"A vida é o que é... A gente é que pode ser mais."
"Não importa o que fizeram de você, mas o que você faz com o que fizeram de você."
"Somos o que fazemos, mas somos, principalmente, o que fazemos para mudar o que somos."
"A vida é o que é... A gente é que pode ser mais."
"Não importa o que fizeram de você, mas o que você faz com o que fizeram de você."
"Somos o que fazemos, mas somos, principalmente, o que fazemos para mudar o que somos."
Diogo Costa no http://www.ordemlivre.org/node/447 fecha de maneira espetacular este ano de 2008. E que venha 2009, pois com, ou, preferencialmente, SEM CRISE, o livre mercado continua livre e democrático. A aula abaixo merece a nossa leitura e o agradecimento ao seu autor. Este blog, cujo próprio título já vem com o CAPITALISMO em seu cerne, não poderia deixar de divulgar O QUE O CAPITALISMO NÃO É.
Foi Karl Marx quem cunhou o depreciativo termo "capitalista" para identificar um sistema econômico que havia recebido de Adam Smith uma expressão mais descritiva e bonita: "sistema de liberdade natural". A origem negativa do termo é um dos motivos pelos quais a discussão sobre o capitalismo necessita de um esclarecimento. Seja para atacá-lo ou defendê-lo, é importante entendermos primeiro o que o capitalismo não significa.
O capitalismo não é exclusivamente "capitalista". A acumulação de capital é um fato existente em qualquer sociedade, independentemente de sua estrutura política e econômica. Max Weber já dizia em A ética protestante e o espírito do capitalismo que "a ganância pelo ouro é tão antiga quanto a história do homem". E que onde o capitalismo era mais atrasado encontrava-se "o reino universal da absoluta falta de escrúpulos na busca dos próprios interesses por meio do enriquecimento". No entanto, as pessoas ainda encaram o capitalismo como um ordenamento moral, um modo de vida em que a acumulação de riqueza é o bem superior. Mas a defesa do capitalismo não significa a defesa de um homo economicus cuja única preocupação na vida é ganhar dinheiro. Há muitas coisas mais importantes do que a acumulação de capital, como a família, a religião, a arte e a cultura. E isso realça a importância da economia de mercado. É verdade que no livre mercado há mais oportunidade para aquele que pretende enriquecer, mas nele o filósofo também tem mais oportunidade de aprender e o artista tem mais oportunidade de se expressar. E é por meio do livre mercado que o filantropo, a pessoa que deseja ajudar o próximo, dispõe de mais recursos para fazer assistência social, e, através do sistema de preços livres, pode utilizar seus recursos de forma mais eficiente.
O capitalismo não é a burocracia internacional. As pessoas de esquerda costumam identificar pelo termo "neoliberal", tanto as reformas modernizadoras que diminuem a participação do Estado na economia, quanto as organizações inter-governamentais como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional. Como neoliberalismo e capitalismo são termos intercambiáveis no discurso vulgar, o FMI e o Banco Mundial aparecem como braços operadores do capitalismo internacional. Essa confusão também costuma ser feita por pessoas de direita que, definindo-se por sua oposição sem reservas à esquerda, acabam defendendo instituições burocráticas como se fossem partes integrantes do sistema capitalista. Nesse caso, a esquerda tem razão em denunciar a arrogância de agências internacionais, que nada mais são do que uma forma de planejamento central de larga escala. Enquanto o liberal entende que a prosperidade depende da utilização do conhecimento e dos incentivos dispersos na sociedade, os burocratas internacionais acreditam que podem comandar o desenvolvimento econômico na Zâmbia ou em Guiné-Bissau de seus escritórios em Washington e Nova York. O resultado não tem sido animador. O jornalista Andrew Mwenda, de Uganda, continua sem resposta para sua pergunta sobre exemplos históricos de países que tenham realmente prosperado graças à ajuda externa. De 1975 a 2000, o continente africano recebeu em auxílio externo uma média de 24 dólares per capita por ano. Entretanto, o PIB africano per capita diminuiu a uma taxa média anual de 0,59%. Durante o mesmo período, o PIB per capita do sul asiático cresceu a uma média de 2,94%, apesar de ter recebido em auxílio externo uma média de apenas 5 dólares per capita a cada ano. Políticas de abertura de mercado têm um efeito mais positivo do que o planejamento internacional financiado por impostos. Na verdade, em vez de criar economias de mercado ativas e autônomas, as políticas do Banco Mundial diminuem a dependência dos governos por sua própria população, já que a receita não vem dos tributos extraídos do desenvolvimento econômico doméstico, mas das negociações com outros burocratas. O poder da população é transferido para essas organizações, criando uma cultura de dependência em que a miséria local apenas aumenta o poder de barganha dos governos que recebem auxílio externo. O resultado é a perpetuação da miséria.
O capitalismo não é a política norte-americana. Apesar de os Estados Unidos historicamente terem tido um de seus pilares no livre mercado, grandes contribuições para a compreensão do capitalismo foram feitas em outros paises. Sem contar que, ultimamente, o governo americano tem feito um ótimo trabalho de difamação do nome do livre mercado. O crescimento nos gastos da atual administração superam a de qualquer outro presidente desde o democrata Lyndon Johnson, criador do programa assistencialista da Great Society. George W. Bush foi o primeiro presidente americano a assinar um orçamento de mais de 2 trilhões de dólares. E também foi o primeiro presidente americano a assinar um orçamento de mais de 3 trilhões de dólares. Um aumento que inclui gastos significativos na previdência social e saúde pública, além dos gastos bélicos. As recentes aventuras no Oriente Médio também não podem ser consideradas políticas pró-capitalistas. A própria guerra e a permanência no Iraque são um experimento socialista de escala internacional, que já custou mais de 1 trilhão de dólares e cerca de 30 mil vidas. Liberais defensores do capitalismo não acreditam que nações são violentamente construídas por meio da política, mas que se desenvolvem espontânea e pacificamente. É o socialismo que defende a prosperidade planejada. E o que o governo americano tem feito no Iraque é um planejamento de longo alcance.
O capitalismo não é a defesa irrestrita das grandes corporações. Os defensores do livre mercado entendem que os negócios podem tanto servir quanto prejudicar a população em geral. Em um sistema intervencionista, toda empresa que quer aumentar o seu lucro tem duas opções: investir em produtividade, para competir pelos consumidores, ou investir em lobby, para competir pelos favores políticos. A competição para servir à sociedade é capitalismo, a competição para servir ao governo é mercantilismo. São os mercantilistas que defendem legislações protecionistas de corporações contra a competição estrangeira e doméstica. Os liberais defendem um mercado aberto, em que a manutenção de um negócio depende do oferecimento de serviços e produtos que satisfaçam ao consumidor.
O capitalismo não é a perpetuação das elites. São os oponentes do capitalismo que, ao defender maior concentração de poder nas mãos de políticos e burocratas, constroem um sistema corrupto e estático, no qual há pouco espaço para a mobilidade social e pouca oportunidade para o desenvolvimento da criatividade humana. Há doses de capitalismo em diferentes sociedades do mundo, mas não há uma sociedade onde a economia seja puramente livre, e nem o Brasil está entre as economias mais livres do mundo. Na verdade, de acordo com o ranking de liberdade econômica publicado anualmente pelo Fraser Institute, do Canadá, o Brasil encontra-se no 101º lugar entre 168 países examinados, empatado com Paquistão, Etiópia, Bangladesh e Haiti. No Brasil, há excesso de burocracia para a entrada e a permanência no mercado, uma legislação trabalhista rígida, que empurra os trabalhadores para a informalidade e uma legislação tributária que já foi considerada pelo Fórum Econômico Mundial como a mais complexa de todo o mundo. Os oponentes do livre mercado insistem no controle governamental da economia para resolver os problemas que foram criados pelo próprio governo. Defender o livre mercado é defender a estrutura de um sistema econômico dinâmico em que se estimula a produção de riquezas e se permite a mobilidade social.
O capitalismo não é a defesa do tratamento desigual das pessoas. Há diversas formas de tornar as pessoas mais iguais. Os igualitários normalmente não pretendem torná-las mais iguais em conhecimento ou em beleza, mas em recursos, pelo menos em alguns recursos que consideram fundamentais. É bem verdade que o livre mercado não se baseia na igualdade de recursos. Mas isso não significa um tratamento desigual das pessoas. A igualdade liberal, da qual floresce o capitalismo, é a igualdade de direitos, a igualdade perante a lei. Isso significa que as questões de justiça e o uso da sua liberdade no mercado não dependem de quem você é, mas do que você faz. O capitalismo é um sistema econômico de cooperação mútua, apoiado em uma estrutura de direitos na qual prevalece a igualdade jurídica entre as pessoas. As pessoas no livre mercado não são iguais em "distribuição de renda", mas são iguais em liberdade.
Por fim, capitalismo não é socialismo. O capitalismo não é uma imposição do governo, nem o mercado é uma ideologia em que a teoria necessariamente precede a prática. O capitalismo é simplesmente o que ocorre quando as pessoas têm liberdade para fazer trocas, apoiadas em direitos de propriedade bem definidos. É o socialismo que necessita da mobilização social para alcançar um objetivo comum entre todas as pessoas. O socialismo precisa da pregação e da concentração de poder na autoridade manipuladora. O socialismo é a politização da vida econômica, é um discurso interminável do Fidel Castro, é a transformação de tudo o que é belo e espontâneo no dirigismo rígido da política. O livre mercado é apenas o conjunto de ações de agentes humanos livres sobre a alocação de recursos escassos. Se os propósitos desses agentes são morais, a ordem gerada será igualmente moral. E é quando nós conseguimos sinceramente compreender e avaliar o capitalismo que passamos a ter o discernimento para defendê-lo ou atacá-lo.
