívidas. Então, toda essa movimentação para impedir um calote grego é, na verdade, uma tentativa de evitar enormes perdas para os bancos alemães e franceses. Esse esforço é totalmente compreensível. Mas eu pergunto: de onde virá o crescimento? Se o setor privado não está gastando e o governo está cortando despesas, a atividade vai cair. Nós temos uma possibilidade real de um duplo mergulho na Europa.



Keynes foi um conselheiro dos poderosos de seu tempo, sobretudo durante a Grande Depressão; muito embora nem sempre o que pregasse fosse seguido. O que ele provavelmente diria hoje, considerando o contexto, a Barack Obama, Angela Merkel e Nicolas Sarkozy?

Para o presidente americano, ele diria que é preciso expandir a demanda agregada. Dada sua difícil situação política, uma saída seria criar um banco voltado à infraestrutura, como o próprio Obama propôs inúmeras vezes. Esta seria uma maneira de fazer as pessoas investirem nas partes da economia mais necessitadas. Mas isso se teria de ser feito fora do orçamento. O dinheiro seria concedido pelo banco central, mas seria captado no setor privado. Dessa forma, não aumentaria o déficit público.

Outra saída é tentar algum acordo com a China. É urgente. Os Estados Unidos precisam reduzir o volume de importações chinesas e aumentar suas próprias exportações. Essa correção ajudaria a indústria americana. Se esse acordo não funcionar, os americanos terão de se proteger com barreiras comerciais.

Para Merkel e Sarkozy, Keynes recomendaria estabelecer títulos de dívida europeus, garantidos coletivamente pelos membros da União Europeia, os eurobonds. Esses papeis iriam encampar grande parte da dívida grega, reduzindo os custos de financiamento da Grécia e de outros países em risco, como Portugal.

A UE precisa também de uma autoridade fiscal comum. Não é exatamente o que eles propuseram recentemente. Por último, os líderes do bloco deveriam criar uma ampla política europeia de investimento. Eles precisam usar o Banco Europeu para a Reconstrução e o Desenvolvimento ou os fundos disponíveis. Só precisam colocar mais dinheiro nesses fundos. Do contrário, não crescerão.

Por fim, confiar na China para tirar o mundo da recessão não é o caminho certo.



Keynes defendia que a recuperação da economia deve preceder as reformas. Ele dizia: "Não assuste os investidores no momento em que você quer que eles invistam". O que estamos vendo agora é exatamente o contrário, não?

Exatamente. É até uma contradição elevar o compulsório dos bancos, por exemplo, ao mesmo tempo em que pede que emprestem mais. Para fazer com que concedam mais crédito, é preciso capitalizá-los. Você não deve impor tamanho sacrifício ao sistema financeiro até que a economia esteja crescendo novamente. O que está acontecendo agora é oposto. Os estados estão atacando os bancos. Não que eles não tenham culpa da crise. Contudo, ao mesmo tempo, os governos querem que eles emprestem mais e mais. Keynes estava certo quando disse, em carta, ao presidente Franklin Roosevelt: "Consiga primeiro a recuperação, depois implemente reformas". Ou então, nacionalize os bancos.



Keynes foi nomeado diretor do Fundo Monetário Internacional pouco depois de sua fundação, mas não chegou a assumir porque morreu vítima de um ataque do coração. Caso fosse nomeado hoje, quais seriam suas primeiras medidas?

Ele batalharia para transformar o FMI num banco central mundial, que ele propôs, mas não foi bem-sucedido. Esse BC global transformaria os superávits comerciais chineses, por exemplo, em contas e os déficits de outros países virariam dívidas. O plano de Keynes era taxar esses saldos excessivamente positivos para que nenhum país ficasse por muito tempo com superávits maiores que certo nível preestabelecido. Haveria, igualmente, penalidades para aquelas nações deficitárias. Haveria equilíbrio, enfim. Claro que, na época de Keynes, as moedas não flutuavam. Hoje, temos um sistema caótico em que algumas moedas flutuam, outras são fixas e outras são manipuladas. É uma bagunça. Os resultados da falta de um sistema monetário internacional apropriado é que alguns países, como o Brasil e o Chile, ao receberem enormes fluxos de capital, veem suas moedas valorizarem e precisam tentar, desesperadamente, parar esse movimento.



