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segunda-feira, 13 de outubro de 2014

A Ordem do Progresso: o livro.

Uma excelente opção para quem gosta de Economia. 
A edição atualizada do célebre “A Ordem do Progresso – Dois séculos de política econômica no Brasil”.

Recomendado com louvor. 


domingo, 31 de agosto de 2014

A ordem do progresso - Dois séculos de política econômica no Brasil.

Por R$ 99,90 a a Elsevier lança edição atualizada do ótimo "A ordem do progresso".

A primeira edição de A ordem do progresso foi publicada há quase um quarto de século, em comemoração ao centenário da República. Muitas crises tiveram de ser enfrentadas. Com a vitória da oposição, a transição em 2002-2003 revelou-se menos problemática do que se temia, com o Partido dos Trabalhadores abandonando às pressas os seus excessos mais impetuosos como o repúdio das dívidas interna e externa. Parecia que se assistia ao fim de ideias equivocadas em matéria de política econômica. Na esteira do mensalão, em 2004-05, o compromisso petista com políticas macroeconômicas prudentes começou a arrefecer. De fato, a partir de 2010, acumularam-se indícios claros de reversão das políticas que haviam sido estabelecidas na década de 1990 quanto à abertura comercial e ao papel do Estado na economia. Até mesmo o compromisso com a estabilização passou a ser relativizado. Esta nova edição pode ser vista como comemoração antecipada dos dois séculos do Brasil independente e contém artigos de Marcelo de Paiva Abreu, Dionísio Dias Carneiro, Gustavo Franco, Winston Fritsch, Luiz Aranha Correa do Lago, Eduardo Modiano, Luiz Orenstein, Demósthenes Madureira de Pinho Neto, André Lara Resende, Antonio Claudio Sochaczewski e Sérgio Besserman Vianna.

A Segunda Guerra Mundial: os 2.174 dias que mudaram o mundo.



domingo, 10 de agosto de 2014

23ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo.

IMPERDÍVEL

 23ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo

22 a 31 de Agosto de 2014 - Anhembi

De Seg. à Sex. das 9h às 22h | Sáb. e Dom. 10h às 22h (*dia 31/08 somente até às 21h)


DIVERSÃO, CULTURA E INTERATIVIDADE. 

TUDO JUNTO E MISTURADO.

domingo, 4 de maio de 2014

Thomas Piketty e Elio Gaspari - O capital no século 21.

Leio hoje na FOLHA o comentário de Elio Gaspari sobre o livro "Capital" do Thomas Piketty, atual destaque no mundo da Economia.

Amanhã o Metropolitan Museum de Nova York abre a escadaria para o baile anual do seu instituto de moda. A entrada custa US$ 25 mil, e o freguês terá passado pela seleção de Anna Wintour, a bruxa do filme "O Diabo Veste Prada", diretora da revista "Vogue", czarina da moda e princesa do mundo das celebridades. O "Met Gala" é o tapete vermelho mais bonito, rico e exclusivo do mundo. Quem não tiver a graça de pisá-lo poderá ir para um bar discutir o livro "Capital", do professor francês Thomas Piketty. Por caminhos diferentes, estará no mesmo mundo.

Piketty escreve com a elegância com que a atriz Gwyneth Paltrow se veste. Montado num banco de dados rico como a vitrine da joalheria Cartier, o professor é claro: o mundo entrou num período de concentração da renda. As pessoas e os países ricos ficarão mais ricos. Para as nações emergentes, inclusive o Brasil, fica a suspeita que crescerão a taxas menores. 

Nos Estados Unidos, essa época de ostentação da riqueza é comparada à "Gilded Age", que foi do fim do século 19 ao início do 20. A expressão designava uma abastança exuberante, porém superficial. Piketty não a usa, fala mais na "Belle Époque" francesa. A diferença está no fato de que uma teve o escritor Marcel Proust, e a outra, bilionários vulgares, cuja ideia de refinamento levava-os a copiar castelos e casar as filhas com nobres europeus quase sempre falidos, jamais monógamos, talvez heterossexuais. (Só na cesta dos duques, compraram 22.)

