terça-feira, 11 de novembro de 2008

ECONOMETRIA FINANCEIRA

Recebi hoje o novo livro do Professor Pedro Morettin "Econometria Financeira - Um curso em séries temporais financeiras".

O livro trata da aplicação de técnicas de séries temporais e econometria a dados financeiros e é altamente recomendável a estudantes e profissionais do mercado financeiro.

Espero que através do conteúdo abrangente eu consiga melhorar meus modelos e confiar mais nos meus números do que nos informados pela Standard & Poor's.

Afinal, se "todos" ganham na Bolsa, porque eu também não posso?

Mesmo na crise... Qual delas mesmo?

domingo, 9 de novembro de 2008

EDMUNDO PHELPS E KEYNES EM 2008

Para um domingão de chuva, nada como um artigo de um NOBEL de ECONOMIA para reflexão e melhor entendimento da situação atual.

Keynes não tinha a cura para momentos de recessão

Economista errou ao não fazer distinção entre queda nos preços devido a motivos monetários e retração relacionada a fatores alheios à oferta e à procura de dinheiro.

EDMUND PHELPS ESPECIAL PARA O "FINANCIAL TIMES"

Que teoria podemos usar para que saiamos de maneira rápida e confiável da recessão iminente? Empregar a teoria "neoclássica" das flutuações que surgiu em Chicago nos anos 70 seria impensável, já que foi exatamente essa teoria que o colapso dos preços dos ativos acabou por provar falsa.

Os pensamentos de alguns voltaram a John Maynard Keynes. As percepções dele quanto à incerteza e à especulação eram profundas. Mas sua teoria do emprego era problemática e as soluções "keynesianas" de política econômica são no mínimo questionáveis.

Os bancos falam da queda nos preços da habitação como efeito de alguma forma de choque. Nos modelos que eles adotam, choques aleatórios estão sempre derrubando os preços dos ativos, ante os valores projetados. Na verdade, não houve abalo, seca ou força exógena que forçasse os preços a cair.

Os especuladores e os compradores de casas, acreditando que aluguéis e custos de construção subiriam, apostaram em uma alta nos preços no futuro, e isso gerou também uma alta nos preços das casas existentes.

Mas, ao longo dos anos, nem os aluguéis nem os custos (em termos reais) se moveram. Se eles não subiam, os preços (reais) teriam de voltar a cair, mais cedo ou mais tarde.

Esse era o mundo de Keynes.

Na Universidade de Cambridge, ele demonstrou como um investidor poderia operar com margem para contingências desconhecidas, em seu "Tratado sobre a Probabilidade". Em Londres, comandou um fundo de hedge e enriqueceu, mas terminou apanhado pelo colapso nos preços das commodities no começo de 1929. Ele concluiu que as crenças dos investidores eram "frágeis". À medida que um investidor e depois outro começam a desertar, os preços de um ativo, que até ali vinham em alta, podem simplesmente cambalear um pouco no início, mas terminam por despencar mais tarde, em companhia das crenças convencionais.

Teoria Geral

Keynes atribuía aos preços dos ativos um papel central na determinação do nível de emprego, em sua Teoria Geral de 1936. Caso uma mudança de sentimento gerasse declínio acentuado na avaliação dos ativos empresariais (bem como nos preços das ações e das casas), o investimento empresarial seria cortado e o emprego se contrairia.

Infelizmente, nada mais funcionava bem, desse ponto em diante. Keynes cometeu um erro imenso ao não distinguir entre uma queda nos preços dos artigos causada por motivos monetários e uma queda relacionada a fatores que pouco ou nada têm a ver com a oferta e procura de dinheiro, como uma redução nas expectativas quanto aos futuros retornos de ativos de negócios ou imóveis.

O primeiro fenômeno pode ser solucionado por meios monetários: o banco central pode reforçar a base monetária (digamos que por meio da aquisição de títulos de dívida pública), o que geraria alta nos preços dos ativos sem provocar alta concomitante dos demais preços e dos salários, evitando causar uma espiral insensata.

O recente colapso na especulação com imóveis residenciais, porém, é um fenômeno não-monetário: é preciso haver uma queda no preço em dinheiro das casas ante o preço em dinheiro dos bens de consumo.

Keynes argumentava que reforçar a base monetária funcionaria também nesse caso: os trabalhadores não estariam cientes de que os salários em empregos concorrentes em outros lugares haviam subido tanto quanto os seus, de modo que temeriam solicitar salários reais tão altos quanto antes; dessa forma, as contratações seriam estimuladas, e o emprego voltaria a subir.

Mas sustentar essa recuperação certamente requereria uma inflação salarial sem fim, em um ritmo sempre um passo à frente das expectativas, uma política nada atraente. Keynes passou cada vez mais a se concentrar em medidas não-monetárias para mudar o novo equilíbrio não-monetário depois de uma perda de confiança.

Keynes sempre acreditou que a demanda de consumo também estimula o emprego.

Uma alta na demanda encoraja as empresas a elevar a produção e a contratar mais trabalhadores inicialmente. Mas, em uma economia aberta com moeda própria, o estímulo se faria sentir principalmente no exterior. Na economia globalizada, demanda de consumo ampliada em última análise faz pouco mais que gerar aumento nas taxas de juros e, assim, produz declínio nos preços reais dos ativos, no investimento e nos salários reais.

Keynes enfatizava a demanda por investimento como alavanca para promover crescimento no emprego. Nos termos dessa teoria, seria possível estimular o investimento privado por meio de crédito tributário ao investimento ou de subsídios a novas empresas e novas contratações. Keynes favorecia o investimento pelo Estado ou empresas estatais.

Os americanos, com o pesadelo que vivem em seus aeroportos e com as pontes do país sempre a ponto de cair, receberiam bem as melhorias na infra-estrutura.

