Do colega LUIZ CARLOS MENDONÇA DE BARROS em recente entrevista ao ESTADÃO, uma lição de como a nossa economia está e sua previsão para 2009 e 2010.
sábado, 8 de agosto de 2009
DA SÉRIE: LEITURA INEVITÁVEL - PREVISÃO 2009 E 2010
ECONOMIA EM RECUPERAÇÃO? SIM OU NÃO? TALVEZ?
É muito bom ler no ESTADÃO que o fim da recessão nos Estados Unidos está próximo, nas palavras do ex-presidente do Federal Reserve Alan Greenspan e do secretário do Tesouro, Timothy Geithner, em entrevistas diferentes à rede de TV ABC.
Tempos atrás reconheço minha total confiança na argumentação econômica do Greesnpan, porém hoje, mesmo continuando otimista, não tenho mais nele a confiança que depositava. Quanto ao Geithner, ainda está sendo avaliado... Portanto, a torcida é forte pela pronta recuperação econômica mundial, mas prudência e caldo de galinha não faz mal a nenhum economista neste tempo de crise.
A IMAGEM DA SEMANA É POLÍTICA
UM ECONOMISTA NO MUNDO REAL $$$
sexta-feira, 31 de julho de 2009
ECONOMIA E ELEIÇÃO = MISTURA AZEDA
É evidente o teor eleitoreiro do anúncio, pois sequer o PAC 1 consegue deslanchar. Grande feito seria desatolar os projetos do Plano de Aceleração do Crescimento formalmente em vigor.
Os números: em 2007, dos R$ 16 bilhões reservados (empenhados) para o PAC, apenas R$ 4,5 bilhões, ou menos de 30%, foram efetivamente gastos; em 2008, o índice subiu para 60%; este ano, no entanto, o quadro voltou a piorar: até 21 de maio, passado quase meio ano, só foram empenhados 37,6% da dotação de R$ 20,5 bilhões, e pagos somente R$ 3,7 bilhões Mesmo assim, R$ 3 bilhões provieram do orçamento do ano anterior.
Embora nos palanques da campanha precoce de Dilma - mal disfarçados em inaugurações e visitas a canteiros de obras - uma das palavras de ordem mais propaladas seja "investimento", isto é o que menos há no governo Lula.
Aos números: em 2002, final da Era FH - quando se instalou a tendência de crescimento dos gastos à frente do investimentos e do PIB -, os investimentos públicos foram de 2,1% do PIB, pouco menos que no início do primeiro governo tucano.
Em 2003, ano inaugural da Era Lula, caíram para 1,5%, embora deva ser reconhecido que se tratou de um período de ajuste, por causa da crise deflagrada em 2002 pelo "risco Lula" . A economia se recuperou, mas não os investimentos, apesar de todo o discurso. Eles continuam a patinar na faixa do 1% do PIB.
As estatísticas do PAC explicam parte do cenário anêmico nos investimentos. O resto da explicação fica por conta da gastança no custeio da máquina e com o funcionalismo.
Tudo fica evidente nas contas públicas do primeiro semestre: o superávit primário desabou para 1,28% do PIB (foi 4,4% no ano de 2008), basicamente porque, ao lado da queda na arrecadação, as despesas correntes (pessoal e custeio) aumentaram 2,7% do PIB, enquanto os investimentos, o melhor meio para ser usado em políticas anticíclicas, cresceram apenas 0,1% do Produto.
A OTIMISTA BOLSA E A CRISE
INVESTIMENTO VERSUS ASSISTENCIALISMO
FINAL DE JULHO/09 - OTIMISMO NA ECONOMIA
quarta-feira, 29 de julho de 2009
ECONOMIA + ADMINISTRAÇÃO
segunda-feira, 27 de julho de 2009
DA SÉRIE: LEITURA INEVITÁVEL - DELFIM NETTO
Conseguimos resgatar na Folha de S. Paulo este artigo de ANTONIO DELFIM NETTO, sobre “Entender o PIB”, que é nossa meta visando antecipar hoje, como estaremos em 31/12/09 e 31/12/10.