Durante a festa do século 19 também pontificava um jornalista. Ele organizava o baile anual de Caroline Astor e dizia que a elite de Nova York tinha 400 pessoas, o número de convidados que cabiam no salão da milionária. Na lista de La Wintour, entram 700 convidados. Ela é uma jornalista cuja determinação, instinto estético e visão comercial deveriam ser matéria de estudo para quem entra nesse ramo da profissão. (O teste de que uma pessoa é desprovida do sentimento da inveja está em admirá-la.) Wintour perfilhou o instituto de moda do Metropolitan, para quem vai o dinheiro dos ingressos. A partir de amanhã a nova ala de roupas do museu levará seu nome. Será inaugurada por Michelle Obama.

O baile de Piketty tem a harmonia de uma valsa. No início do século 20 os 1% que estavam no andar de cima ficavam com 20% da renda dos Estados Unidos e da Inglaterra. Até 1980 essa riqueza encolheu à metade, mas, a partir daí, voltou a crescer e retornou ao ponto inicial. A queda deveu-se a políticas sociais? Não, foram as duas guerras. Os bilionários de hoje seriam diferentes, afinal, Bill Gates fez a Microsoft. Tudo bem, mas a francesa Liliane Bethencourt (L'Oreal) tem US$ 25 bilhões e nunca trabalhou na vida. Herdou. Entre 1990 e 2010 as fortunas de ambos cresceram 13% ao ano, apesar de Bill Gates já ter parado de trabalhar.

O "Capital" é um monumento de pesquisa e elegância. Piketty trabalhou com acervos estatísticos jamais estudados, e reconhece que isso só foi possível porque apareceu o computador. Obsessivo, mergulhou até nas listas de bilionários das revistas de negócios, mesmo ressalvando que têm pouco valor científico. (Os brasileiros que compraram ações de Eike Batista sabem que é isso mesmo.) Se os números dos bilionários da "Forbes" merecem pouca fé, as carteiras de investimentos das universidades americanas merecem toda. Os patrimônios mobiliários daquelas que têm fundos com mais de um bilhão de dólares cresceram 8,8% ao ano entre 1980 e 2010. Já as pobrezinhas, com menos de 100 milhões, ficaram com 6,1% ao ano. Harvard, com US$ 30 bilhões, teve rendimentos de 10,1% anuais. (As reservas da Universidade de São Paulo encolheram.)


Quando Caroline Astor dava seu baile, o andar de cima sustentava que assim era a vida e o de baixo lotava as ruas para ver a passagem dos magnatas. A partir de amanhã o mundo poderá ver na rede imagens do baile de Anna Wintour. Retratará uma época. O "Capital no Século 21" também está na rede, em inglês, por enquanto. Sai por US$ 21,99.

quarta-feira, 30 de abril de 2014

Capitalismo.

Leio hoje na FOLHA artigo do Professor Delfim Netto elogiando a mais nova sensação do mundo econômico nos últimos dias: o livro do Thomas Piketty. 

A Folha prestou mais um grande serviço traduzindo e publicando na semana passada (26/4) longa e excelente resenha assinada por um competente provocador, o economista Paul Krugman, de um livro destinado a ser um clássico. Trata-se de "Le Capital au XXIe Siècle" (o capital no século 21), de Thomas Piketty, agora traduzido para o inglês. Krugman acredita que ele vai mudar duas coisas: como pensamos a sociedade e como fazemos teoria econômica.

Piketty está nos EUA, numa espécie de "road show" de seu livro, em que expõe a indecente e quase inacreditável concentração da renda e da riqueza do 1% (e do 0,1%) dos americanos mais ricos. Num auditório lotado, foi sabatinado e aplaudido por dois Prêmios Nobel: Joseph Stiglitz e o próprio Krugman. Como de costume, a esquerda apressada viu nisso o espectro de Marx, e a direita retardada, apenas o resultado do mérito!

