domingo, 28 de março de 2010

CHINA COMPRA UNIDADE DA FORD!

Para quem pensa que desconheço o poder $$$ da CHINA, está lá no The New York Times de hoje que “Ford Motor reached an agreement on Sunday to sell its Volvo subsidiary to a Chinese conglomerate, in the clearest confirmation yet of China’s global ambitions in the auto industry. Zhejiang Geely Holding Group, based in Hangzhou, agreed to pay $1.8 billion for Volvo, with $1.6 billion in cash and the rest in a note payable to Ford. The sale of one of Europe’s most storied brands shows how China has emerged not just as the world’s largest auto market in the past year, but also as a country determined to capture market share around the globe. Zhejiang Geely said it planned to retain production of Volvo cars in Sweden, but it is expected to build another assembly plant for them in China, most likely near Beijing or Shanghai. Ford already builds small numbers of Volvos for the Chinese market at an assembly plant in Chongqing. Most of the vehicles output at that factory are Fords and Mazdas for sale in China.”

De qualquer maneira continuo acreditando que a vermelha CHINA já é praticante de uma espécie de “capitalismo vermelho” que substituiu o "velho socialismo", mas que sem liberdade, nunca será uma DEMOCRACIA.

LIBERDADE NA CHINA?

Por que não acredito na potência vermelha chamada CHINA? Um país que continua censurando tudo que não é favorável ao governo, nunca poderá ser uma economia capitalista com um mercado realmente livre para toda a sua bilionária (não de ricos...) população. Um dia o "capitalismo vermelho" derrotará a ditadura comunista. Afinal, uma CHINA que não aceita um GOOGLE livre e bloqueia sites como YOU TUBE, FACEBOOK e TWITTER, fará com que, em algum momento, existirão milhões de chineses nas ruas gritando por liberdade e DEMOCRACIA.

CARLOS PIO NO GLOBO!

O cientista político Carlos Pio, professor de economia política internacional da UnB, pesquisador visitante da Universidade de Oxford e membro do Instituto Millenium, defende uma agenda liberal para que se avance nos ganhos sociais obtidos nos governos Fernando Henrique e Lula. De Londres, onde está morando temporariamente, ele disse ao GLOBO que as políticas adotadas por ambos os governos se esgotaram. Pio é contra o aumento da presença do Estado na economia porque, segundo ele, governos falham. O professor afirma que, apesar dos ganhos sociais evidentes dos últimos oito anos, o governo Lula não tem foco nos mais pobres, porque há benefícios que continuam direcionados aos mais ricos.

Carlos Pio, além de ter sido meu professor na Universidade de Brasília, é um intelectual que defende com ênfase suas ideias, indiferente do pensamento dominante. Espero que a sua entrevista possa servir de fonte para o que vem por aí, sempre com o propósito de fazer o melhor pelo BRASIL.

O GLOBO: O governo defende uma interferência maior do Estado na economia. A crise mostrou que o mercado sozinho não se regula. Qual é a solução?

CARLOS PIO: Em todas as sociedades, há variações importantes no grau de presença do governo na economia.Poucas sociedades realmente desconfiam do discurso dos políticos tradicionais, que prometem fazer o bem sem maiores custos, seja em termos de impostos mais altos, seja em termos de ineficiências e corrupção. Esse traço de desconfiança em relação ao governo — e ao Estado, em última instância — é um dos traços da cultura americana que têm se generalizado em outros países. A expansão do liberalismo nos últimos 20 anos do século XX teve esse traço “neoliberal”. Os governos não são confiáveis?

PIO: O que esse liberalismo estabelece não é que “todos os problemas acabarão se os mercados forem inteiramente desregulados”, discurso tão comum entre os críticos. Ele defende que, se é verdade que os mercados falham, é também verdade que os governos falham — e por razões que nada têm a ver com o funcionamento da economia de mercado.

As eleições não corrigem essas falhas?

PIO: Mesmo nas democracias, existem dificuldades intransponíveis ao controle dos governantes pelos eleitorados.

Eleições ocorrem em intervalos relativamente longos (e, neste ínterim, os governantes são relativamente livres para agir), o governo consegue manobrar a fiscalização do Legislativo com incentivos aos parlamentares e partidos, e o voto do eleitor é dado a candidatos que apresentam “pacotes fechados” de preferências que não estão abertas a sua interferência.

O governo falha, e isso normalmente é pior que a falha natural dos mercados.

A resposta está na extinção do governo, então?

PIO: Está em dois pilares. Primeiro, na limitação do governo ao desempenho de suas funções mais elementares — oferta de bens que elevem o potencial de prosperidade de todos, especialmente dos que não podem pagar para obtêlos.

Esses bens coletivos são: segurança e Justiça, saúde e educação básica universais, capacitação de trabalhadores, aposentadoria universal, estabilidade macroeconômica, defesa da propriedade privada e da concorrência privada (doméstica e internacional), oferta de infraestrutura que atenda à maioria da população.

Nada disso precisa ser feito primordialmente por meio de agências ou empresas estatais. Cada vez mais surgem instrumentos (como vouchers educacionais, parcerias público-privadas etc.) que viabilizam a oferta privada desses serviços de natureza coletiva ou pública. E isso nos remete ao segundo pilar: o aumento do controle e da pressão sobre os governantes para elevar a eficiência do Estado na provisão desses bens.

O senhor fala que vivemos uma espécie de esquizofrenia.

Onde está ela?

PIO: A esquizofrenia a que me referi é essa crença de que o governo pode ser o principal agente do desenvolvimento econômico por meio de projetos nacionais que, de um lado, violam a noção elementar de “falhas de governo” e, de outro, implicam relegar a segundo plano a oferta dos bens coletivos fundamentais à melhoria das oportunidades dos mais pobres e que não podem pagar por eles, como pré-escola e ensino médio, em nosso contexto atual.

A renda de milhões de brasileiros cresceu nos últimos anos. Mas o senhor diz que este não é um governo com foco no combate à pobreza.

