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quarta-feira, 16 de maio de 2018

16/05/2018: Enquanto isso o dólar passa dos R$ 4,00.

Dólar turismo ultrapassa R$ 4 nas casas de câmbio, maior valor em mais de dois anos. Em São Paulo, a moeda americana era vendida nesta terça-feira a R$ 3,92 em dinheiro e R$ 4,08 no cartão pré-pago, já considerando o IOF. A cotação do dólar comercial, usado nas transações entre empresas, era de R$ 3,67. O real é a terceira moeda que mais perdeu valor frente ao dólar, entre janeiro e maio deste ano, ficando só atrás da lira turca e do peso argentino.
Fonte:LinkedIn

terça-feira, 15 de maio de 2018

Dólar bate novo recorde de alta e fecha em R$ 3,661.

Pelo terceiro pregão consecutivo, o dólar fechou novamente em alta hoje (15), cotado a R$ 3,661. Assim como ontem (14), a alta da moeda norte-americana bateu recorde e é a maior em dois anos. A última vez que o dólar ultrapassou esse valor foi no dia 7 de abril de 2016, quando encerrou o dia vendido a R$ 3,694. 

O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo, fechou em queda de 0,12%, a 85.130 pontos. 

A alta do dólar ocorre mesmo com ajustes na atuação do Banco Central no mercado de câmbio. Na última sexta-feira (11), após o fechamento do mercado, o banco anunciou ajustes nos leilões de contratos de sawps cambiais, equivalentes à venda de dólares mercado futuro. O BC passou a fazer leilões com vencimento em junho e antecipou operações adicionais.

sábado, 5 de agosto de 2017

Previsão para 31/12/2017: Dólar a R$ 3,10 e Selic em 7,50%.

Depois de avaliar o atual e instável cenário político um dos grandes bancos brasileiros aposta que o dólar fechará este ano valendo R$ 3,10 enquanto a taxa Selic chegará neste 2017 a 7,50% ao ano.   

A conferir!  

segunda-feira, 31 de julho de 2017

E no mês das férias, julho/17, o dólar comercial fechou em R$ 3,118.

Em dia de tranquilidade no mercado financeiro, a moeda norte-americana fechou em baixa e encerrou julho com a maior queda em mais de um ano. O dólar comercial encerrou esta segunda-feira (31) vendido a R$ 3,118, com baixa de 0,52%. A cotação está no menor valor desde 16 de maio (R$ 3,096), antes do agravamento da crise política.

Com o desempenho de hoje, o dólar fechou julho com baixa de 5,87%, a maior desvalorização mensal desde junho do ano passado, quando tinha caído 11,05%. Em 2017, a divisa acumula retração de 4,06%.

O mês terminou com ganhos no mercado de ações. O índice Ibovespa, da Bolsa de Valores de São Paulo, encerrou o dia com alta de 0,65%, aos 65.920 pontos. Em julho, a bolsa subiu 4,8%, o melhor desempenho mensal desde janeiro (7,38%). O indicador acumula ganhos de 9,45% no ano.


A queda do dólar não se repetiu com o euro. A moeda continua valorizada e encerrou julho vendida a R$ 3,692. Em 17 de maio, antes do agravamento das incertezas políticas, a divisa estava sendo vendida a R$ 3,502.


quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Em 14/02/2017 o dólar comercial fechou a R$ 3,09!

