segunda-feira, 7 de setembro de 2009

ECONOMIA TAMBÉM NO CINEMA - VENEZA 2009

Ainda bem que não agendei o FESTIVAL INTERNACIONAL DE CINEMA DE VENEZA nestes dias. Seria demais para as minhas idéias assistir SOUTH OF THE BORDER, do diretor americano OLIVER STONE, elogiando o coronel HUGO CHÁVEZ. No documentário CHÁVEZ é o protagonista absoluto, sendo apresentado como o máximo expoente de uma nova política na América Latina. Mas o fundo do poço não parou nele.

Nesse famoso festival o também americano MICHAEL MOORE denuncia o capitalismo perverso e desumano no seu “CAPITALISM: A LOVE STORY.” Para MOORE, o capitalismo é ruim e não pode ser reformado. O livre mercado na realidade é um sistema para roubar os trabalhadores e garantir que 1% da população dos Estados Unidos mantenha sua riqueza, enquanto 99% se empobrecem dia a dia.

Uma pergunta que não quer calar: como vivem financeiramente STONE e MOORE? Por que eles não pegam suas roupas e vão viver(?) em CUBA?

Fiz muito bem ficando aqui no interior desta quente e poeirenta floresta amazônica. É dose dupla para leão nenhum, preferenciamente de OURO, botar defeito...

A CHINA AINDA TEM MUITO O QUE FAZER

Para quem acredita que a CHINA substituirá imediatamente os Estados Unidos na liderança econômica, militar e política mundial, vejam o que diz BARRY EICHENGREEN, Professor de Economia e Ciências Políticas na Universidade da Califórnia, Berkeley, na CONJUNTURA ECONÔMICA da nossa FGV: "A CHINA NÃO conseguirá compensar sozinha o declínio do consumo nos Estados Unidos. O que significa que deverá haver um aumento do consumo em outros grandes mercados emergente, como o BRASIL, ÍNDIA e RÚSSIA."

ECONOMIA NO FERIADO DE 07 DE SETEMBRO

Direto da Folha de S. Paulo neste 07/09/2009,com os feriados da Independência do Brasil e do Trabalho nos EUA, hoje, os mercados retomam os negócios só amanhã. O destaque no Brasil será o resultado do PIB no segundo trimestre, que sai na sexta e deve carimbar oficialmente o fim da recessão no país. A expectativa é que a economia tenha tido crescimento entre 1,6% e 2% no período, em relação ao trimestre anterior.
Na quinta, o IBGE divulga o IPCA de agosto, que deve ficar em 0,2%. O evento mais aguardado é a ata do Copom, embora o mercado dê como certo que os juros serão mantidos em 8,75% até dezembro.
Nos EUA, o destaque fica para a divulgação na quarta do Livro Bege, que traz a interpretação do Federal Reserve (BC dos EUA) sobre a recuperação”.

domingo, 6 de setembro de 2009

ECONOMIA - PROFISSIONAIS NA REDE

Obrigado ao colega ENOCH FILHO, lá da famosa BAHIA DE TODOS OS SANTOS pela inclusão deste blog na página http://profissionais.nacumbuca.com/Economia, na companhia de outros colegas dos quais sou fiel leitor há tempos.
Habitualmente acompanho os posts do ENOCH FILHO lá no Além das Curvas http://profissionais.nacumbuca.com/Economia e é prazerosa essa troca de informações entre colegas distantes, mas que a internet nos torna tão próximos. Afinal, o prazer de estudar ECONOMIA é o elemento motivador que nos faz a cada dia aprender um pouco mais. E, se em boa companhia, melhor ainda.

MESTRADO NA FGV - DIVULGAÇÃO

A FGV - EESP Escola de Economia de São Paulo divulgou na CONJUNTURA ECONÔMICA de agosto as inscrições para os Mestrados Profissionais em Finanças e Economia e o outro em Agroenergia. Além das qualidades da FGV, a beleza do anúncio está na definição de ECONOMIA: QUANTO MAIS VOCÊ APRENDE, MAIS SIMPLES ELA PARECE.

UM MINUTO DE SILÊNCIO POR TED KENNEDY.