PIO: Os governos de Fernando Henrique e Lula foram capazes de promover uma efetiva incorporação econômica das parcelas mais pobres da nossa sociedade justamente porque criaram (FHC) e mantiveram e expandiram (Lula) algumas políticas que favorecem o poder de consumo desses setores.

Em particular, o fim da inflação, a ênfase em políticas sociais focalizadas nos mais pobres, como Bolsa Escola e Bolsa Família — algo que começou a ser defendido pelo Banco Mundial como uma necessidade no contexto das reformas liberais dos anos 198090 e que enfrentou forte resistência pelo PT e pelos demais segmentos da esquerda —, e a política de elevar o valor do salário mínimo consistentemente acima da inflação provocaram uma sensível melhora na situação dos mais pobres.

E o que não avançou?

PIO: Não se avançou nada em termos da redução dos “benefícios sociais” primordialmente destinados aos mais ricos, como ensino superior gratuito, aposentadorias e pensões generosas para funcionários públicos, benefícios aos trabalhadores formais que inibem a contratação formal de mais trabalhadores etc. Um governo de esquerda, e especialmente do PT, teria mais legitimidade que qualquer outro para promover esse debate, que infelizmente foi adiado pelo bom desempenho da economia internacional e pela queda do ministro (Antonio) Palocci (da Fazenda), que personificava essa agenda no governo e no partido.

O que fazer para atingir os mais pobres?

PIO: Precisaremos colocar no topo das preocupações e escolhas dos governantes gastos e regulações que melhorem a situação dos mais pobres e, entre estes, especialmente as crianças. É preciso baratear drasticamente os alimentos e medicamentos via importações mais livres e desoneração tributária do consumo desses bens. É fundamental criar incentivos à provisão privada (e mesmo governamental) de pré-escola, para elevar as capacidades de aprendizado dessas crianças e liberar as mães para o mercado de trabalho.

Precisamos direcionar as políticas chamadas de desenvolvimento econômico — que, na verdade, são políticas de incentivo a setores da economia escolhidos pelo governo (sobretudo via BNDES) mdash; para oferecer maiores oportunidades aos setores que empregam mais pobres, nas regiões mais pobres, sem prejuízo à concorrência (doméstica e estrangeira).

Os ganhos sociais têm limites?

PIO: Eles são concretos e devemse a decisões fundamentais tomadas pelos governos Fernando Henrique e Lula. Mas essas políticas já deram o que tinham que dar. Para avançar mais é preciso dar seguimento a uma agenda de reformas liberais (não confundir com eliminar o Estado nem com qualquer ideia ingênua de que o mercado desregulado é uma solução para todos os males), que elimine privilégios a setores minoritários da economia e da sociedade (funcionários públicos aposentados e pensionistas, empresas em setores subsidiados e protegidos da concorrência internacional, jovens de famílias abastadas que terminam o segundo grau e ingressam na universidade gratuita etc.) e que aumente os incentivos ao aumento da eficiência e da produtividade e o acesso dos mais pobres a condições que elevem suas capacidades para prosperar.

Que agenda é esta?

PIO: Ênfase na oferta de bens coletivos que beneficiem primordialmente os mais pobres, ampliação das liberdades econômicas de todos, garantias à propriedade privada, aumento da eficiência do setor público, corte de privilégios astronômicos presentes no chamado “orçamento social”, aumento da concorrência sobre as empresas já estabelecidas no país via liberalização comercial unilateral etc.

sábado, 27 de março de 2010

OS BILIONÁRIOS BRASILEIROS.

Direto da BBC Brasil, lá no ESTADÃO, o registro que o Brasil tem 18 pessoas ou famílias com fortunas acima de US$ 1 bilhão, segundo a tradicional lista anual da revista americana FORBES. (E um deles é o meu patrão, pelo qual trabalho para que ELE fique cada dia mais bilionário...)

O país tem o maior número de bilionários da América Latina. O brasileiro mais rico, segundo a Forbes, é o empresário Eike Batista, que ocupa a 8ª posição geral na lista, com uma fortuna estimada em US$ 27 bilhões. Batista, proprietário de uma série de empresas no ramo de mineração e petróleo, é também o integrante da lista, com mais de mil nomes, cuja fortuna mais cresceu de um ano para o outro - US$ 19,5 bilhões a mais. Na lista do ano passado, ele também aparecia como o brasileiro mais rico, mas apenas na 61ª colocação geral. A relação de pouco menos de 800 bilionários contava com 13 brasileiros.

O empresário mexicano Carlos Slim, do setor de telecomunicações, ultrapassou o americano Bill Gates, fundador da Microsoft, e aparece neste ano pela primeira vez como a pessoa mais rica do mundo, com uma fortuna estimada em US$ 53,5 bilhões. Esta é a primeira vez desde 1994 que a lista de bilionários da Forbes não é encabeçada por um americano. Apesar disso, os Estados Unidos ainda dominam amplamente a lista da revista, com 403 cidadãos do país com fortunas superiores a US$ 1 bilhão.

A lista deste ano traz 1.011 nomes de 55 países diferentes, indicando uma recuperação em relação ao ano passado, quando a crise econômica mundial havia enxugado a lista para 793 bilionários. Em 2008, a relação trazia 1.125 pessoas. Segundo a revista, a fortuna acumulada dos dez mais ricos da lista cresceu de US$ 254 bilhões para US$ 342 bilhões no último ano. "A economia global está se recuperando", disse o editor-chefe da revista, Steve Forbes. "Os mercados financeiros também tiveram uma recuperação impressionante, principalmente nos mercados emergentes", afirmou.

Entre os dez primeiros da lista, há quatro bilionários oriundos de países emergentes - além de Slim e de Batista, aparecem os indianos Mukesh Ambani e Lakshmi Mittal, na 5ª e na 6ª posições, respectivamente. Mesmo sem nomes entre os dez primeiros, porém, a China é o país com o maior número de bilionários após os Estados Unidos - 64. Se considerados também os bilionários de Hong Kong, são 89 os chineses da lista. Outro país emergente, a Rússia, aparece como o terceiro com o maior número de bilionários - 62.

