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domingo, 18 de dezembro de 2011

Previsões 2012: relatório Banco Central.


Matéria na EXAME resume o relatório FOCUS e as previsões para 2012.

O mercado financeiro voltou a reduzir as previsões para a inflação oficial e a Selic em 2012, ao mesmo tempo em que diminuiu as estimativas para o crescimento da economia neste ano e no próximo, mostrou o relatório Focus do Banco Central (BC) nesta segunda-feira.

A estimativa para a alta do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) - referência para o regime de metas de inflação no Brasil - em 2012 caiu para 5,42 por cento, ante 5,49 por cento na semana anterior. A expectativa para 2011 ficou inalterada em 6,50 por cento, exatamente no teto da meta do governo, que tem centro em 4,5 por cento e tolerância de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

"Este movimento de queda deverá persistir nas próximas semanas, à medida que o mercado incorpora a mudança de pesos na POF e as medidas de estímulo recém-divulgadas pelo governo (que terão impacto baixista sobre a inflação de duráveis)", afirmou a LCA Consultores em nota.

A queda na estimativa do IPCA para 2012 mostrada pelo Focus ocorre poucos dias após o BC também informar redução em sua estimativa para a inflação no próximo ano, de acordo com a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), quando a taxa básica de juros, a Selic, foi reduzida a 11,00 por cento ao ano.

Na ata, a queda na projeção de inflação para 2012 veio acompanhada de uma perspectiva mais deteriorada da economia internacional. A autoridade monetária continuou a considerar que o impacto na economia brasileira será de 25 por cento do visto na crise internacional de 2008 e 2009.

A crise internacional foi a justificativa dada pelo BC para os três cortes seguidos sobre a Selic desde agosto, que já tiraram 1,50 ponto percentual da taxa. As fracas perspectivas para a economia global e seus impactos sobre a atividade doméstica têm levado investidores a preverem a manutenção do ciclo de afrouxamento monetário no próximo.

Nesse contexto, investidores voltaram a reduzir o prognóstico para a Selic em 2012 para 9,50 por cento ao ano, queda de 0,25 ponto percentual comparado à previsão de 9,75 por cento trazida pelo documento anterior.

Apesar do estímulo via política monetária e medidas fiscais, o mercado seguiu diminuindo as perspectivas para o crescimento econômico neste ano e no próximo. Para 2011, a expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) caiu para 2,97 por cento, ante 3,09 por cento no documento anterior. A previsão para 2012 também foi cortada: para 3,40 por cento, contra 3,48 por cento no Focus da semana passada.

Tais previsões são as primeiras pelo Focus após a divulgação de que a economia brasileira teve crescimento nulo no terceiro trimestre ante o segundo. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o país voltou a acelerar neste quarto trimestre, mas admitiu que um crescimento de 3,8 por cento neste ano não é mais possível e citou uma faixa de aumento do PIB entre 4 e 5 por cento para 2012, abaixo da de 4,5 e 5 por cento informada ao divulgar medidas de estímulo à economia neste mês.

Previsões de Jim O'Neill para 2012.


No excelente site da EXAME, as previsões de Jim O’Neill para 2012. 

Trata-se do presidente do Goldman Sachs Asset Management, a gestora de recursos de terceiros do maior banco de investimentos do mundo, que acaba de divulgar o relatório “Visões da Sala do Presidente” com suas previsões para o próximo ano. O economista se notabilizou por ter criado o termo BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) e por há tempos propagar ao redor do mundo a ideia de que os países emergentes ganhariam poder no cenário mundial. Veja a seguir o que O’Neill acredita que veremos no próximo ano:

1 – A crise europeia vai arrefecer
“Não vamos falar tanto sobre a Europa nos próximo ano, ainda que isso possa acontecer nas primeiras semanas de 2012. A Europa continuará a ser a Europa. Com alguma sorte, a região será tão entediante como costumava ser (especialmente agora que Mancheter United foi eliminado da Liga dos Campeões).”

2 – Algo grande vai acontecer na Itália
“A zona do euro não pode sobreviver sem a Itália. E a Itália não pode sobreviver se tiver de pagar 6% ou 7% de retorno com seus títulos de 10 anos. O modo como a crise evoluiu nas últimas semanas é tão assustador quanto excitante. Decida você mesmo para que lado a crise vai caminhar.”