Em um dia de tranquilidade no mercado financeiro, a moeda norte-americana caiu e fechou no menor nível em mais de um ano e meio. O dólar comercial encerrou esta terça-feira (14) vendido a R$ 3,096, com queda de R$ 0,014 (0,45%). A moeda está no nível mais baixo desde 2 de julho de 2015, quando havia fechado na mesma cotação.
O dólar chegou a operar em alta no início da tarde, mas reverteu a tendência e voltou a cair perto do fim da sessão. A divisa acumula queda de 1,74% em fevereiro e de 4,73% em 2017.
A queda do dólar contou com a ajuda do Banco Central (BC), que vendeu US$ 300 milhões em contratos de swap cambial tradicional (operações que equivalem à venda de dólares no mercado futuro). Foi a primeira vez em duas semanas que a autoridade monetária fez esse tipo de operação, que reduz a cotação da moeda. O BC tem diminuído o ritmo de rolagem (renovação) dos contratos de swap cambial este mês.
Hoje, a presidente do Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano), Janet Yellen, disse, em audiência no Senado do país, que os Estados Unidos poderão aumentar os juros básicos da economia nas próximas reuniões. Juros mais altos na maior economia do planeta atraem capitais para países desenvolvidos e significam a retirada de recursos de países emergentes, como o Brasil.
Após as declarações de Janet, o dólar chegou a subir levemente durante a tarde. No entanto, voltou a cair nas horas finais de negociação com a entrada de recursos externos no país.
No mercado de ações, o dia foi de ajuste de ganhos, quando os investidores vendem ações para embolsar lucros de dias anteriores. Depois de ter atingido ontem o maior nível em quase cinco anos, o índice Ibovespa, da Bolsa de Valores de São Paulo, terminou o dia com queda de 0,38%, aos 66.713 pontos.
As ações da Petrobras, as mais negociadas, no entanto, encerraram em alta. Os papéis ordinários (com direito a voto em assembleia de acionistas) subiram 1,51%. Os papéis preferenciais (que têm prioridade na distribuição de dividendos) valorizaram-se 1,28%.
*Com informações da Prensa Latina

Edição: Carolina Pimentel

sábado, 11 de fevereiro de 2017

Dólar comercial a R$ 3,10 a menor cotação desde 25 de outubro.

Em um dia de calma no mercado financeiro, a moeda norte-americana teve forte queda e chegou ao menor valor em três meses. O dólar comercial encerrou nesta sexta-feira (10) vendido a R$ 3,109, com queda de R$ 0,021 (-0,66%). A cotação está no menor nível desde 25 de outubro (R$ 3,107).
O dólar abriu em baixa e ampliou o ritmo de queda durante a tarde. A divisa acumula queda de 1,3% em fevereiro e de 4,3% em 2017.
No mercado interno, a atuação do Banco Central foi insuficiente para conter a queda do dólar. Este mês, a autoridade monetária está rolando (renovando) menos contratos de swap cambial tradicional, que equivalem à venda de dólares no mercado futuro. Ao rolar menos esse tipo de contrato, o BC, em tese, diminui o ritmo de queda do dólar.
A queda da moeda norte-americana ocorre um dia após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, dizer que pretende lançar um plano que prevê cortes expressivos de impostos e desvalorização do dólar para atrair mais empregos para os Estados Unidos. Dia 9 a divisa tinha subido em todo o planeta após as declarações de Trump, mas caiu hoje. Dados positivos sobre as exportações chinesas ajudaram a empurrar para baixo a cotação do dólar.

No mercado de ações, o dia foi de fortes ganhos. O índice Ibovespa, da Bolsa de Valores de São Paulo, encerrou sexta-feira com alta de 1,79%, aos 66.124 pontos. As ações da Petrobras, as mais negociadas, subiram 2,44% (papéis ordinários, com direito a voto em assembleia de acionistas) e 3,52% (papéis preferenciais, com prioridade na distribuição de dividendos).

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Dólar a R$ 4,00 e sem previsão de baixa!!!



Lamentavelmente o Brasil é TETRA!!!


Iniciar o dia com dólar suavemente passando dos R$ 4,00 e sem destino, realmente é somente para os fortes!

Saber que no período de um ano a moeda norte-americana já valorizou quase 70%, isso tem um preço muito alto. 

Brasil, afinal, qual é o teu destino?

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Economia brasileira: previsões para um ano medíocre.

No Boletim Focus divulgado nesta data pelo Banco Central, não temos boas notícias para os meus quase dois (milhões de) leitores.

A inflação continua sua espiral ascendente, com o IPCA 2014 estimado para 6,43% e para 2015 6,45%, tudo isso bem acima da meta de 4,50%.

Para 2014 o PIB continua em queda livre não devendo ultrapassar a casa dos 0,20%, prevendo-se uma leve alta para 0,80% para 2015.

Quanto à Taxa Selic, manteve-se para 2014 e 2015 os percentuais de 11,50% e 12,00%, respectivamente.

E para quem deseja viajar nas férias que chegam em  breve, o dólar não colabora. Estima-se fechar 2014 em R$/US$ 2,55 e para 2015 R$/US$ 2,65.

Colegas mais pessimistas estimam o PIB 2014 em algo próximo a zero e o US$ a quase R$ 3,00.


Quem viver, sobreviverá? 

sábado, 1 de fevereiro de 2014

Analfabetismo e Dólar: onde o primeiro lugar é um inferno.