Os 18 brasileiros da lista da Forbes têm, juntos, uma fortuna de US$ 84,7 bilhões. O segundo da lista é Jorge Paulo Lemann, sócio da cervejaria belgo-brasileira InBev, com uma fortuna de US$ 11,5 bilhões. Ele aparece na 48ª posição na lista geral. O terceiro brasileiro mais rico, na 64ª posição da lista, é o banqueiro Joseph Safra, com uma fortuna acumulada de US$ 10 bilhões. A família Steinbruch, dos grupos CSN e Vicunha, aparece na 136ª posição, com uma fortuna de US$ 5,5 bilhões. Outros dois sócios da InBev aparecem sem seguida - Marcel Telles (152ª posição, fortuna de US$ 5,1 bilhões) e Carlos Alberto Sicupira (176ª posição, US$ 4,5 bilhões).

Em seguida estão o banqueiro Aloysio de Andrade Faria (201ª posição, US$ 4,2 bilhões), Abílio Diniz, do grupo Pão-de-Açúcar, e Antonio Ermírio de Moraes, da Votorantim, ambos empatados na 316ª posição, com US$ 3 bilhões, o banqueiro Moise Safra (421ª posição, US$ 2,3 bilhões), Elie Horn, da imobiliária Cyrella (437ª posição, US$ 2,2 bilhões), Antonio Luiz Seabra, da Natura (437ª posição, US$ 2,2 bilhões), Guilherme Peirão Leal, também da Natura (463ª posição, US$ 2,1 bilhões), Rubens Ometto, da produtora de álcool e açúcar Cosan (463ª posição, US$ 2,1 bilhões), o sino-brasileiro Liu Ming Chung, radicado em Hong Kong, da empresa de papel Nine Dragons (582ª posição, US$ 1,7 bilhão), João Alves de Queiroz Filho, da Hypermarcas (616ª posição, US$ 1,6 bilhão), Jayme Garfinkel, da seguradora Porto Seguro (828ª posição, US$ 1,2 bilhão) e o banqueiro Julio Bozano (880ª posição, US$ 1,1 bilhão).

IGREJA E ECONOMIA.

Além da triste situação que envolve a Igreja Católica em numerosos escândalos sexuais, existe a bilionária questão financeira, o que, lamentavelmente, envolvem mundos onde fé e o dinheiro não deveriam andar de mãos dadas. O genial SINFRÔNIO, lá de FORTALEZA, no nosso DIÁRIO DO NORDESTE, consegue colocar um pouco de humor num assunto tão NEGRO.

UM GENIAL MATEMÁTICO!

Sou leitor de ELIO GASPARI desde... anos. Apesar de discordar de vários textos seus, o jornalista escreve sobre quase tudo e quase todos. Li com prazer seus quatro livros sobre a ditadura e sua pesquisa realmente tornaram esses livros fonte importante para quem deseja conhecer parte de nossa história. Na FOLHA DE S. PAULO de 24/03/10, ele escreve sobre MATEMÁTICA. Como? Não tenham receio de ler, pois somente ele consegue, em poucas palavras, oferecer uma boa leitura.

Em 2008, quando Lady Gaga gravou seu primeiro álbum, já se tinham passados seis anos do dia em que Grigori Perelman resolvera a Conjectura de Poincaré, um dos maiores mistérios da matemática. Num mundo que consome celebridades, a história de Perelman merece cinco minutos de atenção.

Ele é um matemático russo, de 43 anos, já passou meses sem trocar de roupa, raramente corta as unhas, a barba ou o cabelo. Vive com a mãe em São Petersburgo, tem horror a jornalistas e viveu sete anos praticamente recluso. Nem e-mails respondia. Quando esteve nos Estados Unidos, a base de sua alimentação era pão preto e iogurte. Recusou cátedras nas universidades de Princeton, Berkeley, Stanford e no MIT. É um excêntrico, mas é um excêntrico que tem bastante a ensinar. Até que ponto vive-se melhor parecendo maluco do que deixando-se bafejar pela celebridade?

Superando ciúmes, intrigas e rivalidades, Perelman acaba de conquistar o prêmio dos "Problemas do Milênio", com direito a um cheque de US$ 1 milhão, concedido por uma fundação americana, por ter decifrado um dos sete grandes mistérios da matemática. Em 2006, ofereceram-lhe um honraria considerada equivalente a um Nobel de matemática. Recusou-a.

Para os leigos (como o signatário), a Conjectura de Poincaré é algo incompreensível. Ainda assim, pode-se perceber que Poincaré, um matemático francês que morreu em 1912, deixou para o mundo uma conjectura. Mais difícil será entender o que significa o segundo mistério: "A existência de Yang-Mills e a falha na massa".

Perelman resolveu a conjectura em 2002. Em vez de mandar seu trabalho para uma revista científica, onde um painel de estudiosos estudaria a consistência dos argumentos, simplesmente jogou os textos na internet, num arquivo público de trabalhos acadêmicos. O trabalho não dizia que a conjectura havia sido resolvida, essa tarefa cabia a quem o lesse. (Um matemático gastou três meses para entendê-lo.) A comunidade dos sábios consumiu dois anos estudando, invejando e, em alguns casos, buscando uma falha na explicação. Perda de tempo.

Quando Perelman foi convidado por Princeton, pediram-lhe um currículo. Respondeu que, se não sabiam quem ele era, não deveriam convidá-lo. Como o MIT chamou-o depois que resolveu a Conjectura de Poincaré, recusou porque deveriam tê-lo chamado antes. Num último convite podia ganhar quanto quisesse e fazer o que quisesse durante o tempo que bem entendesse. Respondeu que estava comprometido com seus alunos do ensino médio de São Petersburgo, o que nem era verdade.

Perelman ofendeu-se quando o "New York Times" disse que ele sustentava que resolvera a conjectura para ganhar US$ 1 milhão. Afinal, estudava o problema muito antes de o prêmio surgir e não sustentava coisa alguma. Decifrara a Conjectura de Poincaré, ponto.