Há muitos anos sabemos que o "homem comum", com o qual tem de lidar a política econômica, é um ser gregário, altruísta, mais emocional e menos racional do que o frio e calculista "homem econômico". Este é uma conveniente máquina individualista e egoísta, que maximiza seus benefícios e minimiza seus sacrifícios, com a qual a profissão às vezes se diverte na tentativa de entender como funciona o sistema econômico.
Sendo assim, a reação de cada agente econômico às novas informações depende não apenas do seu entendimento mas também do entendimento e da reação dos outros.
Cria-se uma espécie de rede informal e invisível que "coordena" a resposta coletiva. É por isso que existem "ondas" de "otimismo" ou "pessimismo" e o comportamento da sociedade ou é de "rebanho" (quando há certeza sobre o futuro) ou de "manada" (quando o nível de incerteza cresce). Isso mostra a importância de prevenir os agentes econômicos sobre o significado real da informação, de forma que possam sempre relativizá-la dentro do contexto e evitar a resposta exagerada. Para dar um exemplo, tomemos as possíveis informações sobre o comportamento do nosso PIB em 2009.
Costuma-se medir a evolução do PIB comparando crescimento anual entre o mesmo trimestre de dois anos consecutivos, o que evita a influência das variações estacionais. Entre o terceiro trimestre de 2007 e o de 2008, o crescimento anual do PIB foi de 6,8%. Na comparação entre os quartos trimestres, ele caiu dramaticamente para 1,3%. O crescimento anual 2008/ 07 ainda foi de 5,1%. A crise que importamos em setembro de 2008 começa a dar sinais de ceder no início do terceiro trimestre de 2009.
As notícias que teremos no futuro sobre o PIB serão dramáticas, mas estarão refletindo apenas o que já aconteceu.
Suponhamos (não é uma "previsão", mas uma simples hipótese): a) que o PIB do 1º trimestre de 2009 tenha sido 2% inferior ao do 4º trimestre de 2008; b) que no segundo trimestre tenha se mantido no mesmo nível e c) que a partir do 3º trimestre ele cresça, sobre o trimestre anterior, 1% até o fim de 2010. O que revelariam as estatísticas do IBGE? Os números seguintes do crescimento anual de trimeste/trimestre: 1º trimestre 2009/08, -2,4%; 2º trimestre, -3,9%; 3º trimestre, -4,6% e 4º trimestre, zero.
O crescimento anual 2009/08 seria de -2,7%. A boa notícia é que em 2010 ele seria de 3,8%. O ponto importante a destacar é que, quando a dramática "nova" informação do 3º trimestre (queda de 4,6%) for feita, em janeiro de 2010 pelo IBGE, o PIB brasileiro já estaria crescendo 3%!
DA SÉRIE: LEITURA INEVITÁVEL - ENTREVISTA
Para os meus quase dois (milhões) leitores, abaixo uma otimista e esclarecedora entrevista com o colega Ilan Goldfajn, economista-chefe do Itaú-Unibanco e ex-diretor do Banco Central (BC), com data de 26/07/09 no ESTADÃO e o título “Juros não voltam para nível pré-crise''. Como é interessante ler uma entrevista que faz o leitor tomar uma aula de conhecimento e até fazer sua oposição ao entrevistado, porém após ter analisado as diversas variáveis do mundo econômico. Este é o tipo de entrevista que temos que ler e guardar. Ao final do ano, vamos comparar as "previsões".
Segundo o ex-diretor do BC, a taxa Selic tende a subir nos próximos anos, mas não deve voltar a ter dois dígitos. Os juros de longo prazo no Brasil estão altos demais porque a taxa de juros real de equilíbrio - aquele que faz com que a economia cresça sem inflação - caiu para o nível de 4% a 5% ao ano e não vai voltar para onde estava antes da crise. Ao contrário de parte do mercado, o Itaú-Unibanco, que tem projeção de inflação abaixo de 4% para 2010, só vê a Selic (taxa básica) subindo de novo em 2011, e mesmo assim de forma moderada.