Recentes charges nos cearenses O POVO e DIÁRIO DO NORDESTE mostram a visão bem humorada para situações graves e preocupantes, cada uma à sua maneira: o dólar que não para de subir e o analfabetismo brasileiro, quase um campeão mundial. 

Isso pode Arnaldo?



sábado, 23 de novembro de 2013

E o brasileiro compra muito... no exterior.

Leio na FOLHA que apesar do dólar mais caro, gastos de brasileiros com viagens ao exterior não param de crescer.

Essas despesas somaram US$ 2,324 bilhões em outubro, maior valor mensal da história. No ano, o valor também é recorde: US$ 21,251 bilhões.


Para o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, o aumento da renda e do emprego no país explica essa expansão.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Déficit externo fragiliza o Brasil, alerta o BIS.

Editorial no ESTADÃO e a situação das nossas contas externas.   

A deterioração das contas externas de nações emergentes, como o Brasil, provocou desvalorização das moedas locais ante o dólar e levou alguns países a intervir nos mercados cambiais. A constatação é do Banco de Compensações Internacionais (BIS), em relatório distribuído no fim de semana. Além da piora generalizada dos emergentes, o Brasil é incluído entre os mais atingidos pela mudanças das condições de mercado globais.

Houve uma clara piora da situação macroeconômica dos principais mercados emergentes. Um dos pontos destacados é a redução do ritmo de crescimento da China, com efeito negativo sobre os demais países. Ocorreu um declínio na demanda esperada pelos exportadores de commodities, como o Brasil e a Rússia.

Países com altos déficits em conta corrente, como o Brasil, a Índia, a Indonésia, a África do Sul e a Turquia, enfrentaram rápida desvalorização de suas moedas. No Brasil, o déficit de US$ 9 bilhões na conta corrente do balanço de pagamentos, em julho, soma-se a pressões sobre o real devidas a incertezas políticas.

Entre 3 de maio e 5 de julho, por exemplo, o Brasil, a Índia e a Rússia depreciaram em aproximadamente 10% suas moedas, segundo o BIS. No mesmo período, o rendimento dos títulos indianos e russos subiu mais de cem pontos-base.

O BIS não distingue os problemas decorrentes de políticas econômicas duvidosas dos países emergentes de problemas em cuja origem está a perspectiva de mudança da política monetária norte-americana, um detonador de dificuldades.

Enquanto isso, o governo brasileira prefere culpar a economia global pelos problemas locais. Mas, como notou o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, em entrevista ao Estado, "passamos a ter uma vulnerabilidade". Segundo Meirelles, "a competitividade externa está sendo corrigida pela taxa de câmbio".O BIS enfatiza que a mudança nas condições globais afeta os mercados de papéis, as ações e as moedas dos países emergentes, "exacerbando as vulnerabilidades causadas pela dependência em relação a capital estrangeiro volátil".


Nos últimos anos - inclusive até o primeiro trimestre -, o Brasil se beneficiou muito com o ingresso de capitais externos. A redução do crédito é ruim para o País, cujo déficit em conta corrente está projetado entre US$ 75 bilhões e US$ 80 bilhões para este ano, ante US$ 54 bilhões em 2012 - e os investimentos não bastam para a cobertura.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

O câmbio está avisando.

No VALOR de hoje, uma aula de economia com o professor Delfim Netto. 

Idealmente, numa sociedade com sólidas instituições, em que o Estado é constitucionalmente constrangido a regular, de preferência, a atividade produtiva através da organização de mercados competitivos, que garantam a plena liberdade de escolha individual do emprego e do consumo, a política econômica objetiva dois equilíbrios dinâmicos: o interno e o externo.

O equilíbrio interno tenta atingir o nível da atividade econômica que esgota o fator de produção não transacionável mais escasso. Esse nível depende: 1) do consumo privado, influenciado pelo salário real, pela expectativa de emprego e pelo crédito; 2) do investimento privado, que depende da própria expectativa sobre o nível futuro da atividade, da taxa de juros real e do crédito; 3) das despesas discricionárias do governo no seu consumo, no processo redistributivo e no seu investimento; 4) das exportações, que dependem do nível da demanda externa, da produtividade da economia e, positivamente, da taxa de câmbio real; e 5) das importações necessárias para complementar o consumo, a produção e os investimentos, que dependem do nível da própria atividade e, negativamente, da taxa de câmbio real.