Fã da família KENNEDY desde os meus auréos tempos de IBIAPINA-CEARÁ, não poderia de divulgar a coluna do jornalista ÁLVARO PEREIRA JÚNIOR, sobre a morte do TED KENNEDY. Quanta diferença dele para os nossos políticos (?), se é que podemos chamá-los assim...

Bebum, mulherengo e autodestrutivo, Ted Kennedy, senador americano morto aos 77 anos na semana passada, era um político com todas as letras maiúsculas. P-O-L-Í-T-I-C-O.
Seu obituário tomou sete páginas do "New York Times" on-line. Não há nem houve ninguém parecido no Brasil.
De família riquíssima, Ted era o Kennedy caçula. Viu o irmão, John, presidente, ser assassinado em 1963. Outro irmão, mais velho, tinha morrido na Segunda Guerra. Em 1968, um maluco matou mais um irmão, Robert.
Coube a Ted manter viva a chama da política entre os Kennedy. Difícil.
Foi estudante vagabundo e trapaceiro em Harvard (acabou afastado e voltou, anos depois, convertido em ótimo aluno).
Bebeu, aprontou, calcinou o filme dezenas de vezes. A pior: 18/7/1969, ilha de Chappaquiddick, litoral de Massachusetts. Depois de um churrasco, Ted "ofereceu carona" a Mary Jo Kopechne, jovem ex-secretária do mano Bob.
Numa ponte precária de uma estradinha, Ted caiu com o carro na água. Conseguiu se salvar. Mary Jo morreu afogada. Ted levou dez horas para avisar a polícia. Antes de ligar para o resgate, passou horas conversando com assessores.
Incrivelmente, não teve a carreira arruinada. Foi à TV pedir desculpas. Os eleitores o perdoaram.
Transformou-se num senador obstinado. Envolveu-se profundamente em questões políticas delicadas, com efeito direto sobre as pessoas: imigração, saúde. Votou contra a invasão do Iraque. Apoiou Obama num momento crucial. A socidade americana lhe deve muito.
Sua vida louca não afetou o desempenho como senador. Era assíduo, presente, preparado. Ia direto a vários pontos.
No obituário, assim o definiu o "New York Times" (traduzir estragaria a poesia): "He was a celebrity, sometimes a self-parody, a hearty friend, an implacable foe, a man of large faith and large flaws, a melancholy character who persevered, drank deeply and sang loudly. He was a Kennedy".

DA SÉRIE: VOCÊ SABIA?

Você sabia, antes da EXAME divulgar, que:

  • Os Estados Unidos respondem, sozinhos, por 23,5% do PIB mundial, algo em torno de 14 trilhões de dólares?
  • Dos 120 trilhões de dólares em investimento direto estrangeiro no mundo em 2008, 20% saíram dos Estados Unidos?
  • Das 100 maiores empresas do mundo, 29 são americanas. Em segundo lugar vem a Alemanha, com 15 empresas?
E ainda tem quem admire a Coréia do Norte e CUBA...

BRASIL: 1822 - 2009 - INDEPENDÊNCIA?

Amanhã, 7 de Setembro de 2009, o que temos para comemorar neste Brasil que ainda acha que é um país do futuro. Até quando? Com a riqueza que fez a taxa de crescimento das 500 maiores companhias brasileiras em 2008 ser mais de cinco vezes superior a das 500 maiores americanas (sim, dos Estados Unidos), por que não temos uma liderança competente a fazer que o nosso BRASIL seja um país sério, respeitado e onde os quase duzentos milhões de brasileiros possam se orgulhar dele, sem a necessidade de bolsas esmolas?

DA SÉRIE: TEXTOS INTERESSANTES - MENDONÇA DE BARROS

Neste caso, vamos ler e apostar como estará o dólar ao final de 2009? Direto do ESTADÃO, o colega José Roberto Mendonça de Barros, irmão do também colega Luiz Carlos, comenta "O Real e o futuro da produção".