No pós-Guerra, Keynes propôs a criação de uma ordem monetária e financeira alternativa, com uma moeda única, de valor formulado em ouro. Hoje, num mundo que sofre com a dependência do dólar, viu-se o risco desta alternativa. Todos querem migrar para um sistema misto. Keynes teria errado neste ponto?

Não. Ele propôs, na verdade, uma âncora para ganhar estabilidade; e isso pode ser feito também com uma cesta de divisas.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

VEJA entrevista o Nobel EDWARD PRESCOTT.


Hoje na VEJA, entrevista com o Nobel EDWARD PRESCOTT.

Os Estados Unidos correm o risco de enfrentar uma “década perdida” se reformas urgentes não forem colocadas em andamento. O alerta é do economista e matemático norte-americano Edward Prescott, ganhador do Prêmio Nobel de Economia em 2004 e conselheiro do banco central dos EUA (Fed).
Prescott defende que o presidente americano, Barack Obama, diminua gastos e impostos, além de relaxar a regulação nos mercados. Ele também argumentou que a Casa Branca tem de eliminar o que classifica como subsídios “ineficientes”, como aqueles concedidos aos produtores americanos de etanol feito de milho. “O etanol brasileiro é muito mais barato”, afirma.
O conselheiro do Fed declarou apoio às medidas tomadas pela instituição no combate à inflação, mas criticou a política de resgatar antecipadamente títulos do Tesouro americano com o objetivo de injetar liquidez na economia – prática que ficou conhecida como “afrouxamento quantitativo” (QE, do inglês quantitative easing) “Eram somente subsídios disfarçados”, afirma.
O economista rechaça a visão de que esse afrouxamento teria colaborado para valorizar as moedas nos países emergentes. Na avaliação dele, a apreciação ocorreu em função do crescimento rápido dessas economias. Edward Prescott visita o Brasil nesta semana. Ele conversou com o site de VEJA no evento “Economia global: riscos e oportunidades”, realizado pelo Principal Financial Group.

O senhor tem se destacado como um crítico contumaz das escolhas realizadas pelo governo Barack Obama. Por que?
Tenho sido crítico assim porque tenho uma convicção: o que acontece num determinado país depende muito mais do que seus governantes fazem do que de fatores externos. Só algumas partes do mundo estão muito mal atualmente. Canadá, México, América Latina, o norte da Europa, a China e a Índia vão muito bem. Os Estados Unidos foram tão bem por tanto tempo que as pessoas enjoaram e quiseram mudanças (risos). Por isso, houve uma grande guinada na composição dos legisladores no Congresso, particularmente no Senado. Nos últimos dois anos, a economia americana vai muito mal por absoluta culpa de nossos governantes. Corremos o risco de enfrentar uma “década perdida” de crescimento, como aconteceu no Japão nos anos 90, se reformas urgentes não forem feitas.

A administração Obama poderia fazer mais para estimular o crescimento e não correr o risco de perder uma década?
Já seria bom se o presidente fizesse menos, isto é, parasse de bloquear o crescimento. Os gastos da administração Obama, por exemplo, são assustadores e têm de ser contidos. Precisamos de menos regulação nos mercados, mais competição e menos subsídios a ineficiências. Os subsídios aos produtores de etanol de milho são um exemplo. Eles mantiveram por muito tempo o álcool brasileiro de fora do jogo no mercado americano. E o etanol brasileiro, produzido de cana-de-açúcar, é muito mais barato. Subsídios são ruins. O Japão e a Itália fizeram o mesmo e perderam uma década. Precisamos discutir já as reformas necessárias e chegar a um consenso sobre como implementá-las.