Mas é necessário perguntar se uma transição radical do investimento privado para o investimento estatal não atenuaria a concepção, o desenvolvimento e a adoção de idéias comerciais novas e criativas. A teoria do capitalismo enfatiza a diversidade em termos de fontes de novas idéias comerciais, do conjunto de empreendedores disponíveis para desenvolvê-las, das fontes de financiamento a investidores beneméritos, capital para empreendimentos e tudo o mais -e da gama de usuários finais. Também enfatiza o quanto é importante que os donos de companhias financeiras e de outros setores estejam livres para usar sua intuição, em contraste com a prestação de contas minuciosa que se deve exigir de um funcionário público.

Assim, uma presença muito reforçada do governo central no setor de investimento do país poderia restringir a inovação e reduzir a qualidade das inovações realizadas. E seríamos deixados em uma recessão, da mesma forma.

EDMUND PHELPS dirige o Centro de Capitalismo e Sociedade da Universidade Columbia e recebeu o Prêmio Nobel de Economia em 2006.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

DEU NO NEW YORK TIMES

O título deste post trata-se do nome de um livro lançado nesta semana no Brasil pelo jornalista Larry Rohter, ex-correspondende do Times no Brasil por longos oito anos.

Como é gostoso lermos a visão de alguém de fora para coisas que, brasileiros da gema, acreditamos e defendemos sem pensar.

Achei estupendo os comentários do autor sobre o Marco Aurélio Garcia (parece mais um Renato Aragão da diplomacia, um trapalhão cujo principal talento é bagunçar as coisas) e sobre o Oscar Niemeyer (arquitetura profundamente elitista e mesmo egoísta).

Alguém discorda dele?

ECONOMISTAS EM CRISE - REUNIÃO JÁ

Já que nem a eleição de Barack Obama conseguiu acabar com uma crise que era americana, tornou-se mundial e, mesmo com o empenho do Lula, chegou às nossas lindas praias, por que não reunimos na minha cidade de IBIAPINA-CE, os mais renomados economistas do mundo, incluindo todos os vivos (of course), laureados com o Nobel, para que possam achar uma luz no final do túnel?

Diariamente somos inundados por artigos de ecoonomistas A - B e C que não chegam a acordo nenhum e o mundo vai ficando cada vez mais preocupado com o que vem por aí. 2009 está na nossa porta e ainda nem vimos o túnel. Quanto mais a luz.

A complexidade mundial dificulta todo o entendimento de qualquer processo econômico, aliado ao "estrago" que faz uma bolha, seja na internet ou nas hipotecas. Porém, alguém ou todos precisam fazer a receita do bolo para que ninguém morra de fome por causa de umas bonitas casas americanas...

ELEIÇÕES 2008 - USA

Como sabem meus amigos, daqui direto do interior, (e bote interior nisso), da selva amazônica, minha torcida era pela eleição de Hillary Clinton.

Porém, Obama venceu e daqui espero que ele consiga no mundo real, o que ele mesmo criou em seu mundo particular. Apesar de ser otimista, neste momento não tenho muitos motivos para acreditar que CHANGE CAN HAPPEN.

É fantástico e admirável sob todos os aspectos o que aconteceu com ele desde que nasceu até hoje. Portanto, vamos esperar que sua estrela (que não é a do PT) continue brilhando, para o bem de TODOS.

Accept my congratulations and may God bless the United States of America.

domingo, 2 de novembro de 2008

UFC - CAEN - ECONOMIA APLICADA

Acabo de receber pelo correio, direto aqui para a selva da floresta amazônica, o nº 01 da Série Coletânea de Dissertações do Mestrado Profissional com o título "Ensaios em Economia Aplicada." O livro contém uma coletânea de artigos extraídos de diversas dissertações apresentadas e foi organizado pelos Professores Drs. Ronaldo Arraes e Paulo Neto, que autografaram gentilmente o meu exemplar.
Parabéns aos organizadores e demais Professores pela iniciativa, o que só deve resultar, cada vez mais, em melhores trabalhos e aplicação dos mesmos pela própria sociedade. De fato, uma economia realmente aplicada, que é uma das razões de ser da própria academia.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

PAUL SAMUELSON E A CRISE 2008

Acredito que todos os economistas atuais leram Samuelson. Diante disso não poderia deixar de publicar um artigo do mesmo que está no El País de hoje. Boa leitura com o Grande Mestre.

Adiós al capitalismo de Friedman y Hayek PAUL A. SAMUELSON 26/10/2008

El capitalismo puro se impuso entre 1915 y 1919, cuando yo era niño. ¿Quién lo mató? El presidente republicano Herbert Hoover y su multimillonario secretario del Tesoro Andrew Mellon fueron culpables antes y después del hecho. ¿Quién lo devolvió a la vida? El New Deal de posición intermedia impuesto por Franklin Roosevelt. Pero tuvieron que pasar siete años desde la investidura de Roosevelt, en marzo de 1933, para conseguirlo.

Permítanme avanzar rápidamente en el tiempo hasta el actual estallido financiero mundial. Los sistemas de mercado no regulados acaban destruyéndose a sí mismos. ¿Ha llegado el sistema de mercado a su fin? Como persona apegada a los valores tradicionales, espero que no. Mil años de historia económica atestiguan objetivamente lo indispensables que son los sistemas de mercado.

Marx, Lenin y Stalin eran paletos en lo que a economía se refiere. Mao era incluso peor. Y olvidémonos de Castro en Cuba, de Chávez en Venezuela y de quienquiera que fuese el que sumió a Corea del Norte en la hambruna y el estancamiento.

¿Qué es entonces lo que ha causado, desde 2007, el suicidio del capitalismo de Wall Street? En el fondo de este caos financiero, el peor en un siglo, encontramos lo siguiente: el capitalismo libertario del laissez-faire que predicaban Milton Friedman y Friedrich Hayek, al que se permitió desbocarse sin reglamentación. Ésta es la fuente primaria de nuestros problemas de hoy. Hoy estos dos hombres están muertos, pero sus envenenados legados perduran.