Perelman é um matemático excêntrico e, pensando-se bem, Lady Gaga é uma roqueira quase convencional. Assim as coisas ficam fáceis e pode-se ir em paz ao próximo show. Contudo o mundo fica mais interessante quando se sabe que o negócio de Perelman é outro. Os matemáticos podem viver num mundo de liberdade e rigor absolutos. Ele escolheu uma vida de total integridade, sem concessões a coisa alguma. Ninguém manda nele, só a matemática, num diálogo que dispensa outras vozes.

terça-feira, 23 de março de 2010

O CAPITALISMO AMERICANO!

Direto da VEJA desta semana, o professor da Universidade Yale ROBERT SHILLER, diz, entre outras coisas que "Os Estados Unidos possuem uma tradição de respeito aos direitos humanos e à liberdade, antes mesmo da palavra capitalismo ter aparecido." E vai mais longe: "Faz parte da cultura americana manter o governo afastado da vida privada e dos negócios. A IMAGEM DOS ESTADOS UNIDOS COMO LÍDER DO CAPITALISMO SOBREVIVERÁ AOS DANOS PROVOCADOS PELA CRISE E AOS REMÉDIOS ESTATAIS MINISTRADOS PARA DIMINUIR SUA DURAÇÃO."
E ponto final!!!

domingo, 21 de março de 2010

A THE ECONOMIST DESTA SEMANA!

Na The Economist desta semana e pensando no que temos visto nos últimos tempos, afinal, realmente o mundo está mesmo mudando? Estamos próximos ao fim?

UM LIVRO - UMA AULA!

Li de uma tirada só as 158 páginas do livro “10 MANDAMENTOS PARA FRACASSAR NOS NEGÓCIOS, de DONALD R. KEOUGH, ex-presidente da Coca-Cola. A indicação foi de um inteligente colega de trabalho e o livro tem a recomendação do BILL GATES e do JACK WELCH. O prefácio é nada mais, nada menos que do pobre WARREN BUFFETT. Através de um texto direto, com humor, bom senso e exemplos reais, o autor provoca no leitor reflexões e recordações sobre o que a nossa empresa e até nós mesmos estamos fazendo e, melhor ainda, o que NÃO devemos fazer. ALTAMENTE RECOMENDÁVEL.

terça-feira, 16 de março de 2010

ROGOFF E A CRISE!

Hoje na FOLHA uma entrevista com Kenneth Rogoff, da Universidade Harvard. Segundo ele, no mundo pós-crise, Brasil e demais emergentes estão condenados a assistir a suas moedas se valorizarem indefinidamente, minando a competitividade das exportações. Na sua análise, esses países terão de tomar medidas para segurar a taxa de câmbio. Segundo o economista, o problema é como fazer isso de forma "amiga" do mercado, sem levar à fuga de capitais, causando um estrago maior.
"Não tenho visto medidas inteligentes", disse. Ex-economista-chefe do FMI, Rogoff lança no Brasil "Desta Vez é Diferente: Oito Séculos de Delírios Financeiros" (Elsevier), um dos livros mais ácidos sobre a crise, que tem uma única mensagem: "Nós já estivemos aqui antes".

domingo, 14 de março de 2010

ILHA DO MEDO.

Um dos primeiros blogs/sites de colegas que conheci foi o http://www.bresserpereira.org.br/ do BRESSER-PEREIRA. Além de muita economia, tem uma parte sobre filmes que sempre gosto de ler. Por isso, o nosso blog não poderia deixar de manter um espaço para a "sétima arte."

Numa época de tantos filmes com mais efeitos especiais que show de mágico, parei tudo e fui ver ILHA DO MEDO. Um filme de verdade onde o espectador tem que ficar atento a todos os detalhes e com um final impressionante. IMPERDÍVEL!

A REAL ANÁLISE DE FRAGA!

Para reflexão e conhecimento do atual momento econômico/político, é imprescindível e necessária a leitura da entrevista no ESTADÃO de hoje com Arminio Fraga, ex-presidente do Banco Central (BC) e uma das figuras mais destacadas do segundo governo de Fernando Henrique Cardoso. Inteligente, lúcido, realista, experiente, conhecedor dos DOIS LADOS DA MOEDA ECONÔMICA etc etc etc, ele está preocupado com a "mexicanização" do Brasil - controle pelo Estado de diversos setores da economia, reforçado por laços com empresas monopolistas e oligopolistas. A seguir, a entrevista com Fraga, que hoje dirige a Gávea Investimentos, empresa de gestão de recursos.

Como o sr. vê a atual discussão sobre o papel do Estado?

Não acho que se deva dispensar o Estado. Acredito num Estado presente, ativo, cumprindo seu papel. Mas há uma certa expectativa de que o Estado resolva tudo. Meu receio, no campo político, são alguns traços de doenças do Estado, de ocupação do aparelho de Estado, que me incomodam. Não é questão de Estado mínimo ou máximo, mas de Estado ocupado. É o medo de uma mexicanização.

O sr. poderia explicar melhor?

No México, os governos do PRI (Partido Revolucionário Institucional) tiveram, durante décadas, o controle do aparelho de Estado, nomeando juízes, controlando vários setores da economia. É algo que deixou consequências até hoje. E, nessa situação, quando o governo não controla diretamente, ele cria ou facilita o surgimento de monopólios, que ficam próximos do governo. É um modelo que também inclui um certo pacto com os sindicatos que, no caso do México, no campo da educação, tem sido um desastre. Um modelo meio nacionalista, no mau sentido. Claro que tem um modelo muito mais radical, muito pior, que é o da Venezuela, que está em péssima situação.

Quais os sintomas daquelas "doenças do Estado"?

Há uma tendência de excessiva concentração em vários setores, com a criação de monopólios e oligopólios. Se há setores que competem no mundo, cada país tem o direito de ter a sua política de apoio e avaliá-la. Mas, quando são criadas situações de monopólio doméstico, protegido da concorrência externa, acho que é questionável. É o caso do México, em áreas como telefonia e cimento. Vejo o nosso governo muito entusiasmado com essas ideias. Mas, para mim, não casa com um governo de esquerda moderno, social-democrata.

Como assim?

