Leio na sempre bem informada coluna do Felipe Patury, na ÉPOCA, que a nossa Caltabiano é a maior
revendedora de motos BMW do mundo. Os resultados da Caltabiano são 40% maiores
que os da segunda colocada, a italiana BMW Roma. E, para completar, o Brasil é
representado no terceiro, o quarto, o quinto, o nono e o décimo lugar.
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013
Cenário de estagnação.
Pessimista editorial do ESTADÃO de hoje sobre a economia brasileira neste 2013. Vamos aguardar os próximos sinais do governo e a reação do mercado.
A economia
brasileira continuará travada em 2013, crescerá pouco mais que 3% no ano e
menos que 7% no primeiro triênio da presidente Dilma Rousseff, segundo
projeções captadas na semana passada pela pesquisa Focus, do Banco Central
(BC). Se as estimativas estiverem certas, o Brasil se manterá como o menos
dinâmico dos Brics e um dos menos ágeis entre os países em desenvolvimento. As
previsões talvez melhorem nos próximos meses, mas os dados conhecidos até
agora confirmam o desempenho muito fraco em 2012 e são pouco animadores em
relação às perspectivas de curto prazo.
A informação mais
recente é o índice de Atividade Econômica do BC (IBC-BR), publicado
mensalmente. Para os analistas, esse dado serve como antecipação, embora
imperfeita, do PIB calculado a cada trimestre pelo IBGE. Aquele indicador
cresceu 0,26% de novembro para dezembro, descontados os fatores sazonais, e
acumulou no ano uma expansão de 1,35%.
Este número é maior
que as estimativas de aumento do PIB, quase todas em tomo de 1%, mas, apesar
disso, também é muito ruim. Informações mais detalhadas e mais completas sobre
a economia brasileira só serão publicadas dentro de algum tempo pelo IBGE, mas
dificilmente surgirá um quadro muito diferente daquele conhecido até agora e
confirmado, de modo geral, pelo índice mais recente do BC. O IBGE divulga todo
mês levantamentos nacionais da produção industrial e das vendas do comércio
varejista, além de informações sobre o emprego.
Os últimos dados,
referentes a dezembro, confirmaram, de modo geral, o cenário observado ao longo
do ano. O emprego se manteve elevado e a massa de rendimentos à disposição das
famílias continuou maior que a de um ano antes. Essa condição, somada à
expansão do crédito e aos estímulos fiscais ao consumo, permitiu a expansão do
comércio. O volume dás vendas do varejo restrito (sem veículos, peças e
materiais de construção) diminuiu 0,5% de novembro para dezembro, mas acumulou
no ano um crescimento de 8,4%. No caso do varejo ampliado, as vendas de 2012
foram 8% maiores que as do ano anterior. Os resultados do emprego e do consumo
privado contrastaram fortemente, no entanto, cóm os da produção industrial.
Segundo o IBGE, a
indústria ficou estável de novembro para dezembro e acumulou em 12 meses uma
redução de 2,7% em relação ao período anterior. No resultado global de 2012
houve queda em todas as grandes categorias de bens industriais até porque uma
parte relevante do consumo foi suprida por mercadorias importadas. Mas o dado
mais preocupante quando se tenta avaliar a perspectiva de expansão econômica é
o recuo da fabricação de bens de capital, isto é, de máquinas e equipamentos
destinados à reposição e à ampliação da capacidade produtiva e, em geral, à
modernização tecnológica.
Em dezembro, a produção desses bens foi 0,8% menor
que no mês anterior e 14,7% inferior à de igual mês de 2011. A redução
acumulada no ano chegou a 11,8%. A importação de máquinas e equipamentos foi
obviamente insuficiente para compensar a retração das compras de bens de
capital nacionais.
A queda do
investimento limita fortemente a capacidade de crescimento do País. A expansão
do PIB poderá ser um pouco maior a curto prazo, mas o impulso logo se esgotará,
por falta de capacidade produtiva. Se o consumo privado e o custeio do governo
continuarem aümentando, haverá um aumento das pressões inflacionárias,
combinado, provavelmente, com uma piora das contas externas.