Lendo hoje na Folha o Elio Gaspari comentar que esta crise econômica estava aí já em janeiro/2008, fui buscar a EXAME de 31/12/2007 e na página 27 leio novamente que: "Ao final do governo Clinton, em 2000, o superávit nas contas públicas americanas beirava os 2% do PIB. Bush cortou impostos, aumentou gastos e gerou um déficit estimado em quase 200 bilhões de dólares em 2007. O buraco nas contas, aliado ao desequilíbrio no balanço de pagamentos, enfraqueceu o dólar - que se desvalorizou quase 50% em relação ao euro nos últimos oito anos. Para piorar, a economia americana passa pela crise imobiliária, que pode jogar o país numa recessão nos próximos trimestres." Na página 29 leio que "o mais recente relatório do banco do investimento Merril Lynch avalia que a chance de recessão em 2008 é de 100%".
Diante disso, que lemos em 31/12/2007, alguma surpresa com o que está acontecendo hoje?
Mesmo vendo ECONOMIA em tudo na vida, este blog também tem seus momentos de outros fatos. Desde que começei a ler que sou conhecedor de um eterno conflito lá no distante Oriente Médio entre Israel e palestinos. Fato é que nem nesta época de final de ano eles conseguem viver um segundo sequer em PAZ. Hoje, no mais violento ataque de Israel contra grupos radicais palestinos ocorrido nos últimos anos, cem bombas, lançadas de 60 aviões de guerra contra 50 alvos, deixaram um saldo de mais de 200 mortos, segundo fontes médicas palestinas, e mais de 200 feridos. Triste notícia para um final de ano que já vai indo triste.
Continuando a ler as notícias de hoje, quase não acreditei quando li na Folha online que o cientista político Samuel Huntington, autor do famoso ensaio "O Choque de Civilizações", morreu aos 81 anos em Martha's Vineyard, no Estado americano de Massachusetts, conforme informou neste sábado a Universidade Harvard.
Huntington morreu na última quarta-feira (24/12). O cientista político deixou de lecionar em Harvard em 2008, após 58 anos de "serviços bons e leais", segundo a universidade americana. Ele foi autor, co-autor e editor de 17 obras e 90 artigos científicos sobre a política americana, a democratização, a política militar, a estratégia, e até mesmo política de desenvolvimento, informou o comunicado.
Nascido Samuel Phillips Huntington em 18 de abril de 1927 em nova York, ele conseguiu se formar na Universidade de Yale aos 18 anos e começou a lecionar em Harvard aos 23. "O Choque de Civilizações", publicado em 1996, foi traduzido a 39 idiomas. O livro também foi considerado como uma visão prévia do conflito com grupos muçulmanos que culminou nos atentados de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos.
Realmente, apesar de sua morte ter ocorrido na véspera de Natal, somente foi divulgada a pouco. Mesmo não querendo acreditar, pesquisei ainda na Harvard Magazine http://harvardmagazine.com/breaking-news/samuel-p-huntington-dies-age-81 , confirmado o fato, divulgado há menos de três horas, conforme abaixo.
Political scientist Samuel P. Huntington, the Weatherhead University Professor emeritus, died December 24, at age 81, on Martha’s Vineyard. He retired from teaching in 2007, after 58 years of service at Harvard, according to the official University news release on his life and career.
Huntington was best known for his views on the importance of cultural identities and affiliations in shaping relations between and among states and nations—an argument popularly summarized by his vivid phrase, “the clash of civilizations,” first spelled out in a 1993 journal article and then expanded upon in a internationally best-selling book published in 1996.
Existem professores que marcam toda uma geração, que apresentam idéias novas, que criam polêmicas admiráveis e que ficamos conhecendo ao longo de nossas experiências acadêmicas. Quando fiz na Universidade de Brasília uma especialização em Relações Internacionais, não tive que deixar de ler e conhecer um pouco mais desse tal choque de civilizações e a recomposição da ordem mundial. Por isso, esta notícia de sua morte e da situação na faixa de Gaza, tudo no último sábado de 2008, é para marcar de tristeza este mundo em CRISE (para não dizerem que não falei de economia).
E um fato que também marca é o belo exemplo de Professor Huntington: 58 anos lecionando em Harvard. Que exemplo de vida para todos nós, indiferente das posições políticas do grande Mestre.
Acabo de receber a EXAME com a feliz data de 31/12/2008, UM ANO PARA FICAR NA HISTÓRIA. Cláudia Vassallo, na sua Carta ao Leitor, consegue ser realista e otimista. Para ela (e eu concordo integralmente), "este ano mudou o mundo e nos deu uma lição de humildade. Cisnes Negros (de novo o livro que estou lendo) continuarão a surgir na economia sem que tenhamos capacidade de antever sua aparição. Continuaremos a ser surpreendidos por eles, sem que isso seja necessariamente ruim. ECONOMISTAS, analistas financeiros, gurus, acadêmicos, NINGUÉM conseguiu desenhar os contornos que o mundo tomaria após o anúncio da quebra do LEHMAN BROTHERS."
Humildade é a própria EXAME reconhecer através de sua Diretora de Redação que também "nós, jornalistas de EXAME cometemos erros". E encerra sua carta com o otimismo de que "não é preciso ser sábio ou profeta para dizer, hoje, que 2009 será tão ou mais emocionante que 2008." E que muitas profecias ruins não se cumpram...
Não posso deixar de divulgar recente artigo com o sugestivo título "Somos todos keynesianos", de MARTIN WOLF no "FINANCIAL TIMES". Uma excelente leitura para este feriadão de final de ano. E que venha 2009.
Somos todos keynesianos, agora. Quando Barack Obama assumir a Presidência, proporá um gigantesco pacote de estímulo fiscal. Pacotes semelhantes estão sendo propostos por diversos governos.
O fantasma de John Maynard Keynes (1883-1946), pai da macroeconomia, voltou para nos assombrar. Com ele retornou o de seu mais interessante discípulo, Hyman Minsky. Todos sabemos agora o que quer dizer o "Momento Minsky" - o ponto no qual um período de mania financeira se transforma em pânico.
Como todos os profetas, Keynes ofereceu lições ambíguas aos seus seguidores. Poucos ainda crêem na sintonia fina fiscal que seus discípulos propunham nas décadas após a 2ª Guerra. Mas ninguém mais acredita, tampouco, nas metas monetárias propostas pelo celebrado adversário intelectual de Keynes, o americano Milton Friedman (1912-2006).
Agora, 62 anos após a morte do economista britânico, numa nova era de crise financeira, é mais fácil compreender o que segue relevante em seus ensinamentos.
Eu vejo três lições amplas.
A primeira, desenvolvida por Minsky, é que não deveríamos levar a sério as pretensões dos financistas. "Um banqueiro sólido não é aquele que prevê o perigo e o evita, mas o que, quando quebra, quebra ao modo convencional, em companhia de seus pares, de maneira a que ninguém possa culpá-lo." Ou seja, o conceito de "mercados eficientes" não era com ele.
A segunda lição é a de que a economia não pode ser analisada da mesma maneira que uma empresa individual. Para uma empresa, faz sentido cortar custos. Caso o mundo tente fazê-lo, resultará numa contração da demanda. Um indivíduo pode não gastar toda sua renda, mas o mundo deve fazê-lo.
A terceira e mais importante lição é que a economia não deveria ser tratada como uma narrativa moral. Nos anos 1930, havia duas visões ideológicas opostas em competição: a austríaca e a socialista. Os austríacos Ludwig von Mises e Friedrich von Hayek argumentavam que era necessário purgar os excessos dos anos 1920. Os socialistas argumentavam que o socialismo precisava substituir completamente o capitalismo. As posições se baseavam em religiões laicas concorrentes: a primeira, na idéia de que a busca de vantagem pelos indivíduos garantia uma ordem econômica estável; a segunda, na idéia de que essa motivação só poderia conduzir a exploração, instabilidade e crise.
Keynes foi um gênio peculiarmente inglês, já que insistia em que deveríamos abordar um sistema econômico não como uma narrativa moral, mas como um desafio técnico. Ele desejava preservar o máximo de liberdade, mas reconhecia que um Estado mínimo era inaceitável em uma sociedade democrática e de economia urbanizada. Desejava preservar a economia de mercado, mas não acreditava que o "laissez-faire" propicia tudo de melhor no melhor dos mundos possíveis.
Esse mesmo debate moralista retornou, hoje. Os "liquidacionistas" insistem em que um colapso resultaria no renascimento de uma economia purificada. Seus oponentes de esquerda argumentam que a era dos mercados acabou. E mesmo eu desejo punição aos alquimistas financeiros que alegavam que dívidas cada vez maiores serviriam para transformar chumbo econômico em ouro.
Para Keynes, abordagens como essas são tolas. Os mercados não são infalíveis ou indispensáveis. Servem de sustentação a uma economia produtiva e às liberdades individuais. Mas também podem sair do rumo, e precisam ser administrados.
A tarefa urgente é restaurar a saúde da economia mundial.
O desafio de prazo mais curto é sustentar a demanda agregada, como Keynes recomendaria. Igualmente importante será o financiamento direto do banco central à captação. Boa parte do ônus caberá aos EUA, em larga medida porque europeus, japoneses e até chineses são inertes demais, complacentes demais ou fracos demais.
Dada a correção do consumo doméstico já em curso nos países com déficits comerciais, é provável que esse período de altos gastos dos governos persista por anos. Ao mesmo tempo, é preciso um grande esforço para purgar os balanços domiciliares e do sistema financeiro.
Converter dívida em capital certamente será necessário.
Também pragmática deve ser a tentativa de construir um novo sistema de regulamentação financeira mundial e uma política monetária que contenha os "booms" de crédito e as bolhas de ativos. Como Minsky deixou claro, não há resposta permanente. Mas reconhecer a fragilidade sistêmica de um sistema financeiro complexo poderia ser um bom começo.
Como foi o caso nos anos 1930, temos uma escolha: lidar com esses desafios de forma cooperativa e pragmática ou permitir que as viseiras ideológicas e o egoísmo nos obstruam. O objetivo é claro: preservar uma economia mundial aberta e ao menos razoavelmente estável, que ofereça oportunidades à maior proporção possível da humanidade.
Como Oscar Wilde poderia ter dito, na economia a verdade é raramente pura e jamais simples. É a maior lição da crise. E também uma lição de Keynes.