3 – EUA, Brasil e Índia podem ser surpresas positivas
“Há diversos riscos econômicos, políticos e sociais para 2012. Mas não são todos negativos. É bem concebível que não apenas os Estados Unidos continuem a surpreender positivamente como também outros países o façam. Isso inclui alguns dos BRICs, como o Brasil e a Índia.”

4 – O PIB europeu deve desapontar
“A Europa pode facilmente desapontar em termos de crescimento ainda mais do que se espera, mesmo considerado que a previsão do Goldman Sachs já esteja abaixo do consenso de mercado.”

5 – As bolsas dos EUA vão subir
“É mais provável que o índice Standard & Poor’s [hoje em 1.220 pontos] suba para 1.400 pontos do que caia para 1.000.”

6 – A China não terá nem pouso suave nem forçado
“Na verdade, a China não terá nem um pouso suave nem forçado. Eles vão continuar crescendo.”

7 – Os emergentes continuarão a ganhar importância
Os BRICs, a Indonésia, a Coreia do Sul, o México e a Turquia vão continuar a ganhar importância no cenário mundial, tanto no aspecto econômico quanto em relação aos mercados financeiros.

8 – O euro tende a cair mais
“É mais provável que o euro caia para 1,10 dólar no próximo ano do que suba para 1,50. Eu não acho que as duas coisas vão acontecer. Talvez nenhuma das duas seja vista. Mas 1,10 é mais provável que 1,50.”

9 – O iene vai se desvalorizar
O dólar deve se valorizar ante a moeda japonesa. “O dólar tem mais chance de valer 100 ienes do que 60 ienes. Eu suspeito que a possibilidade de 100 ienes é muito alta - ainda que eu já achasse que isso fosse acontecer em 2011”

10 – Manchester vai dominar o futebol inglês
“Um time de Manchester será o campeão da liga inglesa nesta temporada.” Após 15 rodadas, o Manchester City lidera o campeonato com 38 pontos, seguido pelo Manchester United, com 36.

Previsões para 2012: um ano acidentado.


NOURIEL ROUBINI é presidente da Roubini Global Economics, professor da Escola Stern de Administração de Empresas (Universidade de Nova York) e coautor do livro "Crisis Economics". Este artigo foi publicado hoje na FOLHA DE S.PAULO e o autor conhece o que escreve.  

Fragilidade e desequilíbrio em 2012.

A perspectiva da economia mundial em 2012 é clara, mas não bonita: recessão na Europa, crescimento anêmico (na melhor das hipóteses) nos Estados Unidos e desaceleração acentuada na China e na maioria das economias emergentes.

As economias asiáticas estão expostas à China. A América Latina está exposta à queda nos preços das commodities (causada pela desaceleração econômica na China e nas economias avançadas).

A Europa Central e Oriental está exposta à zona do euro. E os tumultos no Oriente Médio estão causando sérios riscos econômicos -na região e no resto do mundo-, porque o risco geopolítico continua elevado e os altos preços do petróleo restringirão o crescimento mundial.

Os Estados Unidos enfrentam consideráveis riscos diante da crise na zona do euro. Também precisam enfrentar um arrocho fiscal significativo, o processo de redução de dívidas em curso no setor domiciliar, a crescente desigualdade de renda e o impasse político.

Entre as demais economias avançadas, o Reino Unido já está atravessando uma recessão de duplo mergulho, porque a consolidação fiscal apressada e a exposição à zona do euro solapam seu crescimento. No Japão, a recuperação pós-terremoto vai se esgotar porque os governos fracos que se sucedem no país não conseguirão implementar reformas estruturais.

Enquanto isso, as falhas no modelo de crescimento chinês estão se tornando evidentes. A queda nos preços dos imóveis está iniciando uma reação em cadeia que terá efeito negativo sobre os incorporadores imobiliários, o investimento e a arrecadação do governo. O boom de construção começa a se estagnar, no exato momento em que as exportações líquidas começam a prejudicar o crescimento, devido à demanda fraca nos Estados Unidos e especialmente na zona do euro.