Uma sondagem do
clima econômico da América Latina, realizada em janeiro, mostrou melhora na
avaliação das condições imediatas em 5 dos 11 países cobertos. Em relação às
perspectivas, a avaliação melhorou em 7. Nas duas listas, o Brasil aparece do
lado da piora. Apesar disso, o índice de expectativas dos especialistas
brasileiros entrevistados ficou em 7,2, acima da média de 10 anos (6). Esse
otimismo pode ajudar. Difícil mesmo é explicá-lo, diante dos dados -
especialmente dos investimentos - conhecidos até agora.
PIB 2012: 1,6%?
Leio na FOLHA que o Banco Central estima crescimento do PIB de 1,6% em 2012, o menor resultado desde 2009.
O fraco desempenho da produção industrial e a desaceleração das vendas no varejo fizeram com que a economia crescesse pouco em dezembro e fechasse o ano com o pior resultado desde 2009, ano em que o país sofria os efeitos da crise financeira internacional.
É o que mostrou o IBC-Br (índice de atividade calculado pelo Banco Central para estimar o comportamento do Produto Interno Bruto).
Segundo esse indicador, a economia brasileira cresceu 1,6% em 2012. Mas o índice oficial do PIB, computado pelo IBGE a partir de dados colhidos dos setores da economia, só sai em 1º de março.
Economistas estimam que o resultado oficial tenha ficado abaixo do calculado pelo BC. As estimativas de analistas de consultorias e bancos giram em torno de 1%.
Silvia Matos, da FGV, observa que o descompasso entre o indicador do BC e o PIB do IBGE ocorre desde o segundo semestre de 2011.
Naquele período, o termômetro do BC apontava uma desaceleração maior da economia, o que não foi comprovado no PIB oficial. Em 2011, a economia cresceu 2,7%.
Ao longo do ano passado, entretanto, o indicador do BC apresentou resultados superiores aos do IBGE. Isso explica a discrepância entre o indicador do BC e o que esperam os analistas para o PIB.
"[O IBC-Br] É um indicador válido para se avaliar a tendência da atividade mês a mês, mas não deve ser observado isoladamente de outros dados da economia", diz ela.
Por isso, o dado divulgado ontem não alterou as expectativas de analistas de um "pibinho" no ano passado.
"O resultado de 2012 foi muito frustrante em termos de atividade. Não houve sinais de recuperação até agora. E, por enquanto, não há indícios de retorno dos investimentos", afirma Rafael Bacciotti, da Tendências.
Em dezembro, segundo o IBC-Br, a economia cresceu 0,26%, menos do que em novembro (0,57%).
A desaceleração do ritmo de expansão era esperada diante dos indicadores de atividade industrial e do varejo.
As vendas do varejo restrito (sem contar automóveis e construção civil) recuaram 0,5% em dezembro ante novembro. Mesmo com vendas recordes de veículos, o desempenho do varejo ampliado ficou aquém do esperado.
A produção industrial ficou estável em dezembro, mas no ano o resultado foi de queda de 2,7% ante 2011.
O resultado do varejo, apesar de positivo, não foi suficiente para levantar o PIB.
"Houve antecipação da produção e das compras por conta da expectativa do fim dos descontos no IPI [Imposto sobre Produtos Industrializados]", diz Luis Otávio Leal, banco ABC Brasil.
Silvia Matos, da FGV, afirma que dados de sondagens com empresários deste início de ano ainda não sugerem que a retomada tenha se firmado. "Embora haja indícios de que janeiro foi melhor para a indústria, temos certa cautela sobre o que virá nos próximos meses."
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013
A ameaça dos juros.
Editorial da FOLHA de hoje alerta para alta da taxa básica de juros ainda neste ano.
A escalada da inflação parece ter surpreendido o governo, a julgar por alguns sinais de desconforto. O acumulado em 12 meses atingiu 6,15% em janeiro, taxa incomodamente vizinha do limite superior da meta adotada pelo Planalto (cujo alvo é de 4,5%, mas com tolerância de dois pontos percentuais).
Esse comportamento dos preços não está em desacordo com a previsão do Banco Central de alta no primeiro semestre, seguida no entanto de um recuo para cerca de 5% no final de 2013 - mas essa expectativa já é posta em dúvida.
Analistas privados vinham trabalhando com inflação anual de 5,7% em 2013, bem acima da esperada em Brasília. Agora o governo também começa a mudar de tom.
O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, avisara no final de janeiro que estava preocupado e atento. Foi secundado tardiamente pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, que descartou a valorização do real para conter preços (ao estimular a concorrência de produtos importados) e admitiu que a taxa de juros é o instrumento adequado para fazê-lo.