Nesta época de final de ano e com o pessimismo geral sobre 2009 abatendo muita gente boa, vale a pena ler o artigo abaixo, escrito por MICHAEL SKAPINKER, colunista do "Financial Times". É por ler artigos com a mensagem abaixo que continuo otimista com relação a 2009. Eu, Nosso Guia e mais alguns poucos colegas.
Meus caros quase dois leitores: reflitam e leiam nas entrelinhas que podemos ter um 2009 diferente do que estão falando. Estou lendo "A lógica do Cisne Negro" de Nassim Nicholas Taleb, decano de Ciências da Incerteza na Universidade de Massachusetts. O artigo do Skapinker é o meu Cisne Negro.
Em abril de 1961 o filósofo Bertrand Russell declarou, em uma reunião da Campanha pelo Desarmamento Nuclear, que, se as grandes potências não alterassem suas políticas, seria "improvável ao mais alto grau que qualquer de nós aqui presentes continue vivo dentro de 10 anos".
As bombas nucleares ainda podem ser detonadas ao longo dos próximos 10 anos, ou talvez até no ano que vem. Alguns dos países que dispõem desse tipo de arma, ou parecem determinados a adquiri-la, são mais assustadores do que aqueles que as tinham em seus arsenais naquela época. Mas, 47 anos depois da previsão apocalíptica de Russell, continuamos aqui.
Vocês se lembram do vírus do milênio? A suposição era de que ele viesse a paralisar o mundo, porque os computadores seriam incapazes de enfrentar a mudança de 99 para 00 em seus calendários internos.
Qual foi a origem daquilo tudo? O vírus do milênio foi um perigo genuíno que governos e empresas evitaram porque agiram com decisão? Ou vivemos um momento de histeria empresarial e pessoal maciça?
Suspeito que a resposta correta seja essencialmente a última. Pode ser que, dentro de uma geração, o aquecimento global venha a ser considerado mais ou menos à mesma luz. Também pode ser que não. Nem tudo sobre o que entramos em pânico é infundado.
Mas é surpreendente como o desastre que acaba nos atingindo é exatamente aquele pelo qual não esperávamos.
Havia gente preocupada com os créditos hipotecários de risco (subprime), com a securitização e com a complexidade financeira, dada a possibilidade de que tudo isso terminasse em desastre, mas suas preocupações foram desconsideradas.
Quando o desastre nos atinge, muitas vezes surge a revelação de que alguém o havia previsto. Mas muitas vezes as previsões sombrias não se confirmam, e as vozes solitárias são desdenhadas e esquecidas.
E por que não somos muito bons em prever o futuro? Para começar, porque o mundo é complicado demais para que possamos considerar todas as eventualidades. Em segundo lugar, porque tendemos a reproduzir o comportamento daqueles que nos cercam. Dissidentes têm poucos amigos.
Terceiro, porque, em nossa incerteza, tendemos a confiar naqueles que acreditamos saber melhor. Hoje, tendem a ser economistas, intelectuais e celebridades. Se todas essas pessoas inteligentes acreditam em alguma coisa, quem somos nós para contradizê-las?
Quarto, gostamos de histórias.
Adotamos narrativas que explicam o mundo e nos apegamos a elas mesmo quando os fatos sugerem que podem estar erradas. Apenas quando estamos encarando o colapso começamos a duvidar do que dizem.
A história do capitalismo acabou em frangalhos este ano. Ocorre que, desta vez não há algo de melhor à espera do outro lado.
O próximo capítulo será fascinante. As taxas de juros dos Estados Unidos caindo a zero, ou bem perto disso. Boa parte do sistema bancário estatizado. Um presidente carismático na Casa Branca.
O que acontece a seguir? Não sei.
Vocês, tampouco. Por mais desesperados que estejamos para descobrir, devemos ser maduros o bastante para admitir que não existe quem possa nos contar. Isso torna a vida mais difícil, mas o que seria de nós, de outra forma? A curiosidade quanto ao que acontece a seguir é parte essencial da alegria e da angústia de ser humano.
Recente reportagem do The Wall Street Journal citou os cinco setores nos quais o presidente eleito Barack Obama estará estimulando economicamente. São eles: a infra-estrutura de transporte; a eficiência energética; a reforma dos prédios escolares; a expansão da banda larga e os registros de saúde digitais. Sem querer ser pessimista, muito pelo contrário, minha avaliação inicial é que esse New Deal nos moldes do que o presidente Roosevelt fez na Grande Depressão dos anos 30 não será suficiente para reverter os atuais péssimos números da economia americana.
Penso que ele deveria reunir-se rapidamente com o Nosso Guia, em conjunto com a Mãe do PAC e aprender como se coloca em funcionamento um Plano de Aceleração do Crescimento e não se tem, ainda, o resultado desejado. Afinal, aqui a crise não entra.
Ontem foi Natal, mas como seria melhor se fosse todo dia. Diante disso, vale à pena ler de novo o artigo “NATAL SECRETO” da Míriam Leitão. Ela inicia seu texto comentando que os americanos não desejam mais Feliz Natal e isso não é devido à crise nem pelas profecias terminais dos nossos colegas economistas. O politicamente correto lá é trocar o específico MERRY CHRISTMAS pelo genérico HAPPY HOLIDAYS. O final do seu artigo é perfeito. Lá vai a Míriam dizendo que “A diversidade é ninguém abrir mão da própria identidade. Refletir antes de falar para não ofender o outro. Não impor o pensamento dominante como único padrão possível, incentivar os valores da convivência entre desiguais, tudo isso é bom, universalmente bom. E é dessa aceitação do outro, da união de todos, que se faz o verdadeiro espírito de NATAL”. Para quem desejar ler na íntegra seu post, basta acessar http://oglobo.globo.com/economia/miriam/#149608
Em São Paulo tive o prazer, por diversas vezes, de ver um dos mais belos quadros de Rafael, a "Ressurreição de Cristo", que está lá no Museu de Arte de São Paulo - MASP.
Hoje, realmente a noite não é de ECONOMIA.
Apesar da revista "Dicta & Contradicta" já ter lançado o seu número dois, até o momento ainda não tive o prazer de comprá-la aqui neste interior do Pará. Porém espero que em breve, eu consiga localizar uma banca que tenha a mesma.
Já tinha lido algumas ótimas referências com relação a revista e a sua apresentação que está no site http://www.dicta.com.br/a-revista/, já diz para que veio. A Dicta & Contradicta é uma revista semestral lançada em 10 de junho de 2008 em São Paulo pelo Instituto de Formação e Educação.
Reúne artigos e resenhas de intelectuais brasileiros e estrangeiros sobre os grandes temas da cultura ocidental: a ética, a filosofia, a literatura e as artes, sob uma perspectiva de longo prazo, desvinculada da política partidária e com uma vocação, na medida do possível, universal. Com isso, a revista – com uma mentalidade acadêmica, mas sem academicismos – procura atender a uma demanda do mercado por textos de maior transcendência e profundidade.
Normalmente procuro escrever mensagens de NATAL/ANO NOVO diretas, objetivas, sem procurar adoçar um momento em detrimento de outros 364 amargos. Neste ano, minha mensagem de NATAL/ANO NOVO é a mensagem da DICTA & CONTRADICTA. Depois que li, refleti e resolvi postar algo maior que a minha objetividade. Espero que meus dois quase leitores, também gostem da mesma. BOA LEITURA E BOAS FESTAS.
De todas as épocas do ano, o Natal parece ser a mais carregada de “peso”, de “sombras”. Claro que a ocasião é de festa: afinal, é Deus quem nasce, mais uma vez. Mas é de se pensar que ninguém sabe o que acontece quando Deus nasce. Por isso, o “peso”, as “sombras”. Em um mundo dominado por uma “crise” que jamais encontra uma solução, o Natal parece ser somente uma ocasião para comprar e dar presentes ou, pior, para descansar a cabeça de um ano díficil e preparar-se para um ano que promete ser mais díficil ainda.
Entretanto, ele não é apenas um “descanso para a mente do homem comum” ou o “nascimento de Deus”. O Natal é o nascimento do Deus que veio para nos salvar - eis a diferença. Um deus pode nascer e até ajudar o crente em seus caminhos no mundo tortuoso; mas um deus que nasça para salvar efetivamente o crente e, ainda depois deste resgate, continua a ter paciência para dar conselhos e confortá-lo - isso sim é quase impossível (e olhem que o tal do crente nunca é o melhor dos seres humanos).
No entanto, isso aconteceu - e a rejeição deste simples fato coloca em perigo não só uma questão civilizacional, mas também a nossa própria existência pessoal. Vivemos em um mundo que, mais cedo ou mais tarde, vai nos devorar em suas presas e temos Alguém com quem, através de um pouco de esforço, podemos conversar, dialogar e chegar em finais muito surpreendentes. E este Alguém também pede muito pouco - na verdade, segundo o Salmo 51, pede apenas um coração verdadeiramente contrito. Por “contrito” entenda-se o verdadeiro exame de consciência que só você e Deus podem saber o que se passa dentro do seu coração. Mas se perdermos a noção deste Alguém, como poderemos conversar, dialogar? Perdemos isso e tudo está perdido - nada mais, nada menos.
O Natal serve para mergulharmos nas suas “sombras”, no seu “peso” e relembrarmos constantemente que o nosso nascimento não acontece em um único dia, mas em todos os dias. O mesmo ocorre com a Ressurreição - que é um Natal redobrado, por assim dizer. Esta é a verdadeira alegria deste evento - uma alegria agridoce, sem dúvida, pois, como nos lembra São João de Ávila, a madeira da manjedoura é o prenúncio da madeira da Cruz. Mas entre uma e outra há todo um percurso e é nele que esse Alguém está do nosso lado, sem hesitar, sem nunca recusar seu conforto, mesmo que seja no mais perturbador de todos os silêncios.
Um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo para todos os leitores que fizeram deste blog uma realidade!
Muito interessante a entrevista desta semana na VEJA com o economista americano JEREMY RIFKIN. Ele defende a tese de que a atual crise financeira, a crise energética e o aquecimento global estão interligados e não serão solucionados separadamente.