O equilíbrio interno exige, adicionalmente, que ele se realize com uma taxa de inflação relativamente estável e parecida com a dos competidores no mercado internacional.

Finalmente, o equilíbrio externo significa que eventuais déficits em conta corrente devem ser confortavelmente financiáveis e relativamente imunes aos aleatórios movimentos de capitais, que são induzidos pelos diferenciais das taxas de juros reais internas e externas.

Como, no mundo real, se realizam tais equilíbrios? Para os economistas da metodologia do "suponhamos que", é simples. Suponhamos: 1) um governo verdadeiramente crente na "eficiência dos mercados" e que dá a todos quantos existirem, as condições necessárias para a sua plena flexibilidade (de forma que sempre estarão em equilíbrio); 2) que o trabalho é uma mercadoria como qualquer outra e que o salário é determinado num mercado igual ao dos parafusos, que aceitam qualquer rosca, não têm preferências e, principalmente, não votam; 3) que o governo obedeça às restrições orçamentárias e conhece o nível da atividade possível; e 4) que o Banco Central controle a taxa de juros real para manter a oferta global igual à demanda global (para obter a taxa de inflação desejada). Suponhamos, finalmente; 5) que a taxa de câmbio real flutuante mantenha o saldo em conta corrente administrável. Com mercados completos (onipresentes) e oniscientes, o sistema estaria sempre em equilíbrio no nível máximo da atividade.

O grande número de variáveis a serem controladas levou a uma divisão do trabalho entre as autoridades fiscal e monetária, da qual resultou a famosa política econômica canônica resumida no tripé: 1) política fiscal anticíclica (o que mostra que o sistema tem flutuações ínsitas) com superávits primários que levem a dívida pública bruta/PIB a dar espaço para o aumento de gastos do governo quando necessário; 2) meta de inflação estabelecida pelo poder político, que autoriza o banco central autônomo a fixar a taxa de juro real que estabiliza a expectativa da inflação no nível da meta; e 3) câmbio real com flutuação relativamente suja para reduzir a volatilidade sem pretender fixar o seu nível.

Há, seguramente, alguns problemas com o modelo derivado da organização do mercado de trabalho, porque ele nega, de fato, a possibilidade do desemprego e lhe faltam preocupações que reduzam a tendência dos mercados à concentração da renda e estimulem o aumento da igualdade de oportunidades, fundamentais para a estabilidade social.

Há mais. Não há nenhuma razão para supor que a taxa de juro real que estabiliza a inflação interna seja compatível com a taxa de câmbio real que mantém o nível da atividade interna. Se o diferencial entre as taxas de juros reais interna e externa estimular a absorção de poupança externa isso levará à valorização da taxa cambial, à destruição da produção interna e, eventualmente, a problemas com o financiamento do balanço em conta corrente.

O exemplo brasileiro é claro. O combate à crise de 2008 levou a medidas que estimularam o aumento do salário nominal muito acima dos aumentos da produtividade e da própria taxa de inflação e a uma valorização oportunística do câmbio nominal para combater a inflação. Como consequência, o câmbio real, que é igual à relação câmbio nominal/salário nominal, sofreu até recentemente uma dramática valorização.

O resultado disso foi uma queda do nosso saldo comercial (a despeito do aumento das relações de troca), de um nível de US$ 25 bilhões na média de 2008-12, para qualquer coisa como US$ 5 bilhões em 2013. A tabela abaixo dá a soma das contas do balanço de conta corrente de 2008 a 2013 (em US$ bilhões). No período, o investimento direto estrangeiro superou o déficit em conta corrente em US$ 10 bilhões.

Não é possível aceitar um déficit em conta corrente de quase US$ 300 bilhões em seis anos, e de quase US$ 80 bilhões em 2013, como "natural", apesar dele ser 3,5% do PIB. Aqui o número conta. As condições do mundo estão mudando e o financiamento pode ficar bem mais difícil. É isso que o ajuste endógeno da taxa de câmbio está sinalizando.

sábado, 24 de agosto de 2013

A risada do dólar.

Até mestre Sinfrônio, lá no Diário do Nordeste, está rindo do US$. Afinal, é sempre assim: enquanto uns riem, outros choram.


O dólar e a desconfiança.

Editorial do ESTADÃO em 21.08.2013 e a recorrente preocupação com a situação cambial. 