Tradução: a alta dos juros neste ano não é mais descartada pelo governo. O mercado financeiro reagiu rapidamente, elevando a taxa de juros futura em seus negócios.
A aposta é que o BC dará um passo nessa direção na próxima reunião do Copom, em duas semanas, talvez omitindo do comunicado a indicação de que a taxa básica ficará em 7,25% por longo período.
Arrefece, assim, o otimismo artificial com o desempenho da economia. O governo, que já parecia resignado com um crescimento do PIB de 3%, agora se dá conta de que a inflação não cairá por si mesma para 5%, ou menos.
O problema não será resolvido com reduções de impostos na energia ou na cesta básica. Intervenções pontuais não têm o poder de desfazer a nociva associação de crescimento baixo (média de 1,8% no biênio) e inflação alta (6,15%).
Será muito positivo se o BC conseguir convencer o Planalto de que está perdendo a batalha das expectativas e que mais um ano de inflação tendendo para 6% (em 2012 foram 5,84%) traria efeitos graves na antevéspera de uma eleição.
O pior cenário para o governo seria ter de explicar à população por que seria imperativo elevar os juros numa economia que, segundo o próprio governo, ia tão bem.
Não há mais espaço para voluntarismo na política econômica. Desvalorização da moeda, relaxamento nos gastos públicos e busca de crescimento a qualquer custo desandam em inflação. Corrói-se o ânimo empresarial e o investimento. O aumento modesto da produção não aliviará tão cedo as pressões sobre os preços.
Não é certeza ainda que os juros subirão, mas esse risco agora cresceu - inclusive para o projeto eleitoral de Dilma Rousseff em 2014.
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013
O vaivém da moeda - Folha.
Editorial de hoje na FOLHA alerta para os riscos da atual política cambial.
Um real forte
demais decerto prejudica ao menos parte da indústria brasileira, pois barateia
a compra de produtos importados.
Um real fraco
demais tem efeito inflacionário, pois contribui para elevar ainda mais os
preços domésticos. Na média, eles passam a avançar para um nível próximo do
teto da meta oficial de inflação (ou 6,5%, uma vez que ela é de 4,5% ao ano,
com tolerância de dois pontos percentuais).
A descrição dos
efeitos mais simples e imediatos da variação do preço da moeda brasileira
demonstra os limites da utilização da taxa de câmbio, apenas, como instrumento
para lidar com as dificuldades da economia brasileira.
Alarmado com a
pressão sobre os preços brasileiros de um dólar caro, que chegou a quase R$
2,10, o Banco Central atuou no mercado para fortalecer o real.
Preocupado com a
possibilidade de o dólar descer para um patamar próximo de R$ 1,85, o ministro
da Fazenda, Guido Mantega, informou que intervirá de modo a impedir tamanha
valorização da moeda brasileira.
Dado este cabo de
guerra, o dólar deverá variar em torno de um limite estreito, perto de R$ 2. É
o que indica o Ministério do Desenvolvimento, que denominou o modelo de
"câmbio vigilante", parente muito remoto do regime flutuante, extinto
de fato entre 2011 e 2012.
Na prática, o preço
do dólar não depende apenas das vontades do governo brasileiro. A redução dos
juros, por exemplo, contribuiu para a desvalorização do real, com a queda na
demanda pela moeda brasileira em consequência da saída de investidores estrangeiros
(interessados em lucrar com a diferença entre a alta taxa brasileira e as de
outros países, baixas).
Seja qual for o
determinante da taxa de câmbio, porém, o preço da moeda por si só não é capaz
de dar conta das insuficiências da política econômica. Não é possível controlar
a inflação quando os juros estão baixos e os gastos são altos, ou tentar baixar
custos desvalorizando o real e estimulando altas de salários.
Tais contradições
só não resultam imediatamente em problemas críticos devido a remendos como
controles de preços disfarçados (combustíveis, transportes públicos urbanos,
reduções localizadas de impostos).
Remendos, por
definição, são provisórios, assim como será provisório esse equilíbrio precário
da nova política econômica. A conta chegará, um dia, por meio de juros mais
altos, redução do consumo ou gradual deterioração das condições macroeconômicas
do país.
Economia: Delfim Netto na Folha.
Hoje, na FOLHA DE S. PAULO, Delfim Netto e seu comentário sobre as mudanças que devem ocorrer na análise econômica.