Tendo buscado esfriar o mercado imobiliário com medidas que conterão os preços em disparada, os líderes chineses enfrentarão dificuldade para promover uma retomada do crescimento. E não serão os únicos. EUA, União Europeia e Japão também vêm postergando as sérias reformas estruturais de que necessitam para restaurar um crescimento equilibrado e sustentável.

Ao mesmo tempo, alguns desequilíbrios cruciais em conta-corrente -entre os EUA e a China (e outras economias de mercado emergente), e dentro da zona do euro, entre os países centrais e os periféricos- continuam largos. Um ajuste ordeiro desse problema requer demanda interna menor nos países que gastam mais e acumulam grandes deficit em conta-corrente e superavit comerciais menores nos países que poupam demais, via valorização cambial nominal e relativa.

A fim de manter o crescimento, os países que gastam demais precisam de depreciação nominal e real para melhorar suas balanças comerciais. Já os países superavitários precisam estimular a demanda interna, notadamente o consumo.

Mas esse ajuste de preços relativos via movimentos cambiais está parado, porque os países superavitários resistem à valorização das taxas de juros e preferem impor recessão deflacionária aos países deficitários. As batalhas cambiais resultantes estão sendo travadas em várias frentes: intervenções em mercados cambiais, relaxamento quantitativo e controles sobre influxos de capital. E, com o enfraquecimento do avanço mundial em 2012, essas batalhas talvez cresçam a ponto de virarem guerras comerciais.

Por fim, as autoridades econômicas estão esgotando suas opções. A desvalorização cambial é uma ferramenta finita, porque nem todos os países poderão depreciar suas moedas e melhorar suas exportações líquidas ao mesmo tempo. A política monetária será relaxada e tornará a inflação irrelevante nas economias avançadas (e menos relevante nos mercados emergentes).

Restaurar um crescimento robusto já seria suficientemente difícil sem o espectro permanente da redução de dívidas e a séria escassez de ferramentas de política econômica. Mas é esse o desafio que a economia mundial, frágil e desequilibrada, enfrentará em 2012.

Para parafrasear Bette Davis em "A Malvada": "Apertem os cintos: o ano será acidentado".

sábado, 17 de dezembro de 2011

Brasil: previsões 2012.


Do blog do sempre bem informado Paulo Moreira Leite, na ÉPOCA, destaco o post abaixo, onde constam as previsões econômicas do BRADESCO para o Brasil em 2012. 

O destino do Brasil no ano que vem é a verdadeira conversa neste fim de ano. Depois de um 2011 decepcionante, que pode fechar em 3%, a pergunta decisiva é saber como o país ficará nos próximos doze meses.   Para contribuir neste debate, o blogue publica a íntegra de uma nota de Octávio de Barros, economista-chefe do Bradesco. Líder de uma equipe de 29 economistas que monitora o pulso de vários setores da economia brasileira e de países estratégicos no cenário mundial, Octávio de Barros está convencido de que o país voltará a subir para um patamar em torno de 3,7%.

É um número inferior aos 5% que o governo federal tem anunciado mas próximo da média dos dois mandatos do governo Lula, que foi de 4%. Em 2010 o Brasil cresceu 7,5% e em 2007, o ano anterior ao colapso de Wall Street, rodava a 6,1%. Mas no primeiro ano de seu governo, o crescimento foi de 1,1%.

O centro do raciocínio de Octávio de Barros é que a principal causa de nosso esfriamento em 2011 não se encontra na crise externa e sim nas medidas internas, que a equipe economica de Dilma Rousseff tomou ao longo de 2011. Os juros sofreram uma grande alta no primeiro semestre, e só começaram a ser reduzidos em 31 de agosto. O crédito sofreu um arrocho e os investimentos públicos — que seguem sendo um fator crucial para o crescimento brasileiro — também foram reduzidos. Nas últimas semanas, essas medidas foram revertidas e o país vive hoje um  processo que ele define como “afrouxamento monetário sem precedentes.” Em bom português, isso quer dizer que o governo abriu o arsenal de medidas anti-recessivas para mudar a curva da economia.  A experiência ensina que projeção econômica não é uma atividade infalível, por mais cuidadosa que seja sua análise.

