Diretamente
da Basílica Santuário de Nossa Senhora de Nazaré em Belém do Pará, a imagem
original de Nossa Senhora de Nazaré achada pelo caboclo Plácido José de Souza
em 1700.
domingo, 13 de outubro de 2013
quarta-feira, 9 de outubro de 2013
Marina e Campos: uma dupla do barulho?
E
durma-se com um barulho destes: diretamente de Fortaleza, do nosso O POVO, o
humor inteligente de Clayton neste final de jogo.
Direto do The New York Times Editorial Board: Brazil’s Next Steps.
After a decade of fast growth and rising incomes,
Brazil has hit a rough patch that is testing its government’s ability to manage
the economy and satisfy the growing aspirations of its people. President Dilma
Rousseff, who faces elections next year, needs to push through policy reforms
and public investment projects to revive growth and bring inflation under
control.
Last year, Brazil’s economy grew only 0.9 percent because private investment
slowed down. Analysts expect the growth rate to recover to 2.5 percent this
year, but that is still far slower than the 7.5 percent the country achieved in
2010.
In June, tens of thousands of people joined street
protests that were prompted by an increase in public-transit fares but quickly
became a way for Brazilians to air broader grievances about the rising cost of living, weak infrastructure,
political corruption and government spending on big sporting events like the
2014 World Cup. In response to the protests, Ms. Rousseff said she would push
for political reforms and investments in infrastructure, but her government has
not yet delivered on those promises.
Brazil has made impressive gains under Ms. Rousseff
and her predecessor, Luiz Inácio Lula da Silva. Programs like Bolsa Familia,
which provides cash to families if they immunize their children and send them
to school, have bolstered incomes of the poor and improved their health. About
8 percent of Brazilians lived on less than $2 a day last year, down from 20 percent 10 years earlier. Infant
mortality has fallen by nearly 50 percent.
But while the incomes of the country’s poorest
citizens have grown faster than those of its richest in recent years, income
inequality remains high. And inflation, which erodes rising incomes, is taking
a big toll on the poorest Brazilians. The country’s inflation rate was 6.09
percent in August, according to the central bank, which has raised interest
rates several times this year.
People living in cities like São Paulo pay more for
food, housing and other basic goods than people in other comparable countries.
A big reason for the high prices is that the government has not built enough
roads, railways, ports and other infrastructure to keep up with the economy’s
growth. Brazil also imposes high import duties and taxes that inflate the price
of many goods and services.
The country also needs to reform its education system,
which does a poor job preparing young people for skilled jobs in the
manufacturing and the service sector. In an international test of the reading,
math and science skills of 15-year-olds, Brazilian students scored lower than their counterparts in other Latin
American countries like Uruguay, Mexico and Colombia.
Brazil has such chronic shortages of skilled
professionals that the government is planning to import doctors from other countries. That might be a
fine temporary solution, but the government needs to build more universities
and improve teaching in primary and secondary schools to make sure more
students can pursue higher education.
The nation has seen social advancements in a short
time, and now its citizens expect more from their leaders.
Economia doente. Somente na Argentina?
Matéria
do economista Daniel Altman na FOREIGN POLICY e publicada hoje no ESTADÃO afirma que é
difícil saber se o peso argentino aguentará até a chegada de um novo
presidente, em 2015; e se o governo chegará até lá.
A
dois anos de deixar o cargo, a presidente Cristina Kirchner mantém a economia
argentina à beira de uma crise cambial. Conseguirá o peso sobreviver até a
chegada de um novo presidente? O governo vem gastando rios de dinheiro com o
efeito colateral de uma inflação anual acima de 20%, o que tem sido repetidamente
negado de maneira quase cômica.
Como
que para provar que a inflação não poderia estar tão alta, o Banco Central (BC)
argentino defendeu o peso numa taxa de câmbio artificialmente forte ante o
dólar. Essa política fez o BC dilapidar suas reservas, vendendo dólares para
sustentar o peso, enquanto o governo limitava rigidamente a capacidade de os
argentinos comprarem dólares a uma taxa favorável e tirá-los do país. Surgiu um
mercado negro - o dólar valia ontem 5,83 pesos, e no paralelo chegava a 9,62.