O real voltou a se valorizar e tudo indica que irá para algo como R$ 1,75 por dólar em futuro próximo.
Desta vez, a valorização decorre muito mais de fatores externos que internos. Embora a taxa de juros ainda seja elevada, a atração da arbitragem (considerando os riscos) é muito menor do que antes, como mostram os dados do mercado cambial. Por outro lado, o dólar tem-se desvalorizado consistentemente contra diversas moedas, e todos os analistas esperam que isso continue nos próximos períodos. Neste caso, a busca por alternativas tem levado, entre outras coisas, a uma forte procura pelas chamadas moedas commodities, grupo que tradicionalmente inclui Austrália, Nova Zelândia, Noruega e Canadá.
A novidade recente é que o real foi incluído nesse clube, não só por conta da relativa resistência à crise, como especialmente porque o País é claramente ganhador na reestruturação produtiva global no quesito cadeias de recursos naturais. Daí decorre uma elevação do fluxo de exportações, nos investimentos diretos e na compra de ações de empresas brasileiras.
Muitos analistas e produtores se inquietam com o novo quadro, resgatando as teses de desindustrialização. Sigo acreditando que há muito exagero nessa percepção, inclusive porque não se pode projetar a frio um momento de ajuste à recessão mundial. Ademais, creio que existe uma clara subestimação do resultado da expansão das cadeias de recursos naturais no dinamismo do aparelho produtivo (revelado pelo breve período de aceleração do crescimento de 2007/2008), em termos de impactos na indústria de bens de capital, nas inovações da engenharia de produtos e de processos, na ligação com serviços de elevada produtividade e no emprego. Uma análise cuidadosa dos novos "players", das inovações e dos projetos que estão ocorrendo na cadeia da cana-de-açúcar certamente surpreenderia os mais afoitos.
Os analistas da desindustrialização também subestimam a relevância do tamanho do mercado interno, que permite a produção de muitos produtos de forma competitiva, bem como das dificuldades de ter fornecedores distantes quando se utilizam processos de "just in time". Essas dificuldades vão desde as maiores necessidades de capital de giro, do risco de flutuação das moedas, dos riscos de logística, etc.
É interessante que várias análises recentes apontam que a atual crise internacional está levando a uma revisão e a um encurtamento de certas cadeias de produção, afetando positivamente países como o México. Também é útil aqui lembrar que a queda das exportações de manufaturados brasileiros tem, além do câmbio e outras causas domésticas, muito que ver com a crise de nossos clientes, como atesta a crise da Argentina, o maior deles.
Mesmo após essas observações é evidente que muitos produtores menos competitivos sentem o aperto resultante do movimento do real. Muito mais que o câmbio, a questão central é que o País vem perdendo competitividade ao longo dos últimos anos. Sinais disso podem ser encontrados na contínua elevação da carga tributária e de sua complexidade administrativa, agravada pelo absurdo anúncio da tentativa de aprovação da nova CPMF. Reduções temporárias e localizadas de alíquotas não enfrentam minimamente a questão.
Em segundo lugar, é tedioso, porém necessário, relembrar a questão da infraestrutura logística brasileira. Nem com a avalanche de publicidade oficial dá para esconder que estradas e portos continuam a erodir a competitividade da produção brasileira. Na verdade, tirando a Petrobrás, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) é composto por algo como 80% de fumaça, pedras fundamentais, placas, obras não iniciadas, paralisadas ou atrasadas. Ademais, a energia elétrica está mais cara pela contínua criação de encargos adicionais, resultante, entre outras causas, da construção de usinas movidas a óleo. Na mesma direção vai a regulação complexa e muitas vezes de má qualidade. Em suma, nossa competitividade sistêmica está pior e isso se deve em muito a uma fantástica expansão dos gastos de custeio em vez do investimento, ocorrida nos últimos anos.
O Banco Central pode e deve continuar a elevar as reservas do País. Entretanto, intervenções no câmbio são ações de curto prazo que não encaminham a questão da competitividade ao longo do tempo, que é o que garante, de fato, o desenvolvimento.