Mas convém conhecer a logica de um dos economistas que, até por sua posição no coração de uma das mais influentes instituições financeiras do país, tornou-se uma das vozes mais acatadas nos debates que envolvem a conjuntura. Vamos ler a íntegra de sua análise:

1. De quem é a culpa pela desaceleração brasileira e qual o alcance da retomada em 2012?
-Nossa visão é a de que alguns fatores vão tornar possível a “reaceleração” da economia brasileira em 2012. Primeiro, não podemos subestimar o impacto do afrouxamento monetário em curso sem precedentes. A reversão parcial das medidas macroprudenciais, o aumento dos investimentos públicos de infraestrutura, a expectativa de um BNDES mais ativo, as eleições municipais, um mercado de trabalho ainda apertado e o aumento significativo do salário mínimo completam os ingredientes para a retomada. Não bastasse isso, as recentes medidas de redução da taxação sobre ingressos de capitais, desoneração de IOF do crédito, redução de IPI de determinados bens duráveis, os estímulos setoriais etc, poderão reforçar nossa previsão atual de 3,7% para o crescimento de 2012. Tudo isso em um ambiente onde a confiança do empresário não industrial está praticamente intacta e a dos consumidores em alta. Seguimos apostando em um ciclo que nos levaria a 9,5% de Selic nominal. Dado o nosso cenário de não ruptura com excessiva volatilidade, consideramos que o real seguirá oscilando ao final do ano que vem entre R$1,70 e R$ 1,80 por dólar. Mesmo o investimento sendo uma variável cíclica, ele seguirá relativamente insensível à desaceleração de curto prazo na economia brasileira.

2. Cenário doméstico para 2012: aceleração do crescimento à vista em um cenário global de desaceleração e riscos
- Para o ano novo, projetamos expansão de 3,7% do PIB, taxa que deverá ser puxada pela retomada do consumo das famílias e dos investimentos. O setor externo será marcado pela ausência de dificuldades de financiamento externo. Já a política fiscal será caracterizada pelo superávit primário menor e aumento de gastos, mas sem prejudicar a trajetória cadente da relação dívida/PIB. Finalmente, esperamos desinflação para o primeiro semestre do ano que vem, ajudada pela desaceleração global. Vislumbramos que há espaço para que a taxa básica de juros seja reduzida nas três primeiras reuniões do Comitê de Política Econômica (Copom) de 2012, em passos graduais de 50 pbs, alcançando 9,5% em abril, quando o ciclo de afrouxamento será encerrado.

3. A economia global representa o principal risco a ser monitorado
- O desafio europeu e o ajuste da economia global retirarão um pouco menos que 1,5 ponto percentual do PIB mundial em 2012, sendo o pior momento do PIB mundial possivelmente no primeiro trimestre do ano que vem. Na nossa visão, a economia global representa o principal risco a ser monitorado, lembrando que nosso cenário base é de estagnação no mundo desenvolvido, mas não de ruptura. De forma resumida: (i) na Europa, a crise de dívida soberana em uma união monetária cria situação complexa; (ii) nos EUA, a recessão pode ser evitada, mas crescimento do PIB será bastante moderado em 2012; (iii) na China, a desaceleração da atividade é real e será limitada pela disposição do governo em acelerar os estímulos fiscais e monetários.

4. Setores de bens de consumo e de serviços serão o eixo da dinâmica do crescimento setorial em 2012
- Os segmentos de bens de consumo, do comércio e dos serviços serão o eixo da dinâmica de expansão da economia em 2012, estimulados pelo cenário positivo para o mercado de trabalho e para a renda, além da expansão do crédito e as mudanças estruturais na economia brasileira A indústria como um todo deverá continuar registrando desempenho inferior ao do comércio varejista, influenciada pela desaceleração mundial, ociosidade manufatureira observada nos países desenvolvidos e penetração das importações, que mudou de patamar (para cima) a partir de 2009/2010.

A importância de debater o PIB nas eleições 2022.

Desde o início deste 2022 percebemos um ano complicado tanto na área econômica como na política. Temos um ano com eleições para presidente, ...