Nos
últimos anos, o BC apoiou-se nos superávits comerciais para sustentar suas
reservas. Mas esses superávits, que chegaram a 2,5% do PIB em 2009, basicamente
desapareceram. Aliás, o FMI prevê que a Argentina enfrentará déficits
comerciais em todos os anos de 2013 a 2018.
Esses
déficits continuarão a corroer as reservas, assim como os pagamentos de juros
de dívidas pendentes da Argentina, para os quais o governo recorreu ultimamente
ao BC. O investimento estrangeiro na Argentina ajudaria a trazer mais moedas
fortes, mas o país tem ficado atrás de seus vizinhos Chile e Uruguai na atração
de dinheiro.
Na
primavera de 2009, as reservas equivaliam a cerca de 1,8 vez a base monetária
da taxa de câmbio oficial. Desde então, a relação se reduziu acentuadamente,
estabilizando-se em cerca de 0,65 em setembro. Ironicamente, talvez, esse valor
está pouco abaixo do nível de 0,67 que o BC foi encarregado de manter antes da
desastrosa crise que começou em 2001.
Evidentemente,
a taxa de câmbio atual é insustentável no longo prazo. Mas será sustentável até
2015? Se o BC conseguir chegar lá, a Argentina poderia conseguir um raro pouso
suave. Todos os prováveis candidatos presidenciais - Mauricio Macri, Sergio
Massa, Daniel Scioli e Elisa Carrió (ou um de seus aliados) - condenaram a
inflação galopante que está destruindo o valor do peso. Em graus variados,
eles estão todos comprometidos com a conversão da economia de um laboratório de
cientista louco em uma parte mais transparente e integrada do sistema
financeiro global.
Uma eleição bem-sucedida
trará uma inundação de capital estrangeiro e um fortalecimento da economia,
fortalecendo as reservas do BC e o peso. Os gastos públicos, a impressão de
dinheiro e a inflação diminuiriam. Os preços das ações e valores dos ativos aumentariam.
Seria preciso apenas, talvez, uma desvalorização gradual do peso.
Janet Yellen - Federal Reserve.
Today, President Obama nominated Dr. Janet Yellen to
succeed Ben Bernanke as Chair of the Board of Governors of the Federal
Reserve. Dr. Yellen has served in leadership positions at the Fed for
more than a decade, including the last three years as Vice Chair. She also
served previously as the Chair of the Council of Economic Advisers, and was a
leading researcher in monetary economics at Harvard and Berkely.
In government, Dr. Yellen has been known for her sound
judgment and ability to build consensus. As an academic, she made critical
contributions to understanding how monetary policy can make a difference for
jobs, growth and the lives of ordinary people. 505 economists from more than
211 colleges and universities—including some of the country’s leading monetary
economists—have signed a letter endorsing her for Fed Chair.
If confirmed by the Senate, Dr. Yellin would be the
first woman to hold the position of Chair of the Board of Governors of the
Federal Reserve.
The White House Blog.
Minha liberdade é escrever.
Quando a liberdade de expressão está em jogo, este blog permanece ao lado da LIBERDADE.
Caro
Caetano,
Nos
EUA, quando eu era menino, havia uma campanha para prevenir acidentes na
estrada. O slogan rezava: "Amigos não deixam amigos bêbados dirigir".
Lembrei disso ao ler suas declarações e as de Paula Lavigne sobre biografias no
Brasil. Fiquei tão chocado que me sinto obrigado a lhe dizer: amigo, pelo amor
de Deus, não dirija.
Nós
nos conhecemos há muitos anos, desde que ajudei a editar seu "Verdade
Tropical" nos EUA. Depois, você foi maravilhoso quando lancei no Brasil a
minha biografia de Clarice Lispector, escrevendo artigos e ajudando com o
alcance que só você possui. Admiro você, de todo o meu coração.
E
é como amigo e também biógrafo que te escrevo hoje. Sei que você sabe da
importância de biografias para a divulgação de obras e a preservação da
memória; e sei que você sabe quão onerosos são os obstáculos à difusão da
cultura brasileira dentro do próprio Brasil, sem falar do exterior.