KRUGMAN E A ECONOMIA - CRISE E HISTÓRIA

Apesar de ser obrigatória neste blog a publicação integral do artigo ou texto disponibilizado para a leitura de seus quase dois (milhões) leitores, neste caso específico realmente o texto é longo, mas vale pelas palavras do autor, Nobel de Economia em 2008. Direto do The New York Times, PAUL KRUGMAN e seu “How Did Economists Get It So Wrong?” no link http://www.nytimes.com/2009/09/06/magazine/06Economic-t.html, que nem por isso deixa de estar dentre os mais lidos, pela sequência dos fatos e visão geral da economia desde SMITH até KEYNES.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

A PODEROSA ECONOMIA AMERICANA NA EXAME

Preparem-se, pois a EXAME que estará nas bancas neste final de semana é daquelas de ler com prazer. Para começar, deixo com eles o melhor da edição: “As vésperas do primeiro aniversário da eclosão da maior crise das últimas décadas, os Estados Unidos tentam se reerguer. EXAME percorreu o país e entrevistou dezenas de empresários, pessoas comuns e quatro prêmios Nobel de Economia para construir a imagem da América após a quebra do banco Lehman Brothers. O resultado está nesta edição especial com oito reportagens, que mostram como os pacotes econômicos, a reinvenção das montadoras, a ressurreição de Wall Street e os investimentos em energia e inovação farão com que o país permaneça como a mais poderosa economia do planeta.”
E ainda tem colega que aposta na CHINA...

POLÍTICA ENQUANTO É TEMPO E POSSÍVEL

Leio na Folha que o Congresso (sempre eles) está insistindo em votar uma lei eleitoral que compara a web a TV/rádio. Será possível isso? Estamos em Cuba e não me falaram nada? Enquando podemos, deixo com os meus quase dois fiéis leitores, diretamente de FORTALEZA, lá do nosso DIÁRIO DO NORDESTE, o traço generoso do colega SINFRÔNIO.
E que SETEMBRO seja um mês de ótimas notícias, começando claro, com o COPOM mantendo a SELIC nos 8,75% ao ano, que era o que esperávamos. E que venham mais news, com sal ou sem sal...

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

A ECONOMIA REAL DE LOYOLA

Cheguei a pouco da empresa e hoje, último dia de AGOSTO/2009, neste meu 350º post não poderia encerrar o mês sem publicar um artigo do colega GUSTAVO LOYOLA, que também é da nossa FGV, publicado hoje no ESTADÃO. Sabemos que o nosso tempo é muito pouco, mas precisamos, pelo menos de vez em quando, ler mais do que a manchete da matéria. E que venha setembro, um mês muito especial para mim.