Son palabras duras que deben justificarse. Pero permítaseme advertir a los lectores que mi larga y variada experiencia en historia económica me ha convertido en un centrista incurable. Peor que eso: he aprendido por las malas a ser incurablemente ecléctico.

Fui un estudiante brillante en la conservadora Universidad de Chicago desde 1932 hasta 1935. Mis profesores de Economía mundialmente famosos me encantaban, y me colmaron de notas altas. Pero. Pero. Siempre que miraba al exterior por las ventanas de la universidad veía tasas de desempleo cercanas al 50%. (La situación en la Alemania prehitleriana era más o menos la misma). Nada de eso cuadraba con lo que se escribía en los libros de texto que me mandaban leer.

¿Por qué pasé mis cuatro vacaciones de verano universitarias en la arenosa playa del lago Michigan? Mi familia no era pobre, pero tampoco asquerosamente rica. Por aquel entonces no había ningún trabajo. Ninguno significa eso, ninguno. Prácticamente todos los bancos de Indiana, Illinois y Wisconsin habían quebrado.

¿Cómo se las apañaron el benévolo presidente Roosevelt y el pérfido Adolf Hitler para restaurar casi el pleno empleo en los seis largos años que siguieron a 1933? Lo que finalmente resolvió el problema fue un enorme gasto deficitario que aumentó la deuda pública. Esta historia, tal y como yo acabo de contarla, no se encuentra en casi ninguna de las tesis doctorales de las grandes universidades privadas después de 1970. (Evidentemente, la ciencia mejora y desmejora).

Mis frases conectan con el desconcertante futuro de las iniciativas de rescate que están teniendo lugar en los cinco continentes. Primero, aclaremos quién tiene la culpa de que la estabilidad y el crecimiento que se produjeron en torno a 1995 se convirtieran en el caos de 2008.

1. No olvidemos nunca las idioteces que ha hecho George Bush en geopolítica. La historia futura documentará ese aspecto.

2. Desde que Ronald Reagan fue elegido para ocupar la Casa Blanca, en 1980, Estados Unidos se ha ido convirtiendo gradualmente en un país de derrochadores en los planos familiar, empresarial y público, como buenos derechistas radicales partidarios de la oferta.

En una fecha futura incierta, cuando se produzca un ataque mortal y desordenado contra el dólar como divisa, los gestores de fondos de cobertura que sobrevivan en Estados Unidos serán los principales vendedores al descubierto de dólares. Esos legados de Reagan habrán desempeñado una función crucial.

3. Los programas de "conservadurismo compasivo (sic)" prometidos por George Bush resultaron ser un programa de enormes recortes tributarios exclusivamente para gente como mis prósperos vecinos.

4. El fomento deliberado de la desigualdad no aceleró la productividad total de los factores en Estados Unidos. Por el contrario, la obscena subida de los emolumentos de los altos directivos volvió disfuncional todo el sistema de gobernanza empresarial. Los directores generales de carrera se lo montaron muy bien contando mentiras sobre los verdaderos beneficios de las empresas. Incluso después de que los descubriesen, se fueron al banco con una sonrisa de oreja a oreja.

De hecho, los candidatos de Bush para la Comisión de Control del Mercado de Valores, como el primer presidente que nombró, Harvey Pitt, fueron elegidos sólo porque liberalizarían el sistema, en lugar de mantener una sensata regulación centrista. Pitt fue escogido principalmente porque había sido abogado de las cuatro empresas contables principales, que a su vez estaban fabricando nuevas formas engañosas de medir la verdadera rentabilidad.

5. Pongan a estos contables en el estrado de los testigos. Les pagan aquellos a quienes se supone que deben vigilar, un caso flagrante en el que la vigilancia y la reglamentación son una necesidad fundamental.

6. Dejen sitio en el juzgado para las tres grandes agencias de clasificación: Fitch, Moody's y S&P-McGraw Hill. Se supone que sólo dan aprobaciones AAA al material seguro. Pero si una de las tres se volviera objetivamente veraz, las otras dos se quedarían con todo el negocio. Eso apesta a conflicto de intereses. Que tome nota el Congreso.

7. Por ahorrar espacio, pasaré a los nuevos "diabólicos monstruos Frankenstein" de la nueva "ingeniería financiera". Puede que yo y otros compañeros del MIT de Chicago, de Wharton, Penn y otras universidades, lo pasemos mal cuando nos enfrentemos a san Pedro en las puertas del cielo.

¿Cuál es el problema? Es verdad que los derivados y los créditos recíprocos pueden proporcionar un reparto racional del riesgo y, por consiguiente, reducir el riesgo total, pero también pueden destruir por completo cualquier transparencia.

Durante décadas he participado en consejos directivos sin ánimo de lucro con directores generales desde Nueva York hasta California. Ninguno de ellos entendió nunca nada de las fórmulas de Black, Scholes y Merton para valorar activos. Todo lo que sabían, o pensaban que sabían, era que los nuevos y maravillosos centros de beneficios libres de riesgo habían invadido sus despachos. Era mejor que la alquimia que convertía el estiércol en oro.

Por lo visto, nadie aprendió la lección de 1998, cuando Long Term Capital Management (LTCM) estuvo a punto de quebrar y necesitó un rescate pactado por parte del Banco de la Reserva Federal de Nueva York. La ingeniería financiera es lo que nos permite pasar del apalancamiento cero hasta, pongamos, un apalancamiento de 50 a 1. Y cuando el riesgo acumulado resultante explota, de nuevo todo lo que ocurre es que el director general y el director financiero se van al banco partiéndose de risa por el camino.