Acho que o País voltou a sonhar com um modelo da década de 50 ou de 70. E as pessoas se esquecem que esse modelo, mesmo sendo importante na fase de industrialização e de construção de infraestrutura, também gerou um megaendividamento público, esqueletos e abriu espaço para a corrupção. Isso tem um preço. Não foi um modelo que nos colocou numa trajetória de convergência para os melhores padrões de vida do mundo. Nos fez crescer durante um certo período, mas depois se esgotou. Outra questão preocupante é que há no ar uma sensação de que o indivíduo não é importante - falta preocupação com educação, com empreendedorismo.

Quando isso começou?

Houve uma inflexão clara com a saída do Palocci (Antônio Palocci, ex-ministro da Fazenda). Não estou dizendo que está tudo ruim com o País, porque estamos indo razoavelmente bem. Histórias de sucesso empresarial têm surgido, muitas delas espontâneas, sem apoio ou subsídio do governo, pela via do mercado de capitais.

Na campanha, a candidata governista, Dilma Rousseff, deverá criticar os tucanos pelo excesso de liberalismo, e pregar a recuperação do papel do Estado.

O liberalismo no Brasil nunca aconteceu. É uma mentira de campanha essa história de Estado mínimo. O Brasil não caiu nas armadilhas em que outros países caíram ao adotar, por exemplo, um modelo hiperliberal de regulação e supervisão do setor financeiro, que está na raiz da crise global. O Brasil seguiu o caminho contrário. Quanto à ministra Dilma, os sinais que existem não são suficientes para que tenhamos uma opinião mais completa sobre aquilo em que ela acredita. Isso deve surgir nos debates da campanha. Mas não gosto do cheirinho de ocupação do Estado dos anos mais recentes do atual governo. Sem demérito de muita coisa boa que se fez e que se continua a fazer.

O sr. se preocupa com a possibilidade de o candidato José Serra, do PSDB, mexer no câmbio e na política monetária?

O Serra ainda não se colocou com clareza em relação a isso. No passado, ele defendeu sempre uma posição conservadora do lado fiscal, mas foi crítico da âncora cambial no plano Real. Ele já demonstrou desconforto com as altas taxas de juros, como qualquer um, mas a questão é o que fazer para reduzi-las. Mas, enfim, cabe a ele dizer o que pensa. Eu, pessoalmente, acho que o modelo atual tem funcionado bem, mas pode ser administrado de forma diferente, mais conservadora do lado fiscal e creditício, o que criaria mais espaço para o juro cair.

Parece, porém, que os juros vão aumentar agora.

Essa é a dimensão cíclica da política monetária, num momento de economia aquecida, e é absolutamente normal. Mas existe também uma trajetória gradual, lenta, de longo prazo, de queda dos juros, que começou lá atrás, e em relação à qual um governo vai tentando construir em cima do que o outro deixou. Há várias dimensões da política atual que atrapalham a trajetória gradual de queda dos juros. Se você tem um modelo que, mesmo em momentos que não são de crise, mantém um padrão acelerado de crescimento do gasto e do crédito públicos, não é surpresa que o Banco Central agora se veja mais pressionado. Mas ainda acho que, se fizermos um pouco de esforço e calibrarmos um pouco a política econômica, a tendência de queda pode voltar a se acelerar.

Como vê o papel do BNDES atualmente?

Vejo com a mesma ambiguidade que já via antes dessa fase de expansão, com coisas boas e questionáveis. Eu gostaria de ressalvar que acho o Luciano Coutinho (presidente do BNDES) competente, e considero que o BNDES sempre foi, entre os bancos públicos, talvez o mais bem administrado. Entendo algum gigantismo num momento de crise, mas, a longo prazo, é preciso um certo equilíbrio, para não inibir o desenvolvimento do mercado de capitais e para não cair também nas armadilhas que praticamente todos os bancos públicos na história dos povos acabaram enfrentando. É preciso frisar que o próprio presidente do BNDES tem dito que esse modo de emergência não cabe mais.

Qual a sua visão sobre a política externa de Lula? Como viu o episódio recente do apoio a Cuba na ocasião da morte de um dissidente em greve de fome?

Isso assustou todo mundo. Que coisa, que mania! O que há de tão bom numa ditadura? Não consigo entender. Tem gente morrendo lá, qual é a graça? Não entendo o excesso de apreço ao Hugo Chávez (presidente da Venezuela) e ao Mahmud Ahmadinejad (presidente do Irã). Acho de mau gosto e politicamente estranho uma aproximação tão grande, tão alegre, com esses ditadores e quase ditadores, que não trazem nada de bom e podem até prejudicar o Brasil no mundo comercial. Daqui a pouco vão inventar nos Estados Unidos e na Europa mais restrições a nós em função dessa política. Isso é diferente de um diálogo sóbrio com todo mundo, de uma política externa independente, voltada ao interesse nacional. Também acompanhei essa tentativa de introduzir um certo controle à imprensa, à educação superior - são cacoetes que vejo com certa preocupação. Dá impressão que existe uma usina de ideias desse tipo, o que me incomoda.

sábado, 13 de março de 2010

PALESTRA NO CAEN.

Embora com atraso, agradeço o convite do Coordenador do Curso Pós- Graduação em Economia da UFC (CAEN), Prof. Dr. João Mário Santos de França e o Vice - Coordenador Prof. Dr. Emerson Marinho, para a palestra “O Controle Social” pelo Ministro Ubiratan Aguiar (Presidente do Tribunal de Contas da União- TCU), que ocorreu no último dia 11 de março (quinta-feira), às 19 horas, no Auditório do CAEN.

TUDO PARA O ESTADO.

Qual o Estado que queremos para 2011?

Conforme divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA, será que é este que registra uma carga tributária em proporção ao PIB que era de 34,85% em 2008 para 34,28% em 2009?

O PIB E O MEU PRESENTE!

Afinal saiu o tão aguardado resultado do PIB 2009. E a aposta que fiz ano passado com o Controller da empresa foi finalmente ganha. Nesta segunda-feira um novo livro vem fazer parte da minha biblioteca.