Fico
constrangido em dizer que achei as declarações suas e da Paula, exigindo
censura prévia de biografias, escandalosas, indignas de uma pessoa que tanto
tem dado para a cultura do Brasil. Para o bem dessa mesma cultura, preciso
dizer por quê.
Primeiro,
achei esquisitíssimo músicos dizerem que biógrafos querem ficar com
"fortunas". Caetano, como dizem no Brasil: fala sério. Ofereço o meu
exemplo. A biografia de Clarice ficou nas listas de mais vendidos em todo o
Brasil.
Mas,
para chegar lá, o que foi preciso? Andei por cinco anos pela Ucrânia, pela
Europa, pelos EUA, pesquisando nos arquivos e fazendo 257 entrevistas. Comprei
centenas de livros. Visitei o Brasil 12 vezes.
Fiquei
contente com as vendas, mas você acha que fiquei rico, depois de cinco anos de
tais despesas? Faça o cálculo. A única coisa que ganhei foi a satisfação de ver
o meu trabalho ajudar a pôr Clarice Lispector no lugar que merece.
Tive
várias vantagens desde o início. Tive o apoio da família da Clarice. Publico em
língua inglesa, em outro país. Tenho a sorte de ter dinheiro próprio. Imagine
quantos escritores no Brasil reúnem essas condições: ninguém.
Mas
a minha maior vantagem foi simplesmente ignorância.
Não
fazia ideia das condições em que trabalham escritores e jornalistas
brasileiros. Não sabia quanto não se pode dizer, num clima de medo que lembra a
época de Machado de Assis, em que nada podia ofender a "Corte".
Aprendi,
por exemplo, que era considerado "corajoso" escrever uma coisa que
todo mundo no Brasil sabe há quase um século, que Mário de Andrade era gay.
Aprendi que era até inusitado chamar uma cadeira de Sergio Bernardes de feia.
Aprendi
o quanto ganham escritores, jornalistas e editores no Brasil, e quanto os seus
empregos são inseguros, e como são amedrontados por ações jurídicas, como essas
com que a Paula, tão bregamente, anda ameaçando.
É
um tipo de censura que você talvez não reconheça por não ser a de sua época.
Não obriga artistas a deixarem o país, não manda policiais aos teatros para
bater nos atores. Mas que é censura, é. E muito mais eficaz do que a que
existia na ditadura. Naquela época, as obras eram censuradas, mas existiam.
Hoje, nem chegam a existir.
Você
já parou para pensar em quantas biografias o Brasil não tem? Para só falarmos
da área literária, as biografias de Mário de Andrade, de João Guimarães Rosa,
de Cecília Meirelles, cadê? Onde é que ficou Manuel Bandeira, Rachel de
Queiroz, Gilberto Freyre? Você nunca se perguntou por que nunca foram feitas?
Eu
queria fazer. Mas não vou. Porque o clima no Brasil, financeiro e jurídico,
torna esses empreendimentos quase impossíveis. Quantos escritores brasileiros
estão impedidos de escrever sobre a história do seu país, justamente por
atitudes como as suas?
Por
isso, também, essas declarações, de que o biógrafo faz isso só por amor ao
lucro, ficam tão pouco elegantes na boca de Paula Lavigne. Toda a discussão
fica em torno de nossas supostas "fortunas".
Você
sabe que no Brasil existem leis contra a difamação; que um biógrafo, quando
cita uma obra ainda com "copyright", tem obrigação de pagar para tal
uso. Não é diferente de você cantar uma música de Roberto Carlos. Essas
proteções já existem, podem ser melhoradas, talvez. Mas estamos falando de uma
coisa bem diferente da coisa que você está defendendo.
De
qualquer forma, essas obsessões com "fortunas" alheias fazem parte do
Brasil do qual eu menos gosto. Une a tradicional inveja do vizinho com a
moderna ênfase em dinheiro que transformou um livro, um disco, uma pintura em
"produto cultural".
Não
é questão de dinheiro, Caetano. A questão é: que tipo de país você quer deixar
para os seus filhos? Minha biografia foi elogiosa, porque acredito na grandeza
de Clarice. Mas liberdade de expressão não existe para proteger elogios. Disso,
todo mundo gosta. A diferença entre o jornalismo e a propaganda é que o
jornalismo é crítico. Não existe só para difundir as opiniões dos mais
poderosos. E essa liberdade ou é absoluta, ou não existe.
