Estamos em
ano eleitoral. Recentemente em face de declarações que fiz alardeou-se que eu estaria
tomando posição em função das candidaturas que transitam pelo meio político.
Não foi minha intenção, e nem é o momento oportuno para que o Governo entre
nessa disputa. Fiz considerações pessoais, e elogiosas, em relação a cada qual
dos possíveis pré-candidatos à Presidência da República. Haverá momento para
definição e o governo há de definir-se em tempo próprio.
Quero notar
que nosso governo tem apenas um ano e sete meses e, creio, pela primeira vez
dá-se cumprimento a um programa pré-estabelecido encartado no documento “Ponte
para o Futuro”. Assumindo, aplicamo-lo por inteiro. E ainda há muito por fazer
como a reforma da previdência e a simplificação tributária. Tudo com dois
objetivos: um, o de cumprir um programa pré-estabelecido, outro o de caracterizar-se
como um Governo que fez as reformas necessárias e desejadas pelo país, sem
nenhuma preocupação de natureza eleitoral. As reformas são para agora, mas
muito mais para o futuro.
Não sem
razão demos saltos vigorosos combatendo a recessão, reduzindo o número de
desempregados, abrindo a economia, reduzindo juros e a inflação, e ainda
recuperando as estatais. Este seria um discurso para um candidato da situação.
É verdade que neste momento uma das agências de risco rebaixou a nota do
Brasil, sem embargo de termos reduzido a margem de risco de 360 para 146
pontos. Rebaixamento que se deu tendo em vista a incerteza quanto à Reforma da
Previdência e quanto ao próprio ano eleitoral. Mas este fato deve nos estimular
ao invés de desestimular.
Estimular
para que no mês de fevereiro levemos adiante a Reforma Previdenciária nos
termos em que foi posta nos últimos tempos, sem causar nenhum prejuízo aos mais
carentes e garantindo naturalmente a percepção dos ganhos dos aposentados e
daqueles que irão aposentar-se. Trata-se de um alerta. E como todo alerta há de
ser levado em conta pelo Executivo e pelo Congresso Nacional que tem sido
parceiro governamental indispensável para o Executivo e por meio de quem temos
obtido os grandes avanços que se deram durante o Governo. A partir dai sou
tentado a perguntar: qual será o discurso da oposição ao fazer a sua campanha
contra o Governo?
Penso que
haveria de declarar-se contra a fixação do teto para os gastos públicos, contra
a reforma do ensino médio e contra a modernização trabalhista. Também haveria
de alardear que é contra a queda da inflação ( de 10% para 2,95%) , contra a
queda dos juros (de 14,25 para 7%) contra a safra recorde de grãos e, em
consequência, contra a redução do preço dos alimentos, contra a recuperação das
estatais (vide o caso da Petrobrás ou da Eletrobras), contra a repactuação da
dívida dos Estados, matéria ansiada há muitos anos e que lhes deu folego
financeiro, contra o auxílio dado aos municípios, o que os tornou adimplentes,
seja pela divisão da multa da repatriação que se deu no final do ano passado e
que permitiu o fechamento de seus balanços.
Mais ainda:
terá que combater a nossa permanente pregação pelo fortalecimento do sistema
federativo, pela harmonia entre os poderes e pela pacificação entre os
brasileiros. E ainda, lembrando, a eliminação de uma litigiosidade jurídica e
social que data de mais de 24 anos referentemente a mais de um milhão de ações
judiciais derivadas dos chamados planos econômicos resolvida por comum acordo
entre o Governo e os autores. Também haverá de criticar a liberação das contas
inativas do FGTS que injetaram cerca de 44 bilhões de reais na economia e
auxiliaram milhões de trabalhadores, a quem o dinheiro pertence, a saldar
dívidas, fazer poupança ou outra atividade. O mesmo está acontecendo com a
liberação do PIS/PASEP para todos os trabalhadores públicos ou privados que
tenham mais de 60 anos o que injetará mais de 12 bilhões na economia.
Todos estes
pontos, imagino, serão objeto, certamente, de repúdio e contestação por aqueles
candidatos que se opuserem ao Governo. Tudo isto sem contar centenas de outras
medidas nas áreas educacional, da saúde, de infraestrutura, que foram tomadas
por este Governo. Quem quiser opor-se haverá de fazê-lo criticando o trabalho
que trouxe o Brasil, em definitivo, para o século XXI.
https://complemento.veja.abril.com.br/pagina-aberta/o-candidato-de-oposicao.html