terça-feira, 14 de junho de 2016

Roberto Campos: profético em 1964 para o Brasil de 2016.

Em 23 de abril de 1964, Roberto Campos expôs ao presidente Castello Branco sua avaliação sobre “a crise brasileira e diretrizes de recuperação econômica”.

Na época, eram quatro as características pelas quais o Brasil estava em crise:

1 - Inflação acelerada

2 - Paralisação do crescimento

3 - Crise cambial

4 - Crise de motivação

Decorridos 52 anos do diagnóstico e observadas as devidas proporções econômicas e políticas, nota-se que o país continua com 75% dos mesmos problemas.

Brasil 2016, um país em busca de solução!   

segunda-feira, 13 de junho de 2016

Ilan Goldfajn: discurso de posse no Banco Central.

Trechos do discurso de posse de Ilan Goldfajn no Banco Central do Brasil, em 13 de junho de 2016:

"Não há crescimento sustentável e bem-estar social duradouro sem inflação baixa e estável. Pelo contrário, a literatura econômica já refutou por diversas vezes o falacioso dilema entre a manutenção de inflação baixa e crescimento econômico. Nossa história recente bem demonstra que níveis mais altos de inflação não fomentam o crescimento econômico, pelo contrário, desorganizam a economia, inibem o investimento, a produção e o consumo e impactam negativamente a renda, o nível de emprego e, por fim, o bem-estar social. A manutenção de um nível baixo e estável de inflação reduz incertezas, eleva a capacidade de crescimento da economia e torna a sociedade mais justa, por meio de um menor imposto inflacionário, um dos mais regressivos. O regime de metas para a inflação é um robusto arcabouço de política monetária que já provou sua confiabilidade e eficácia nos mais diferentes cenários, mesmo em situações de estresse, no Brasil e no resto do mundo".

Boletim Focus: base 10/06 e o PIB em queda de 3,60%.

No Boletim Focus, divulgado hoje pelo Banco Central, o mercado fez alguns ajustes em suas projeções, com destaque para o IPCA e a Selic.  

Em síntese: 
PIB: melhorou de -3,71% para -3,60%;
Inflação: subiu de 7,12% para 7,19%;
Dólar: caiu de R$ 3,68 para R$ 3,65;
Taxa básica de juros (Selic): subiu de 12,88% para 13,00%.

Fonte:

domingo, 12 de junho de 2016

Thomas Elliot Skidmore: 1932 - 2016.


Um triste dia com o morte de Thomas Elliot Skidmore, um dos maiores brasilianistas, autor de diversos livros sobre o Brasil e intelectual referência para quem gosta de ler sobre a história brasileira. "Uma história do Brasil" é um dos meus favoritos.   

É possível localizar no Brasil de 2016 um novo Celso Furtado?

Lendo o excelente ELIO GASPARI na FOLHA DE S. PAULO, num trecho onde é citado o nome de Celso Furtado, volto a perguntar: é possível ainda existir no Brasil de hoje um nome com a honestidade de Celso Furtado, independentemente da visão econômica e política? 

Celso Furtado viveu 84 anos, foi superintendente da Sudene, ministro do Planejamento e da Cultura e nunca teve seu nome envolvido no sumiço de um só alfinete. Em 2011, o comissariado petista lançou ao mar o petroleiro que leva seu nome, e Dilma Rousseff discursou festejando a obra da Transpetro: "No Brasil, muita gente dizia que dava para crescer, mas que poucos ficariam ricos. Celso Furtado disse que crescimento era uma coisa e desenvolvimento era outra, que país só se desenvolvia se o povo crescesse junto".

Em 2015, o estaleiro de onde saiu o "Celso Furtado" fechou, desempregando 2.000 trabalhadores, mas uns poucos maganos ficaram ricos. A memória do presidente da Transpetro, Sérgio Machado, mostrou a distância que há entre as teorias de Celso Furtado e a prática da criação de polos navais no Brasil. Desde 1955, os contribuintes financiaram três, e todos quebraram.