Imagino,
e compreendo, que você pense que está defendendo o direito dos artistas à vida
privada. Mas quem vai julgar quem é artista, o que é vida privada e o que é vida
pública, sobre quem, e sobre o que se pode escrever e sobre quem e, sobre quem
não? Você escreve em jornal, você, como o artista deve fazer, tem se metido no
debate público. José Sarney, imortal da Academia Brasileira das Letras, escreve
romances. Deve ser interditada também qualquer obra crítica sobre ele, sem
autorização prévia?
Não
pense, Caetano, que o seu passado de censurado e de exilado o proteja de você
se converter em outra coisa. Lembre que o Sarney, quando foi eleito governador
do Maranhão, chegou numa onda de aprovação da esquerda. Glauber Rocha, também
amigo seu, foi lá filmar aquela nova aurora.
Não
seja um velho coronel, Caetano. Volte para o lado do bem. Um abraçaço do seu
amigo,
Benjamin
Moser
Benjamin
Moser é autor de
"Clarice" (Cosac Naify).
Taxa Selic: 9,50% ao ano.
Brasília
– Diretamente do BACEN em 09.10.2013:
Dando prosseguimento ao ajuste da taxa básica de juros, o Copom decidiu, por
unanimidade, elevar a taxa Selic para 9,50% ao ano, sem viés.
O
Comitê avalia que essa decisão contribuirá para colocar a inflação em declínio
e assegurar que essa tendência persista no próximo ano.
Votaram
por essa decisão os seguintes membros do Comitê: Alexandre Antonio Tombini
(Presidente), Aldo Luiz Mendes, Altamir Lopes, Anthero de Moraes Meirelles,
Carlos Hamilton Vasconcelos Araújo, Luiz Awazu Pereira da Silva, Luiz Edson
Feltrim e Sidnei Corrêa Marques.
Dendê no Pará.
O
Núcleo de Altos Estudos Amazônicos - Naea promove no próximo dia 21 de outubro,
o Workshop “Os impactos sociais e ambientais dos investimentos em dendê no Pará”,
que abordará expansão desta atividade no estado e os seus efeitos sobre povos e
comunidades tradicionais. O evento, que faz parte da programação do “Ano
Alemanha +Brasil 2013-2014”, ocorre no auditório do Naea de 10h às 17h e terá
entrada franca.
O
workshop é resultado de quatro anos de pesquisa realizada pela Drª Rosa Acevedo
do Naea em parceria com a Drª Maria Backhouse da Universidade de Berlim,
sobre os impactos de programas de cultivo de dendê na região nordeste do Pará e
tem como objetivo informar, trocar ideias, experiências e discutir o tema com
pesquisadores, movimentos sociais, sindicatos e ONGs. Dentre assuntos a serem
abordados estão o trabalho escravo, impactos socio-ecológicos, questões de terra, quilombos e
agricultura familiar contratada.
Produção
– Atualmente o Brasil é um dos um dos maiores produtores e consumidores de
agrocombustíveis do mundo sendo 80% de sua produção oriunda do óleo de soja.
Com o objetivo de diversificar esta base de matérias-primas o Governo Federal
vem incentivando desde 2010 a produção de óleo de palma através do Programa
federal de produção sustentável de Óleo de Palma na Amazônia Legal. No entanto,
três anos após o seu lançamento, o Programa tem sido questionada por movimentos
sociais, quilombolas, agricultores familiares, sindicatos e universitários
quanto aos seus impactos sociais e ecológicos.
Serviço:
Workshop
“Os impactos sociais e ambientais dos investimentos em dendê no Pará”
Data:
21/10/2013
Local:
Auditório do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos – Naea, Universidade Federal do
Pará, Av. Perimetral, Numero 1 - Guamá, Belém – PA.
Horário:
10h à 17h.
Fonte:
CCDC/NAEA/UFPA
terça-feira, 1 de outubro de 2013
A surpreendente aposta do BC.
Editorial
de hoje do ESTADÃO avalia o recém-divulgado Relatório de Inflação.