A crise
"surpresa" de 2008 tornou instantaneamente obsoletos livros e textos
de macroeconomia que se apoiavam em agentes abstratos. É tempo de grande
humildade para a profissão. É preciso cada vez mais cuidado com a tendência a
aviar "receitas" universais para a política econômica extraídas de
modelos que têm pouco a ver com a realidade.
Para mostrar que
não exagero, peço licença para transcrever dois pequenos textos de reconhecidas
autoridades. O primeiro é da "OECD Economic Outlook" (1/2007), cujo
departamento econômico possui dezenas de profissionais no "estado da
arte".
Diz o texto:
"No último 'Outlook', sugerimos que a desaceleração dos EUA não indicava
um período de fraqueza para a economia mundial, como aconteceu na crise de
2001. Pelo contrário, um 'rebalanceamento' cuidadoso deveria ser esperado, com
a Europa tomando a dianteira dos EUA em produzir o crescimento dos países da
OECD [OCDE]". E acrescenta: "Os recentes acontecimentos confirmaram
aquele prognóstico. De fato, a situação econômica é hoje, de muitas maneiras,
melhor do que a que temos tido há anos". Isso no segundo semestre de 2007,
só seis meses antes da tragédia!
O segundo é do
competente economista D. Acemoglu ("The Crisis of 2008 - Structural
Lessons for and from Economics", 1/2009): "Ainda que seja muito cedo
para dizer como o segundo semestre de 2008 comparecerá nos livros de história,
não pode haver a menor dúvida de que ele significará uma oportunidade crítica
para a economia. É uma oportunidade para nós - e aqui digo a maioria dos
economistas, entre os quais eu, infelizmente, me incluo - nos livrarmos de
certas ideias que nunca deveríamos ter aceitado. É também a oportunidade para
tomar alguma distância e refletir sobre o que temos aprendido com nossas investigações
teóricas e empíricas - separar as que não foram contaminadas pelos eventos
recentes - e perguntar se elas ainda podem nos guiar no debate atual sobre a
política econômica".
Quais seriam as
ideias nefastas a que se refere Acemoglu? Suspeito que uma delas é do Nobel
Robert Lucas: "A teoria econômica é análise matemática. Todo o resto é
figuração ou conversa" (Professional Memoir", 4/2001).
É fundamental que
se reconheça o imenso fracasso de nossas teorizações para que possamos
transcendê-las e começar a reconstruí-las com um ponto de vista diferente,
reconhecendo que devemos introjetar a heterogeneidade do comportamento dos
agentes que levam à sua auto-organização. Isso já está em marcha nos principais
centros de pesquisa, mas vai levar anos para ser incorporado aos livros e
textos, o que exigirá um esforço sério e redobrado dos nossos jovens
professores para antecipá-las para seus alunos.
terça-feira, 12 de fevereiro de 2013
O aprendizado capitalista em 2013.
Para quem ainda tem
dúvidas e críticas, Joseph Alois Schumpeter escreveu que “o processo capitalista, não por
coincidência, mas em virtude de seu mecanismo, eleva progressivamente o padrão
de vida das massas”. Segundo Sylvia Nasar no seu detalhado livro “A imaginação econômica”,
Schumpeter é aquele intelectual que, em meados de 1907, passava parte da manhã na
Escola de Economia de Londres e parte no Museu Britânico, “onde fazia questão
de trabalhar sentado à mesma mesa em que o gordo e malvestido Marx escrevera O
Capital”.
Quanta lucidez
tinha Schumpeter. Para ele, “os governos que quisessem ver seus cidadãos
prosperarem deveriam desistir de ambições territoriais e se concentrar em
promover um clima favorável aos negócios – sólidos direitos de propriedade,
preços estáveis, livre-comércio, impostos moderados e regulação consistente, em
benefício dos empreendedores locais”.
Afinal, não é
exatamente por isso que ainda estamos discutindo neste 2013?
Carnaval com inflação!
Na linha de frente deste Carnaval, a inflação tenta comandar a folia. No
cearense Diário do Nordeste, o genial SINFRÔNIO, alerta para esse perigo.
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013
Papa Bento XVI - 11.02.2013.
Hoje é um dia muito
triste para a Igreja Católica. Por mais que a hierarquia católica demonstre
tratar-se de uma situação já esperada, é totalmente incomum que um Papa da
estatura intelectual de Bento XVI renuncie apenas por questão da idade avançada.