Machado contou que a construção do "Celso Furtado" atrasou e que ele embolsou um capilé para aliviar o valor da multa. Em 2011, a Transpetro contratou a construção de oito navios, metendo Sérgio Buarque de Holanda e o economista Rômulo de Almeida na fantasia. O contrato ficou em US$ 536 milhões. A lasca de Machado foi de US$ 1,5 milhão. 

quinta-feira, 9 de junho de 2016

The Economist: How to make a good teacher - June 11th 2016.


Matemático Marcelo Viana do IMPA: Grande Prêmio Científico Louis D 2016.

Le Grand Prix scientifique 2016 de la Fondation Louis D.-Institut de France, doté de 450 000 €, sur le thème « géométrie, géométrie algébrique, géométrie differentielle, systèmes dynamiques », est attribué conjointement à François Labourie (Université Nice-Sophia Antipolis) et Marcelo Viana (Unité mixte internationale CNRS - IMPA).


Marcelo Viana a toujours eu de très bons professeurs de mathématiques, ce qui explique peut-être qu’il a toujours aimé cette discipline. Son interêt pour les systèmes dynamiques remonte la fin de ses études universitaires. Une visite à l’ENS à Paris, en 1985, était à l’origine de son premier article de recherche, qui lui a aussi ouvert les portes du doctorat à l’IMPA (Instituto de Matemática Pura e Aplicada, Rio de Janeiro). Il travaille sur plusieurs aspects de la théorie des systèmes que l’on dit chaotiques, c’est-à-dire, dont l’évolution est sensible à des petites variations de l’état initial. Ses travaux lui ont valu plusieurs distinctions académiques, notamment de faire un exposé plénier au Congrès international des Mathématiciens en 1998. Il a dirigé plus d’une trentaine de thèses doctorales et joue un rôle important dans la coopération franco-brésilienne en mathématiques. Il est actuellement directeur général de l’IMPA et président de la commission organisatrice du prochain Congrès international des Mathématiciens, prévu à Rio de Janeiro en 2018.

Brasil = corrupção + crise econômica.

Hoje, um dos melhores títulos de editoriais do ESTADÃO que li nos últimos dias. Corrupção e crise econômica”, resume com inteligência a situação do nosso atual Brasil.

Conforme o jornal, o Banco Mundial passou de 3,9% para 4% a contração econômica prevista para o Brasil em 2016. O crescimento de 1,3% estimado em janeiro para 2017 foi substituído por uma retração de 0,2%. Pelas novas contas, a produção só voltará a aumentar em 2018, com um modesto avanço de 0,8, bem menos de metade da expansão média de 2,1% projetada para a América Latina e o Caribe.


O cenário de contas públicas desarrumadas, baixo investimento e inflação elevada é o mesmo apresentado na maior parte das análises de instituições oficiais e privadas.

Copom mantém a taxa Selic em 14,25% ao ano.

O Copom decidiu, por unanimidade, manter a taxa Selic em 14,25% a.a., sem viés.

O Comitê reconhece os avanços na política de combate à inflação, em especial a contenção dos efeitos de segunda ordem dos ajustes de preços relativos. No entanto, considera que o nível elevado da inflação em doze meses e as expectativas de inflação distantes dos objetivos do regime de metas não oferecem espaço para flexibilização da política monetária.

Votaram por essa decisão os seguintes membros do Comitê: Alexandre Antonio Tombini (Presidente), Aldo Luiz Mendes, Altamir Lopes, Anthero de Moraes Meirelles, Luiz Edson Feltrim, Otávio Ribeiro Damaso, Sidnei Corrêa Marques e Tony Volpon.

quarta-feira, 8 de junho de 2016

Inflação de 0,78% em maio/2016 é a maior desde 2008.

Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA de maio apresentou variação de 0,78% e superou o índice de abril (0,61%) em 0,17 ponto percentual (p.p.). Foi a taxa mais elevada para os meses de maio desde 2008 (0,79%). Assim, o acumulado no ano (4,05%) foi inferior aos 5,34% registrados em igual período de 2015. O acumulado nos últimos doze meses (9,32%) ficou pouco acima dos 9,28% relativos aos doze meses imediatamente anteriores. Em maio de 2015 o IPCA fora de 0,74%.


A publicação completa sobre o IPCA pode ser encontrada aqui.

Ilan Goldfajn por Ilan Goldfajn: sem mistérios e invenções, direto ao ponto.

Trechos do discurso do competente Ilan Goldfajn na sabatina de sua indicação, agora devidamente aprovada, para a presidência do Banco Central do Brasil. 

O cenário atual é desafiador, com níveis de instabilidade econômica e política superiores à média histórica.
A situação econômica exige grande atenção. Atravessamos a pior recessão da história brasileira, com desemprego em alta e relevante desafio fiscal. Há problemas conjunturais e dificuldades estruturais. A incerteza econômica paralisou o investimento e sequestrou a esperança de muitos.
Ao mesmo tempo, nos encontramos em ambiente internacional desafiador. O período de ventos favoráveis na economia global ficou no passado e a era de juros nulos ou negativos está perto de seu fim, pelo menos nos EUA. Mas tenho absoluta confiança na reversão do atual quadro interno.
Há que se buscar uma economia mais produtiva, competitiva e justa, uma economia que volte a crescer e criar empregos. Uma economia que o Brasil precisa e merece.
Para recuperar a economia, ela precisa ser gerida de forma competente, responsável e previsível. Só assim poderemos estimular o investimento e o crescimento.
Os esforços atuais e as políticas recém-anunciadas têm a direção correta, o que tem permitido o início da recuperação da confiança, essencial para a retomada da economia.
A credibilidade das políticas e dos gestores é essencial, em especial neste momento.
O governo está claramente imbuído do esforço de levar à frente reformas estruturais que, a partir de amplas negociações na sociedade, terão a capacidade de alterar definitivamente o ambiente no país, com profundos e duradouros benefícios para a população.
Mais especificamente, no que tange à política fiscal, a administração do Ministro Henrique Meirelles está consciente e mobilizada para devolver ao país a credibilidade fiscal perdida nos últimos anos.
A eficiência da política monetária do Banco Central será tanto maior quanto mais bem-sucedidos forem os esforços na implantação de reformas e na recuperação da responsabilidade fiscal.
A atuação harmônica e autônoma entre o Ministério da Fazenda e o Banco Central será um fator-chave de sucesso para a recuperação econômica sustentável que todos queremos ver à frente.
Considero haver praticamente consenso de que é preciso reconstruir o quanto antes o tripé macroeconômico formado por responsabilidade fiscal, controle da inflação e regime de câmbio flutuante, que permitiu ao Brasil ascender econômica e socialmente em passado não muito distante.
Todos os brasileiros esperam que a equipe econômica, com o importante apoio do Congresso Nacional, tenha a capacidade de assegurar a retomada de uma trajetória sustentável da dívida pública através da implementação, entre outras medidas, de um teto para o crescimento do gasto público.
Do lado do Banco Central, apoiaremos esse esforço pela via do controle da inflação, que ajudará na redução do risco país, na recuperação da confiança e na retomada do crescimento, e pelo respeito ao regime de câmbio flutuante vigente, que mostrou seu valor para o enfrentamento de crises externas no passado e para o equilíbrio interno e externo da economia brasileira.
O Banco Central também tem o trabalho contínuo – em conjunto com outras instituições – de aprimorar o sistema financeiro. Um sistema mais eficiente permite melhor intermediação dos recursos da sociedade e uma política monetária mais eficaz, que reduz os custos das ações do Banco Central.  

terça-feira, 7 de junho de 2016

Brazil is forecast to contract 4 percent in 2016!

WASHINGTON, June 7, 2016 - The World Bank is downgrading its 2016 global growth forecast to 2.4 percent from the 2.9 percent pace projected in January. The move is due to sluggish growth in advanced economies, stubbornly low commodity prices, weak global trade, and diminishing capital flows.