Conforme noticiou a FOLHA DE S. PAULO, a turbulência empurrou a economia brasileira para perto da estagnação: o Produto Interno Bruto - PIB registrou variação negativa de 0,2% no ano passado, a primeira contração desde 1992. Naquele ano, o país vivia ainda sob a hiperinflação de mais de 20% ao mês e se via às voltas com o impeachment do então presidente Collor.

CAPITALISMO - CRISE?

No artigo do LUIZ CARLOS MENDONÇA DE BARROS, uma frase para toda uma eternidade: “Recuperei um pouco de meu sangue-frio ao me lembrar de uma frase dita por um grande e sábio amigo meu: "Não aposte contra o capitalismo, pois você vai quebrar a cara."

A ECONOMIA BRASILEIRA EM 2009.

Na FOLHA DE S. PAULO, o colega LUIZ CARLOS MENDONÇA DE BARROS avança na análise do resultado do PIB de 2009, prevendo o que virá. Leitura inevitável, com certeza!

A divulgação do PIB de 2009 pelo IBGE nos permite avaliar de forma mais completa o comportamento da economia durante a cise mundial. Além disso, fornece boas pistas para projetarmos os resultados do último ano do mandato do presidente Lula.

Vamos começar lembrando o passado. O ano se iniciou sob o impacto de uma contração brutal do PIB no último trimestre do ano anterior

Entre outubro e dezembro de 2008, tivemos uma redução de 14% anuais - ou 3,5% ante o trimestre anterior - na geração de riquezas no Brasil. Não por outra razão vivíamos -sociedade e governo- um pesadelo para o qual não estávamos preparados. Eu mesmo - calejado que sou por mais de 40 anos de atividade profissional - fiquei muito assustado e pessimista com o futuro. Recuperei um pouco de meu sangue-frio ao me lembrar de uma frase dita por um grande e sábio amigo meu: "Não aposte contra o capitalismo, pois você vai quebrar a cara".

Nos primeiros três meses de 2009, o pânico continuou e o PIB se contraiu a uma taxa anualizada de 3,6%. Embora bem menor, continuava a retração da economia. Nos seis meses decorridos desde a quebra do banco Lehman Brothers, a queda do PIB brasileiro havia chegado a uma taxa anualizada de mais de 11%. Se usarmos o consumidor como referência sobre o comportamento do brasileiro naqueles terríveis dias, vamos encontrar -embora mitigado- o mesmo cenário de crise. As vendas do varejo, que vinham crescendo a uma taxa anual de 10%, passaram a se contrair a uma taxa anual de quase 5% ao ano.

No caso dos empresários, o susto foi ainda maior. A redução dos gastos com máquinas e equipamentos foi de mais de 40% anualizados entre o terceiro trimestre de 2008 e os primeiros três meses de 2009. O aumento rápido dos estoques e a redução do crédito bancário levaram a uma quase paralisação da produção em muitos setores e à demissão de funcionários.

Mas os números do IBGE deixam claro que, se houve uma queda no vazio durante o período de seis meses, a recuperação a partir do segundo trimestre foi ainda mais rápida. As vendas ao varejo voltaram a crescer a taxas da ordem de 12% ao ano a partir de setembro e hoje já são em valor mais de 5% superiores ao que prevalecia antes da crise.

Também está nas estatísticas do PIB a prova de que os empresários retomaram de maneira bem mais lenta seus investimentos. A partir do segundo semestre do ano passado, os gastos com investimentos cresceram rapidamente, mas ainda estão bem abaixo do nível que prevalecia antes da crise. Se considerarmos a demanda privada total, que inclui os gastos com consumo e exportações, os números do IBGE mostram que estávamos no fim de 2009 exatamente no nível anterior à crise.

Por fim, o papel das importações continua a crescer na matriz de oferta de bens no Brasil, o que contribui para ancorar a inflação no segmento de bens industriais e intermediários em um momento de demanda acelerada, ainda que apenas temporariamente.

Para 2010, a equipe de economistas da Quest prevê crescimento de 6%, com inflação crescente e superior ao centro da meta. Nos próximos meses, o Banco Central terá a difícil tarefa de controlá-la sem destruir o otimismo de nossos empresários.

A LOUCURA É RELATIVA!

Para simplificar as coisas, o problema é o seguinte: como é possível descobrir qualquer significado num mundo finito, considerando-se o tamanho de meu colarinho e de minha cintura? Uma pergunta ainda mais difícil quando nos damos conta de que a ciência - ah, a ciência! – vive fracassando. È verdade que ela derrotou várias doenças, quebrou o código genético e até botou gente na Lua, e, no entanto, quando um homem de 80 anos é deixado a sós numa sala com duas garçonetes, nada acontece. PORQUE OS VERDADEIROS PROBLEMAS NUNCA MUDAM.

Para os meus quase dois (milhões de) in/fiéis leitores, um pouco de WOODY ALLEN, num sábado cheio de atividades, mas com muitas idéias na cabeça! E que venha a nova semana!!!

quarta-feira, 10 de março de 2010

BILIONÁRIOS 2010!

Direto da FORBES, os bilionários do ano. E dentre os 10 mais, lá está o BRASIL!!!

IDEIAS DO PROFESSOR CARDOSO!

Conforme consta na FOLHA DE S. PAULO, em recente palestra na CASA DO SABER, no Rio de Janeiro - o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou que a "verdadeira discussão" no Brasil hoje é se teremos um capitalismo "burocrático, corporativo", em que o Estado "manda e resolve", ou um "capitalismo de competição", de clara orientação liberal. Na ocasião o Professor Cardoso defendeu o resgate do conceito original de liberalismo, de defesa das liberdades do indivíduo e da autonomia da sociedade, num país que "acha que Estado é igual à nação" e no qual o direito individual "vem depois da ideia do coletivo".

PAULO NOGUEIRA E A ORTODOXIA!