Baixo
crescimento e inflação elevada ainda vão assombrar os brasileiros nos próximos
dois anos, mas as contas públicas poderão melhorar, segundo as novas projeções
do Banco Central (BC). Previsões sombrias sobre a evolução dos negócios e dos
preços têm como contraponto um surpreendente otimismo em relação à política
fiscal, no recém-divulgado Relatório de Inflação, um amplo panorama trimestral
da economia. Nesta altura, e com base na experiência dos últimos anos, é mais
fácil apostar nas estimativas mais sombrias do que nas hipóteses mais
cor-de-rosa, apesar do provérbio chinês citado pelo diretor de Política
Econômica do BC, Carlos Hamilton; "Achar é a mãe de todos os erros".
Os
autores do relatório reduziram de 6% para 5,8% a inflação estimada para este ano,
mas aumentaram de 5,4% para 5,7% a alta de preços ao consumidor calculada para
o próximo ano. Além disso, estenderam até o terceiro trimestre de 2015 a taxa
de 5,5% acumulada em quatro trimestres. Na edição de junho, essa projeção valia
para o período encerrado nos primeiros três meses daquele ano. Por mais dois
anos, portanto, os brasileiros deverão viver com uma inflação bem acima da meta oficial, 4,5%, já muito alta pelos padrões internacionais.
No
entanto, fazer a alta de preços convergir para a meta continua sendo a missão
principal do BC, segundo disse na semana passada seu presidente, Alexandre
Tombin. A cada nova estimativa, no entanto, essa meta parece mais distante.
Outras
projeções do BC se tornaram bem menos animadoras nos últimos três meses. O
crescimento do PIB estimado para este ano caiu de 2,7% para 2,5%. De acordo com
os novos cálculos, essa ainda será a expansão anual acumulada até o segundo
trimestre de 2014.
Se
os autores do relatório estiverem certos, a recuperação prometida pelo governo
e aparentemente indicada pelos números do segundo trimestre do ano ainda será
muito lenta.
Os
economistas do BC também indicam uma reativação da economia puxada
principalmente pelo investimento em máquinas, equipamentos, construção civil e
obras de infraestrutura. O consumo, no entanto, ainda continuará em alta,
puxado pelo aumento de renda dos trabalhadores e pelo crédito em expansão
"moderada".
O
baixo ritmo de crescimento da economia continuará associado, obviamente, ao
desempenho medíocre da indústria. Como a demanda dos consumidores deverá ainda
aumentar, é fácil de prever novas pressões sobre a importação de bens -tanto
insumos quanto produtos finais. Por enquanto, as projeções do BC para o balanço
de pagamentos terminam em dezembro. Os novos números foram publicados
recentemente: exportações 0,7% menores que as do ano passado, importações 7,1%
maiores e superávit comercial de U5$ 2 bilhões (US$ 7 bilhões na projeção de junho
e USS 19,4 bilhões contabilizados em 2012). A estimativa do déficit em
transações correntes foi mantida em US$ 75 bilhões, com a cobertura
parcialmente garantida pelo investimento estrangeiro direto. O resto dependerá
de investimentos financeiros, mais instáveis.
De
forma um tanto inesperada, o relatório combina a estimativa de inflação elevada
nos próximos dois anos com a expectativa de avanço das contas públicas na
direção da neutralidade. Os técnicos do BC abandonaram há alguns meses a
avaliação da política fiscal com base no resultado primário convencional.
Passaram a usar como referência o resultado estrutural, expurgado das variações
cíclicas e das despesas e receitas extraordinárias.
Superávits
primários parecidos com aqueles "gerados recentemente" manterão a
dívida pública em "trajetória sustentável", segundo o relatório. Além
disso, resultados mais ou menos estáveis tenderão a ser neutros em termos de
impacto sobre a demanda e, portanto, sobre a inflação. Essa expectativa é baseada
em cálculos, insistiu Hamilton. Ainda assim, fica difícil de entender essa
possibilidade diante dos resultados deste ano - de janeiro a agosto, um
superávit primário de R$ 54 bilhões, o menor desde 2010 - e a previsível
gastança da fase eleitoral.
sexta-feira, 27 de setembro de 2013
terça-feira, 17 de setembro de 2013
Déficit externo fragiliza o Brasil, alerta o BIS.