O ato de Bento XVI
foi profundamente calculado e somente ele deve ter as razões pelas quais considerou
tomar esta atitude tão drástica. Tenho certeza que, como sempre, a Igreja
continuará sua milenar trajetória, porém ouso acreditar que algo bastante sério
está acontecendo no seio da nossa Igreja.
Isso posto, rogo a
Deus que ilumine os cardeais e que este doloroso momento interno seja logo
abençoado com a chegada de um novo Pontífice.
Business Best Sellers.
Neste Carnaval, observando na página
seis do caderno “Sunday Business” do “The New York Times” de 03 de fevereiro
passado, dos 15 atuais melhores livros de negócios disponíveis na América, estão
na nossa estante os títulos abaixo:
- FREAKONOMICS de Steve Levitt e Stephen Dubner;
- STEVE JOBS do Walter Isaacson;
- RÁPIDO E DEVAGAR do Daniel Kahneman;
- FORA DE SÉRIE do Malcolm Gladwell;
- O PONTO DA VIRADA, também do Malcolm Gladwell.
Realmente, isso é
que é globalização!
domingo, 10 de fevereiro de 2013
Oscar e Bafta 2013.
Neste bloco dos filmes, abaixo recomendo os ótimos: ARGO - DJANGO LIVRE - LINCOLN - história e diversão para adultos. E vamos aguardar e torcer no Oscar 2013 próximo dia 24.
Hoje, o prêmio Bafta, o Oscar britânico, premiou ARGO como o melhor filme do ano. E para Ben Affleck, o merecido prêmio como melhor diretor. Daniel Day-Lewis ganhou como melhor ator pelo excepcional LINCOLN e Christoph Waltz, em DJANGO LIVRE recebeu o prêmio como melhor ator coadjuvante.
Realmente, os três filmes são imperdíveis e as premiações exatamente merecidas.
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013
USP e UFC: Parabéns!
Na FOLHA DE S. PAULO de hoje, uma notícia que
traz uma ótima notícia lá do meu Ceará.
A USP (Universidade de São Paulo) aparece em
19° lugar em ranking de universidades do mundo mais citadas na internet. O
Ranking Web of Universities do Webometrics, divulgado pelo Conselho Superior de
Pesquisas Científicas, traz 500 universidades. Abaixo as brasileiras mais
citadas da internet:
Universidade Posição
USP 19ª
UFRGS 129ª
Unicamp 177ª
UnB 181ª
UFSC 205ª
UFRJ 241ª
UFMG 254ª
Unesp 294ª
UFF 312ª
UFPR 364ª
UFBA 444ª
UFC 482ª
Fonte: Ranking Web of Universities do
Webometrics
O levantamento é baseado no impacto que as
publicações científicas das instituições de ensino têm na internet. Entre as
500 instituições listadas, aparecem 12 brasileiras, todas são públicas, sendo
nove federais e três estaduais.
As dez primeiras posições são ocupadas por
universidades norte-americanas, estando a Universidade de Harvard na liderança.
Além da USP, destacam-se na lista a UFRGS
(Universidade Federal do Rio Grande do Sul) em 129º, a Unicamp (Universidade
Estadual de Campinas), em 177º lugar e a UnB (Universidade de Brasília), na
posição 181ª. A UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) está em 205º, a
UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), em 241º, a UFMG (Universidade
Federal de Minas Gerais), em 254º, a Unesp (Universidade Estadual Paulista), em
294º, a UFF (Universidade Federal Fluminense), em 312º, a UFPR (Universidade
Federal do Paraná), em 364º, a UFBA (Universidade Federal da Bahia), em 444°, e
a UFC (Universidade Federal do Ceará), na posição 482.
O levantamento avalia as universidades quanto
a qualidade do conteúdo publicado, levando em consideração as citações externas
ao domínio da página universitária em que a publicação aparece. Além disso, os
centros de ensino são avaliados quanto a presença --o número total de páginas
hospedadas no domínio da universidade; abertura de arquivos anexados (.pdf,
.doc, .docx, .ppt) disponíveis em sites relacionados; e excelência - trabalhos
acadêmicos presentes em grandes publicações internacionais.