Direto da FOLHA DE S. PAULO, o colega PAULO NOGUEIRA BATISTA JR escreve: ORTODOXIA, “PERO NO MUCHO.” No artigo da quinta-feira passada, falei um pouco sobre certa empolgação heterodoxa, ou pelo menos revisionista, que toma conta até mesmo do FMI. Vinicius Torres Freire publicou ontem na Folha uma coluna ironicamente intitulada "Saudades da Bahia e da ortodoxia". Pois bem, leitor, não quero ser espírito de porco, mas devo dizer que até um economista como eu já começa a sentir "saudades da ortodoxia". O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, declarou que poderá tomar medidas impopulares e antipáticas, não se deixando influenciar pelo "calendário cívico" (eleições). A sua preocupação é com um possível aquecimento excessivo da demanda, com consequentes riscos para a inflação.J ustifica-se a preocupação? Em certa medida, sim. A maioria dos indicadores (produção, emprego, utilização da capacidade, arrecadação tributária, entre outros) sugere forte retomada da economia. As projeções dos analistas de mercado, coletadas pelo BC (relatório Focus), vêm indicando aumento da inflação esperada para 2010. A expectativa mediana para o IPCA subiu para 4,91%. Além disso - e mais preocupante no meu entender -, o crescimento da economia brasileira, que é bem superior ao da maioria dos nossos parceiros comerciais, está contribuindo para o rápido aumento das importações e para a deterioração das contas externas. Parece claro que a economia brasileira tem, sim, condições de crescer 5% ou 6% ao ano, talvez até um pouco mais. Convém, entretanto, estar sempre atento aos efeitos que a expansão da demanda possa vir a ter sobre a inflação e as contas externas (desculpe, leitor, a homenagem ao Conselheiro Acácio). Suponhamos que o governo conclua que precisa frear a demanda. Qual a melhor forma de fazê-lo? O BC prefere, normalmente, aumentar a taxa básica de juro. Um dos grandes inconvenientes desse caminho é o efeito sobre o câmbio. A deterioração das contas externas reflete não apenas o diferencial de crescimento entre o Brasil e o resto do mundo mas também a força persistente da moeda brasileira. Por sua vez, o real valorizado reflete, entre outros fatores, o diferencial de juros entre o Brasil e o resto do mundo.Se o BC resolver seguir esse caminho, o mínimo que se pode esperar é que atue com moderação, como recomendou Delfim Netto na Folha de ontem. O quadro inflacionário não parece alarmante.Parte da aceleração da inflação no início deste ano se deve a fatores sazonais ou acidentais. A inflação esperada para 2010 ultrapassou o centro da meta, é verdade, mas continua bem abaixo do teto, que é 6,5%. Além disso, a inflação esperada pelo mercado, tanto para os próximos 12 meses (4,49%) como para 2011 (4,53%), está muito próxima do centro da meta. Isso sugere que existe confiança de que serão tomadas medidas para controlar a alta dos preços.O ideal seria combinar as políticas monetária e fiscal. O instrumento fiscal é geralmente mais lento e mais sujeito a limitações políticas, mas pode ser utilizado para desaquecer a economia sem provocar pressões altistas sobre o câmbio. Outra possibilidade é tomar medidas adicionais para conter a entrada de capitais externos e a expansão do crédito interno (desacelerando, por exemplo, os empréstimos dos bancos públicos).O essencial é ter o cuidado de não exagerar na dose e acabar abortando a recuperação em curso. Ortodoxia, sim. "Pero no mucho".

PREVISÕES DO PIB 2010!

Na página da blogueira MIRIAM LEITÃO, em 10/03/10, a informação de que para o economista Gustavo Loyola, ex-presidente do Banco Central, o Brasil vai crescer 5,5% em 2010, mas a taxa não deve se repetir nos próximos anos. Em 2011, o PIB (conjunto de bens e serviços produzidos no país) pode registrar aumento de 4%, o que estaria mais próximo de um crescimento sustentável. - Não acho que o Brasil possa crescer de forma sustentada nessa taxa de 5,5%. Para isso, teria de aumentar a capacidade de investimento e de poupança, que só são possíveis com a melhora nas contas e a realização de reformas - explica o sócio da consultoria Tendências.

segunda-feira, 8 de março de 2010

ESQUERDISMO DE PROFESSORES?

Está matéria saiu na FOLHA DE S. PAULO de hoje, mas foi publicada originalmente no The New York Times. Apesar de tratar do assunto na visão americana, acredito que a sua leitura também contempla a nossa realidade, além de ser uma pesquisa com o rigor da econometria, o que não se tinha tentado antes. Com vocês, ESTUDO DESVENDA “ESQUERDISMO” DE PROFESSORES.

