Matéria na EXAME resume o relatório FOCUS e as previsões para 2012.
O mercado financeiro voltou
a reduzir as previsões para a inflação oficial e a Selic em 2012, ao mesmo
tempo em que diminuiu as estimativas para o crescimento da economia neste ano e
no próximo, mostrou o relatório Focus do Banco Central (BC) nesta
segunda-feira.
A estimativa para a alta do Índice
Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) - referência para o regime de
metas de inflação no Brasil - em 2012 caiu para 5,42 por cento, ante 5,49 por
cento na semana anterior. A expectativa para 2011 ficou inalterada em 6,50 por
cento, exatamente no teto da meta do governo, que tem centro em 4,5 por cento e
tolerância de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
"Este movimento de queda deverá
persistir nas próximas semanas, à medida que o mercado incorpora a mudança de
pesos na POF e as medidas de estímulo recém-divulgadas pelo governo (que terão
impacto baixista sobre a inflação de duráveis)", afirmou a LCA Consultores
em nota.
A queda na estimativa do IPCA para 2012
mostrada pelo Focus ocorre poucos dias após o BC também informar redução em sua
estimativa para a inflação no próximo ano, de acordo com a ata da última
reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), quando a taxa básica de juros,
a Selic, foi reduzida a 11,00 por cento ao ano.
Na ata, a queda na projeção de inflação
para 2012 veio acompanhada de uma perspectiva mais deteriorada da economia
internacional. A autoridade monetária continuou a considerar que o impacto na
economia brasileira será de 25 por cento do visto na crise internacional de
2008 e 2009.
A crise internacional foi a
justificativa dada pelo BC para os três cortes seguidos sobre a Selic desde
agosto, que já tiraram 1,50 ponto percentual da taxa. As fracas perspectivas
para a economia global e seus impactos sobre a atividade doméstica têm levado
investidores a preverem a manutenção do ciclo de afrouxamento monetário no
próximo.
Nesse contexto, investidores voltaram a
reduzir o prognóstico para a Selic em 2012 para 9,50 por cento ao ano, queda de
0,25 ponto percentual comparado à previsão de 9,75 por cento trazida pelo
documento anterior.
Apesar do estímulo via política
monetária e medidas fiscais, o mercado seguiu diminuindo as perspectivas para o
crescimento econômico neste ano e no próximo. Para 2011, a expectativa de
crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) caiu para 2,97 por cento, ante 3,09
por cento no documento anterior. A previsão para 2012 também foi cortada: para
3,40 por cento, contra 3,48 por cento no Focus da semana passada.
Tais previsões são as primeiras pelo
Focus após a divulgação de que a economia brasileira teve crescimento nulo no
terceiro trimestre ante o segundo. O ministro da Fazenda, Guido Mantega,
afirmou que o país voltou a acelerar neste quarto trimestre, mas admitiu que um
crescimento de 3,8 por cento neste ano não é mais possível e citou uma faixa de
aumento do PIB entre 4 e 5 por cento para 2012, abaixo da de 4,5 e 5 por cento
informada ao divulgar medidas de estímulo à economia neste mês.
Nenhum comentário:
Postar um comentário