A pesquisa é divulgada semestralmente desde
2004. O objetivo, de acordo com o site da divulgação, é motivar as
universidades a aumentarem a presença na internet. "Caso a performance da
instituição estiver abaixo da posição esperada de acordo com a excelência
acadêmica que tem, as autoridades deveriam reconsiderar a política na rede e
promover um aumento no volume e na qualidade das publicações
eletrônicas", informa a metodologia do levantamento.
quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013
A entrevista de Delfim Netto na FOLHA DE S. PAULO.
ANTONIO DELFIM NETTO em entrevista, hoje, na FOLHA DE S. PAULO.
Folha - O
senhor adotou um tom mais crítico em relação ao governo. O que o levou a isso?
Antonio
Delfim Netto - Não mudou o tom coisa nenhuma. Eu acho
que a política do Lula era boa. Considero a Dilma uma tecnocrata de altíssima
qualidade. Tudo o que ela está fazendo está na direção certa. Começando com
aquela intervenção na poupança, a redução dos juros, a redução do custo de
energia.
O que eu digo
é o seguinte, a minha mudança...
Chamei a
atenção para uma coisa que foi exagerada, a operação quadrangular entre
Tesouro, BNDES, Caixa Econômica. Aquilo diminui a credibilidade da política.
Você não precisava do superavit primário de 3,1% [do PIB]; com 2% você fazia o
serviço.
Os
investidores parecem estar menos confiantes no governo.
O governo não
tem conseguido produzir leilões capazes de atrair a iniciativa privada. Tenta
fixar coisas que não podem ser fixadas simultaneamente.
Você pode
fixar a qualidade da concessão. E depois fazer um leilão competitivo em que é
determinada a taxa de retorno. Esse é o modelo ideal. Ou você fixa a taxa de
retorno e o mercado vai responder com a porcaria que cabe dentro da taxa de
retorno. O governo não pode é fixar as duas coisas ao mesmo tempo. Se ele não
se afastar desse modelo, a qualidade dos serviços não será a desejada.
E a
infraestrutura do país continuará com problemas?
Sim, nossa
infraestrutura continuará em dificuldades.
Isso impacta
o crescimento?
Não há razão
para o Brasil não poder crescer entre 3,5% e 4% neste ano. Mas vai depender do
nível de investimento. Se você conseguir concessões com qualidade razoável e
taxa de retorno adequada, vai atrair o investimento privado.
O que mais o
governo pode fazer para recuperar a confiança do setor privado?
Há medidas
como a desoneração da folha de pagamento junto com a relativa desvalorização do
real que estão produzindo efeitos importantes na estrutura produtiva e na
própria exportação.
Mas, quando o
governo faz uma intervenção intempestiva no câmbio, aquelas pessoas que tomaram
o risco de acreditar na política de desoneração e de câmbio entram em estado de
estresse.
O sr. se
refere à intervenção do BC [para valorizar o real]?
É. Essa ideia
de que corrigir cinco centavos no câmbio muda a expectativa de inflação é
absurda.
Produziu
algum efeito terrível físico? Não. Mas produziu uma dificuldade na
credibilidade do governo.
Não se pode
estressar mais o setor industrial.
O sr. também
tem criticado os incentivos a setores escolhidos por meio do BNDES.
É verdade,
acho que essa não é uma política das mais inteligentes, formar oligopsônios [em
que poucas empresas, de grande porte, compram determinado produto] e
oligopólios com recursos do Tesouro, porque é óbvio que não são instrumentos
eficientes no processo competitivo. São contra a competição. Mas isso vem de
muito tempo. Não tem nada a ver com a Dilma.
Vem do
governo Lula?
Sim, vem do
governo Lula. Tanto quanto sei até hoje, essa não é uma coisa que termine bem.
Como termina?
Com mais
inflação.
A inflação
hoje é um risco?
Não acredito.
A inflação vai flutuar um pouco. O BC continua com os instrumentos, tem
autonomia. É um erro imaginar que não opere. Como é um erro imaginar que o
governo não saiba administrar essa política econômica.
O que tem
acontecido de melhor no país?
O lado bom é
que as instituições estão muito mais fortes do que sempre estiveram. O Brasil é
o emergente que tem as instituições mais sólidas, como prova esse julgamento do
STF [do mensalão]. E, mesmo que tenha crescido pouco, temos crescido reduzindo
a desigualdade. A redução da desigualdade é tão importante quanto o
crescimento.
E estou
convencido: se o governo corrigir essas pequenas coisas, vamos crescer entre
3,5% e 4%. Se não corrigir, vamos ter um crescimento menor. Mas não significa
que o Brasil vai entrar em estagnação. Simplesmente vai ter crescimento menor.