Já se tentou justificar de diversas maneiras o viés de esquerda dos professores universitários dos EUA, com explicações que vão desde viés, puro e simples, a QIs mais altos. Uma nova pesquisa sugere que os críticos talvez tenham formulado a pergunta errada. Em vez de indagar o porquê de a maioria dos professores universitários ser de esquerda, deveriam perguntar por que tantos esquerdistas querem ser professores universitários. Dois sociólogos acham que podem ter encontrado a resposta: os papéis, ou profissões, de cada pessoa seriam escolhidos por ela segundo sua personalidade ou preferências. Basta pensar na imagem clássica de um professor de letras, filosofia ou ciências sociais, campos em que a assimetria é mais forte: casaco de tweed, ar de nerd, ateu - e de esquerda. Mesmo que isso seja um estereótipo antiquado, ele influi nas ideias que os jovens têm sobre escolha profissional. Empregos ou profissões podem ser enquadrados em estereótipos diferentes, disseram Neil Gross e Ethan Foss, os autores do estudo. Eles citaram, por exemplo, a proporção baixa de enfermeiros, comparados às enfermeiras. A razão principal da disparidade é que a maioria das pessoas vê a enfermagem como profissão feminina, disse Gross. A enfermagem sofre o efeito do que os sociólogos chamam de "estereotipagem de gênero". Para Gross, "professores universitários e vários outros profissionais são alvos de estereotipagem política". Jornalismo, artes, carreiras da área social e terapia são dominados por pessoas de viés esquerdista; policiamento, agricultura, odontologia, medicina e carreiras militares atraem mais conservadores nos EUA. "Esse tipo de reputação afeta as aspirações profissionais das pessoas", acrescentou o sociólogo. A profissão acadêmica "ganhou uma reputação tão forte de viés esquerdista e secularismo que, nos últimos 35 anos, poucos estudantes que são conservadores políticos ou religiosos, mas muitos que são seculares e de esquerda, desenvolveram a aspiração de se tornarem professores universitários", escrevem os dois autores. Essa máxima se aplica especialmente ao campo deles, a sociologia, que acabou associada "ao estudo da raça, classe social e desigualdade de gêneros - um conjunto de preocupações que é importante especialmente para as pessoas de esquerda". O que distingue a pesquisa de Gross e Fosse de muito do burburinho que cerca esse tema é a metodologia. Enquanto a maioria dos argumentos apresentados até hoje se baseou sobretudo em relatos pessoais, esse é um dos únicos estudos a utilizar dados da Pesquisa Social Geral de opiniões e comportamentos sociais e a comparar os professores ao resto da população americana. Gross e Fosse vincularam esses resultados empíricos à questão mais ampla do porquê de algumas ocupações -assim como alguns grupos étnicos ou algumas religiões- se caracterizarem por um viés político evidente. Usando uma técnica econométrica, eles testaram quais das teorias mencionadas com frequência eram substanciadas por provas, e quais não eram. Descobriu-se que a discriminação intencional, uma das acusações mais frequentes feitas por conservadores, não exerce um papel significativo. Claro que a estereotipagem não é a única causa do viés esquerdista. As características que definem a orientação política de cada um também estão presentes. Quase a metade da assimetria política presente no mundo acadêmico pode ser atribuída a quatro características compartilhadas pelos esquerdistas em geral, e pelos professores universitários em particular: alto grau de instrução; posição religiosa não conservadora, tolerância declarada por ideias controversas e disparidade entre grau de instrução e renda. A tendência das pessoas que estão em qualquer instituição ou organização de tentarem enquadrar-se nela também reforça a assimetria política. Em uma coletânea de ensaios publicada pelo grupo conservador American Enterprise Institute, o economista Daniel B. Klein, da Universidade George Mason, e a socióloga sueca Charlotta Stern argumentam que, quando se trata de contratar profissionais, "a maioria das pessoas tende a preferir a candidatos semelhantes a elas em matéria de crenças, valores e engajamentos". Para Gross, acusações sobre viés e lavagem cerebral de estudantes são contraproducentes. "O irônico é que, quanto mais conservadores se queixam do esquerdismo da academia, é mais provável que a academia continue a representar um reduto do pensamento de esquerda."

quarta-feira, 3 de março de 2010

ELEIÇÃO ECONÔMICA JÁ?

Também diretamente da FOLHA DE S. PAULO, os dois principais candidatos ANTECIPAM O DEBATE ECONÔMICO, o que é bom para a reflexão dos leitores e eleitores, já que estamos, na verdade, em uma época eleitoral e o posicionamento econômico de cada candidato(a) deve ser observado com a maior atenção possível.

Lado a lado dois dias após a divulgação da pesquisa Datafolha, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), e a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), criaram ontem um ambiente de debate eleitoral antecipado e, pela primeira vez, explicitaram divergências sobre a economia ao compararem gestões e políticas públicas. O embate entre os dois pré-candidatos à Presidência ocorreu durante os respectivos discursos na inauguração do complexo industrial da Case New Holland (máquinas agrícolas), em Sorocaba.

Último a falar, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enalteceu seu governo, antes elogiado por Dilma, e deixou Serra sem direito a tréplica. A petista destacou que os dois elementos essenciais para o crescimento dos últimos anos foram o consumo e o crédito.

"O mérito do governo do presidente Lula é ter percebido que esse mercado consumidor era talvez uma das nossas maiores riquezas", disse. A "pujança do Brasil", acrescentou, se explica pelo volume de crédito hoje disponível: R$ 1,4 trilhão.

O tucano, por sua vez, fez uma ressalva: "É importante que a indústria se desenvolva também exportando, não apenas atendendo (...) o mercado interno". Para ele, são falaciosas as teses de que o Brasil deve permanecer exportador de produtos primários ou focar a economia de serviços.

Em uma resposta indireta a Dilma, que falou do recorde de empregos na gestão Lula, o governador disse que "grande parte da força de trabalho está subempregada". "Não vamos conseguir gerar os empregos num país de 180 milhões de habitantes (...) sem indústria."

Dilma disse que "a palavrinha Bric" (sigla que designa Brasil, Rússia, Índia e China) não foi criada só por conta do crescimento desses países, mas pelos mercados consumidores.

Ela citou o programa Minha Casa, Minha Vida como exemplo da visão de Lula sobre economia. Ele destacou o plano de modernização da indústria automobilística quando era titular do Planejamento de FHC. Lula respondeu a Serra ora direta, ora veladamente. Disse que o Brasil vive um "momento ímpar" e que é preciso lembrar "os últimos 30 anos para a gente saber de onde nós partimos e aonde nós pretendemos chegar". Lembrando que "a Dilma é economista, o Serra é economista", disse que ia a debates com economistas e saía achando que o país tinha quebrado.

Por fim, em nova cutucada ao tucano, Lula disse que foram os bancos públicos que salvaram o país na crise. Na gestão de Serra foi concretizada a venda da Nossa Caixa ao Banco do Brasil. "Se tivesse mais banco para vender, Serra, eu ia comprar (...) para financiar o crédito."

Em almoço na Anfavea em São Paulo, Lula afirmou ter sido vítima da "ideia imbecil" do terrorismo eleitoral: "Mentiram tanto, que um dia o povo não acreditou mais". Para o presidente, "não existe possibilidade" de seu sucessor mudar o que está sendo feito.

Para o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, as regras da atual política econômica do Brasil não deixam espaço para mudanças que desviem o país da estabilidade. "Não se coloca mais a estabilidade versus o crescimento", disse ele, durante encontro com executivos de bancos."

A importância de debater o PIB nas eleições 2022.

Desde o início deste 2022 percebemos um ano complicado tanto na área econômica como na política. Temos um ano com eleições para presidente, ...