Bear Stearns convirtió de la noche a la mañana a sus multimillonarios en millonarios. El emperador Nerón tocaba la lira mientras Roma ardía. El jefe de Bear Stearns jugaba torneos de bridge mientras sus accionistas quedaban hechos polvo. Teniendo en cuenta que ésta era una de las casas de corretaje que manejaban muchas de las transacciones de LTCM, ¿no debería haber aprendido lo letal que es el hiperapalancamiento?

Lo primordial es que la mayoría de las pérdidas será permanente, como entre 1929 y 1932. Sin embargo, si la Reserva Federal y el Tesoro de EE UU crean suficiente dinero nuevo, la recuperación y la estabilidad serán posibles.

De haber seguido la línea intermedia de Roosevelt, Truman, Kennedy y Clinton, podrían haberse evitado el caos y las quiebras de hoy. Los académicos siguen debatiendo si Colón introdujo la sífilis en el Nuevo Mundo o fue al revés. Pero no cabe duda de que la crisis mundial de 2008 lleva en su etiqueta las palabras made in USA.

Desde Islandia hasta la Antártida, niños aún por nacer aprenderán a temblar ante los nombres de Bush, Greenspan y Pitt. Por supuesto, estoy exagerando, pero sólo un poco.

domingo, 26 de outubro de 2008

ELEIÇÕES 2008 - RESULTADOS

Para os meus quase dois leitores, conforme combinado, abaixo registro o resultado das minhas previsões políticas:

Em seis das nossas capitais mais importantes, registramos anteriormente que os resultados seriam os seguintes:

São Paulo: GILBERTO KASSAB, para redução do Estado, digo, dos Petralhas. Por José Serra. E pela falta de ética da "relaxa e goza". CONFIRMADO. Rio de Janeiro: FERNANDO GABEIRA, por ser um senhor com jovens ideías. NÃO, por muito pouco. Belo Horizonte: LEONARDO QUINTÃO, para colocar Aécio no seu lugar. NÃO. Belém: DUCIOMAR COSTA, pela administração que faz. CONFIRMADO. Salvador: JOÃO HENRIQUE, evitando uma vitória do PT. CONFIRMADO. Porto Alegre: JOSÉ FOGAÇA, pela experiência. E por evitar um retorno do PT. CONFIRMADO.

Um placar de acerto de 4 x 2, PRINCIPALMENTE com o resultado de São Paulo, estou satisfeito e acredito que a partir de agora começa (internamente) a corrida presidencial de 2010 e o início do fim do atual governo.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

BARACK OBAMA FOR PRESIDENT - NYT

Que coisa boa quando vemos transparência nos processos políticos. Hoje, em longo editorial, o jornal The New York Times, manifestou seu apoio ao democrata Senador Barack Obama. Segundo o texto, "This country needs sensible leadership, compassionate leadership, honest leadership and strong leadrship. Barack Obama has shown that he has all of those qualities".

Gostei mais da trecho que cita parte de um discurso do Obama em Denver: "Government cannot solve all our problems, but what it should do is that which we cannot do for ourselves: protect us from harm and provide every child a decent education; keep our water clean and our touys safe; invest in new schools and new roads and science and technology."

E para fechar com o assunto do momento, o jornal cita que "Since the financial crises, he has correctly identified the abject failure of government regulation that has brought the markets to the brink of collapse."

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

PAUL KRUGMAN - DE NOVO

De Sérgio Augusto, no ESTADÃO, sobre a escolha de Paul Krugman para o Nobel de Economia:

"Sua vitória foi também uma vitória do liberalismo, do jornalismo crítico, de tudo aquilo que a candidatura de Barack Obama representa, e, por extensão, um triunfo do New York Times, que acreditou no taco do professor de economia e relações internacionais da Universidade de Princenton, o mais lido e respeitado crítico da era Bush."

Pela primeira vez, estou participando das críticas e aplausos a um ganhador de Nobel do qual eu posso dizer que, nas segundas e sextas-feiras faz companhia a este aprendiz de Economia, quando da leitura de sua coluna no Times.

CAPITALISMO POR MARIO VARGAS LLOSA

Gostei demais de ler no ESTADÃO um recente artigo do Mario Vargas Llosa, do qual destaco abaixo trechos pelos quais assino embaixo e confirma outros posts que publiquei sobre este assunto:

"Evidentemente, o sistema capitalista NÃO desaparecerá, porque, embora doa aos nostálgicos das economias estatizadas com seu inevitável corolário - a ditadura totalitária - NÃO existe nenhuma alternativa para substituí-lo.

Adam Smith, o grande teórico do capitalismo e da livre economia, comparou a empresa privada a uma locomotiva. Assim como está, colocada sobre bons trilhos e orientada na direção certa, assegurava aos viajantes uma viagem confortável e a chegada ao seu destino. Nesses últimos anos o capitalismo saiu dos trilhos e mudou de direção de maneira arbitrária, e agora todos estamos pagando os estragos deste descontrole que não soubemos frear a tempo.

Por que isso aconteceu? Porque - esta é outra afirmação constante de Adam Smith - o capitalismo só funciona se a legalidade que o regula se conforma a leis justas, equitativas, que respeitem a liberadade e, sobretudo, se essas leis são cumpridas."

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

CRISE FINANCEIRA - PRAZO?

Agora, que até o Nosso Guia reconheçeu que a crise chegou ao Brasil, minha preocupação continua a mesma. A economia mundial, altamente globalizada, está em um momento de crise. No entanto, não por uma questão pessoal de otimismo, mas por saber que estas crises são próprias do sistema, tenho certeza que o mercado será recuperado, nem que tenha sido com a ajuda dos governos, como estamos vendo nos mais diversos países.

Isso não quer dizer que o capitalismo acabou, que as medidas neoliberais foram errôneas ou que não deva mais existir o livre mercado e sim, uma estatização na economia. O estudo da teoria econômica levará, mesmo que demore um pouco mais, que tenhamos uma recessão, que estas transferências trilionárias de dólares realizadas diariamente continuem criando bolhas, em um determinado momento, a um novo ponto de equilíbrio será encontrado e a crise será um fato passado. Como foi a de 1929, tão bem estudada pelo Ben Bernanke.