Fico satisfeito com esse entendimento, pois ao prever que o barril de petróleo deve custar US$ 200 em 2030, ainda temos algum tempo para fazer valer a importância da busca de novas fontes de energia, o que deve beneficiar o Brasil. Mesmo que hoje o preço do barril esteja por volta dos US$ 45, ele comenta que por causa do aumento da população mundial e do consumo, o preço do petróleo vai subir em breve, por mais lenta que a economia esteja.
Para RIFKIN, "para sair do pântano financeiro e climático, é preciso acelerar a revolução verde."Entendo que o Brasil pode fazer muito e ser destaque no mundo. É só ver a quantidade de alternativas energéticas que temos em nosso país.
Este breve texto abaixo eu li num suplemento da revista TIME edição de inverno, presente de um colega recém-chegado do exterior. Numa matéria de 64 páginas exclusiva sobre o luxo no mundo, é que vemos que uma das melhores coisas da vida é mesmo o TEMPO.
Don´t talk to me about luxury.
OK, you can.
But forget it.
You must know that the only real luxury is TIME.
TIME and a cup of tea. And a pear. Or an apple. Maybe a little cake.
That is enough.
Antoninho Marmo Trevisan é o atual Presidente da Academia Brasileira de Ciências Contábeis. Em recente artigo no VALOR ele cita o Tratactus de Computis et Scripturis (“Contabilidade por Partidas Dobradas”, do padre Luca Paciolo, (reconhecido como o pai da contabilidade), publicado em 1494 e que estabeleceu um conceito inexorável: PARA CADA DÉBITO DEVE EXISTIR UM CRÉDITO EQUIVALENTE.
Diante dessa sábia fórmula, Trevisan sintetiza de maneira didática que “o desrespeito ao clássico ensinamento, que os contabilistas aprendem no primeiro ano do seu curso superior, foi a causa da pandêmica crise do sub-prime surgida nos Estados Unidos.” Continua ele que “para um mesmo bem, representado na compra do imóvel, foram criadas inúmeras fontes de recursos, mas sem o necessário lastro físico”.
Então vamos concordar numa coisa: o livre mercado é a base do capitalismo e sempre vai em busca do algo mais. SE esse algo mais deu errado, a falha não é exclusiva do livre mercado, MAS da omissão do Estado na regulamentação dessa enorme movimentação financeira interglobal que a internet possibilitou. Acredito na possibilidade da feliz união entre o livre mercado com o Estado, cada qual fazendo a sua parte, não deixando porém de olhar um ao outro. Também não entendo que o retorno do Keynes em pleno século XXI possa ser a salvação do mundo.
Como já era esperado, a revista TIME escolheu Barack Obama como a personalidade do ano de 2008. Como primeiro negro eleito presidente dos Estados Unidos ele "destronou séculos de ordem social estabelecida". Sou totalmente favorável à escolha e acredito que a maioria mundial também. Que ele faça a partir de 20/01/2009, o melhor para os Estados Unidos. O resto do mundo, agradece antecipadamente.
Vide abaixo, direto da Time, com objetividade:
Person of the Year 2008: Barack Obama In one of the craziest elections in American history, he overcame a lack of experience, a funny name, two candidates who are political institutions and the racial divide to become the 44th President of the United States.
Como já escrevi algumas vezes para os meus quase dois leitores(as), além dos meus parcos e sucintos comentários semanais, entendo que tenho o dever de publicar textos de outros colegas (indiferentes se pensam ou não igual à minha "própria teoria econômica"), porém trazem à pauta, assuntos que precisamos entender melhor e são matérias atuais que sempre nos levam a pensar numa maneira de "solucionar" nossos problemas micro e macroeconômicos. São textos recomendáveis e que, por vezes, por inúmeros outros motivos, muitos leitores não tiveram a oportunidade de conhecer.
Neste post, trago a coluna de Delfim Netto, com o título "CUIDADO", publicada em 17/12/2008 na Folha de S. Paulo. Os destaques em negrito são por minha conta e risco. Boa leitura.
Não deixa de ser um pouco assustadora a facilidade com que se fala em "refundar" o capitalismo como resposta à crise que o laxismo dos Bancos Centrais e a imoralidade de agentes do sistema financeiro depositaram sobre a economia real.
"Capitalismo" é o codinome de um sistema de organização econômica apoiado no livre funcionamento dos mercados. Nele há uma clara separação entre os detentores do capital (os empresários) que correm os riscos da produção e os trabalhadores que eles empregam com o pagamento de salários fixados pelo mercado. É possível (e até necessário) discutir a qualidade dessa organização e sugerir-lhe alternativas. O difícil é negar a sua eficiência, a sua convivência com a liberdade individual e os dramáticos resultados que desta última emergiram a partir dos meados do século 18.
Depois de uma estagnação milenar, nos últimos 250 anos ela permitiu a multiplicação por seis da população mundial, multiplicou por dez a sua produção per capita e elevou de 30 para 60 anos a expectativa de vida do homem, o que não é pouco.Certamente ela não é perfeita.
Tem, por exemplo, uma tendência a produzir uma detestável desigualdade. Mas o seu problema mais grave -conhecido desde sempre- é a sua ínsita tendência à flutuação (em períodos e amplitudes variáveis) com repercussões sobre o emprego e a segurança econômica dos cidadãos. Quando se trata das flutuações macroeconômicas e da desigualdade, os economistas se dividem em duas tribos: uma crê que o sistema de economia de mercado, deixado a si mesmo e com tempo suficiente, resolve os dois problemas. Logo, ela dá ênfase à estabilidade monetária, fundamental para o bom funcionamento dos mercados. A outra crê que a solução exige uma intervenção inteligente, cuidadosa e firme do Estado que corrija a desigualdade de oportunidades e mantenha a demanda global. Logo, ela dá ênfase à estabilidade do emprego no nível mais alto possível.
A tentativa (de falsa inspiração keynesiana) patrocinada pelo Partido Trabalhista inglês depois da Segunda Guerra, de produzir simultaneamente a estabilidade monetária e o pleno emprego, terminou, como todos sabemos, num Estado-corporativo ineficiente, cuja desmontagem foi iniciada por Thatcher. As implicações políticas (na organização do Estado) e econômicas (na limitação da liberdade de iniciativa produtora das inovações) da "refundação" do capitalismo para eliminar as "crises" são muito mais sérias do que supõe a vã filosofia de alguns trêfegos passageiros do G20. Como diriam os romanos: Cuidado, o cachorro é perigoso!
Por uma questão de comprar presentes de última hora, tive que retornar ao shopping por volta das 17 horas de hoje. E qual a minha boa surpresa de encontrar muita gente lotando as lojas. Não dá para afirmar SE todos estavam comprando, mas pelo menos desfez minha visão anterior de fim de festa sem animação.
Espero também que os meses iniciais de 2009, não tragam além das notícias da crise, uma quantidade elevada de devedores. Boas vendas geram empregos, que resultam em salários, que geram novas compras e a vida continua... No entanto, com juros altos (o brasileiro somente observa o valor da prestação) e os bancos e financeiras restringindo o crédito, este Natal não parece ser o do bom Papai Noel.
Vamos também pensar que se as empresas contrariarem o Nosso Guia e apostarem na demissão como única saída para a crise, um retorno da inflação para delírio de alguns que apostam na possibilidade do crescimento econômico com uma inflação crescente, nossas exportações desabando e o dólar subindo, quem poderá nos tirar deste pesadelo?
Li na Folha que o relatório mensal da consultoria britânica Economist Intelligence Unit (EIU) prevê retração de 0,4% na economia mundial em 2009, o pior desempenho desde o final da Segunda Guerra Mundial.
Segundo o relatório, o Brasil "não está imune à crise econômica global e os eventos das últimas semanas, incluindo a rápida desvalorização do real, seriam exemplos claros da vulnerabilidade brasileira à crise." Estou hoje em Belém e visitando o Shopping Iguatemi por volta das 13 horas fiquei impressionado com a pouca quantidade de consumidores. Afinal, estamos a poucos dias do Natal e conforme conversei com vendedores que conheço, todos também estavam sem entender o fraco movimento. Até em demissões eles falaram que suas chefias já comentam entre si.
Quando vejo o Nosso Guia reclamando contra os empresários que já estão demitindo funcionários, quando leio sobre grandes empresas totalmente engajadas no moderno time de “responsabilidade social para inglês ver” também desligando seus colaboradores, observando o movimento de compras/consumo neste final de ano, não resta alternativa que não pensar em como manter os últimos indicadores de crescimento econômico que o Brasil registrou, em uma situação que agora de marolinha está virando um tsunami.
Mesmo com o cenário nada otimista que estamos prevendo, vamos torçer por experiências criativas, sem demagogias eleitoreiras com pensamento em 2010, que possam superar este momento, trazendo bons resultados aos funcionários, aos empresários e ao governo. E que venha logo este 2009, antes que essas famosas consultorias escrevam que o mundo acabou...
"O orçamento deve ser equilibrado, o Tesouro deverá ser recarregado, a dívida pública deve ser reduzido, a arrogância do funcionalismo deve ser temperado e controladas, bem como a assistência às terras estrangeiras a fim de que não deverão ser abreviados Roma tornar-se insolvente. As pessoas devem aprender de novo a trabalhar, em vez de viverem em assistência pública."
Quem escreveu esta frase foi Marcus Tullius Cicero ou Marco Túlio Cícero, filósofo, orador, escritor, advogado e político romano, lá da nossa distante Roma, em meados de 30 A.C.
Um dúvida: Como ele já poderia conhecer o Nosso Guia?
Recentemente somente se tem falado sobre a crise e como os grandes Economistas não tiveram o dever de solucioná-las antes dela nos atingir em cheio (Lá nos USA, of course). Aqui, somente marolinha... Por enquanto...
Em primeiro lugar, existe todo um poder político que não necessariamente pensa exatamente igual a quem tem as "idéias econômicas" corretas para a hora certa.
Em segundo lugar, conforme escreveu o Millor Fernandes "A economia compreende todas as atividades do país, mas nenhuma atividade do país compreende a economia." Logo, devem ou não serem ouvidos e respeitados os Economistas? Eu já penso que por trás de um grande político deve ter sempre um respeitado Economista.