Mas nem tudo são flores para Goldfajn. Ele critica a política de expansão dos gastos correntes, que mantém o Brasil num ritmo potencial de crescimento de 4% a 4,5%, quando poderia estar entre 6% e 7%, com taxa de juros real perto de 3%. Outra consequência do aumento dos gastos correntes, para ele, é a valorização cambial, que pode levar o real a R$ 1,70 em 2010. O mundo está disposto a financiar o investimento no Brasil e empurra o País a consumir, na visão de Goldfajn. A contrapartida, porém, será o aumento do déficit em conta corrente, algo que, ele prevê, deve provocar forte debate em 2010. O risco são políticas equivocadas para conter a valorização cambial sem mexer na política fiscal, que podem elevar a inflação e os juros. A seguir, a entrevista.
Por que os juros de longo prazo estão tão descolados?
Há várias razões, e uma delas está ligada à visão geral dos juros no mundo. Toda vez que há uma recessão, e desta vez ela é global, os juros caem o suficiente para estimular a economia. Depois, quando a economia já foi estimulada, os juros voltam a subir. Hoje, os juros estão no limite do que podem baixar: zero ou próximo de zero nos Estados Unidos, na Europa e no Japão. Uma vez que se chega a esse piso, é normal as curvas se inclinarem para cima: a única coisa que pode acontecer daqui em diante é subir. Isso se traduz em vários mercados e, em alguns deles, faz sentido. No caso do Chile, o juro chegou a 0,5%, então a curva mostra que ele vai voltar ao normal.
E o Brasil?
Bem, pode existir uma economia que não estava com os juros no seu equilíbrio, ou na qual o juro de equilíbrio estava caindo, por diversas razões. Nesse caso, o juro não tem de voltar ao nível anterior, mas sim para onde ele chegaria caso a redução gradual do juro de equilíbrio persistisse e não fosse interrompida pela queda brusca ligada ao estímulo para sair da recessão. Em outras palavras, o juro voltaria para um nível mais baixo do que aquele de onde saiu. Assim, para acreditar que o juro do Brasil tem de voltar para perto de onde estava antes da crise, é preciso acreditar que antes da crise ele estava num nível neutro e constante. A minha visão é de que os juros no Brasil estavam e continuam numa tendência de queda. Falo do que se chama juro de equilíbrio, ou juro neutro, aquele que faz com que a economia cresça sem inflação. Houve momentos em que o juro real precisou ser 15%, depois foi caindo para 10%, para 8%, e hoje acho que estamos próximos de 4% ou 5%.
Mas os juros no Brasil então não voltam mais? Bem, as possibilidades são de que volte quase totalmente, volte muito pouco, ou volte para um nível intermediário entre esses dois extremos. Eu acho que volta muito pouco. Acho que a Selic poderia ir até 8,25%, se ficar claro um cenário em que a inflação vai para baixo de 4%. O nosso cenário de inflação para o próximo ano é parecido com o do Banco Central, estamos com pouco mais de 3,8%. Acho que, lá para 2011, quando a economia estiver chegando perto de um ritmo de 4,5% e a inflação começar a voltar para a meta de 4,5%, a Selic poderia subir para, quem sabe, 8,75%. O grande teste é que haja um cenário de inflação consistente com o que falei. Se eu estiver certo, e subirem os juros, a inflação cai muito. Se eu estiver errado, e deixarem o juro onde está, a inflação vai acabar subindo.
O que permitiu toda essa queda do juro real de equilíbrio?
São 15 anos de estabilidade, de consistência, que você pode ver nas medidas de risco, como o CDS do Brasil (credit default swap, produto ligado ao risco de crédito dos títulos externos do governo brasileiro), em que estamos hoje abaixo do México e próximos do Chile. Tem o investment grade. E há aquela percepção mais geral de que o Brasil é uma democracia que conseguiu ter políticas econômicas com uma certa continuidade, que sobreviveram a mudanças de ministros e de partidos no governo.
Como o sr. vê a política fiscal brasileira?