Até chegar a esse momento, vamos torcer para que o governo não atrapalhe e que a posse do novo presidente americano (Obama, espero), consiga rediscutir um novo mapa econômico mundial apoiado pelas economias do G-7 e com o poder de consumo dos emergentes sendo o outro lado da balança.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

ECONOMIA PARA TODAS AS CORRENTES

Por mais que, principalmente no nosso caso, cada Economista tenha a sua corrente de pensamento, gosto de conhecer e ler os diversos artigos dos bons Economistas que procuram, à sua maneira, explicar o que está acontecendo. Mesmo que não concorde com tudo que está escrito.
LUIZ CARLOS BRESSER-PEREIRA - A volta da política
Para coordenar as sociedades do capitalismo é necessário um Estado cada vez mais capaz e mais democrático.

Em meio à crise financeira global, o presidente Lula, ao receber em Toledo o prêmio Dom Quixote, declarou que este é o momento da "volta da política e do Estado". Tem razão o presidente.

Depois de 30 anos de irracionalidade neoliberal ou ultraliberal, os homens voltam a se dar conta de que a política é a expressão da liberdade humana, e o Estado, a projeção racional dessa liberdade. Durante 30 anos, uma classe de profissionais das finanças aliou-se a acionistas capitalistas e à classe média conservadora e, empunhando a bandeira do Estado mínimo e da desregulação, alcançou a dominância ideológica sob a liderança de Ronald Reagan nos Estados Unidos e de Margareth Thatcher no Reino Unido.

Inspirada por intelectuais neoliberais que desde os anos 1960 vinham reduzindo a política à lógica do mercado, a nova coalizão política declarou a "guerra do mercado contra o Estado". Enfraquecia assim o Estado, colocado em pé de igualdade com o mercado, e aproveitava essa brecha para enriquecer enquanto os salários dos trabalhadores permaneciam quase estagnados.

A guerra era irracional porque, em vez de se limitar a eventuais excessos de intervenção do Estado na economia, atacou o próprio Estado. Porque ignorava que o Estado é a instituição maior de cada sociedade -que é o resultado do esforço secular de construção política de um sistema constitucional-legal e de uma administração pública que o garanta. Ignorava que é através do Estado que os homens e as mulheres, no exercício da política, coordenam sua vida social, estabelecendo suas instituições normativas e organizacionais fundamentais, entre as quais a democracia e o mercado.

O mercado apenas se torna realmente significativo como instituição complementar na coordenação da sociedade com a emergência do capitalismo. Por isso, o capitalismo será chamado de economia de mercado. A coordenação econômica de uma sociedade caracterizada por uma crescente divisão do trabalho e, portanto, por uma enorme complexidade só é possível se o Estado contar com a colaboração do mercado nessa tarefa. Por outro lado, durante o transcorrer do século 20, as nações mais desenvolvidas construíram um Estado democrático social.

Foram todas essas verdades elementares que os jovens turcos da classe profissional financeira, quase todos treinados em escolas de economia neoclássicas, não compreenderam, ou não quiseram compreender, ao pretenderem substituir o Estado social e efetivamente regulador pelo mercado. Assim, contraditoriamente, buscavam voltar ao século 19, em que o Estado era mínimo, correspondendo a menos de 10% do PIB. Ao agir assim, a coalizão reacionária por eles conduzida não compreendeu que esse objetivo era inviável em sociedades democráticas modernas. E -o que é mais grave- não compreendeu que, para coordenar as sociedades complexas de hoje -as sociedades do capitalismo do conhecimento-, não bastam mercados cada vez mais eficientes: torna-se necessário um Estado cada vez mais capaz e mais democrático.

Existe uma estreita relação entre o grau de desenvolvimento econômico e de complexidade de uma sociedade e a capacidade que seu Estado deve ter de coordená-la ou regulá-la. É fortalecendo o Estado, e não enfraquecendo-o, que realizamos os grandes objetivos políticos de liberdade, justiça e bem-estar. Ao não compreender essas verdades básicas, o neoliberalismo nos levou à atual crise. Será através da política e do Estado que a superaremos.

LUIZ CARLOS BRESSER-PEREIRA, 74, professor emérito da Fundação Getulio Vargas, ex-ministro da Fazenda (governo Sarney), da Administração e Reforma do Estado (primeiro governo FHC) e da Ciência e Tecnologia (segundo governo FHC), é autor de "Macroeconomia da Estagnação: Crítica da Ortodoxia Convencional no Brasil pós-1994".

NOBEL 2008 - PAUL KRUGMAM

Avinash Dixit – 17 October 2008 University Professor of Economics at Princeton University and President of the American Economic Association (2008)
Why Krugman got the Nobel Prize: Economics, not polemics

Krugman the columnist offers strong views, attracting adulation and hatred. His newspaper-reading fans delight in his Nobel Prize; his foes are shocked and dismayed. Both are mistaken. His prize has nothing to do with his popular writing. Here one of the world’s most influential theorists explains that the prize celebrates Krugman’s achievements in science, not in the policy arena. This column clarifies exactly what those achievements are. I concluded my appreciation of Paul Krugman’s research on the occasion of his winning the Clark Medal by saying: “I am sure the Clark Medal is but one milestone of many to come in his career.” Now I can write this short article of continued appreciation on the occasion of his winning the Nobel Prize with the confidence and delight of a man whose forecast has come true. The main new theme in Paul Krugman’s scientific contributions since the Clark Medal is of course the fulfilment of what was then a promising start of research on economic geography. This work has now transformed that subject from a somewhat arcane sideline into a flourishing research field.