Por isso, concordo com o Stephen J. Dubner do blog freakonomics.com quando comenta de sua alegria em saber que Obama está com um poderoso time de Economistas para virar o jogo desta crise. Estão lá dentre outros: Lawrence Summers, Peter Orszag, Christina Romer, Austan Goolsbee, Timonthy Geithner e o experiente Paul Volcker. Somente para termos uma idéia de como funciona no governo BUSH, o diretor do Escritório de Gestão e Orçamento, que supervisiona gastos de uns US$ 3 trilhões é um político. O de OBAMA será um Economista profissional.
É lamentável que a Força Sindical prometa organizar a partir de janeiro de 2009, um movimento para derrubar o Henrique Meirelles da presidência do BACEN, caso ele continue com a política de juros elevados.
Por que ao invés dessas manifestações de engarrafar ainda mais o nosso caótico trânsito, esses senhores não discutem o assunto civilizadamente e apresentem propostas ao governo?
É necessário que todos entendam que cada caso é um caso. Levantamento recente da LCA Consultores informa que analisando a taxa básica de juros de 52 países desde a quebra do banco Lehman Brothers, 28 reduziram a taxa, 17 a mantiveram (incluindo o Brasil) e 7 países elevaram a taxa no período. Logo, o BACEN/COPOM tem seus motivos para não baixar ainda hoje nossa taxa.
Vamos aguardar mais um pouco, pois como li em algum texto, "EM ECONOMIA, É FÁCIL EXPLICAR O PASSADO. MAIS FÁCIL AINDA É PREDIZER O FUTURO. DIFÍCIL É ENTENDER O PRESENTE".
"Como Reagir à Crise? Políticas Econômicas para o Brasil" é um livro virtual que está no sítio http://www.iepecdg.com/ - Instituto de Políticas Econômicas da Casa das Garças, que é um centro de estudos cariocas dirigido pelos economistas Edmar Bacha e Ilan Goldfajn.
O bom é que a reação à crise já começa pelo livro, que é FREE. Reúne artigos de pesos pesados como Armínio Fraga, André Lara Resende, Gustavo Franco, Pedro Malan, Alkimar Moura, Armando Castelar Pinheiro, Francisco Lopes entre outros.
Entre tantos textos de excelente qualidade acadêmica, fico com um pequeno trecho da parte do Pedro Malan quando escreve que "O Brasil não está em recessão, nem em deflação, mas em processo de desaceleração do crescimento que vai significar sim redução das receitas e portanto vai exigir cortes na expansão de gastos antes contemplados e não o contrário, como vem acontecendo com as contratações e aumentos anticíclicos." Resumindo: o governo deve conter o gasto público como o único caminho para o País atravessar a crise.
Como acontece todos os anos, além da festa de final de ano com todos os funcionários da empresa, a nossa área tem uma confraternização mais próxima. Ela ocorreu sexta à noite e para minha alegria ganhei do meu "amigo secreto ou oculto" o livro do LARRY ROHTER "DEU NO NEW YORK TIMES".
Ler a respeito do Brasil segundo a ótica de um experiente repórter do jornal mais influente do mundo é algo inédito, o que faz do livro um tremendo sucesso.
Como IBIAPINENSE, CEARENSE, NORDESTINO, portanto, quase mais um BRASILEIRO, uma das melhores partes do livro que já li, (e olha que já encontrei várias), foi a que cito abaixo:
"Se o ideal brasileiro é o da miscigenação, seja ela racial ou cultural, então o NORDESTE é o seu principal candinho. Foi no NORDESTE que as três principais correntes da identidade nacional brasileira - europeus, africanos e ameríndios - se encontraram pela primeira vez e formaram a mistura que faz do BRASIL o que ele é hoje em dia. O NORDESTE é ao mesmo tempo o berço da CULTURA BRASILEIRA e seu melhor laboratório."
Pergunto aos meus quase dois leitores: isso é ou não é para iniciar um excelente DOMINGO?
Conforme este que vos escreve postou em 08/12/2008 (vide abaixo), mesmo com a pressão do Nosso Guia e com Delfim Netto solicitando via Folha de S. Paulo, "por favor -0,25% de redução da taxa Selic", o COPOM ratificou o que escrevemos antecipadamente: a taxa de juros está mantida nos atuais 13,75% ao ano.
É muito importante a releitura da teoria econômica e a leitura de bons textos, com economistas favoráveis e outros contrários ao seu pensamento. Cada dia é um aprendizado e ainda temos muito a aprender. Porém, somos otimistas e estudar sempre vale a pena. Um dia, você vai precisar de algo que aprendeu.
Recentemente publiquei um post comentando uma entrevista do NOAM CHOMSKY na Folha de S. Paulo. Meu objetivo, conforme citei, era conhecer o "pensamento" de intelectuais de quem discordo frontalmente. Hoje, a minha predileta Barbara Gancia, de quem sou leitor há anos também na Folha, escreveU em seu blog http://www.barbaragancia.com.br/ o post abaixo. Nota dez para a colega blogueira.
A Folha publica hoje entrevista com o lingüista Noam Chomsky assinada pelo correspondente em Washington, Sérgio Dávila. Nada contra dar espaço a um hipócrita como Chomsky, é da vocação da Folha ouvir todas as vozes do espectro político.
Mas dizer que ele é “um dos principais intelectuais progressistas em atividade” é comprazer com o que há de pior no pensamento da esquerda (se é que há alguma coisa que ainda se salve no pensamento da esquerda).
Considerado como o homem que revolucionou a lingüística moderna, Chomsky integra o MIT (Massachusetts Institute of Technology) na qualidade de lingüista, não de pensador político. Suas opiniões sobre questões políticas já não são levadas a sério desde que ele chamou Jimmy Carter de sangüinário, nos idos anos 70.
Chomsky é daqueles esquerdistas radicais cheios de teorias estapafúrdias de conspiração, que apóiam todo e qualquer regime totalitário que se declare marxista. Mas não vou perder meu dia de sol (uma feijoada, um passeio no parque e a festa de fim de ano do Bandsports me aguardam) para explicar quem é o trelelé.
Faça o seguinte, doce internauta: entre no Google e digite a palavra “Chomsky” ao lado de “crackpot” (excêntrico de idéias bizarras) e/ou de “kook” (pessoa considerada esquisita, excêntrica ou louca) e veja quantas páginas não falam sobre os absurdos que esse senhor costuma proferir.
O cara pode ser para a lingüística o que Einstein foi para a física. Mas, em matéria de política, prefiro conversar com o mendigo que anda na rua falando sozinho a ouví-lo…
Hoje, 08/12/2008, nosso Presidente Lula teve as 11h uma reunião com Henrique Meirelles, presidente do Banco Central do Brasil. Será que na pauta estava um pedido formal para a queda dos juros na próxima reunião do Comitê de Política Monetária - COPOM dias 09 e 10/12/2008?
Espero que o assunto tenha sido mesmo a crise mundial e não uma pressão política, verdadeira interferência na autoridade monetária.
A propósito, acredito que a taxa básica de juros será mantida nos 13,75% ao ano atuais, para que possamos manter a inflação dentro da meta. Afinal, estamos no final do ano e todo cuidado é pouco com o consumo.
Hoje é o dia que a Academia Real de Ciências de Estocolmo premiará o nosso Nobel em Economia: PAUL KRUGMAN. Minha homenagem a esse grande Economista é publicando seu mais recente artigo sobre se "O GASTO DE HOJE PREJUDICARÁ A ECONOMIA DE AMANHÃ?" Enquanto aguardamos seu esperado discurso na cerimônia em Estocolmo, vamos analisar nas entrelinhas o que passa na cabeça desse Nobel 2008. O texto original publicado em 01/12/2008 encontra-se no endereço http://www.nytimes.com/2008/12/01/opinion/01krugman.html?_r=1 -DEFICITS AND THE FUTURE.
Neste momento, há um intenso debate sobre quão agressivo deve ser o governo dos Estados Unidos na tentativa de recuperar a economia. Muitos economistas, inclusive eu, estão clamando por uma grande expansão fiscal para evitar que a economia siga em queda livre. Outros, no entanto, preocupam-se com o fardo que o enorme déficit orçamentário irá colocar sobre as futuras gerações.
Mas as preocupações com o déficit estão totalmente equivocadas. Sob as condições atuais, não há conflito entre o que é bom no curto prazo e o que é bom no longo prazo; uma forte expansão fiscal pode, na verdade, melhorar as perspectivas de longo prazo da economia.
A alegação de que os déficits orçamentários enfraquecem a economia a longo prazo é baseada na crença de que o financiamento governamental desloca o investimento privado – o governo, ao emitir muita dívida, eleva rapidamente a taxa de juro, deixando as empresas pouco dispostas a investir em novas plantas e equipamentos, e isso, por sua vez, reduz a taxa de crescimento da economia a longo prazo. Sob circunstâncias normais, esse argumento faz muito sentido.
Mas as atuais circunstâncias estão muito além da normalidade. Imagine o que poderia ocorrer no próximo ano se a administração Obama capitulasse frente aos falcões do déficit e encolhesse seus planos fiscais. Isso levaria a taxas de juro mais baixas? Certamente, não conduziria à redução das taxas de juro de curto prazo, que são mais ou menos controladas pelo Federal Reserve. O Fed já está mantendo essas taxas o mais baixas possível – virtualmente, em zero – e não mudará essa política a menos que veja sinais de que a economia está ameaçada de superaquecimento. E essa não parece ser uma perspectiva realista em breve.
E sobre o juro de longo prazo? Essas taxas, já no nível mais baixo em meio século, refletem principalmente taxas futuras de curto prazo. Austeridade fiscal pode empurrá-las ainda mais para baixo – mas somente criando expectativas de que a economia poderia se manter profundamente deprimida por um longo tempo, o que iria reduzir, não elevar, o investimento privado.