Nossa visão é que o superávit primário efetivo vai para 1,5% do PIB, embora o resultado oficial a ser divulgado será de 2,5%, por causa de 0,5% de desconto por conta do Projeto Piloto de Investimentos (PPI) e mais 0,5% do Fundo Soberano. Acho que vai ficar em 1,5% por um tempo, e isso é compatível com um juro real de 4% a 5%, quando se pensa na dinâmica da dívida pública. O que aconteceu é que esse governo usou todo o espaço conquistado nos últimos anos, com a queda dos juros por causa da redução do risco, para aumentar os gastos correntes. Tem uma parte que foi para o PAC (Plano de Aceleração do Crescimento), mas é muito pouco.
E o que o sr. acha do aumento dos gastos correntes?
Considero ruim. Isso se dá em prejuízo de maiores investimentos. A opção por mais gastos correntes significa um crescimento mais moderado. Significa que nosso crescimento, que vai ficar em 4%, 4,5%, poderia subir para 6%, 7%. O juro real poderia cair ainda mais, para perto de 3%. Por outro lado, o mundo vai nos ajudar a investir, mas ao preço de aumentarmos nosso déficit em conta corrente. Esse é outro aspecto dessa política fiscal, o câmbio mais valorizado.
Por quê?
O câmbio apreciado ajuda a importar, ajuda a consumir. Ele faz com que possamos consumir e investir ao mesmo tempo, mas a contrapartida é o aumento do déficit em conta corrente, que é a poupança externa. O mundo está dizendo para não nos preocuparmos porque ele vai financiar o nosso investimento.
Como assim?
Nós somos muito bons de consumir. Se tivéssemos que poupar, aí seria um problema. Nós hoje estamos junto com um grupo de países que inclui China, Índia e Indonésia, que são a coqueluche dos relatórios de bancos de investimento e que têm em comum grandes populações e mercados internos. O mundo está investindo nesses países e empurrando-os a consumir. A nossa diferença é que poupamos menos, então teremos um déficit em conta corrente maior. Outra forma de olhar para isso é constatar que o dólar vai ter de ser mais fraco. Quais são as moedas que vão ficar mais fortes? A grande dúvida do mundo é essa, qual é a contrapartida do dólar fraco. Com Europa e Japão com desempenho econômico fraco, é difícil imaginar como é que as suas moedas vão se apreciar. A China, claramente, tem de ser uma contrapartida, mas tem uma viscosidade lá, eles não deixam, tentam segurar o câmbio desvalorizado, na base de não deixar o mercado funcionar. Já as moedas flutuantes dos países emergentes vão sofrer pressão para se valorizar.
Qual a sua previsão para o câmbio no Brasil?
Acho que o câmbio vai se valorizar um pouco mais do que se espera por aí. Penso que pode fechar este ano em R$ 1,80 e ir na direção de R$ 1,70 lá na frente, no fim do próximo ano. Eu acho isso exatamente porque tenho a impressão de que o Brasil se encaixa muito bem no mundo nesse papel de consumidor que está faltando. Daquele consumidor de última instância.
Isso não vai preocupar os economistas desenvolvimentistas?
Na minha opinião, 2010 vai ser um ano de debate sobre déficit corrente, sobre câmbio apreciado, sobre regime cambial. Acho que não deveria ser feito, mas vai haver muito desejo de mexer um pouquinho na política cambial, de tentar deixar o câmbio mais desvalorizado. Há o risco de nós não aceitarmos a consequência de uma política fiscal mais frouxa, que é o déficit em conta corrente. Aliás, é fácil de resolver. Sobe o superávit primário, que significa poupar mais, e investe esse excesso. Mas o perigo é entrar num processo de tentar evitar um déficit em conta corrente sem mexer na política fiscal, o que acaba batendo na inflação e nos juros. Seria tentar manter o câmbio desvalorizado sem mexer nos fundamentos.
Será que esse risco também pode ser parte da explicação para os juros de longo prazo mais altos?