In the last 10 years, Krugman has achieved fame in a much larger arena with his columns in the New York Times. These offer strong views on economics and politics, and they have been harshly critical of the Bush administration on most issues. It is no wonder that they attract adulation from readers who share his views on these matters and hatred from the other side. The former delight in his Nobel Prize, and the latter are shocked and dismayed by it, but both these reactions are mistaken. The prize has nothing to do with the Op Ed columns and would have come to Krugman just the same if he had never written a single one of them. The prize celebrates his achievements in science, not in the policy arena. It is therefore important to summarise and clarify exactly what those achievements are.

The traditional theory of international trade was cast in the traditional framework of microeconomic theory, namely perfect competition. Differences among countries in their endowments of factors of production and in their technologies explained trade. A relatively labour-abundant country would have a comparative advantage in producing goods that required relatively more labour in their production, and would export these goods so long as the country did not have an even greater bias toward consuming exactly the same goods. The outcome, as so often with perfectly competitive markets, was efficient resource allocation; each nation stood to gain from trade.

By the early 1970s, this picture was increasingly thought to be anachronistic. Trade in perfectly competitive markets, where thousands of producers of cloth in England and wine in Portugal traded their goods, seemed a poor model of trade with two or three giant firms making aircraft or computers. Voices for protectionism are always looking for arguments they can voice; they could now claim that traditional theorems on gains from trade did not apply to this modern reality. A new theory for this new world was needed.

Krugman was the undisputed leader of the group that took on this task. To quote and paraphrase Stephen Jay Gould (The Flamingo’s Smile, pp. 335, 345), Krugman has won his just reputation because he grasped the full implication of the ideas that predecessors had expressed with little appreciation of their revolutionary power. He had the vision to make the idea work in two ways, using it to make new discoveries and by recognising its implications as a far-reaching instrument for transforming general attitudes.

Too much has been transformed to allow a full explanation in this short article. I will merely touch upon three highlights, leaving interested readers to explore the details in my earlier appreciation (Journal of Economic Perspectives vol. 7, no. 2, Spring 1993, pp. 173-188), and the Nobel award committee’s scientific background statement.

The main new feature of all these models is the existence of economies of scale in production. The importance of this was recognised going back at least two centuries to Adam Smith, but economists lacked the technical apparatus to include this feature, and the imperfection of competition it brings, into their models so they could quantify and formalise the idea and derive all its implications. In the last three decades we have seen the rich results of modeling scale economies and imperfect competition, not only from Krugman’s work in international trade and economic geography, but also from work in macroeconomics by Blanchard, Kiyotaki and others, and on economic growth by Romer, Grossman, Helpman, and others.

Monopolistically competitive trade: This model is relevant to situations with moderate scale economies and consumer preference for product variety, thereby allowing several firms, each with some market power, to coexist in the market. The world auto industry is the prime example. This model provides a ready explanation for the seemingly puzzling rise in intra-industry trade. If as in the traditional theory countries use their advantages of technology or factor endowments to produce some goods at lower cost and export them, how can it be that France and Germany simultaneously export cars to each other? The answer is that the two types of cars are not identical in consumers’ evaluation, and the economies of scale make it less costly to produce each type in only one of the countries. In this situation the old presumption of gains from trade is generally strengthened by the new theory. Each country benefits because of the better exploitation of economies of scale, and both gain further by having access to a larger variety of types of cars.

Oligopoly and strategic trade policy: If economies of scale are so large relative to the market that only a very small number of firms can coexist, they have substantial market power and can make super-normal profits. The large commercial aircraft industry, with Boeing and Airbus, is often cited as the paradigmatic example (but depending on the market conditions the profit may be eroded by fierce competition between the two). Now each country might benefit by strategically promoting its firm so it can seize this profit as a part of its own national income. Krugman, along with Brander and Spencer, developed models where such policy could in principle work, although later empirical work by Baldwin and Krugman, Dixit, and others found that the size of the gain was usually small even in the absence of retaliation by other countries. Thus this line of research gave some logical comfort, but not realistic support, to those who advocated protectionism in the new world of imperfectly competitive trade.

Economic geography: Others had argued that scale economies bring an element of historical accident to firms’ location choices. Krugman went further and explored some important new mechanisms of economic interaction. A more populous region can enjoy lower costs and therefore higher real wages by carrying economies of scale farther. It can then attract more migration from other regions. The higher wages also create demand for the products of other firms; this is a positive externality supplementing the economies of scale within each firm. This tendency for concentration of production in a region is checked by transport costs across regions. The balance of all these forces determines the overall pattern of location of production. These ideas have led to a revolution in the field of economic geography, transforming it from a primarily descriptive endeavor into an analytic discipline.

I have not said anything about Krugman’s popular writings, most importantly because they are not the reason for his “ennobelment,” but also to a small extent because I sometimes dislike his polemical and combative style of writing at the same time as I agree with the substance of his criticisms. But my delight at the recognition of the scientific achievements of this friend and colleague of over three decades is great. In fact it is doubled by the joy of my having played a part in creating the tools that are proving their worth – models of monopolistic competition and product diversity, and of entry deterrence. With that in mind, here is my nomination for next year’s prize: Romer, Grossman, and Helpman for endogenous growth theory. This article may be reproduced with appropriate attribution.

domingo, 19 de outubro de 2008

ECONOMIA - KEYNES VIVE EM 2008 ???

E já que o assunto é o retorno de KEYNES, vide abaixo excelente artigo de ED CROOKS, Editor no jornal "FINANCIAL TIMES", publicado neste domingo pela FOLHA e observem como a inteligência de um grande homem pode continuar mudando o mundo. Continuo afirmando que a atual "crise" é financeira e não não uma "crise do capitalismo". O livre mercado ainda é a melhor solução, cabendo ao governo fazer corretamente o mínimo que deve ser feito. Falhas de controle existem no sistema e devem ser corrigidas, assim como fazemos em nossas empresas. Porém, algumas pretendem ir ao infinito e aí, nem DEUS vai perder seu tempo ajudando. Porém, anotem, em breve (meses/dois anos?), tudo retornará ao ponto normal.