Há um problema diante desta tarefa: o antagonismo político piorou muito nos EUA. O acordo de último minuto sobre o aumento do teto da dívida foi um claro exemplo disso. Considerando esse ambiente, como facilitar o consenso para adoção de reformas?
Esse antagonismo não é novidade. Nos Estados Unidos, sempre existiram dois grupos: um que quer aumentar os gastos públicos e ter mais distribuição de renda; e outro que quer cortar despesas e impostos. A divisão só ganhou mais publicidade desta vez. Houve debates como esse nas presidências de Nixon, Carter, Reagan e Clinton. A questão é o que vai acontecer com os gastos e os impostos. Os tributos no país já estão em um nível muito alto historicamente. Veja Singapura. O governo deles gasta um quarto menos com o sistema de saúde, o que é muito melhor. O presidente Obama está tentando implantar nos EUA um estado de bem-estar social, mas  já ficou demonstrado, pelo exemplo da Europa, que isso não funciona.
De qualquer forma, respondendo a sua pergunta, a execução das reformas dependerá muito das próximas eleições, sobretudo no Senado. É possível que ocorram mudanças. Os congressistas e a Casa Branca têm de encontrar um jeito de sair dessa situação. Contudo, coisas boas podem acontecer mesmo antes da implementação das reformas porque são as expectativas que determinam as decisões das pessoas.

O BC americano manteve as taxas de juros perto de zero por muito tempo e, na semana passada, decidiu estender esses baixos valores até 2013. Essa ferramenta aparentemente não está tendo o efeito esperado para estimular a economia. Como o senhor avalia a atuação do Fed na crise?
As autoridades do Fed determinam o nível de preços da economia e eles têm feito um bom trabalho. Tivemos uma inflação de aproximadamente 2% em doze meses, que está estável em relação à meta. Sou contrário, no entanto, a essa estratégia de se comprometer por tanto tempo com taxas de juros baixas. Não podemos nos esquecer de que o quadro inflacionário simplesmente pode mudar. A credibilidade do governo e dos bancos centrais depende de uma inflação previsivelmente baixa. E também da capacidade de lidar com crises. Quando todos ficam com medo, os empréstimos congelam, como em setembro de 2008. Naquela época, o Fed acertou em promover uma grande liquidez e evitou uma crise muito maior, que poderia ter acabado com a economia real, como a crise 1929.

Como o senhor avalia os resultados da estratégia de antecipar o pagamento de títulos do Tesouro para injetar liquidez na economia?
Esse afrouxamento monetário foi só uma forma de conceder subsídios disfarçados. Não foi uma estratégia boa. Aconteceu por razões políticas. Ao menos, não prejudicou os Estados Unidos em nada.

Mas prejudicaram o resto do mundo, não? A política monetária frouxa dos EUA não acabou colaborando para a valorização das moedas nos países emergentes?
Eu entendo que o real, assim como outras moedas de emergentes, valorizou-se muito em relação ao dólar. Entretanto, se o Brasil está em trajetória vertiginosa de crescimento, a moeda vai se valorizar de qualquer forma. Já aconteceu no Canadá, na Austrália. Não tem nada a ver com a política monetária americana.

Qual é a probabilidade de uma nova rodada de afrouxamento monetário?
Improvável. O governo tem tentado diminuir a dívida. Não soube de nenhuma estratégia para um novo QE.

Nas últimas semanas, tem havido uma onda de aversão ao risco nos mercados globais por conta da quebra de expectativas em relação à Europa e aos Estados Unidos. O senhor veio ao Brasil, não somente para falar dos riscos, mas também de oportunidades. Quais seriam?
As bolsas estão voláteis, mas historicamente elas registram muito mais ganhos no longo prazo que títulos de dívida ou poupança. Os mercados estão muito abaixo de seu valor fundamental – por isso as chances de que subam são maiores. No curto prazo, é imprevisível. É claro que há riscos. Contudo, no longo prazo, é esse o lugar para estar.

sábado, 25 de junho de 2011

Uma aula na internet.

Para quem ainda não conhece, é altamente recomendável o site da KHAN ACADEMY http://www.khanacademy.org/. Trata-se do site do americano, descendente de indiano, Salman Khan, matemático do MIT, no qual ele explica de forma extremamente simples problemas complexos de várias áreas do conhecimento. Ele é um professor extraordinário e tem como alunos até os próprios filhos de Bill Gates.

domingo, 24 de outubro de 2010

QUANTO CUSTA UM BIG MAC?