Desejada por muitos industriais como alavanca da exportação e barreira protetora do mercado interno, a desvalorização do real é acima de tudo, neste momento, um fator de incerteza e de agitação financeira. Quando o câmbio se acomodar, ninguém sabe onde, será possível um balanço mais claro dos ganhos e perdas. O País poderá estar um pouco mais competitivo, pelo menos por algum tempo, mas as pressões inflacionárias terão aumentado. Problemas de custos serão mais graves tanto para produtores como para consumidores. Mas a instabilidade cambial ainda poderá durar meses. A insegurança continuará, com intensidade variável, mas sempre com estragos, enquanto se esperam as prometidas alterações na política americana de afrouxamento monetário.

Alguma nova indicação sobre a mudança poderá surgir com a divulgação da ata da última reunião do comitê de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). A emissão de dólares deve ser reduzida quando os dirigentes do Fed julgarem bastante firme a recuperação econômica dos Estados Unidos. Ninguém pode dizer com certeza quando isso ocorrerá.

Enquanto a agitação continua, as autoridades brasileiras tentam, em primeiro lugar, conter a excessiva instabilidade do câmbio e limitar seus efeitos sobre a inflação, ainda muito longe da meta de 4,5%. O governo tenta evitar um novo estouro do limite de tolerância, de 6,5%.

Da perspectiva do Palácio do Planalto, é muito importante conter, em primeiro lugar como estratégia eleitoral, a crise de confiança em relação à política econômica e às perspectivas da economia. A alta de preços é um dos principais fatores de desconfiança dos investidores e o Executivo sabe disso, embora continue pouco disposto a adotar uma política séria de estabilização. Isso envolveria, entre outros pontos, um controle efetivo dos gastos públicos.

Com reservas na vizinhança de US$ 370 bilhões, o Banco Central (BC) tem bom estoque de munição para intervir no mercado, mas, como sempre, com resultado muito incerto. No fim das negociações de 20.08.2013, o dólar comercial era vendido a R$ 2,394. Depois de dois leilões promovidos pelo BC com oferta de US$ 4 bilhões, a cotação havia caído para R$ 2,396, voltado a R$ 2,40 e novamente baixado. No fechamento do dia anterior, a moeda americana havia sido vendida a R$ 2,414. Mesmo com algum recuo, o dólar ainda acumulava ontem uma alta considerável, cerca de 7% em apenas 30 dias.

Apesar da depreciação do real neste ano e mesmo nos últimos 12 meses, as contas externas continuaram em deterioração. De janeiro até a terceira semana de agosto, o País acumulou um déficit de US$ 4,731 bilhões no comércio de mercadorias. As exportações renderam US$ 146,693 bilhões e as importações custaram US$ 151,424 bilhões. Pela média dos dias úteis, 0 valor exportado foi 1,6% menor que o de igual período do ano anterior. O valor importado, 10,4% maior.

O descompasso é indisfarçável. Parte das importações de combustíveis do ano passado só foi contabilizada em 2013 e isso afetou o resultado geral. Mas, se esse valor tivesse entrado nas contas de 2012, o superávit do ano teria sido muito menor, De qualquer forma, a piora do comércio exterior do País estaria bem caracterizada.

Para este ano, especialistas consultados no fim da semana passada pelo BC, em soa pesquisa Focus, projetam saldo comercial de US$ 4,35 bilhões, 77,6% menor que o de 2012. Essa é a mediana das estimativas coletadas pelos pesquisadores. O mesmo levantamento indica a expectativa de um déficit de US$ 77 bilhões na conta corrente do balanço de pagamentos.

A firme deterioração dessas contas é um dos fatores de insegurança dos investidores financeiros e dos empresários industriais. Com a esperada mudança no mercado financeiro - dólares mais escassos e mais caros -, especialistas mostram-se preocupados com o financiamento das contas externas brasileiras. Somem-se a isso a desconfiança em relação às contas públicas e o temor de mais inflação e o quadro torna-se facilmente compreensível A mudança na política do Fed é só um componente a mais de um cenário ruim.

Causas internas da desvalorização do real.

Editorial do "O Globo" em 23.08.2013 e o atual momento da economia brasileira.  

O fato de a desvalorização do real não ser algo isolado, fazer parte de um movimento planetário que atinge economias emergentes, parece álibi perfeito para a reação típica de autoridades de culpar causas externas por problemas domésticos. Mas não é bem assim.