Mas isso não
seria ruim?
É claro que
um crescimento maior é melhor, desde que acompanhado desse aumento de igualdade
de oportunidade. Este é o ponto central: estamos construindo uma sociedade mais
decente, dando à economia de mercado o que falta a ela, que é a redução da
flutuação no nível de emprego e o aumento da oportunidade de igualdade. Não há
razão para esse catastrofismo que se apropriou do país.
O erro do
truque fiscal produziu esse efeito. Permitiu que se generalizasse a ideia de
que o governo não sabe o que está fazendo. Duvido que o governo repita esse
erro.
terça-feira, 1 de janeiro de 2013
domingo, 16 de dezembro de 2012
Por que os juros caíram?
Hoje, na FOLHA DE S. PAULO, Samuel Pessoa, discorre sobre a queda na taxa de juros.
Desde
agosto de 2011 a taxa básica de juros reduziu-se em 5,25 pontos percentuais. A
queda para valores próximos aos praticados nas demais economias representa o último
passo que falta para que a estabilização macroeconômica da economia, iniciada
com o Plano Real, em 1994, se complete.
A
questão que se apresenta é sabermos os motivos que motivaram essa queda e, a
partir desse diagnóstico, investigar se a queda será perene ou se será
revertida à frente. Minha avaliação é que a queda da taxa básica de juros desde
agosto de 2011, apesar de ser fato auspicioso e longamente esperado por todos,
é sintoma de perda de produtividade e dinamismo da economia.
Se
as condições que produziram a perda de dinamismo persistirem, a queda terá sido
perene. Caso contrário, poderá haver em algum momento forte ciclo de alta de
juros.
Intuitivamente
associamos juros básicos elevados às situações de risco e de desempenho ruim da
economia. O motivo é que durante muitas décadas a taxa de juros era instrumento
utilizado para estabilizar o setor externo da economia.
Explico-me:
o país tinha uma grande dívida externa e apresentava dificuldade para financiar
a rolagem dessa dívida. Os investidores previam que, por conta dessa
dificuldade, haveria uma forte desvalorização do câmbio, que faria com que sua
riqueza aplicada no Brasil, medida em dólar, se desvalorizasse muito.
Respondiam, portanto, tentando retirar sua riqueza do país.
Para
contrabalançar, os juros domésticos elevavam-se para compensar os investidores
pelo risco percebido de desvalorização e, portanto, "convencê-los" a
não transferir seus recursos para fora do país.
Ou
seja, mesmo em momentos em que a inflação não estava em elevação, os juros
podiam subir. Esse mecanismo foi claríssimo no primeiro mandato de FHC antes da
alteração do regime cambial, em razão dos diversos choques externos
experimentados pela economia. Minha avaliação é que, desde 2004, quando o
regime de política econômica implantado no segundo mandato de FHC consolidou-se
no primeiro mandato de Lula, a taxa de juros deixou de oscilar em razão dos
riscos percebidos de perda patrimonial e passou a responder aos excessos de
demanda sobre a oferta da economia.
Na
linguagem da profissão, diz-se que desde 2004 a taxa de juros passou a
responder aos fundamentos do mercado de bens e serviços.
Por
que motivo o juro real foi tão elevado entre 2004 e 2010? Minha resposta é que
esse foi um período em que a demanda agregada -a soma de consumo e
investimento- cresceu a taxas superiores à taxa de crescimento do produto,
gerando uma situação de permanente excesso de demanda que pressionava preços e
mantinha a inflação permanentemente elevada, o que requeria a subida dos juros
para esfriar a economia e combater a inflação.
Se é
verdade que esse foi um período de forte avanço do consumo (de 2004 a 2010 o
consumo cresceu 5,5% ao ano para uma expansão do produto de 4,3%), a alta do
investimento no mesmo período, de 8,7%, foi ainda maior. No período mais
recente, de 2010 até 2012, o avanço do consumo continuou sendo superior ao
crescimento do produto, mas expansão do investimento ficou abaixo: 4,6% ante
4,4% anuais.
Assim
o fraco crescimento do investimento, aquém do produto, contribuindo para reduzir
a demanda, explica a redução dos juros domésticos desde agosto de 2011.
Esse
processo de juros em baixa deve persistir por mais uns trimestres: a projeção
no Ibre-FGV é que o investimento continue crescendo aquém da produção ao menos
no quarto trimestre de 2014, quando deve registrar o sexto trimestre seguido
com crescimento negativo.