A idéia de que apertar a política fiscal quando a economia está deprimida na verdade leva à redução do investimento privado não é apenas um argumento hipotético: é exatamente o que ocorreu em dois importantes episódios da história. O primeiro ocorreu em 1937, quando Franklin Roosevelt equivocadamente deu ouvidos aos preocupados com déficit de sua própria era. Ele reduziu de forma acentuada o gasto do governo, entre outras coisas cortando o Works Progress Administration (agência criada em 1935 para gerar empregos e sair da Grande Depressão) pela metade, e ainda elevando impostos. O resultado foi uma severa recessão, e uma queda abrupta no investimento privado. O segundo episódio teve lugar 60 anos depois, no Japão. Em 1996-97, o governo japonês tentou equilibrar seu orçamento cortando gastos e elevando impostos. E outra vez a recessão que se seguiu conduziu a uma queda drástica no investimento privado.
Apenas para ser claro, não estou afirmando que a tentativa de reduzir déficits orçamentários sempre é ruim para o investimento privado. Você pode se basear no caso da restrição fiscal de Bill Clinton nos anos 90, que ajudou a abastecer o maior boom de investimentos dos EUA da década, o que por sua vez ajudou a provocar uma recuperação no crescimento da produtividade.
O que torna a austeridade fiscal tão má idéia, tanto nos EUA de Rooselvet quanto no Japão dos anos 90, foram circunstâncias especiais: nos dois casos, o governo recuou frente a uma armadilha de liquidez, uma situação na qual a autoridade monetária cortou taxas de juro tão rápido como possível, e a economia ainda continuou a funcionar bem abaixo de sua capacidade. E nós estamos no mesmo tipo de armadilha hoje – motivo pelo qual preocupações com déficit estão deslocadas.
Mais uma coisa: expansão fiscal será ainda melhor para o futuro dos EUA se uma grande parte dessa expansão tomar a forma de investimento público – construção de estradas, reforma de pontes e desenvolvimento de novas tecnologias, iniciativas que tornam a nação mais rica no longo prazo.
O governo deve ter uma política permanente de grandes déficits orçamentários? Claro que não. Embora a dívida pública não seja tão ruim como a maioria das pessoas acredita – é basicamente dinheiro que nós devemos a nós mesmos –, no longo prazo o governo, como os indivíduos, tem de equilibrar o gasto e a receita.
Mas neste momento temos um rombo no gasto privado: os consumidores estão redescobrindo as virtudes de poupar no mesmo momento em que as empresas, escaldadas por excessos passados e limitadas pelos problemas no sistema financeiro, estão cortando investimento. Com o tempo, essa lacuna poderá fechar, mas até que isso ocorra o gasto do governo terá de ser feito da forma mais eficiente possível. Caso contrário, o investimento privado e a economia como um todo irão despencar ainda mais.
A questão essencial, então, é que as pessoas que consideram a expansão fiscal de hoje ruim para as futuras gerações entenderam tudo errado. O melhor plano de ação, tanto para os trabalhadores de hoje quanto para seus filhos, é fazer o que for necessário para conduzir a economia no rumo da recuperação.
Há poucos dias li na Folha sobre a pressão que o Presidente Lula está fazendo sobre o BACEN para reduzir a taxa de juros (atualmente em 13,75%aa) na próxima reunião do COPOM. Enquanto isso, eu aqui no meu canto na Selva, que torço tanto pela independência do Brasil, digo, do BACEN, tenho que ler tamanha notícia. Trabalhei muito no banco na época da inflação e não tenho nenhuma saudade dela. Por que ainda temos colegas que entendem que INFLAÇÃO pode conviver, e bem, com o CRESCIMENTO ECONÔMICO? Ou esqueçem que dragão sempre come alguma coisa???
Hoje o blog http://gustibusgustibus.wordpress.com/ comentou sobre o assunto, o que não posso deixar de publicar conforme abaixo: Lula estuda limitar autonomia do BC sobre juros. Podem se preparar para conviver com um inflação mais alta, caso isso realmente aconteça. Para curar a “doença” da inflação, existem dois remédios: política monetária e política fiscal. Por aqui na Selva, a política fiscal é expansionista, basta ver o crscimento dos gastos do governo, restanto somente a política monetária como “remédio”. Se o nosso ilustre presidente quer eliminar esse “suprimento”, vamos ter que conviver com esta doença tão comum na década de 1980 até meados de 1990.
Leio hoje na Folha de S. Paulo, uma entrevista do Sérgio Dávila, em Washington, com o (???) NOAM CHOMSKY. É mais um caso de como faço para conhecer quem pensa de maneira totalmente diferente da minha. Abaixo um resumo das melhores "cenas", pois se ele não está encantado com o Obama e considera sua eleição uma questão de ditadura por escolha, então o mundo será melhor.
O lingüista e teórico político do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) chega à idade redonda militando ativamente na esquerda da esquerda do espectro político dos EUA. Isso faz dele um espécime tão raro quanto foi um dia o pássaro dodô. Outra característica o coloca na exceção: ele está desencantado com Barack Obama. Talvez desencantado não seja a palavra exata, já que ele dá a entender que nunca se encantou com o presidente eleito. Não acha que o movimento que lhe deu a vitória seja democrático. Diz que parece mais uma "ditadura por escolha". Nascido na Filadélfia e professor emérito do MIT, onde leciona há 53 anos, Chomsky é considerado o pai da lingüística moderna. De acordo com sua teoria, chamada gramática transformacional, toda sentença inteligível contém não só suas regras gramaticais peculiares como o que batiza de "estruturas profundas", uma gramática universal que serve a todas as línguas. Na última semana, ele trocou com a Folha uma série de e-mails. Primeiro, se queixou da falta de tempo. "É com alegria que leio seu e-mail, embora com um pouco de remorso, também", diz em um. "Acontece que a época é muito difícil para mim." Noutro, se desculpa: "Sinto que terei de ser breve. Se eu não respondê-lo, a entrevista desaparecerá no caos de pedidos irrespondidos."
Visitei neste final de semana a IV FITA - FEIRA INTERNACIONAL DE TURISMO DA AMAZÔNIA, cujo tema foi TURISMO E SUSTENTABILIDADE. Na ocasião tive a a oportunidade de discutir Economia com um organizador do Fórum Social Mundial 2009, que será sediado em Belém entre 27 de janeiro e 1º de fevereiro.
Foi interessante o debate de um blogueiro defensor do livre mercado versus um ardoroso defensor do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST), da Via Campesina, da Juventude Socialista, da Central Única de Trabalhadores (CUT), entre outras entidades que enxergam o capitalismo como o vilão do mundo.
Não chegamos às vias de fato, mas o argumento do outro é sempre importante para avaliarmos nosso próprio entendimento do mundo.
Como Economia é uma ciência que estuda a atividade produtiva, hoje o resultado da produção foi excelente. Nosso São Paulo é HEXACAMPEÃO e nada como uma notícia dessas para esquecermos um pouco do outro mundo real que nada vai bem neste final de 2008.
Porém, continuamos otimistas para que o ano de 2009 não resulte no que falam e escrevem a maioria das previsões econômicas.
De Clóvis Rossi, na Folha de S.Paulo de hoje, eu não poderia deixar de registrar a frase abaixo:
Segundo o articulista, a frase é do genial economista Roberto Campos (1917-2001) e diz que "Há três maneiras de o homem conhecer a ruína: a mais rápida é pelo jogo; a mais agradável é com as mulheres; a mais segura é seguindo os conselhos de um economista".
É impressionante a maneira de fazer política deste menino chamado Barack Obama. Depois de vencer uma disputa que, a princípio, era considerada impossível, ele escolheu a Senadora Hillary Clinton, sua rival nas prévias, para um dos cargos mais poderosos do mundo: Secretária de Estado.
Com uma equipe econômica que, pelo currículo e experiência dos mesmos, deve fazer o país retornar aos bons tempos de Clinton, daqui do meu interior da floresta amazôca, faço fé que realmente possamos dizer com Obama que: YES, WE CAN. Mesmo que muitos críticos comentem que sua CHANGE não está sendo de verdade, sabemos que nem sempre podemos agradar a todos.
Em 2003 os Professores da Universidade de Chicago Raghuram G. Rajam e Luigi Zingales publicaram nos Estados Unidos o livro “Saving Capitalism from the Capitalists”, lançado no Brasil em 2004, com o título "Salvando o Capitalismo dos Capitalistas". Na época, comprei o livro em Fortaleza e fiquei deveras interessado no tema devido na própria capa constar que os autores acreditam no poder do livre mercado para criar mais riqueza e ampliar oportunidades. (O que continua sendo verdadeiro).
Na introdução tem uma frase que sintetiza o pensamento de muita gente boa: “O CAPITALISMO, OU, MAIS EXATAMENTE, O SISTEMA DE LIVRE MERCADO, É A FORMA MAIS EFICAZ DE ORGANIZAR A PRODUÇÃO E A DISTRIBUIÇÃO QUE OS SERES HUMANOS ENCONTRARAM.” Gostaria muito de discutir o outro lado desse pensamento com quem acredita de maneira diferente, uma vez que, mesmo hoje, continuo acreditando e defendendo essa idéia.
Em 2008, final de ano, diante de uma crise que até o Nobel Paul Krugman já chama de “economia da depressão”, como teria sido importante que o texto do livro tivesse sido debatido entre quem faz e acontece na economia financeira e na real. Com clareza econômica acredito que teria sido possível evitar a atual situação, pois bolhas e mais bolhas tiveram como mecanismos de origens não obrigatoriamente o “livre mercado” como muitos hoje criticam, mas uma falha política.
Amigos da Globo, quero dizer, meus quase dois leitores, lendo alguns blogs de economia localizamos cada texto interessante que não dá para não deixar de divulgar para vocês. O texto abaixo tem muito a ver com a minha inquietação com a provocativa capa da última EXAME que recebi. Está lá para todos lerem: PARA QUE SERVEM OS ANALISTAS? E OS ECONOMISTAS? E OS GURUS DA ECONOMIA? A atual crise mundial escancara nossa incompetência em fazer previsões - e a imprudência do mercado em acreditar nelas.
Acredito que não é bem assim. A crise era previsível, foi detectada por vários colegas e tenho absoluta convicção que o capitalismo passa por mais essa em pouco tempo. E viva o livre mercado.