Por trás de tudo, está a proximidade do fim do "relaxamento monetário", instituído pelo banco central americano (Fed) para recuperar a economia, por meio da injeção periódica de bilhões de dólares, via recompra de títulos. Depois de mais de US$ 3 trilhões colocados em circulação, a economia americana firma uma tendência de recuperação. Para não gerar pressões inflacionárias perigosas, o Fed suspenderá essas operações, e o capital financeiro que gira no mundo, diante da perspectiva de alta dos juros americanos, começa a buscar títulos do Tesouro dos EUA. Natural que economias emergentes percam atratividade. Porém, há emergentes mais atingidos que outros. Por fragilidades próprias, caso do Brasil.

No inventário de decisões erradas na condução da economia, que hoje cobram um preço na forma de desvalorização exacerbada da moeda, está a "contabilidade criativa", idealizada para, ingenuamente, tentar camuflar uma política fiscal expansionista enquanto o discurso oficial é o oposto. Relacionado a esta "criatividade", há o uso desregrado do endividamento público para capitalizar BNDES, BB, CEF, aumentando o risco fiscal. Tudo mina a credibilidade do país diante do investidor externo - e interno -, problema amplificado pela leniência demonstrada com a inflação. Há, ainda, o intervencionismo na formatação de leilões de concessão, com o tabelamento de taxas de retorno. Bem como o dirigismo estatal no congelamento de combustíveis, dramático para o caixa da Petrobras, quando a empresa precisa de recursos para ampliar a fronteira de exploração do pré-sal.

Ainda no quesito da formação artificial de preços, há um subsídio na conta de luz, a fim de bancar o corte predefinido de 20% no custo final da energia. Nele, há o risco de se criar no Tesouro um daqueles "esqueletos" fiscais descobertos quando o Plano Real estabilizou a economia.

Há entre os agentes econômicos a correta percepção de que os subsídios apenas reprimem inflação. Formam no subsolo da economia uma tsunami de inflação represada.

Pode ser que o governo já tenha se convencido de alguns desses erros. O mal, porém, no entendimento do mercado, está feito. E como a percepção dos descaminhos na política econômica coincidiram com o início da contagem regressiva do fim da política do Fed de "relaxamento monetário", a fuga de divisas para o mercado americano pune o Brasil mais que outros países, inclusive latino-americanos. Claro que quanto mais cedo os rumos da política econômica forem ajustados, também mais cedo a dose extra de punição será atenuada. O mundo acompanhará com atenção as próximas reuniões do Copom e as licitações de portos, estradas e ferrovias que se aproximam.

Dólar em alta traz desafios para a política monetária.

Editorial do VALOR ECONÔMICO de 23.08.2013 analisa a atual situação da economia brasileira.

A acelerada desvalorização do real, se não for parcialmente revertida logo, fará estragos nos índices de preços, que há tempos não vão bem. O país estava diante de opções ruins, agora exacerbadas pelo descolamento do câmbio - um ciclo de alta de juros para derrubar a inflação, com efeito contracionista em uma economia que relutava em crescer bem.

O câmbio maltrata países e economistas igualmente. É ainda mais difícil fazer prognósticos em meio a uma mudança dos padrões monetários do porte da que fará o Federal Reserve americano, em meio a turbulências e mercados nervosos. Nessas circunstâncias, "overshootings" são inevitáveis e a moeda brasileira está perto deles, após o uso de cerca de US$ 40 bilhões em swaps e, em dose pequena, linhas de câmbio. Uma parte da sobrevalorização do real já fora descontada com a correção de cerca de 20% realizada em 2012. Com os desequilíbrios já existentes na economia brasileira e outros amplificados pela dinâmica da instabilidade movida pela reversão de fluxos de capital, a cotação do dólar tem, sem dúvida, combustível para subir até onde a irracionalidade permitir, para depois se acomodar. O que interessa é o novo ponto de equilíbrio - um enigma.

Com a cotação de fim de período do mês de julho, de R$ 2,2897 ou pela média do mês, de R$ 2,2522, a moeda brasileira estava bem perto de zerar sua valorização. O índice da taxa efetiva real (com IPCA de deflator) naquele mês foi de 94, já próximo dos 100 de 2005 ou de junho de 1994. Isto é, uma diferença de 6,3%, o que pode sugerir, a grosso modo, que por esse parâmetro uma "boa" cotação estaria na casa dos R$ 2,40 a R$ 2,45. O Fundo Monetário Internacional estimou valorização de 10% a 15% do real em relação à cotação de maio, de R$ 2,03, indicando uma posição de algum equilíbrio com o dólar entre R$ 2,25 e R$ 2,35.