O BRASIL está caro: o Big Mac, da rede McDonald's vendido por aqui por míseros US$ 5.26 somente é mais barato do que na SUIÇA , onde está por US$ 6.78. Na ZONA DO EURO custa US$ 4.79 - no pobre JAPÃO US$ 3.91 e no REINO UNIDO US$ 3.63.

Falta pouco para o BRASIL ser o melhor dos mundos... Que eu recorde, nunca antes neste país isso aconteceu. Mas, afinal, aqui é terra de rei. Rei PELÉ, claro.

domingo, 12 de setembro de 2010

domingo, 8 de agosto de 2010

LANÇAMENTO DE LIVRO.

Lançamento da semana: POLÍTICA MONETÁRIA: IDEIAS, EXPERIÊNCIAS E EVOLUÇÃO - Editora FGV.
Escrita por JOSÉ JÚLIO SENNA, um dos mais importantes economistas brasileiros, em linguagem dirigida não apenas a especialistas, mas também a leigos interessados em tema tão relevante, esta é uma obra de referência fundamental sobre política monetária. O livro trata da evolução da política de administração da moeda desde a Antiguidade até os dias atuais. São examinadas as principais teorias surgidas ao longo de todo esse tempo, bem como experiências importantes, algumas desastrosas, outras de sucesso, vividas no Brasil e em outros países.

terça-feira, 27 de julho de 2010

VIVA O POVO BRASILEIRO!

Lemos que dos 135.800.000 eleitores brasileiros:
  • 5,9% são analfabetos;
  • 14,6% dizem saber ler e escrever, mas não frequentaram a escola;
  • 33% frequentaram a escola mas não chegaram a concluir o 1º grau.
Logo, 53,5% do eleitorado, na melhor das hipóteses, resvalou pela escola, como bem escreveu Roberto Pompeu de Toledo.
  • Diante disso, quando seremos um país desenvolvido?
  • Diante disso, você, meu caro e-leitor, prevê alguma mudança na política brasileira?
  • Diante disso, alguém terá interesse na EDUCAÇÃO do eleitorado brasileiro?

sábado, 17 de abril de 2010

UM NOVO MERCADO É POSSÍVEL.

Que bom poder ler na VEJA desta semana uma matéria que fala de uma visão ainda mais liberal para a Economia.

Há dois anos, uma crise inaudita eclodiu nos Estados Unidos e arruinou as finanças de países inteiros. Críticos de esquerda regozijaram-se pelo abalo de um dos pilares do capitalismo, o livre mercado, e culparam a cobiça desenfreada de banqueiros pelo crash. Já os economistas do mainstream, representantes do consenso capitalista que administra os países mais maduros do planeta, reconheceram que houve falhas, como a ausência de um sistema regulatório mais eficiente para controlar fraudes e a especulação predatória. Apesar da vala mental que separa essas duas visões de interpretar o mesmo fenômeno, ambas convergiram na prescrição do remédio destinado a combater a recessão mundial. Recomendaram, em doses distintas, a ampliação da presença do governo, pelas vias do aumento dos gastos públicos, e também o acirramento da regulação financeira. Entretanto, há quem pense de forma diferente. Trata-se dos economistas da Escola Austríaca, uma corrente coesa de ultraliberais que exonera os propagandeados vícios do capitalismo dessa história. Segundo eles, foram na verdade as intervenções do governo que proporcionaram a crise. Mais do que isso, acreditam que o remédio que tem sido usado pelos governos mundiais, sobretudo o despejo de somas maciças de recursos estatais, é inadequado e trará mais problemas no futuro.