O texto é do Felipe Schwartzman: a vida dura dos economistas e foi postado no blog do Simon Schwartzman Economia. Êta família danada para entender de Economia. Para ver com o mundo além de plano, como escreve o Thomas Friedman, é pequeno, recordo que uns dois anos passados estava eu buscando entender um problema que estava ocorrendo em uma série temporal que estava analisando, quando via e-mail/orkut tive a colaboração do Felipe em indicar-me caminhos para solucionar meu problema. Hoje, leio seu crítico texto.
Escreve Felipe: É dificil ser economista. Responsabilizados por todos os males do mundo, vistos como pessoas materialistas que só se preocupam em contar dinheiro, de preferencia pagos pelos mais ricos para fazer isso. Acho que nenhuma carreira acadêmica consegue estar tão associada no olhar do público com tudo que está errado com a civilizacao ocidental. Isso tudo é verdade em tempos normais. Em tempos de crise, quando algum culpado tem que ser encontrado, nada melhor do que ir atrás dessa praga.
Neste contexto não existiria nada de surpreendente na declaração do presidente da CAPES se ele não fosse um dos principais responsáveis por gerir a política científica do governo. Além de todos os óbvios problemas desse dirigismo estatal e ameaça à liberdade acadêmica, chama atenção o grau de desinformação que o presidente apresenta acerca do que é o mainstream acadêmico em economia e como ele se relaciona com as políticas liberalizantes que, muitos acreditam, levaram à crise.
Vou conceder que o mainstream acadêmico favorece determinados tipos de visão do mundo. Os modelos são tão mais fáceis de usar quanto menor for o número de fricções que justificariam intervenções governamentais. Mais importante que isso, segmentos importantes e influentes da profissão são ideologicamente propensos a enfatizar soluções liberalizantes. Mas isso não é verdade do mainstream como um todo, e não foram poucos os pesquisadores das áreas de finanças e economia internacional que viram essa crise a caminho. A observação fundamental sobre o mainstream acadêmico da economia é que ele é grande. Uma reunião anual da American Economic Association reúne com facilidade milhares de economistas, todos eles com grau de qualificação e competência comparável ao dos melhores centros de economia deste país. Estes economistas trabalham em temas de uma diversidade enorme, muitos dos quais tem pouco ou nada a ver com regulação do sistema financeiro. Discutem (para ficar apenas nas áreas aplicadas), das relações de trabalho a decisões de consumo e poupança, passando por comércio internacional, saúde, macroeconomia etc. Todas essas discussões fazem uso crescente não só das muitas teorias sobre falhas de mercado, mas também de interfaces com política e psicologia.
Essa máquina produz um enorme volume de estudos empíricos e teóricos que são furiosamente debatidos e avaliados pelos pares. O contraste com a heterodoxia se faz não pela qualidade dos pesquisadores ou das teorias, mas pelo simples tamanho da empreitada e da força competitiva que a move. A existência continuada dessa máquina gerou instrumentos que vão permitir ao mainstream digerir essa crise e usá-la para alterar suposições que tenham informado a política anterior a ela. Acho inclusive que, especialmente em finanças e, em menor grau, em macro, importantes revisões serão feitas nos próximos dez anos. A crise dará para essas áreas o que a elas faltava, que eram exemplos recentes e salientes de como as coisas podem dar errado em grandes proporções sem que a culpa possa ser posta em governos obviamente incompetentes e instituições diferentes das americanas. Será uma discussão interessante de se fazer parte, e será uma pena se, por preconceito ideológico, os brasileiros que, pela nossa experiência, muito têm a contribuir, fiquem de fora.
Endereço: http://www.schwartzman.org.br/sitesimon/?p=904&lang=pt-br
Como sugestão de um excelente presente de Natal, recomendo a recém-lançada biografia do megainvestidor WARREN BUFFET, com sua experiência de vida de 78 anos. Uma criança. Aqui no Brasil, o título original SNOWBALL foi traduzido literalmente como BOLA DE NEVE e estará nas livrarias a partir de 27 de novembro.
Do autor, divulgo TRÊS DIAMANTES obtidos de seu novo livro para o nosso prazer:
1 - "Siga seu placar interno."
2 - "É loucura colecionar empregos apenas porque eles parecem bonitos em seu currículo. É como adiar o sexo para a velhice. Faça o que você ama e trabalhe para quem você admira."
3 - "A melhor maneira de tomar decisões é pensar que você poderá dar apenas 20 cartadas importantes em toda a sua vida. Você resistirá à tentação de vacilar e tomará decisões melhores."
Para a nossa reflexão, sempre, porém, ainda mais importante, neste final de 2008.
Segundo estimativas do BlogBlogs, o maior indexador de BLOGS em língua portuguesa, hoje mais de 12.300.000 brasileiros já lêem os cerca de 2.000.001 de BLOGS existentes no país. Esse final nº 1 foi por minha conta.
Que notícia boa saber que tanta gente escreve e, melhor ainda, que muita gente ler. Como a internet conseguiu mudar tanta coisa no mundo. E que venham mais leitores, principalmente para este blog, editado aqui diretamente do interior da floresta amazônica.
Esta eu não poderia deixar de publicar. Li no blog do Rodrigo Constantino - http://rodrigoconstantino.blogspot.com/ e é exclusiva para os herdeiros do socialismo.
Os Seis Milagres do Socialismo - Por Bennett Owen:
Por favor, quem atualmente ainda continua favorável ao socialismo que existe/existiu, vá morar alguns anos em países herdeiros e depois façam um relato da ótima situação que vivenciaram. Pago para ler os relatos...
Muito interessante a análise realizada pelo Gino Olivares, Economista-chefe do Opportunity, sobre o desempenho da economia norte-americana. Sua demonstração do que vem ocorrendo com a DDP - Demanda Doméstica Privada desde 1971, esclarece a explosão acentuada no consumo nos últimos anos alicerçada em empréstimos "furados", o que resultou na atual situação de crise e que, obrigatoriamente, deverá reduzir/vem reduzindo drasticamente o consumo deles, o que resulta em prejuízo no "resto do mundo.
A íntegra do comentário está no endereço http://www.opportunity.com.br/documentos/PDF_Comentario/cm200811.pdf
Esta notícia eu li no blog Freakonomics, porém estou postando a matéria que saiu no blog da Economist. E a foto consegui diretamente no site da White House. Depois de oito anos sendo duramente criticado por Paul Krugman, como Bush consegue rir numa hora dessas? Estranho também eu não ter lido este assunto aqui nos jornais brasileiros. A foto foi tirada em 24/11/08 no Salão Oval.
SO, PERHAPS you recall that economist Paul Krugman recently won the Nobel Prize? Well, new Nobelists are afforded the honour of a meeting with the president, and at right, you can see Mr Krugman enjoying his day in the Oval Office. Why is this hilarious? Because Mr Krugman has a part-time job as a New York Times opinion columnist, a platform he's used to relentlessly skewer the Bush administration in the harshest of langauge for a decade now.
This is none of that inside-the-Beltway, knowing criticism, of the sort that can pass between men who will later share a drink at a Washington bar. It's a blistering, white hot rage. Not for nothing did pundits on the right call Mr Krugman's award an overtly political thing (conveniently, or ignorantly, misunderstanding his economic contributions).
But for all Mr Krugman's frustrations, he now gets to waltz into the White House to be congratulated on his Nobel by his chief antagonist, who now leaves the presidency in disgrace, his party in tatters.
So, like, what do you think they talked about?
Aqui no Brasil, nem a visão do que vem acontecendo nos Estados Unidos, na Europa e no Japão, são capazes de refrear o "otimismo" dos nossos grandes gestores econômicos.
De nosso Ministro da Fazenda, Guido Mantega: "Aqui, não existem bolhas. Ocorrerá apenas uma desaceleração no ritmo da elevação da renda e do emprego. Vai haver algum ajuste na economia, mas o consumo continuará num patamar satisfatório."
Do nosso presidente do Banco Central, Henrique Meirelles: "O Brasil vai ter uma desaceleração no ano que vem no crédito e, em consequência, na atividade geral, mas em ritmo menor que o de muitos países."
Que os anjos digam AMÉM. E que a DESACELERAÇÃO de ambos não seja, ao final, uma CRISE.
Fiquei curioso que há quase um ano o livro "UMA BREVE HISTÓRIA DO MUNDO", do Professor de Harvard Geoffrey Blainey, encontra-se entre os mais vendidos no Brasil. A curiosidade foi maior e, afinal, agora estou lendo o texto desse autor.
E uma verdade seja dita: o sucesso dele, autor de mais de 32 livros, sendo o acima citado um bestseller na Inglaterra e nos Estados Unidos, está na maneira de escrever. É prazeroso, agradável e de fácil entendimento (em que pese a tradução um pouco deficiente), o que me leva a acreditar que nem sempre quem escreve difícil, traz o melhor para o leitor.
Divulgo abaixo a relação dos quatro melhores MBAs do Brasil, conforme a última VOCÊS/A:
Parabéns a todos e que o conhecimento produzido consiga melhorar a pouca produção internacional do Brasil nos rankings acadêmicos.
Há bastante tempo acompanho os textos de Míriam Leitão, o que é um prazer na maioria das vezes. Gostaria de compartilhar com meus quase dois leitores seu comentário sobre uma das mais importantes escolhas de OBAMA, se não a mais importante no atual momento de crise, que é a do Secretário do Tesouro.
Geithner: a melhor escolha para o Tesouro A imprensa dos Estados Unidos está informando que o presidente eleito Barack Obama convidou o presidente do Fed de Nova York, Timothy Geithner, para o cargo de secretário do Tesouro (leia, em inglês, a reportagem do Wall Street Journal). Foi a melhor escolha que Obama poderia ter feito entre os nomes que estavam circulando. Geithner é jovem, é ligado ao novo presidente e tem experiência nesta crise, pois preside o Fed de Nova York. Uma crítica que lhe foi feita, inclusive, foi de ser muito próximo ao pacote republicano de US$ 700 bilhões, mas a vantagem de ter alguém que já sabe o que fazer no primeiro dia é inegável.