Há outros cálculos mais sofisticados e números para variados gostos. As previsões são feitas sob terrenos movediços, ao suporem que os juros dos títulos do Tesouro americano, que subiram para 2,88%, estacionem aí. O Itaú projeta câmbio a R$ 2,45 no fim do ano, com inflação de 6,1% e o Bradesco, em R$ 2,30 com os preços correndo a 5,9%. Ou seja, parece razoável supor que o câmbio pode momentaneamente escapar bastante dessas duas balizas, mas depois estacionará entre elas.

Os problemas causados por essa correção, porém, são desagradáveis. A correção dos combustíveis parece ser inevitável, como já se convenceu o governo, e só com esse reajuste, dificilmente a inflação será inferior aos 5,8% de 2012, uma meta que o Banco Central vem perseguindo com o ciclo de alta de juros. Ao que tudo indica, o esforço dos juros terá de ser maior para obter esse mesmo resultado. Dólar em alta costuma ser acompanhado por commodities em baixa, mas não foi isso que ocorreu em julho e no trimestre, quando o índice elaborado pelo BC evoluiu 2,27% e 8,32%, respectivamente. Não há disparada à vista, mas há pouca chance de recuos relevantes, que ajudem a conter os índices de preços.

O aumento dos juros busca contrair a demanda em uma economia que tem mostrado pouca disposição para elevar seu ritmo de crescimento. A disparada do dólar trouxe um ingrediente de pessimismo adicional aos já baixos índices de confiança de empresários e consumidores, que provocaram retração da demanda e, até certo ponto, também dos investimentos. Como os fatores negativos, nessas circunstâncias, aparecerão antes que os positivos - aumento das exportações, que tirará a indústria de sua letargia, fim da fogueira de preços no setor de serviços, por exemplo - é possível que a política de aperto terá de sacrificar mais o crescimento do que se previa antes das tempestades nos mercados de moedas.

O rearranjo do dólar e dos juros no mercado internacional, por outro lado, tornou mais difíceis as captações externas e reduziu muito o fluxo de ingressos no país em um momento em que o déficit em conta corrente sobe e a balança comercial arrasta um déficit ao longo do ano. Com isso, ficará mais trabalhoso fechar as contas externas, embora não haja, de novo, desastres à vista.

Na véspera de grandes guinadas na economia global, o Brasil parece estar sempre com a casa desarrumada. Na crise de 2008, o desequilíbrio se exprimia em juros lunares e taxa de câmbio apreciada. Agora, vive-se os efeitos de uma errada política fiscal cíclica e de tolerância com a inflação.

domingo, 14 de julho de 2013

Luciano Coutinho fala sobre a economia brasileira.

Leio na Folha entrevista concedida pelo Luciano Coutinho, presidente do BNDES, e sua análise sobre a cotação do dólar e outros pontos da economia brasileira. 

Folha - O dólar não deve voltar a ficar abaixo de R$ 2,10?
Luciano Coutinho - Não volta ao patamar do começo do ano. Fizemos um teste de estresse com o câmbio fechando o ano a R$ 2,30 e é perfeitamente palatável para a estrutura empresarial brasileira absorver o impacto. Não estou projetando esse câmbio, foi apenas um teste de estresse. É diferente do que ocorreu [no início da crise global] em 2008, quando houve pesadas perdas provocadas pelos derivativos de câmbio. Qual é o desafio paralelo a isso? Administrar os efeitos do câmbio na inflação. É imperioso manter a inflação sob controle. É uma orientação de governo.

O setor empresarial critica a taxa de retorno do programa de concessão. Isso pode afetar os leilões e pôr em risco o crescimento do país?
Não creio, porque o governo ajustou vários fatores. O que tenho verificado nas consultas ao banco é que teremos muitos interessados. É preciso diferenciar o que se diz em público para conseguir melhorias adicionais e o que observamos no diálogo individual com as empresas.

Após os protestos, Estados e municípios seguraram reajuste de tarifas. Isso vai afetar o interesse dos investidores?
Pelo que entendi, as tarifas de pedágio serão compensadas, protegendo os investidores. Logo, não vai criar efeitos negativos sobre as expectativas. O meu sonho é que a taxa de investimento chegue perto de 19% do PIB neste ano e dê um salto adicional em 2014.