Editorial no ESTADÃO e a situação das nossas contas externas.
A
deterioração das contas externas de nações emergentes, como o Brasil, provocou
desvalorização das moedas locais ante o dólar e levou alguns países a intervir
nos mercados cambiais. A constatação é do Banco de Compensações Internacionais
(BIS), em relatório distribuído no fim de semana. Além da piora generalizada
dos emergentes, o Brasil é incluído entre os mais atingidos pela mudanças das
condições de mercado globais.
Houve
uma clara piora da situação macroeconômica dos principais mercados emergentes.
Um dos pontos destacados é a redução do ritmo de crescimento da China, com
efeito negativo sobre os demais países. Ocorreu um declínio na demanda esperada
pelos exportadores de commodities, como o Brasil e a Rússia.
Países
com altos déficits em conta corrente, como o Brasil, a Índia, a Indonésia, a
África do Sul e a Turquia, enfrentaram rápida desvalorização de suas moedas. No
Brasil, o déficit de US$ 9 bilhões na conta corrente do balanço de pagamentos,
em julho, soma-se a pressões sobre o real devidas a incertezas políticas.
Entre
3 de maio e 5 de julho, por exemplo, o Brasil, a Índia e a Rússia depreciaram
em aproximadamente 10% suas moedas, segundo o BIS. No mesmo período, o
rendimento dos títulos indianos e russos subiu mais de cem pontos-base.
O
BIS não distingue os problemas decorrentes de políticas econômicas duvidosas
dos países emergentes de problemas em cuja origem está a perspectiva de mudança
da política monetária norte-americana, um detonador de dificuldades.
Enquanto
isso, o governo brasileira prefere culpar a economia global pelos problemas
locais. Mas, como notou o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, em
entrevista ao Estado, "passamos a ter uma vulnerabilidade". Segundo
Meirelles, "a competitividade externa está sendo corrigida pela taxa de
câmbio".O
BIS enfatiza que a mudança nas condições globais afeta os mercados de papéis,
as ações e as moedas dos países emergentes, "exacerbando as
vulnerabilidades causadas pela dependência em relação a capital estrangeiro
volátil".
Nos
últimos anos - inclusive até o primeiro trimestre -, o Brasil se beneficiou
muito com o ingresso de capitais externos. A redução do crédito é ruim para o
País, cujo déficit em conta corrente está projetado entre US$ 75 bilhões e US$
80 bilhões para este ano, ante US$ 54 bilhões em 2012 - e os investimentos não
bastam para a cobertura.
segunda-feira, 16 de setembro de 2013
Previsão 2013: PIB - Selic - Câmbio - Inflação.
Neste início se semana as
notícias da economia brasileira estão bem condensadas no relatório FOCUS, do
BACEN, divulgado nesta data:
- · A estimativa de crescimento do PIB avançou de 2,35% para 2,40% para 2013 e recuou de 2,28% para 2,22% para 2014.
·
A taxa
Selic seguiu em 9,75% para o final de 2013 e 2014.
·
As
projeções para a taxa de câmbio recuaram de R$/US$ 2,36 para R$/US$ 2,35 para
o final deste ano e continuou em R$/US$ 2,40 para o final de 2014.
- · As expectativas para o IPCA seguiu em 5,82% para este ano e subiu de 5,85% para 5,90% para o ano que vem.
domingo, 15 de setembro de 2013
15 de setembro de 2008: cinco anos de crise.
Leio no site do Ministério da Fazenda, matéria do BRASIL ECONÔMICO sobre o 5º aniversário da quebra do Lehman Brother.
Cinco
anos se passaram após a quebra do banco Lehman Brothers, período em que os
Estados Unidos superaram uma recessão histórica ao preço de níveis de dívida
recordes e de uma forte intervenção do Estado na economia. “Não estamos em uma
situação fantástica, mas a economia, pelo menos, se estabilizou”, disse à AFP
Kenneth Rogoff, professor de Harvard e ex-economista- chefe do FMI. No dia 15
de setembro de 2008, quando o Lehman Brothers quebrou, a economia americana
vinha sofrendo havia vários meses com os créditos imobiliários de alto risco,
os “subprimes”.