O fato de Geithner estar no olho do furacão da crise, por ser presidente do Fed de NY, lhe dá a experiência imediata. Ele ajudou a fazer o trabalho de apagar o incêndio desta crise. Além disso, ele é uma pessoa diretamente ligada a Obama e uma aposta do presidente eleito dos EUA. Os dois mantiveram grande contato durante a campanha presidencial e a crise. Ou seja, não é mais um nome do ex-presidente Bill Clinton.
O outro nome cotado era Larry Summers. Só que ele foi secretário do Tesouro de Clinton e, como Obama nomeou outras pessoas que fizeram parte da equipe do ex-presidente, se ele o colocasse no Tesouro iria carregar um peso maior de Clinton em seu governo. Só que um ponto deve ter sido decisivo para o futuro presidente dos EUA: nomear Summers significaria brigar com as mulheres. Ele foi demitido da direção de Harvard depois de dizer que as mulheres não têm mente para a Ciência. O futuro governo de Obama representa um governo que fortalece as minorias, e ele não pode nomear pessoas politicamente incorretas a esse ponto.
Além disso, Larry Summers tem a fama de ser extremamente grosseiro e arrogante no trato com as pessoas. Há vários diplomatas brasileiros com histórias para contar sobre grosserias dele a respeito do Brasil. Ele tem experiência, mas de ser secretário do Tesouro num momento de boom, e não num momento de crise.
Por fim, os outros dois nomes cotados eram Paul Volcker, com idade avançada para ocupar um cargo de tão grande pressão, e Robert Rubin, que disse que não queria o cargo. Ou seja, comparando todos os nomes fica claro que a escolha de Obama foi a melhor.
O capitalismo segundo BARACK OBAMA é matéria da EXAME. Para variar, Ângela Pimenta e Tatiana Gianini demonstram as dificuldades que o novo presidente encontrará na Casa Branca a partir de 20/01/09, tais como “Cortar gastos OU estimular o consumo? Regular o mercado OU incentivar o risco? Liberar o comércio OU proteger o emprego dos americanos?” Além de citar as principais idéias de OBAMA sobre o papel do estado na economia, a globalização, o comércio exterior, a crise econômica e impostos, o texto descreve a atual situação dos Estados Unidos de maneira real e sem terrorismo.
Informa, por exemplo, que de janeiro a outubro, cerca de 1,2 milhão de americanos perderam o trabalho elevando a soma de desempregados para 10 milhões de pessoas, o equivalente a mais de 6,5% da população economicamente ativa, a taxa mais alta desde 1994. Estima o crescimento americano em 2008 em apenas 1,6%, projetando para 2009 uma retração de -0,7%. O déficit orçamentário do governo deverá bater em UM TRILHÃO DE DÓLARES em 2009. A dívida pública já bateu a marca dos SEIS TRILHÕES DE DÓLARES. O que será de nós, então? Porém uma frase retornou-me ao mundo do otimismo: “Mais cedo ou mais tarde, a recessão irá passar”, como venho defendendo em várias postagens.
E no final da matéria uma frase do ex-líder chinês Den Xiaoping sobre o sistema econômico ideal: “NÃO IMPORTA SE O GATO É BRANCO OU PRETO, DESDE QUE ELE CONSIGA PEGAR O RATO, ELE É UM BOM GATO”.
Do meu estado CEARÁ leio uma excelente notícia na VEJA. 30% dos últimos aprovados no difícil – eu escrevi muito difícil, vestibular do INSTITUTO TECNOLÓGICO DA AERONÁUTICA - ITA, são cearenses cabeças chatas. (A minha não é. Deve ser por isso que não estou no ITA.) Dois excelentes colégios de Fortaleza – o Farias Brito e o 7 de Setembro estão de parabéns pelo excepcional trabalho realizado pela direção, professores e alunos. E, como outros colegas de blog já escreveram dias atrás, a orientação de exigir do aluno um conhecimento de EXATAS, não deu coisa melhor.
É por esse caminho que mudaremos a educação neste país e não através de aulas “políticas”.
Na última edição da ÉPOCA constam os endereços dos 80 blogs mais “famosos” do Brasil, segundo eles, os que você não pode perder. Como todo tipo de lista, apesar dos critérios adotados pela revista, cada leitor sempre achará que faltou o blog A e incluíram, sem merecimento, o blog B.
De qualquer maneira é muito interessante, tem para quase todos os gostos e regalos e sempre tem aquele blog que você nunca tinha ouvido falar. Vários são meus velhos e bons conhecidos, mas não é a minha lista preferida. Para os que não a leram, a matéria esta no endereço http://revistaepoca.globo.com/
Em tempo: Eles não colocaram o endereço do meu blog e de diversos outros dos quais sou verdadeiramente leitor. Devem ficar para uma próxima edição. Espero.
É comum a leitura diária de uma comparação entre a Grande Depressão ocorrida nos Estados Unidos na década de 1930 e a atual crise financeira mundial. Apenas como registro histórico, o produto real dos Estados Unidos caiu cerca de 30% entre os anos de 1929 e 1933 e a taxa de desemprego aumentou de 3,2% para 24,9%. Por razões ideológicas, o diagnóstico dessa crise tanto pode ser analisado pelo lado dos keynesianos, como pelo lado de Friedman. No final, continua difícil explicar o que aconteceu para que a economia tivesse aquele comportamento, mesmo tendo esse assunto sido objeto de exaustivos trabalhos e pesquisas.
Hoje, entendemos que a comparação parece mais um fato midiático do tipo “nunca antes neste país aconteceu isso antes”. E lá vamos todos comparar alhos com bugalhos e um mundo de artigos para todos os gostos e desgostos. Eu continuo acreditando que são situações totalmente diferentes e que o “estopim” da crise, os Estados Unidos, “um país supostamente em declínio”, como comenta o Fareed Zakaria, editor da revista Newsweek International, continuará sendo a maior economia do mundo, responsáveis que são por mais de um quarto da produção mundial. E a atual crise, como é inerente ao capitalismo, será solucionada em até menor tempo do que muitos prevêem.
Em dezembro próximo a editora Campus/Elsevier lançará no mercado o novo livro do MARTIN WOLF, "jornalista financeiro mais proeminente do mundo", colunista do jornal britânico The Financial Times e ex-economista sênior do Banco Mundial.
Trata-se do livro "A reconstrução do sistema financeiro global" e nele o autor, conforme a EXAME, cita que a globalização tornou crises financeiras inevitáveis e um jeito de se proteger contra resultados tão devastadores nas próximas é o fortalecimento dos países emergentes.
Então, vamos lá Brasil, ajudar a salvar o mundo. Com o apoio de Lula a Obama, of course.
Recentemente postei sobre um artigo no qual Paul Krugman defende a gastança do estado como solução para a atual crise financeira.
Comentando no blog do Alexandre Schwartsman http://maovisivel.blogspot.com/ obtive dele a confirmação de que eu não estão sozinho neste entendimento: o estado não é a salvação do mundo.
Hoje, li excepcional texto no blog do Rodrigo Constantino http://rodrigoconstantino.blogspot.com/ com o título "KRUGMAN, O ALQUIMISTA", no qual ele também demonstra claramente que o estado não é tudo.
Adianto abaixo parte do artigo do Rodrigo, completo no seu endereço : http://rodrigoconstantino.blogspot.com/
Em seu recente artigo “Economia da Depressão”, o economista Paul Krugman defende a gastança do governo como solução para a crise. As crenças keynesianas de Krugman estão mais vivas que nunca, e o autor inverte a lógica econômica toda, achando que o consumo em alta é que gera investimentos produtivos, que por sua vez gera crescimento econômico.
Eis o raciocínio dele:“A alta do desemprego resultará em redução do consumo... O consumo fraco levará a cortes nos planos de investimentos das empresas. E a economia enfraquecida resultará em novas perdas de empregos, o que gerará um novo ciclo de contração”.
ONTEM postei abaixo que sou favorável a atual política econômica e desfavorável a intervenção do governo em determinados segmentos. Além da questão dos gastos públicos que não param de crescer.
Porém, HOJE lendo o Krugman no artigo "Franklin Delano Obama?" escrever que, no caso americano, claro, o Obama deve é descobrir de quanta ajuda a economia precisa e então acrescentar 50%, fiquei aqui na minha selva preocupado. Eu, no meu simplista pensamento, e o poderoso PK com essa do governo gastar.
Tudo ficou muito claro quando HOJE, li na FOLHA o artigo "Emplasto Brás Cubas" do Professor Alexandre Schwartsman (http://maovisivel.blogspot.com/). Alí entendi tudo: Brasil é Brasil - USA is USA. Logo, continuo na minha linha de raciocínio, defendendo a meta de inflação e uma política econômica comprometida com a estabilidade.
Mais uma vez, aula grátis de um grande e atual economista brasileiro para este aluno perdido na floresta.
Apesar de atualmente outros Bancos Centrais de diversos países estarem reduzindo as taxas básicas de juros, entendo que mesmo para quem pensa em Papai Noel e seus presentes de final de ano, é recomendável que o nosso BACEN mantenha a taxa nos 13,75% atuais. Para ser franco, um aumento de 0,25% até que seria um sinal favorável a redução do consumo e um fator a mais a favorecer a manutenção ou até provocar uma sensível queda na inflação. Afinal, estamos bem acima da meta estipulada de 4,5%aa. Hoje, na GAZETA MERCANTIL Henrique Meirelles foi questionado sobre qual a política fiscal mais adequada para o Brasil, em um momento em que os principais bancos centrais do mundo estão promovendo cortes nas taxas básicas de juros, e comentou: "A política fiscal mais adequada está na ata do Copom".
Outro incômodo é a intervenção do governo na liberação de créditos para determinados segmentos, visando solucionar apenas situações específicas, além de beneficiar essas áreas em detrimento a outras com menor poder de lobby. E ainda tem a questão dos gastos públicos que não param de crescer. Como falou a Míriam Leitão, "um aumento dos gastos públicos não deve ser apresentado nem como a salvação da lavoura e nem como a origem de todos os males."
Volto ao assunto em outro post.
Desde o início deste 2022 percebemos um ano complicado tanto na área econômica como na política. Temos um ano com eleições para presidente, ...