Na semana passada, o Instituto Ludwig von Mises, que congrega adeptos dessa corrente, realizou em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, o I Seminário de Economia Austríaca do Brasil. Em dois dias, foram debatidos os acontecimentos recentes da economia mundial, assim como o receituário heterodoxo e radical desses pensadores. Embora centenária e influente no passado, essa escola esteve, nos últimos anos, à margem do pensamento dominante. No século XX, os seus dois teóricos mais proeminentes foram Ludwig von Mises (1881-1973) e o ganhador do Nobel Friedrich von Hayek (1899-1992). Ambos tiveram papel notável na exposição das fragilidades intrínsecas do planejamento econômico e na condenação do socialismo, num momento em que boa parte daintelligentsia mundial via com fascínio o avanço soviético. Os escritos de Mises e Hayek acabaram por inspirar as reformas liberais que começaram nos anos 80. Agora seus seguidores propõem uma recuperação dessas ideias para oferecer uma alternativa em relação ao novo consenso que se forma no mundo pós-crise.

"A crise que vivemos hoje teve início com políticas do governo que levaram à formação de uma bolha especulativa no mercado imobiliário", sentencia o historiador Thomas Woods, autor do best-seller Meltdown, sobre o recente crash. Para Woods e seus colegas, isso pode ser comprovado por causa do papel que tiveram as empresas de hipotecas Fannie Mae e Freddie Mac. Embora privadas, elas tinham um status privilegiado, porque dispunham de uma linha de crédito especial do governo para estimular a venda de casas a pessoas de baixa renda. Juntas, detinham 75% das hipotecas dos americanos. A política de estimular a venda de casas para quem não possuía a menor condição de assumir os compromissos de um financiamento imobiliário foi potencializada pelos juros extremamente baixos. Quando Alan Greenspan, o ex-presidente do Federal Reserve estava no comando, a taxa básica permaneceu abaixo da inflação por mais de dois anos. A facilidade de adquirir um imóvel incendiou a demanda e os preços subiram rapidamente. Entre 1998 e 2006, as casas americanas ficaram 150% mais caras. Mais tarde veio a onda de calotes, e os preços desabaram. Para os austríacos, tanto os subsídios como os juros baixos demais foram erros que só podem ser atribuídos ao governo. "Os preços estavam fora da realidade. Criou-se uma prosperidade artificial e insustentável", diz o economista americano Mark Thornton, especialista em bolhas financeiras. O setor imobiliário foi ao chão e arrastou consigo o mercado financeiro. "Não fossem as investidas do governo, nada disso teria tomado as atuais proporções. Por isso dizemos que essa crise é do intervencionismo, e não do liberalismo", conclui Woods.

Contrariados com o avanço da mão estatal, os austríacos veem riscos adiante para a economia mundial. Para eles, os pacotes de auxílio do governo para recuperar a economia repetirão os erros do passado. Avaliam que a nacionalização de empresas quebradas (como ocorreu com a Fannie Mae e a Freddie Mac), o socorro aos bancos e o aumento do endividamento prolongarão a agonia, apesar do efeito de alívio momentâneo. "De onde sairá o dinheiro para arcar com tudo isso? Não existem muitos caminhos além do aumento de impostos e da impressão de mais moeda", diz Lew Rockwell, fundador do Instituto Mises. "Não se pode aceitar um liberalismo pela metade. É inadmissível entregar ao estado o controle da economia. Os interesses de um governo são sempre políticos. Quando esses interesses interferem nos caminhos do mercado, desencadeiam crises", afirma Rockwell. Durante os dois dias de seminários em Porto Alegre, tradicional sede de encontros de esquerda, como o Fórum Social Mundial (cujo lema é "Um outro mundo é possível"), os ultraliberais austríacos alardearam a ideia de que um novo mercado é possível.

JOSÉ SERRA E O BRASIL!

Como não poderia deixar de ser, registramos a capa da VEJA sobre a luta de JOSÉ SERRA para liderar O BRASIL na era pós-LULA.

terça-feira, 23 de março de 2010

O CAPITALISMO AMERICANO!

Direto da VEJA desta semana, o professor da Universidade Yale ROBERT SHILLER, diz, entre outras coisas que "Os Estados Unidos possuem uma tradição de respeito aos direitos humanos e à liberdade, antes mesmo da palavra capitalismo ter aparecido." E vai mais longe: "Faz parte da cultura americana manter o governo afastado da vida privada e dos negócios. A IMAGEM DOS ESTADOS UNIDOS COMO LÍDER DO CAPITALISMO SOBREVIVERÁ AOS DANOS PROVOCADOS PELA CRISE E AOS REMÉDIOS ESTATAIS MINISTRADOS PARA DIMINUIR SUA DURAÇÃO."
E ponto final!!!

domingo, 21 de fevereiro de 2010

ECONOMIA: MERCADO X ESTADO?