O BC subiu os juros. O senhor vê necessidade de um ajuste fiscal mais rigoroso para ajudar a controlar a inflação?
A gestão macroeconômica precisa avaliar o andamento da economia. Ainda não sabemos qual será o impacto dessa transição, que pode afetar o crescimento negativamente. A calibragem fiscal não é algo trivial. Tem que ser muito cuidadosa. A orientação da presidente é manter a inflação sob controle.

O sr. teme que um arrocho forte derrube o crescimento?
O que estou dizendo é que precisamos considerar o que já aconteceu na esfera privada. Se houver uma redução do gasto privado, vai ter impacto. É claro que a política fiscal deve ajudar a política monetária e trabalhar coordenadamente. O mercado exige, às vezes até por cacoete, que se tomem certas iniciativas.

É preciso calibrar inflação e crescimento na política fiscal?
Sim.

Mas a credibilidade do governo na área fiscal foi muito questionada após a contabilidade criativa. Isso não prejudica a calibragem?
Eu olho para os resultados. A trajetória de dívida do Brasil é invejável. Acredito que há uma cobrança desfocada da realidade do Brasil.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

O vaivém da moeda - Folha.


Editorial de hoje na FOLHA alerta para os riscos da atual política cambial.   

Um real forte demais decerto prejudica ao menos parte da indústria brasileira, pois barateia a compra de produtos importados.

Um real fraco demais tem efeito inflacionário, pois contribui para elevar ainda mais os preços domésticos. Na média, eles passam a avançar para um nível próximo do teto da meta oficial de inflação (ou 6,5%, uma vez que ela é de 4,5% ao ano, com tolerância de dois pontos percentuais).

A descrição dos efeitos mais simples e imediatos da variação do preço da moeda brasileira demonstra os limites da utilização da taxa de câmbio, apenas, como instrumento para lidar com as dificuldades da economia brasileira.

Alarmado com a pressão sobre os preços brasileiros de um dólar caro, que chegou a quase R$ 2,10, o Banco Central atuou no mercado para fortalecer o real.

Preocupado com a possibilidade de o dólar descer para um patamar próximo de R$ 1,85, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, informou que intervirá de modo a impedir tamanha valorização da moeda brasileira.

Dado este cabo de guerra, o dólar deverá variar em torno de um limite estreito, perto de R$ 2. É o que indica o Ministério do Desenvolvimento, que denominou o modelo de "câmbio vigilante", parente muito remoto do regime flutuante, extinto de fato entre 2011 e 2012.

Na prática, o preço do dólar não depende apenas das vontades do governo brasileiro. A redução dos juros, por exemplo, contribuiu para a desvalorização do real, com a queda na demanda pela moeda brasileira em consequência da saída de investidores estrangeiros (interessados em lucrar com a diferença entre a alta taxa brasileira e as de outros países, baixas).

Seja qual for o determinante da taxa de câmbio, porém, o preço da moeda por si só não é capaz de dar conta das insuficiências da política econômica. Não é possível controlar a inflação quando os juros estão baixos e os gastos são altos, ou tentar baixar custos desvalorizando o real e estimulando altas de salários.

Tais contradições só não resultam imediatamente em problemas críticos devido a remendos como controles de preços disfarçados (combustíveis, transportes públicos urbanos, reduções localizadas de impostos).

Remendos, por definição, são provisórios, assim como será provisório esse equilíbrio precário da nova política econômica. A conta chegará, um dia, por meio de juros mais altos, redução do consumo ou gradual deterioração das condições macroeconômicas do país.

terça-feira, 20 de março de 2012

E o dólar vai subindo a ladeira.

Para os meus dois fiéis leitores - e que estão sempre viajando, informo que o Banco Central através do Focus – Relatório de Mercado – edição de 16.03.2012 registra a expectativa do mercado com relação à taxa de câmbio para o final de março e também abril em R$ 1,78

Hoje fechou a R$ 1,82 e não observo perspectiva de baixa.    

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

O dólar já não é mais o mesmo.


Prever o dólar para 31.12.2011 é fácil. Difícil é aguentar a ansiedade diária. O genial SINFRÔNIO, no Diário do Nordeste, avisa que a fera despertou... 

A importância de debater o PIB nas eleições 2022.

Desde o início deste 2022 percebemos um ano complicado tanto na área econômica como na política. Temos um ano com eleições para presidente, ...