Os números de Piketty sugerem que o "capitalismo competitivo" está dando lugar a um "capitalismo patrimonialista". É importante insistir que ele rejeita toda grande história com suas leis determinísticas. A concentração da renda é, basicamente, resultado de decisões do sistema político. Em palavras que não são de Piketty, o processo civilizatório depende de um jogo paciente e dialético entre duas instituições fundamentais: a urna (em que cada cidadão tem apenas o seu voto) e o mercado (no qual cada cidadão tem votos proporcionais à sua riqueza), que exige que elas sejam independentes entre si, o que não é um problema trivial. Se o mercado se apropria da urna, o processo civilizatório entra em estagnação ou em regressão. Se a urna se apropria do mercado, temos o populismo, que termina no autoritarismo.

Nos EUA, Piketty afirmou: "Acredito na propriedade privada, mas o capitalismo e o mercado devem ser escravos da democracia, e não o oposto". Ao contrário do que pensam alguns economistas, o amadurecimento do capitalismo não leva, necessariamente, à maior igualdade ou à maior liberdade de iniciativa, duas componentes essenciais do processo civilizatório.

Não é trivial porque o controle político tem, por natureza, de procurar sua perpetuação e reprodução. Estamos diante de um problema que só pode ser resolvido por uma profunda reforma institucional. Por exemplo, o Senado, que é mais facilmente capturado pelo "mercado", deve ter apenas o poder revisor para equilibrar a Federação. O senador não deve ter iniciativa legislativa e, muito menos, suplente. E o deputado deve ser escolhido por uma forma de eleição distrital, para que o custo de campanha seja muito menor e visível aos eleitores.


Esperemos que alguma editora enfrente a tarefa de traduzir e publicar o livro de Piketty.

sábado, 15 de fevereiro de 2014

"The Monuments Men" - 2014.

Para quem gosta de filmes sobre a Segunda Guerra Mundial e torce para que obras de Rodin, Picasso, Michelangelo, Rafael, Matisse, Rembrandt, Leonardo da Vinci e outros nunca sejam destruídas, recomendo Caçadores de Obras-Primas.


quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Qual é o seu FOCO?


Recomendo a todos o excelente FOCO – A atenção e seu papel fundamental para o sucesso, do Daniel Goleman, o famoso autor de Inteligência emocional. São apenas 294 páginas de uma ótima leitura, que faz o leitor realmente sentir-se envolvido durante todo o texto. Já tinha lido na Veja, Exame e Você S/A boas resenhas sobre o livro, o que apenas confirmei após a leitura.       

domingo, 3 de novembro de 2013

Grupo de Estudos sobre Conjuntura Econômica.

É um prazer divulgar o Grupo de Estudos sobre Conjuntura Econômica (GECE), com sede na Universidade Federal Fluminense. 

O link é o que está ai em embaixo:

Conforme o colega Vítor Wilher, "o grupo nasceu sob inspiração do Núcleo de Estudos em Política Monetária (o NEPOM), coordenado pelo nosso amigo Claudio Shikida, lá no IBMEC-BH, www.nepom.wordpress.com. Acho bacana a iniciativa e vejo com bons olhos a difusão da mesma".

"O grupo já publicou inúmeros posts, textos, artigos, resenhas, cartas e um relatório trimestral, titulado "Monitor de Política Monetária". Ademais, já recebemos dois convidados externos à nossa faculdade: Julio Hegedus e Monica de Bolle. Mais dois estão programados para as próximas semanas: Marcelo Mello e Armando Castelar". 

domingo, 18 de agosto de 2013

Lira Neto faz a união de Fernando Henrique e Lula.

No segundo volume da excelente trilogia sobre Getúlio Vargas, Lira Neto simplesmente consegue obter o consenso de FHC e Lula para o seu livro.

Fernando Henrique Cardoso:Li quase de um fôlego só o primeiro volume do livro de Lira Neto sobre Getúlio.”

Luiz Inácio Lula da Silva: “Poucas vezes vi alguém descrever tão bem a história de Getúlio Vargas e do povo gaúcho como o Lira Neto na primeira parte da sua trilogia.”


sábado, 29 de junho de 2013

O sinal e o ruído - por que tantas previsões falham e outras não.