Quem viver, verá.

"Chegamos a um ponto crítico", escreveu John Maynard Keynes em março de 1933. "Podemos divisar claramente o abismo ao qual nosso caminho atual nos conduz." Sem ação dos governos, "devemos esperar a progressiva dissolução da estrutura existente de contratos e instrumentos de dívida, acompanhada pelo completo descrédito da liderança ortodoxa nas finanças e no governo, cujo desfecho final não podemos prever".

Enquanto o mundo cambaleia sob os golpes de um mergulho nas Bolsas semelhante ao de 1929 e de uma crise bancária semelhante à de 1931, as palavras de Keynes servem como avaliação precisa dos riscos que voltamos a enfrentar. Keynes, cuja missão na vida era salvar o capitalismo de seus excessos, tornou-se mais relevante hoje do que em qualquer momento desde a sua morte, em 1946.

Sua influência renovada pode ser vista em toda parte: no pacote de estímulo econômico planejado pelo candidato Barack Obama, por exemplo. Quando George W. Bush disse que o plano de seu governo de assumir participações em bancos "não pretende tomar o controle do livre mercado, mas preservá-lo", poderia estar citando Keynes diretamente.

A chave para compreender Keynes é seu compromisso para com a preservação da economia de mercado, que ele desejava fazer funcionar.

O economista desconsiderava o marxismo, mas acreditava que a economia de mercado só poderia sobreviver caso conquistasse o apoio do público ao promover uma melhora nos padrões de vida.

O papel do economista, acreditava, era servir como guardião da "possibilidade de civilização", e jamais houve economista mais adaptado à função.

Lionel Robbins, mais tarde diretor da London School of Economics, descreveu Keynes como "um dos homens mais notáveis de todos os tempos", superado em sua era apenas por Winston Churchill. Até mesmo Friedrich Hayek, o mais severo adversário de Keynes, descreveu-o como "o único homem realmente grande que conheci, pelo qual minha admiração nunca teve limites".

Seu pensamento positivo, otimista, refletia sua criação feliz e confortável e sua carreira de sucesso. Filho de um professor universitário, ele ganhou bolsas para estudar em Eton e na Universidade de Cambridge, e logo se enturmou com o grupo de Bloomsbury, o círculo de escritores e artistas como Virginia Woolf e Lytton Strachey, que representavam um ideal de vida culta.

Keynes era uma figura imponente, com 1,98 metro de altura, e estava sempre repleto de piadas e fofocas a contar e de observações argutas a fazer. Além da economia, ele tinha diversos outros interesses como matemático, administrador, acadêmico, investidor, jornalista, colecionador de arte, político, empresário das artes e diplomata. Foi um marido exemplar, devotado à mulher, a bailarina Lydia Lopokova. Na linguagem que empregava, ele podia ser descuidado e provocativo. Mas, como afirmou, "as palavras precisam ser um pouco selvagens, pois representam o ataque do pensamento contra aqueles que não pensam".

Quando más políticas tornavam os problemas econômicos ainda piores, ele sentia a obrigação moral de mudá-las. Trabalhou com distinção no Tesouro britânico durante a Primeira Guerra Mundial. Ao final do conflito combateu, prescientemente, a imposição de sanções severas demais à Alemanha. Quando seus conselhos foram ignorados, ele se demitiu e publicou suas opiniões em seu primeiro grande trabalho polêmico, "As Conseqüências Econômicas da Paz".

De volta a Cambridge, Keynes manteve um fluxo constante de livros e artigos, entre os quais "As Conseqüências Econômicas do sr. Churchill", no qual criticava ferozmente o retorno do Reino Unido ao padrão-ouro, em 1925. Mas foi na Grande Depressão que suas idéias floresceram e foram publicadas em "Teoria Geral do Emprego, Juros e Dinheiro".

O cerne do livro é a idéia de que desacelerações econômicas não necessariamente se revertem sozinhas. Os economistas clássicos dispunham que ciclos de negócios eram inevitáveis e que haveria sempre picos e depressões. Keynes rebatia que, em determinadas circunstâncias, uma economia poderia ficar atolada. Se indivíduos e empresas tentassem poupar mais, reduziriam as rendas de outros indivíduos e empresas. O resultado seria uma espiral de queda que não se reverteria sem intervenção.

É aí que entra o governo: bombeando dinheiro de volta à economia por algum meio, tal como o gasto em obras públicas, a fim de persuadir indivíduos e empresas a economizar menos e a gastar mais.

Economistas como Paul Samuelson e James Tobin sistematizaram as idéias de Keynes e as usaram como fundações do que viria a ser a filosofia e política econômica ortodoxa das duas décadas que se seguiram à Segunda Guerra Mundial.

A capa da revista "Time" em dezembro de 1965 atribuía a Milton Friedman a frase "agora somos todos keynesianos". Friedman disse, mais tarde, que havia sido citado de maneira seletiva e imprecisa, mas que a afirmação procedia. Charles Schultze, diretor de orçamento do governo dos Estados Unidos naquele ano, disse à revista que "não podemos prevenir todas as pequenas oscilações do ciclo econômico, mas podemos prevenir uma grande queda".

Quando Nixon tomou de empréstimo a frase de Friedman, em 1971, no entanto, a maré já havia começado a virar. Como uma dica sobre ações obtida do ascensorista, o endosso de Nixon era sinal de que o prestígio intelectual de Keynes estava a caminho de uma queda. A economia keynesiana parecia tão inadequada para a estagflação dos anos 70 como a economia clássica o era para a Depressão dos anos 30, e foi superada pelo monetarismo de Friedman entre as autoridades econômicas dos EUA e do Reino Unido.