Mas a queda do gigante bancário, ícone deWall Street durante mais de um século, desencadeou uma profunda crise financeira que se propagou para o restante do mundo. O Estado federal abriu os cofres e disponibilizou rapidamente US$ 420 bilhões para reforçar os caixas dos bancos, como o Bank of America ou o Citigroup, entre outros, assim como os de montadoras, como a General Motors e a Chrysler, grandes geradores de emprego. Mas o governo não conseguiu conter uma queda livre da economia.
Entre setembro de 2008 e setembro de 2009, a taxa de desemprego subiu de 6,1% para 9,8%. A atividade econômica desabou, em particular no último trimestre de 2008. Ao mesmo tempo, o déficit fiscal cresceu devido aos planos de resgate, passando de 3,2% para 10,1% do PIB entre 2008 e 2009.
Para acalmar os mercados, os gigantes bancários foram submetidos a um teste de resistência. Votada em 2010, a lei Dodd-Frank de regulação de Wall Street instituiu o mecanismo por norma. Embora esse projeto de 2.300 páginas para reformar Wall Street tenha sido adotado em julho de 2010 pelo Congresso, sua total entrada em vigor não foi concluída, a espera dos decretos de regulamentação.
O governo Obama teve que aprofundar a intervenção do Estado em seu primeiro ano de governo, e em fevereiro de 2009, pouco depois de assumir, lançou um plano de reativação de US$ 787 bilhões destinado a fomentar o consumo e o vital setor imobiliário. A venda de residências melhorou, mas o consumo, tradicional motor do crescimento nos Estados Unidos, perdeu força, e o patrimônio dos americanos sofreu perdas “espetaculares”.
O desemprego, a 7,3%, segue elevado, e a proporção de pessoas que deixaram de buscar trabalho está em seu índice máximo em mais de 35 anos. Em cinco anos, a dívida pública do país disparou mais de 65%, a mais de US$16 trilhões.
sábado, 14 de setembro de 2013
Ben Bernanke: um gigante na Economia.
Após
deixar em janeiro de 2014 o Federal Reserve, o presidente Ben Bernanke deverá retornar
ao mundo acadêmico, provavelmente para a Universidade Princeton.
Suceder
ao lendário Alan Greenspan a partir de 2006 foi apenas mais um desafio na
carreira de Ben Bernanke. Por hora, Bernanke entra para a história como o homem
que evitou a segunda Grande Depressão.
Brasil: próximo do Haiti e longe dos Estados Unidos.
Até
1979 existiam no Brasil DOIS partidos políticos de atuação nacional. Atualmente
temos TRINTA ativos e mais TRINTA E TRÊS em busca de autorização junto ao
Tribunal Superior Eleitoral.
Interessante
saber que nos Estados Unidos temos QUATRO partidos, no Canadá temos CINCO, na
Finlândia temos OITO e na “pobre” Alemanha temos DOZE.
Enquanto
isso, no Nepal temos TRINTA E SEIS, na Jordânia temos TRINTA E SETE e no “rico”
Haiti temos QUARENTA.
Lamentavelmente,
mais uma vez, estamos mais próximos do Haiti do que dos Estados Unidos.
sexta-feira, 13 de setembro de 2013
Estados Unidos - a águia continua forte.
Com
PIB Nominal de US$ 15,7 trilhões e crescimento de 2,2% em 2012, os Estados Unidos destacaram-se como a principal economia
do Mundo, detendo cerca de 20% da riqueza global. O setor de serviços é o
principal ramo de atividade e respondeu por 80% do PIB, seguido do industrial,
com 19%, e do agrícola, com 1%.
Para
reflexão neste final de semana, alguns números desta potência mundial, obtidos no Ministério das Relações Exteriores – Agosto/2013.
PIB Nominal
|
US$ 15,68 trilhões
|
Crescimento real do PIB
|
2,2%
|
PIB Nominal "per capita"
|
US$ 49.922
|
PIB PPP
|
US$ 15,68 trilhões
|
PIB PPP "per capita"
|
US$ 49.922
|
Inflação
|
1,85%
|
Reservas internacionais
|
US$ 150 bilhões
|
Livros para gestores: de Keynes a Sun Tzu.