Neste final de semana minha agenda é com o livro do Nate Silver “O Sinal e o Ruído - Por que Tantas Previsões Falham e Outras não.” Conforme li na EXAME trata-se de um dos melhores livros de economia lançado nos Estados Unidos em 2012 e agora aqui no Brasil. Recomendo a todos os colegas economistas que também utilizam a estatística em seus trabalhos.    

Cita a EXAME que “o tema do livro ganha peso quando se lembra das previsões de Nate Silver, estatístico do New York Times, para as eleições norte-americanas. “Não é um livro só de economia, e sim um livro sobre a ciência e arte de fazer previsões”, segundo Tony Volpon, chefe de pesquisa para mercados emergentes do Nomura.


Silver investiga como se pode distinguir sinais verdadeiros em um universo de dados confusos. Para Silver, o excesso de confiança é, geralmente, o motivo da ruína de muitas previsões – e elas poderiam melhorar com um aperfeiçoamento da incerteza.”

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Business Best Sellers.


Neste Carnaval, observando na página seis do caderno “Sunday Business” do “The New York Times” de 03 de fevereiro passado, dos 15 atuais melhores livros de negócios disponíveis na América, estão na nossa estante os títulos abaixo:

  • FREAKONOMICS de Steve Levitt e Stephen Dubner;
  • STEVE JOBS do Walter Isaacson;
  • RÁPIDO E DEVAGAR do Daniel Kahneman;
  • FORA DE SÉRIE do Malcolm Gladwell;
  • O PONTO DA VIRADA, também do Malcolm Gladwell.


Realmente, isso é que é globalização! 

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Oscar e Bafta 2013.

Neste bloco dos filmes, abaixo recomendo os ótimos: ARGO - DJANGO LIVRE - LINCOLN - história e diversão para adultos. E vamos aguardar e torcer no Oscar 2013 próximo dia 24. 

Hoje, o prêmio Bafta, o Oscar britânico, premiou ARGO como o melhor filme do ano. E para Ben Affleck, o merecido prêmio como melhor diretor. Daniel Day-Lewis ganhou como melhor ator pelo excepcional LINCOLN e Christoph Waltz, em DJANGO LIVRE recebeu o prêmio como melhor ator coadjuvante. 

Realmente, os três filmes são imperdíveis e as premiações exatamente merecidas.     



domingo, 28 de outubro de 2012

Da série: minhas leituras - 2.

Esta vai para os Professores Alexandre Schwartsman e Carlos Pio: "As pessoas deveriam sustentar-se graças a seus esforços e àquilo que ganham [...] e depender o menos possível do Estado."

"Ela acreditava que, em contraste com o Estado socialista, o Estado do bem-estar social era perfeitamente compatível com o livre mercado e a democracia. Apresentava o Estado do bem-estar social como o próximo estágio da evolução natural do Estado Liberal".

Trata-se do pensamento da aqui desconhecida Beatrice Ellen Potter, esposa de Sydney Webb, que juntos criaram o conceito de "Estado do bem-estar social" e do "think tank". Em almoço em Oxford, conheceu Alfred Marshall.

Fonte: A imaginação econômica: gênios que criaram a economia moderna e mudaram a história - Sylvia Nasar. 

Da série: minhas leituras - 1.

"Muitos acreditam também que a América Latina jamais enriquecerá devido ao caráter intrinsecamente libertino e carente de seu povo, que além disso sofre do mal da cultura 'ibérica', a tendência a deixar tudo para mañana". 

Fonte: Por que as nações fracassam: as origens do poder, da prosperidade e da pobreza - Daron Acemoglu & James Robinson. .   

domingo, 2 de setembro de 2012

A vitória do capitalismo.


Para seu domingo começar muito bem, leia abaixo a excelente entrevista da FOLHA DE S. PAULO com Sylvia Nasar sobre o seu novo livro "A Imaginação Econômica". Desde a semana passada que aguardo o envio pela SARAIVA desse livro e pela leitura que fiz da biografia do John Nash - "Uma Mente Brilhante", também escrito pela autora, acredito que terei novamente um ótimo texto para reflexão. Em 12 de agosto passado, postei sobre esse livro e continuo recomendando como imperdível leitura. Tenho certeza que alguns fiéis leitores deste blog concordarão com os comentários da Sylvia Nasar, enquanto outros, certamente, terão sérias restrições para algumas afirmações. Isso faz parte da vida econômica. Afinal, a moeda tem duas faces. Boa leitura e um ótimo domingo a todos.