Depois que as aplicações mais cruas do monetarismo fracassaram, nos anos 80, a moderna macroeconomia passou a combinar idéias de ambas as doutrinas, refletindo a crença na capacidade da política fiscal e monetária para afetar o emprego e o crescimento, mas também preocupação sobre inflação e déficits orçamentários.

Mas essa ortodoxia sofreu um abalo com o aprofundamento da crise. Os problemas que Keynes teve de enfrentar nos anos 30, como a ineficiência da política monetária e quebras de bancos causadas por quedas nos preços dos ativos, uma vez mais parecem ser os mais prementes. As soluções de Keynes, entre as quais maior gasto público financiado por captação, tornam-se populares. As críticas de que isso alimentará a inflação e os déficits orçamentários continuam a ser ouvidas, mas cada vez mais são consideradas irrelevantes.

No final de sua definitiva biografia em três volumes sobre Keynes, Robert Skidelsky escreve que as idéias de Keynes "viverão enquanto o mundo precisar delas". E certamente parecem necessárias agora.

TEM BLOG NOVO DE ECONOMIA NA PRAÇA

Leio hoje na FOLHA a seguinte notícia:

Em meio a uma das maiores crises globais, o jornalista Vinicius Torres Freire, colunista da Folha, estréia hoje blog sobre economia. O endereço é blogdovinicius.folha.blog.uol.com.br. O blog do Vinicius é uma extensão da coluna diária publicada no caderno Dinheiro. Segundo definição do próprio jornalista, a página na internet vai abordar "a política da economia e negócios da política", publicar análises sobre notícias econômicas da hora, reunir artigos sobre economia e política da economia, sugerir livros da área, comentar "mentiras, mentiras malditas e estatísticas econômicas". Nos finais de semana, o blog vai tratar de cozinha e comida. Na Folha desde 1991, Vinicius Torres Freire foi secretário de Redação do jornal, editor de Dinheiro, editor de Opinião, correspondente em Paris, editor de Ciência e editor de Educação.

Para o novo colega, muito sucesso no seu blog, o que já tinhas na sua coluna.

sábado, 18 de outubro de 2008

IMPRENSA - ELEIÇÕES 2008

Como é interessante e transparente o que ocorre nos Estados Unidos quando diversos jornais registram em editoriais seu apoio a um determinado candidato.
Nos últimos dias vemos o Los Angeles Times, o quarto maior jornal do país, e o The Chicago Tribune, manifestarem apoio a BARACK OBAMA. Hoje, o The Washington Post fez a mesma coisa.
Como nossa imprensa poderia "copiar" essa situação e termos esse tipo de transparência jornalística também aqui por este lado sul da América.

JOHN MAYNARD KEYNES EM 2008

Tenho três e-mails: o meu corporativo, o jmelo@uol.com.br e o johnkeynesce@hotmail.com. Aqui e ali tenho que explicar como um ferrenho defensor do livre mercado tem em um dos seus e-mails, o nome de Keynes.

É fácil explicar: Estudante de Economia na Faculdade de Ciências Econômicas de São Paulo, a mais antiga na área no Brasil, reconheço que fiquei encantado com as idéias keynesianas. E, para homenagear um dos maiores economistas do século XX, registrei meu e-mail com seu nome.

Como tudo na vida, nem 8 nem 80. Nem tanto ao mar, nem tanto à terra. Keynes é brilhante e suas idéias revolucionaram muitos e durante muito tempo. Um dos pais da teoria macroeconômica, foi um homem à frente de seu tempo. De qualquer maneira, como dizia Francis Bacon "Triste não é mudar de idéia. Triste é não ter idéia para mudar".

Com o passar do tempo, sempre ele, o Senhor da Razão, fui conhecendo e entendendo outras ideias e buscando sempre aquela idéia que realmente fosse solução para os inúmeros problemas econômicos que existem. Não é novidade que desde Adam Smith que alternativamente idéias econômicas mudam com o tempo e nisso não observo nada de errado. É "falha no funcionamento do mercado", como dirão alguns, porém cada caso é um caso.

Lembrando a célebre frase de Keynes de que "a longo prazo, todos estaremos mortos", Gaspari coloca como título de sua coluna dominical a frase "No longo prazo, Lord Keynes ressuscitou". Com seu extraordinário conhecimento, Gaspari pesa a mão na crítica aos "liberais" e a "mão invisível" de Smith.

Que pena Gaspari. Excelente texto, mas o livre mercado ainda é a melhor solução, mesmo com alguns ajustes que entendo sejam necessários.

ELEIÇÕES 2008 - PREVISÃO

Após várias noites analisando diversos exercícios econométricos, este blog conseguiu nesta data prever o resultado de algumas importantes eleições e seus vencedores. (E sem precisar consultar Mãe Diná.)
Evidentemente que começamos pela principal: a dos Estados Unidos: BARACK OBAMA será o próximo presidente. Para o bem do mundo e por mudar a política de Bush.
Em seis das nossas capitais mais importantes, registramos abaixo:
São Paulo: GILBERTO KASSAB, para redução do Estado, digo, dos Petralhas. Por José Serra. E pela falta de ética da "relaxa e goza".
Rio de Janeiro: FERNANDO GABEIRA, por ser um senhor com jovens ideías.
Belo Horizonte: LEONARDO QUINTÃO, para colocar Aécio no seu lugar
Belém: DUCIOMAR COSTA, pela administração que faz.
Salvador: JOÃO HENRIQUE, evitando uma vitória do PT.
Porto Alegre: JOSÉ FOGAÇA, pela experiência. E por evitar um retorno do PT.
Vamos depois conferir e comemorar?

ANONYMOUS PROVERB - CCBEU 2008

"TELL ME WHAT YOU READ AND I SHALL TELL YOU WHAT YOU ARE."

A importância de debater o PIB nas eleições 2022.

Desde o início deste 2022 percebemos um ano complicado tanto na área econômica como na política. Temos um ano com eleições para presidente, ...