CONTRARREFORMAS AMEAÇAM O PAÍS

A resiliência da economia brasileira à presente crise econômica internacional se deve, em ampla medida, aos avanços institucionais observados nos últimos 15 anos no Brasil. Em que pese a unanimidade desse diagnóstico, o segundo mandato do presidente Lula tem-se caracterizado por uma sucessão de contrarreformas que, pouco a pouco, minam as instituições econômicas laboriosamente construídas a partir do início dos anos 1990. Quando Lula se tornou forte candidato à sucessão presidencial, em 2002, o medo dos agentes econômicos era o de ruptura com as políticas econômicas de FHC. Felizmente, o pânico do período eleitoral se mostrou injustificado, já que o novo presidente preferiu sabiamente ficar do lado certo, preservando a responsabilidade macroeconômica. Ademais, no quadriênio inicial do governo Lula, alguns avanços institucionais importantes ocorreram no bojo das reformas microeconômicas patrocinadas pelo ministro Palocci e sua equipe. A expansão forte do crédito bancário nos anos subsequentes, por exemplo, deveu-se muito a tais esforços. Porém, no segundo mandato, os avanços institucionais se tornaram parcos. Ao contrário, o que se tem verificado é que, pela ação ou omissão do governo, iniciativas cada vez mais numerosas vão corroendo o edifício institucional que permitiu à economia brasileira deixar para trás a década perdida da hiperinflação e do baixo crescimento. Vivemos, hoje, a era das contrarreformas. Há a contrarreforma fiscal, a contrarreforma previdenciária, a contrarreforma do Estado, a contrarreforma trabalhista e até, para alguns, a contrarreforma ortográfica, que nos obriga a abusar da consoante dupla nesse parágrafo. Com relação à Previdência Social, o recente acordo com os sindicalistas que enfraquece o chamado "fator previdenciário" e atrela o reajuste dos benefícios à variação do PIB é desastre de grandes proporções, pois agrava ainda mais o déficit previdenciário ao longo dos próximos anos. O desempenho um pouco melhor das receitas previdenciárias nos últimos anos parece ter ofuscado a realidade de que as contas da Previdência continuam no vermelho e que há uma tendência estrutural de aumento dos desequilíbrios, em razão principalmente da dinâmica demográfica. Contudo, o risco de retrocesso não se restringe à Previdência. No campo trabalhista há iniciativas para aumentar ainda mais os custos de contratação formal de mão de obra. Com o beneplácito do governo, o Congresso se prepara para votar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que reduz a jornada de trabalho para 40 horas semanais, como se isso tivesse o condão de criar mais empregos. Despreza-se a experiência recente da França que indica que a diminuição da jornada de trabalho não contribuiu para a redução do desemprego. Por sua vez, a expansão forte dos gastos de custeio do governo, notadamente com a folha de pagamento de servidores, indica agravamento da rigidez do orçamento público e perda de espaço para redução da carga tributária e/ou aumento do investimento público no País. Com isso, as condições para a atividade empresarial podem piorar, já que a competitividade da produção nacional estará crescentemente comprometida pelo trinômio: juros altos, tributação elevada e infraestrutura precária. Não fossem suficientes os problemas acima, a tentativa de recriação da CPMF, disfarçada de contribuição para a área da saúde, demonstra que há muita gente que ainda acha a carga tributária pequena, o que é de uma absoluta falta de senso de medida. O mais estranho, porém, é que o governo tacitamente apoie a ideia de recriar um tributo de péssima qualidade que incide em cascata sobre as operações financeiras. Tais retrocessos potenciais ou efetivos, infelizmente, não são o bastante. Percebe-se que está em marcha uma redefinição para pior do papel do Estado na economia, seja por meio da criação, disfarçada ou aberta, de novas empresas estatais, seja pelo aumento da intervenção regulatória nos mercados, ao mesmo tempo que a autonomia das agências reguladoras é flagrantemente reduzida, em nome de um pretenso "controle social". Tais iniciativas vão desde o modelo de exploração do petróleo no pré-sal - de viés notoriamente intervencionista - até a intenção de reativar a defunta Telebrás, como se a privatização da telefonia não tivesse trazido benefício nenhum ao País. Em resumo, o rol de contrarreformas iniciadas, incentivadas ou toleradas pelo governo Lula é extenso. Se nada for feito, o Brasil encontrará mais à frente uma nova "década perdida" em termos de crescimento e de estabilidade econômica. A experiência brasileira e de outros países, inclusive da vizinha Argentina, revela claramente os riscos da excessiva intervenção estatal e dos desequilíbrios fiscais, duas pragas crônicas dos países da América Latina. Por isso, é urgentemente necessário interromper essa marcha acelerada rumo ao passado que tem caracterizado as últimas ações e omissões da administração Lula.

Gustavo Loyola, doutor em Economia pela EPGE/FGV, sócio-diretor da Tendências Consultoria Integrada, em São Paulo, foi presidente do Banco Central.

domingo, 30 de agosto de 2009

FERGUSON E STIGLITZ NA CRISE MUNDIAL

Em entrevista ao vetusto ESTADÃO, NIALL FERGUSON, historiador escocês e professor da Universidade Harvard, alerta que o mundo conseguiu evitar uma Grande Depressão, MAIS HÁ MUITOS PROBLEMAS PARA SEREM RESOLVIDOS. Para ele, a crise ainda continua, agora com um agravante: a falta de plano do presidente OBAMA para controlar o déficit fiscal americano.
Como já postei anteriomente, a crise atual NÃO acabará com o CAPITALISMO e, em algum momento, ela terá fim, como aconteceu em outras crises e acontecerá em novas crises. Nesse caso, concordo com as ideias de FERGUSON e discordo do colega JOSEPH STIGLITZ pelo seu, (na minha opinião), EXAGERO, ao declarar a destruição do motor global, ou seja, o modelo de consumo dos Estados Unidos.
Calma STIGLITZ, a recuperação chegará antes que a Venezuela ataque os Estados Unidos...