Com a  formação em literatura e economia, a jornalista Sylvia Nasar investiga em livro dois séculos de história do pensamento econômico. Em entrevista, ela conta que se assustou ao descobrir que Marx não entendia conceitos básicos de economia e lamenta que seja mais lembrado que nomes como Alfred Marshall.

A lista de piores livros já escritos, para a jornalista americana Sylvia Nasar, autora do best-seller "Uma Mente Brilhante", inclui "O Capital", de Karl Marx, ao lado de "Minha Luta", de Adolf Hitler.

A falta de carinho em relação ao teórico do marxismo resultou do susto que Nasar, com formação em literatura e economia, tomou ao se aprofundar em sua obra. "Venho de um ambiente acadêmico marxista, então fiquei chocada quando percebi que Marx não entendeu conceitos básicos, como a ideia de juros", diz à Folha, em entrevista por telefone, de Nova York.

Nos últimos anos, Nasar organizou quase dois séculos de historia do pensamento econômico na obra *"A Imaginação Econômica" [trad. Carlos Eugenio Marcondes de Moura, Companhia das Letras, 584 págs., R$ 54,50]*, que chega agora ao Brasil.

O trabalho foi tão extenuante que ela prometeu a si mesma nunca mais escrever outro livro. Os questionamentos sobre Marx, no fim das contas, acabaram se tornando o elemento divertido da pesquisa. "Karl Marx e Friedrich Engels são grandes personagens, cheios de contradições", ela diz.

Contraditórios ou não, ambos foram, para Nasar, "fios constantes" na narrativa econômica nos dois últimos séculos -parte da mesma tradição que levou às manifestações do estilo "Ocupe Wall Street", que tomaram as ruas no ano passado para protestar contra o capitalismo.

Mas a acumulação de capital é um dos heróis de "A Imaginação Econômica". A autora afirma que "nunca houve outro arranjo social que tenha produzido ganhos tão sustentáveis". Essa é a "grande busca" a respeito da qual o título, em inglês, se referia ("Grand Pursuit"). Em português, sumiu a ideia de uma epopeia rumo a um mundo melhor.

Na entrevista a seguir, Nasar fala sobre o resgate de personagens esquecidos pela historiografia econômica, como Alfred Marshall e Beatrice Potter - e sobre aqueles que, acredita, deveriam ser menos lembrados.

Folha - Uma das ideias por trás de "A Imaginação Econômica" é a de que o capitalismo melhorou o padrão de vida no mundo. Mas temos visto protestos de quem pensa o contrário, como o movimento "Ocupe Wall Street".
Sylvia Nasar - Não há nada de novo nessas manifestações. Esse tipo de protesto começou ao mesmo tempo em que ocorreu a revolução nos meios de vida, no século 19. Essas críticas, como as encarnadas por Engels e Marx, foram fios constantes nessa narrativa. Isso é paradoxal. Nunca houve um arranjo social e um conjunto de instituições e de práticas que tenham produzido ganhos tão sustentáveis. Isso não apenas no que diz respeito a consumo material - hoje, a maior parte das pessoas pode fazer escolhas.

Por que então o capitalismo é visto por alguns como um mal?
Toda recessão, não importa se severa ou branda, produz questionamentos sobre se estamos realmente fazendo o melhor que podemos. Isso não é ruim. Um dos temas de "A Imaginação Econômica" é que os gênios da economia sempre pensaram que nós poderíamos fazer melhor.

Mas não acho que esses protestos sejam comparáveis às demonstrações de fúria que foram vistas durante a Grande Depressão, nos anos 30. Hoje, há uma rede de proteção muito maior. Muitos países podem proteger a população.

É o caso do Brasil?
Sim. A grande motivação de John Maynard Keynes e Irving Fisher para advogar pela intervenção estatal como modo de limitar a recessão - opondo-se à ideia de Friedrich Hayek e Joseph Schumpeter de deixar a natureza seguir seu curso - era evitar os riscos políticos.