Brazil is forecast to contract 4 percent in 2016, and its recession is expected to carry over into 2017, amid attempts at policy tightening, rising unemployment, shrinking real incomes and political uncertainty.

Previsão da taxa de câmbio para 31/12/2016: R$/US$ 3,65?


Estimar indicadores como o PIB, a taxa de juros, a taxa de inflação etc é trabalho complexo e, em se tratando de taxa de câmbio, nota-se que especialmente não é tarefa fácil. Pior ainda quando um colega em preparação para viagem ao exterior quer saber se deve ou não comprar a moeda hoje ou deixar para outro momento. Por mais que tenhamos uma pronta resposta, o nosso desconforto pela incerteza pode nos levar até a perder uma quase amizade. Neste tipo de situação a racionalidade de Mario Henrique Simonsen prevalece ao dizer que “em matéria de câmbio, não é pecado mentir”. Isso posto, ao compararmos durante o período de 2001 a 2015 a taxa de câmbio nominal com a taxa de câmbio efetiva, ousamos prever com a melhor das intenções que em 31/12/2016 a nossa taxa de câmbio R$/US$ estará no valor de R$ 3,65

Neste caso, já anotamos para posterior conferência. 

E boa viagem ao nosso estimado colega pernambucano!

Ilan Goldfajn: Presidente do Banco Central do Brasil.


Com inteligência, Ilan Goldfajn, novo Presidente do BACEN, entende que não precisa reinventar a roda e que o tradicional tripé macroeconômico (regime de câmbio flutuante, responsabilidade fiscal e controle da inflação) será devidamente observado, aliada à defesa pela autonomia do Banco Central.

Relevante destacar que o foco de sua gestão será cumprir plenamente o centro da meta da inflação

Sucesso ao competente Economista, mesmo ciente que não terá tarefa fácil pela frente!

segunda-feira, 6 de junho de 2016

Brasil: um país sem poupança, sem presente e sem futuro!



A caderneta de poupança completou o quinto mês consecutivo de saques. Em maio, as retiradas superaram os depósitos em R$ 6,591 bilhões, o pior desempenho já registrado para o mês. Os saques líquidos no ano totalizam R$ 38,888 bilhões, no pior acumulado de cinco primeiros meses da série histórica compilada pelo Banco Central (BC) desde 1995.
Fontes: http://www.bcb.gov.br/?IMPRENSARELPOP
http://www.valor.com.br/financas/4590765/poupanca-tem-maior-saque-para-maio-desde-1995

Macroeconomia do Desenvolvimento - Uma perspectiva keynesiana.



Lançamento de "Macroeconomia do desenvolvimento - uma  perspectiva keynesiana", de José Luis Oreiro, na Livraria Travessa, da Voluntários da Pátria, no próximo 20 de junho de 2016, das 19h às 21h30,  seguido de coquetel.


2016: Na Forbes, as 100 mulheres mais poderosas do mundo. Nenhuma é brasileira...


Como ocorre anualmente, a FORBES divulgou nesta data a lista das mulheres mais poderosas do mundo. 

Lamentavelmente, na lista das 100 nenhuma brasileira!!!

Em matéria do ESTADÃO, no topo do ranking a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, se mantém invencível no 1º lugar pelo sexto ano seguido. Na sequência está a ex-secretária de Estado e presidenciável norte-americana, Hillary Clinton. Depois vem a presidente do Federal Reserve, Janet Yellen; a filantropa Melinda Gates; a executiva-chefe da GM, Mary Barra; a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde; a diretora-operacional do Facebook, Sheryl Sandberg; a executiva-chefe do YouTube, Susan Wojcicki; a executiva-chefe da Hewlett-Packard, Meg Whitman; e a presidente do Santander, Ana Patricia Botín.

A importância de debater o PIB nas eleições 2022.

Desde o início deste 2022 percebemos um ano complicado tanto na área econômica como na política. Temos um ano com eleições para presidente, ...