DA SÉRIE: TEXTOS INTERESSANTES - MENDONÇA DE BARROS

Direto da Folha de S. Paulo, mais um artigo do sempre lúcido LUIZ CARLOS MENDONÇA DE BARROS, que compartilho com os meus quase dois (milhões) de e-leitores.

Meu irmão José Roberto tem usado uma imagem do atletismo para melhor explicar o momento atual da economia mundial. Segundo ele, nos próximos meses, a passagem do bastão de um corredor - o governo - para outro - o consumidor no mundo desenvolvido - será uma condição necessária para levar o processo de recuperação a bom termo. Nos últimos meses temos assistido a um aumento gradativo da atividade econômica em um grande número de países, tanto no âmbito do chamado G7 como no mundo emergente.

Essa recuperação foi induzida por recursos públicos injetados na economia privada em volume nunca antes visto. O primeiro movimento foi liderado pelos bancos centrais com a mobilização de recursos monetários, por meio de mecanismos clássicos e de corajosas inovações.

Com isso foram criadas as condições para se manter o sistema bancário mundial com um mínimo de funcionalidade, evitando o estrangulamento total da atividade produtiva. Em um segundo momento foram os governos que mobilizaram recursos de natureza fiscal para sustentar um nível mínimo de renda e consumo, afetados pela onda de desemprego que se espalhou por grande parte do mundo. Aqui também foram usados instrumentos tradicionais - como obras públicas e redução de tributos - ao lado de medidas criativas, como a compensação para a manutenção de emprego na Alemanha e os programas de subsídio para troca de carros. Foram os vários trilhões de dólares injetados em um grande número de economias que evitaram uma catástrofe inimaginável e que está agora afastada.

Todo esse esforço dos governos foi realizado no pressuposto de que, passada a tempestade e com a volta da confiança de consumidores e de empresas, a dinâmica privada voltará e recolocará a economia em uma rota de crescimento sustentado. É isso que diz o manual de enfrentamento de uma crise como a que ocorreu no ano passado.

Por isso, a imagem da passagem do bastão criada por meu irmão me parece muito feliz. Apenas a complementaria com algumas observações mais específicas quanto à natureza dessa troca de bastão. Em alguns países, como os EUA e a Inglaterra, o revezamento se parece com o chamado 4 x 100 metros. Ou seja, é uma corrida rápida, onde a passagem do bastão é sempre complicada e tensa. Em outros casos, como a China, a corrida é mais longa - algo como a corrida de 4 x 400 metros -, quando a passagem do bastão pode ocorrer de maneira mais tranquila.

No primeiro grupo estão países em situação fiscal mais complicada, em que o espaço para gastos fiscais por mais tempo é muito menor. No caso americano, há um grande mal - estar com os deficit já realizados, de modo que uma eventual necessidade de renovação dos estímulos fiscais no ano fiscal 2010/2011 pode criar uma crise com o dólar. O mesmo ocorre na Inglaterra e nas maiores economias da Europa Unida.

Já na China - e de certa forma no Brasil - o esforço fiscal do governo pode se estender por um período bem maior, tornando a passagem do bastão mais tranquila e segura. Nesse caso, o instrumento do gasto público em obras de infraestrutura ganha um peso maior. A sustentação do crescimento em 2010 dependerá do sucesso da passagem do bastão do gasto do governo para o setor privado. Nesse processo, o consumidor terá importância crucial, pois os investimentos privados ainda permanecerão deprimidos por algum tempo em razão da enorme capacidade ociosa hoje existente na grande maioria das economias. A conferir... LUIZ CARLOS MENDONÇA DE BARROS, 66, engenheiro e economista, é economista-chefe da Quest Investimentos. Foi presidente do BNDES e ministro das Comunicações (governo Fernando Henrique Cardoso).

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

SERRA VERSUS DILMA NA ECONOMIA

Qual a diferença econômica entre os pensamentos de José Serra e Dilma Rousseff, no momento, prováveis candidatos a candidatos a Presidência da República?
Esquecendo dos quase mestrados e doutorados, quais as ideias que eles pensam sobre a política econômica a partir de 01/01/2011?
Já que o nosso Guia antecipou o debate eleitoral de 2010, por que não aprofundamos esse assunto com textos de colegas a favor ou contra, mas com o objetivo de desvendar o que vem por aí?
Existirá uma terceira via?