Não é que eles pensassem que a economia não se recuperaria sozinha, mas que as pessoas iriam buscar soluções que tornariam os desastres piores. Na América Latina, o maior risco político sempre foi o populismo. Na Europa Ocidental e na Ásia, o comunismo.

A sra. diria que o socialismo perdeu a batalha como alternativa ideológica?
O que está falido é a ideia de que um sistema controlado pelo governo poderá produzir uma performance econômica superior, uma performance social superior.

Essa grandiosidade, a não ser para um número pequeno de pessoas, está morta por ora. A ideia de que há um modelo único que será seguido por todos para atingir sucesso econômico não é comprovada por evidência empírica.

Mas, se você está falando sobre socialismo como aquele do Estado de bem-estar social, acho que ele está aqui para ficar.

Recentemente você citou "O Capital", de Marx, como um dos piores livros já escritos.
Eu me diverti enquanto escrevia sobre marxismo. Marx era realmente esperto. Mas, infelizmente, ele nunca entendeu, ou quis entender, a coisa a que ele se dedicava, que era a economia inglesa.

Estudei economia depois de me formar em literatura. Estava em desvantagem. Era tão difícil, para mim, que nunca terminei meu PhD. Mas fiquei chocada quando percebi que Marx não entendeu conceitos básicos, como a ideia de juros. Os erros dele são tão elementares!

As pessoas têm suspeitado da economia como ciência, dizendo que não previu a crise.
Fazemos o melhor em termos de resolver as questões econômicas, e não há uma alternativa real ao pensamento econômico. Não é como na psicologia ou na engenharia, em que teorias competiram por território.

Você disse durante uma entrevista que, se pudesse escolher um livro para o presidente dos EUA ler, seria "A Imaginação Econômica". Em que essa leitura mudaria a política econômica americana?
Eu disse isso? [Risos] Foi realmente sagaz. Acho que, em tempos de crise, ter liderança é realmente importante.

As políticas de Franklin D. Roosevelt não fizeram nada para terminar com a Grande Depressão. As de Herbert Hoover, idem. As pessoas não sabiam o que fazer. Mas eles exalavam otimismo - não um otimismo ingênuo, de que o céu está limpo, mas a confiança de que, na economia de mercado e na democracia, há fundamento para sermos otimistas.

O que eu gostaria de ver é o presidente dos EUA, seja ele quem for, inspirar esse tipo de confiança. Será útil para as pessoas enxergarem que esse não é o fim do progresso. É um problema solucionável.

Na Europa, a impressão que se tem é de que não há solução.
Me surpreende que ainda haja quem argumente que não fazer nada é melhor do que fazer. Que equilibrar o Orçamento é prioridade máxima. Essa ideia não funcionou nos anos 1930!

As pessoas falam em uma "crise europeia", mas hoje há coisas como o seguro-desemprego. A crise não está causando o tipo de sofrimento visto na década de 30. Agora, há um grande colchão. Eles [os europeus] são tão ricos! As pessoas têm tempo de pensar no que funciona melhor. Não foi assim nos EUA.

Estive na Polônia, no outono passado. Todas as vitrines, nos shoppings, tinham como alvo o público jovem. Todas tinham descontos para estudantes. Minha filha me perguntou: "Ei, mãe, mas como estudantes conseguem comprar aqui?"

"Uma Mente Brilhante" era sobre uma pessoa. "A Imaginação Econômica", sobre uma ciência. São abordagens opostas?
Sim. Foi isso o que me deu trabalho. "Uma Mente Brilhante" foi uma tarefa de repórter. Só um jornalista conseguiria fazer. Não havia textos de referência, foram necessárias centenas de entrevistas.

Em "A Imaginação Econômica", lidei com ideias. Foi como escrever dez biografias diferentes. Organizar tantos personagens e teorias em uma história linear exigiu muito esforço. Não sou uma grande pensadora. Sou boa para os detalhes e para as conexões.

Qual seria o resultado de "A Imaginação Econômica", se você não fosse jornalista?
Nenhum economista escreveria esse livro. Eles não dedicariam o tempo deles para isso. É preciso ser um generalista. Cada pessoa, cada evento sobre os quais escrevi no livro tem uma indústria de acadêmicos por trás dele.