Sim, também é, embora eu tenha a impressão de que aquela questão global que eu mencionei é muito relevante.
domingo, 26 de julho de 2009
A ECONOMIA SEGUNDO O IPEA
DA SÉRIE: LEITURA INEVITÁVEL
A ECONOMIA AMERICA E A ELEIÇÃO BRASILEIRA EM 2010
Os juros americanos vão continuar baixos por longo tempo e novas medidas de apoio à recuperação econômica poderão ser tomadas pelo Federal Reserve (Fed). Mas, apesar disso, já é tempo de se pensar numa estratégia para a fase seguinte, quando será preciso desmontar as medidas de combate à recessão. As duas mensagens foram transmitidas pelo presidente do Fed, Ben Bernanke, em depoimentos na Câmara e no Senado,
As perspectivas da economia americana parecem estar melhorando, mas a recuperação será lenta e o desemprego permanecerá elevado por muito tempo, segundo Bernanke. Os consumidores ainda estão muito endividados e os preços dos imóveis - apesar de algum aumento recente - permanecem muito baixos. O consumo, portanto, só voltará a crescer muito devagar e a lentidão deverá estender-se pelo próximo ano, advertiu o presidente do Fed. O aviso vale também para os demais países: com os consumidores retraídos ainda por muito tempo, as importações americanas deverão crescer também lentamente. Durante anos, o consumo nos Estados Unidos foi um dos principais motores da economia mundial. Esse motor, pela avaliação dos economistas do Fed, reproduzida nos depoimentos de Bernanke, deverá continuar em marcha lenta pelo menos até o fim do próximo ano.
Não há, por enquanto, sinal de pressões inflacionárias e esse quadro, de acordo com o presidente do Fed, não mudará antes de uma firme reativação da economia. Por longo tempo o objetivo da política monetária continuará sendo o fortalecimento da atividade econômica. Quando for preciso mudar, o aperto da política deverá ser gradual e o Fed, segundo Bernanke, dispõe dos instrumentos para promover a reorientação.
Mas a próxima etapa não vai depender apenas da autoridade monetária. Também é preciso, de acordo com o presidente do Fed, pensar desde já em como desmontar os enormes incentivos fiscais concedidos pelo Tesouro desde o agravamento da crise, nos meses finais do ano passado. Isso é tarefa não só para o Executivo, mas também para o Congresso, porque os parlamentares têm uma importante participação no desenho do orçamento federal. "Se não demonstrarmos um firme compromisso com a estabilidade fiscal, correremos o risco de não ter nem estabilidade financeira nem crescimento econômico durável", advertiu Bernanke durante o depoimento na Câmara de Representantes.
Esta advertência contém mais do que as palavras expressam: se Executivo e Congresso não fizerem sua parte, cuidando da arrumação do orçamento, o Fed terá muito mais trabalho para neutralizar o efeito inflacionário das medidas tomadas contra a recessão.
Na melhor hipótese, portanto, o Tesouro cuidará de sua parte e começará a desmontar no momento adequado os incentivos ao consumo e a vários setores produtivos. Isso facilitará a transição, mas, ainda assim, sobrará um enorme endividamento, se o déficit fiscal atingir os níveis previstos para este ano e para o próximo, em torno de US$ 1,8 trilhão no exercício fiscal de 2009 e de US$ 1,2 trilhão no seguinte. Será preciso rolar uma dívida bem maior que a dos anos anteriores à crise e isso pressionará, provavelmente, os juros correntes no mercado. Ao mesmo tempo, o aperto da política monetária, mesmo gradual, também contribuirá para encarecer o crédito. O efeito será pior se o ajuste fiscal for deixado para mais tarde.
A dívida pública e a evolução dos juros americanos serão assuntos importantes para quem vencer a eleição presidencial do Brasil. Se o sucessor do presidente Lula herdar um orçamento em estado razoável, poderá atravessar o ajuste pós-crise sem maior dificuldade. Se precisar correr atrás de financiamento, terá um difícil início de governo. Se o presidente Lula continuar aumentando os gastos para ganhar a eleição, deixará um legado incômodo para seu sucessor - e para o País.
ECONOMIA - PREOCUPAÇÃO COM O DÓLAR
A importância de debater o PIB nas eleições 2022.
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