A
questão é: os juros subirão se e quando o investimento voltar a crescer
fortemente? Há duas possibilidades para que não ocorra a subida dos juros.
A
primeira é que, com o retorno do investimento, a poupança doméstica cresça na
mesma medida, de forma a não ser necessário recorrer à elevação da poupança
externa para financiar a elevação do investimento.
A
segunda é que a política econômica aceite uma elevação da absorção de poupança
externa e, consequentemente, uma valorização do câmbio, quando o investimento
retornar. Isso terá consequências não triviais para a indústria.
quinta-feira, 13 de dezembro de 2012
De Obama@org para Dilma@gov.
Elio Gaspari, esta semana, na FOLHA DE S. PAULO.
De Obama@org para Dilma@gov
COMPANHEIRA
DILMA,
Permita-me
esse tratamento, apesar de estar atravessada na minha memória aquele dia de
caça aos ovos de Páscoa nos jardins da Casa Branca em que a senhora veio aqui
me dar aula de economia. Resta-lhe o crédito das minhas filhas terem adorado
seu palácio, que o Ronald Reagan achou parecido com sede de empresa de seguros
do Texas.
Decidi
escrever-lhe porque há tempo suspeito que a senhora cometeu o mesmo erro que eu.
Dispondo de três nomes para o Ministério da Fazenda, nomeei os três. Pus o
Timothy Geithner no Tesouro, o Paul Volcker num conselho e o Larry Summers numa
assessoria.
(Imagine o que esse gênio de Harvard mandou pedir: um carro,
presença em eventos e convites para jogar golfe comigo.) Deu tudo errado.
Summers e Volcker foram-se embora e, se Deus me ajudar, troco o Geithner no ano
que vem.
Esses
jornalistas que sabem tudo dizem que eu quase capotei na curva por causa desse
erro. Não foi assim. O Geithner garantiu-me um norte: a busca obsessiva pela
confiança do empresariado. Sem isso, o país teria ido à breca. Sinceramente,
sua turma está espancando essa gente. Aí, como cá, o sujeito tem uma sala no
palácio e pensa que manda. Eu não sei o que a senhora quer fazer com as
concessionárias de energia e de portos, mas sei que conseguiram produzir uma
enorme confusão.
Lá
pelo final de 2009, durante a discussão da política nacional de saúde, caiu-me
a ficha. Meu problema não estava na economia, mas naquilo que vocês chamam de
Casa Civil. A máquina da Presidência simplesmente não funcionava. Livrei-me de
dois.
Sei
que a senhora não tem sorte nesse tipo de escolha. Agora sua chefe da Casa
Civil é candidata ao governo de um Estado. Essa é a receita da encrenca. Os êxitos
caem por gravidade no colo do presidente, mas os fracassos dão-lhe a impressão
que vão para a conta dos outros. É engano, companheira. Os fracassos grudam na
gente com mais força que os sucessos. Enquanto estamos no palácio, todos nos
dizem que isso não acontece.
Quando vamos para rua pedir votos, vemos o tamanho
do erro.
Redesenhe
seu palácio, fuja dessas salas de eventos, vá para a rua, siga seus instintos,
enquadre os ministros candidatos a governos. Sua tarefa é muito mais fácil que
a minha. Se aqui houvesse uma oposição como a que há aí, eu passaria metade do
meu tempo jogando basquete ou paparicando a Michelle. Antes que eu me esqueça,
não perca tempo com a "The Economist". Desde 1848, quando foi
fundada, ela ensina ao mundo que não há salvação fora da ortodoxia liberal. Que
ninguém me ouça: a Inglaterra provou esse remédio e cada dia se parece mais com
a Holanda.
Finalmente,
um palpite, sem qualquer vestígio de torcida: admita que seu rival em 2014 será
o juiz Barbosa. Quando eu lancei minha candidatura, o Vernon Jordan, respeitado
líder negro, apoiava minha rival. A certa altura trocou de posição a
explicou-se: "É duro disputar
contra um movimento".
Lula,
"o cara", representou um movimento.
Michelle,
Malya e Sasha mandam-lhe um abraço. Marian, minha sogra, de quem talvez a
senhora se lembre, acompanha-as, mas fala todo dia nesse juiz Barbosa.
Do
companheiro Barack.
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