Recentemente li no VALOR ECONÔMICO uma excelente matéria sobre LIVROS que devem estar na biblioteca básica de gestores. E do que li, constam grandes mestres da nossa Economia.
A
presença de peso de John Maynard Keynes na biblioteca básica dos gestores também
é um sintoma do interesse pelas crises. Como autor ou tema, o economista inglês
aparece na lista de dois gestores, com três obras. "O mundo em que estamos
vivendo hoje é muito keynesiano", afirma Luiz Carlos Mendonça de Barros,
diretor-estrategista da Quest Investimentos. A crise americana, considera, se
encaixa bem nesse arcabouço teórico. "Um período de boom leva a uma série
de exageros dentro do próprio sistema, vinculados à ganância e à especulação,
que acabam criando uma crise que interrompe esse processo de crescimento",
explica Mendonça de Barros.
O
sócio da Quest diz que seu otimismo quanto à recuperação da economia dos
Estados Unidos está ligado ao fato de considerar que o governo do país tem
seguido a cartilha keynesiana. Na lista recomendada por Mendonça de Barros,
chama a atenção a indicação de "A Arte da Guerra", do chinês Sun Tzu.
O livro ensina as técnicas para vencer um conflito bélico. "Porque
investir ou gerir fundos é uma guerra, é bom estar esperto", brinca o
economista que, em tempos de novas tecnologias, ainda é apegado ao livro de
papel. Em viagens longas, entretanto, ele faz uma concessão às obras
digitalizadas. "Viajar para fora e levar livro virou um negócio de velho
reacionário. E isso eu não sou."
Keynes
também está na lista indicada por Arminio Fraga. Não na versão macroeconomista,
mas na pele de investidor. Biógrafos contam que ele fez fortuna com ações, em
uma faceta menos conhecida. Sobre períodos de estresse, o fundador da Gávea
indica "Manias, Panics and Crashes", de Charles Kindleberger (Manias,
Pânico e Crashes, na tradução para o português). É um clássico sobre crises
financeiras, diz Fraga, baseado em eventos históricos e inspirado em Hyman
Minsky, economista que estudou o surgimento da instabilidade a partir da
estabilidade, "visão hoje muito em voga por razões óbvias", diz
Fraga.
XX Congresso Brasileiro de Economia.
No recente XX Congresso
Brasileiro de Economia ocorreu a entrega do Prêmio Brasil de Economia. Na categoria livro de Economia os vencedores foram os colegas:
1º Lugar (Prêmio de R$ 6.000,00): Reinaldo Gonçalves (CORECON-RJ) - Desenvolvimento às avessas: verdade, má-fé e ilusão no atual modelo brasileiro de desenvolvimento.
2º Lugar (Prêmio de R$ 4.000,00): Gustavo H. B. Franco (CORECON-RJ) - As leis secretas da economia.
3º Lugar (Prêmio de R$ 3.000,00): Eduardo Simões de Almeida (CORECON-SP) - Econometria Espacial Aplicada.
Previsão PIB 2013.
Após
a expansão de 1,5% no PIB verificada no segundo trimestre deste 2013 em relação
ao primeiro, hoje, quando o BACEN divulgou o seu Índice de Atividade Econômica
do Banco Central (IBC-Br), que busca antecipar o comportamento do PIB, a queda
de 0,33% em julho, na série com ajuste sazonal, demonstra, lamentavelmente, a prevista
desaceleração na economia brasileira.
Isso
posto, estima-se em 2,3% o PIB final para 2013, porém próximo aos 2,5% previsto pelo Ministro Guido Mantega.
Assinar:
Postagens (Atom)
A importância de debater o PIB nas eleições 2022.
Desde o início deste 2022 percebemos um ano complicado tanto na área econômica como na política. Temos um ano com eleições para presidente, ...
-
É lamentável que tenhamos poucas vozes na oposição com a lucidez do FHC . De sua excelente entrevista na CONJUNTURA ECONÔMICA deste mês, de...
-
O 1º Fórum Insper de Políticas Públicas , que acontecerá no campus da instituição no dia 05.09, irá reunir pesquisadores renomados da Améri...
-
Desde o início deste 2022 percebemos um ano complicado tanto na área econômica como na política. Temos um ano com eleições para presidente, ...