MAIS DE TED KENNEDY - REVISTA TIME

Não poderia ser diferente a capa da TIME desta semana. Que o exemplo dele sirva de alguma lição para certos seus colegas brasileiros...

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

EDWARD MOORE KENNEDY: 1932-2009

Este blog não poderia deixar de registrar a morte do último herdeiro da dinastia KENNEDY. Defensor das ideias liberais e um dos congressistas mais influentes dos Estados Unidos, TED KENNEDY tem a nossa admiração e reverência. (Que diferença para "certos" congressistas brasileiros...
Lendo o início de uma matéria na revista AVENTURAS NA HISTÓRIA, realmente o título não poderia ser outro: "Os Kennedys: a realeza americana".

Eles enriqueceram enquanto o mundo ruía, conquistaram o Senado, a Casa Branca e inúmeras beldades de Hollywood. Não fossem as tragédias que assombram sua história, os Kennedys seriam uma família invejável. Era uma ensolarada manhã de setembro do ano de 1953, em Newport, Rhode Island. A igreja de Saint Mary, decorada com crisântemos brancos e gladíolos rosa, recebia 700 convidados ilustres. O arcebispo de Boston presidia a cerimônia de casamento, que, para o regozijo dos presentes, teve direito a bênção papal, através de uma carta enviada pelo próprio Pio XII. Do lado de fora, 3 mil curiosos aglomeravam-se para uma espiadela. A imprensa ocupava-se em registrar os mínimos detalhes. A nação inteira torcia pela felicidade de Jacqueline e John Kennedy. Não fosse pelo fato de eles serem cidadãos de uma república presidencialista, o casamento teria sido uma cerimônia real. Nos Estados Unidos não existem castelos, mas, se existissem, eles teriam sido habitados pela dinastia Kennedy. Porém nem tudo que reluz é ouro na história dessa família. Tragédias também assombram o clã, cuja trajetória política teve início no século 19, quando o primeiro Kennedy decidiu "fazer a América".

Este blog oferece uma passagem de ida aos funerais de Ted Kennedy at 5 p.m. Saturday at Arlington National Cemetery outside Washington, desde que algum dos seus quase dois (milhões) de leitores descubra quem é ele nesta foto acima, de 1937. Afinal, a família KENNEDY faz parte da vida deste blog desde o seu início.

A THE ECONOMIST DESTA SEMANA

Na The Economist desta semana, novamente o BRASIL é notícia, digo, o governo Lula e o PT. Se na semana passada o texto era sobre a política externa, nesta é sobre o PT e sua força em tentar manter Lula no poder. E já cita o "problema" Dilma x Lina e o quase doutorado da candidata do coração de Lula. É isso aí. Gostaríamos de ler outro tipo de reportagem, mas este é o nosso BRAZIL. Rezemos por ele.

domingo, 23 de agosto de 2009

VEJA - DINHEIRO TAMBÉM É CULTURA

Antecipando-se mais uma vez ao que vem por aí, este blog postou dias atrás o que somente a VEJA desta semana - edição de 26/08/09, que está nas bancas e com seus milhões de leitores - divulgou agora: Trata-se do livro A ASCENSÃO DO DINHEIRO, escrito por um súdito da rainha Elizabeth, o historiador escocês NIAAL FERGUSON.
Segundo a VEJA, o autor esclarece dois pontos fundamentais nesta época de crise: Primeiro, ao demonstrar que a inovação financeira sempre foi um fator central no avanço das sociedades ou mesmo das civilizações. Em segundo lugar, por conferir à reflexão econômica a sua devida dimensão de aventura intelectual.
Como conclui FERGUSON, "atrás de cada fenômeno histórico grandioso existe um segredo financeiro".

A importância de debater o PIB nas eleições 2022.

Desde o início deste 2022 percebemos um ano complicado tanto na área econômica como na política. Temos um ano com eleições para presidente, ...