ANDRÉ PETRY, escrevendo direto de NYC na VEJA desta semana, conclui que:
"Na visão simplista das coisas, toda regulação é contra o mercado, e todo mercado regulado é contra o capitalismo. Nem Adam Smith (1723-1790), pai do liberalismo, era totalmente contra a regulação, a intervenção do estado. Smith desancava banqueiros e via pelo menos duas dezenas de funções insubstituíveis a ser cumpridas pelo estado. John Maynard Keynes (1883-1946), santo padroeiro dos estatistas, tampouco desprezava o livre mercado, cujo primado na criação da riqueza ele reconhecia. Smith escreveu sua obra maior em 1776 e se insurgiu contra um estado em que o rei decidia se um industrial podia abrir uma segunda fábrica ou não; em que um desempregado de Manchester que ousasse tentar uma colocação em Londres poderia ser preso e condenado à morte. A força teórica de Keynes não está na negação da livre-iniciativa, mas na demolição da crença de que as pessoas agem racional e previsivelmente em suas relações econômicas e, portanto, tudo pode ser explicado por lógica e estatística. Ou, como magistralmente resumiu o economista americano Hyman Minsky (1919-1996): "Keynes sem o conceito de incerteza é como Hamlet sem o príncipe da Dinamarca". A atualidade de Keynes pode ser resumida no conceito: "Nós não existimos para os mercados. Os mercados é que existem para nós". Ela ficou ainda mais evidente depois que o trem especulativo de Wall Street esmagou as pernas das forças produtivas. A de Smith fica clara também se adaptarmos para ele o conceito keynesiano: "Nós não existimos para os governos. Os governos é que existem para nós"."

CRISES SÃO INEVITÁVEIS.

Também, direto da VEJA, o Professor Barry Eichengreen, da Universidade da Califórnia, em Berkeley, defende a regulação do mercado financeiro, mas avisa que crises são inerentes ao capitalismo.

Há consenso de que o mercado financeiro precisa ser regulado pelo estado?

Há quem mantenha a velha retórica da autorregulação, que implica deixar ir à falência aqueles que assumem riscos excessivos e se dão mal. No mercado financeiro, porém, isso não é possível. Temos bancos grandes demais, interligados demais, para que possam falir sem colocar em risco todo o sistema. Por isso, é preciso regular. Até banqueiros concordam com isso. Estive em Davos no mês passado, durante o Fórum Econômico Mundial, e metade dos banqueiros com quem conversei acha que o estado precisa adotar um papel mais decisivo na regulação e na supervisão dos mercados financeiros.

A boa regulação financeira teria evitado a atual crise?

Por melhor que seja, a regulação financeira não evita crises. As crises, as recessões, a volatilidade são intrínsecas ao funcionamento do capitalismo e da economia de mercado. São as fraquezas do mercado. A saída é usar o poder regulador e as políticas distributivas para limitar ou compensar as crises e suas consequências negativas. Quem fica desempregado, por exemplo, pode ser requalificado, receber seguro-desemprego.

O capitalismo está num mau momento?

Nas economias avançadas, o momento é ruim. Mas nos mercados emergentes é o oposto. O que levou os Brics à atual posição de proeminência? A economia de mercado e a liberalização. Não se conhece nada melhor do que dar liberdade aos empreendedores. É a mola propulsora do milagre econômico da China. Com políticas saudáveis e estáveis, com boas políticas regulatórias e macroeconômicas, o capitalismo responde positivamente. O Brasil é um exemplo disso. O capitalismo moderno, surgido na Revolução Industrial, tem 200 anos de experiência. Sabemos que nele há benefícios e custos. Mas também sabemos que os benefícios do capitalismo são muito maiores que os custos.

A importância de debater o PIB nas eleições 2022.

Desde o início deste 2022 percebemos um ano complicado tanto na área econômica como na política. Temos um ano com eleições para presidente, ...