O estoque da Dívida Pública Federal (DPF) aumentou 3,10% em setembro na
comparação com agosto, passando de R$ 2,955 trilhões para R$ 3,046 trilhões
entre os dois meses. A Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi)
cresceu 3,21%, para R$ 2,920 trilhões, enquanto a Dívida Pública Federal
externa (DPFe) aumentou 0,81%, para R$ 126,03 bilhões.
Os dados foram divulgados nesta terça-feira (25/10) pelo Tesouro
Nacional. De acordo com o coordenador-geral de operações da dívida pública da
instituição, Leandro Secunho, o volume de emissões da DPF no mês passado, de R$
78,34 bilhões, foi o mais alto desde maio de 2015.
“Foi um mês bastante positivo, com muita demanda”, comentou o
coordenador. Os resgates somaram R$ 16,36 bilhões, resultando na emissão
líquida de R$ 61,99 bilhões. Houve ainda a apropriação positiva de juros no
valor de R$ 29,74 bilhões.
Secunho reiterou que a expectativa do Tesouro é que a DPF encerre o ano
dentro do intervalo definido pelo PAF, que vai de R$ 3,1 trilhões a R$ 3,3
trilhões.
Em termos de composição, a parcela de títulos prefixados na DPF aumentou
de 36,85% em agosto para 37,71% em setembro. A fatia dos papéis indexados a
índices de preços diminuiu de 31,82% para 31,47% e a de títulos a taxa
flutuante recuou de 26,94% para 26,54%.
Juntamente com a divulgação do RMD, o Tesouro anunciou nesta
terça-feira novos intervalos do PAF
para os papéis prefixados, de 33% a 37%, e para os títulos a taxa flutuante, de
27% a 31%. “Nossa expectativa é encerrar o ano com a participação dentro dos
novos intervalos”, comentou Secunho.
Na divisão por detentores da DPMFi, o grupo Previdência continuou
liderando, com 24,26% do total em setembro, seguido pelas instituições
financeiras (24,14%) e fundos de investimento (21,40%).
A participação de não residentes, que vem diminuindo ao longo do ano,
caiu de 15,67% em agosto para 14,97% em setembro. “Os estrangeiros estão
reduzindo suas posições, mas estão saindo principalmente de títulos de prazo
mais curto”, afirmou Secunho.
Ele disse também que não existe uma meta para a participação dos não
residentes e que o importante é que o mercado seja líquido e profundo o
suficiente para que esses movimentos não tenham impacto nos leilões, como de
fato não tiveram. “Não há nenhuma ruptura no mercado”, acrescentou.