Acadêmicos não fazem isso, e não deveriam - mas jornalistas podem entrar em um assunto em "estado de ignorância", confiando na sua habilidade de reunir informações e contar histórias.

Nesse processo, você resgatou personagens esquecidos pelas narrativas tradicionais, como Beatrice Potter e Alfred Marshall.
E Irving Fisher. Quando entrevistei [o economista] Milton Friedman, ele me disse voluntariamente que o maior economista americano do último século foi Fisher. Mas ninguém fora do meio econômico sabe quem ele é. Ele desapareceu do conhecimento popular.

É como Alfred Marshall, que todos tratam como um vitoriano fora da realidade, mas que era muito mais consciente sobre a situação inglesa do que Marx.

Acho isso engraçado. Como é que Marx, o cara que estava errado, terminou como um santo e Marshall, o cara que era realmente uma força criativa, teve suas contribuições minimizadas?

Você esteve ocupada com grandes projetos nos últimos 15 anos. Qual é o impacto na sua vida?
No final de "A Imaginação Econômica", disse aos meus filhos - se eu disser que vou escrever um livro de novo, por favor peguem uma arma e atirem em mim.

Quando você está fazendo uma reportagem, pode entregar o texto ao editor e aproveitar o fim de semana. Quando escreve um livro, está sempre se sentindo culpado. Ou está trabalhando, ou está evitando trabalhar.

Mas foi bom que eu tenha demorado tanto para escrever esse livro. A única época em que as pessoas se interessam por economia é durante recessões.

domingo, 12 de agosto de 2012

Keynes, Hayek, Marx, Engels, Amartya Sen: a imaginação econômica.


Hoje, no caderno Ilustríssima da FOLHA DE S. PAULO, um aperitivo do novo livro da norte-americana Sylvia Nasar. "A Imaginação Econômica" é uma vibrante narrativa da evolução das ideias econômicas, de Marx e Engels a Amartya Sen. Abaixo, leia parte do capítulo sobre um dos protagonistas, John M. Keynes. A Companhia das Letras lança o livro no final do mês. Da autora eu li o ótimo "Uma Mente Brilhante", sobre o genial John Nash, depois no cinema com Russel Crowe no papel do gênio da Matemática. Imperdível leitura.  

O economista britânico John Maynard Keynes descreveu a viagem transatlântica com sua mulher Lydia no Queen Mary, em junho de 1944, semanas antes da conferência monetária internacional de Bretton Woods, New Hampshire, "como um momento extremamente tranquilo, mas também extremamente atarefado".

Viajava na companhia de Friedrich von Hayek e do agora amigo íntimo Lionel Robbins, além de 12 agentes governamentais britânicos. Keynes presidiu mais de 13 encontros a bordo e teve destaque na escrita de dois "rascunhos de bordo" sobre as duas principais instituições que administrariam os acordos monetários do pós-Guerra: o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial.

Nos momentos de folga, ele se estirava numa espreguiçadeira no convés e lia livros. Com uma nova edição da "República", de Platão, e uma biografia de seu ensaísta preferido, Thomas Babington Macaulay, ele leu "O Caminho da Servidão", de Hayek.

Em contraste com seus discípulos mais doutrinários, Keynes era um gênio capaz de defender, em pensamento, duas verdades opostas: "Moral e filosoficamente", ele escreveu numa longa carta a Hayek, "eu me vejo de acordo com quase tudo o que você escreveu; e não apenas de acordo, mas é um acordo que me envolve profundamente".

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Keynes e Krugman: tudo a ver.

O mais recente livro do Paul Krugman, "Um basta à depressão econômica!", é um excelente manual sobre o que os governos ao redor do mundo devem fazer nesta época de recessão econômica. Com apenas 238 páginas, o texto escrito por um Nobel de Economia é, por incrível que pareça, uma aula de economia com sabor de quero mais. Além do que, vai levando o leitor, indiferente de ser a favor ou contra a intervenção estatal na economia, a buscar alternativas para a recuperação da economia mundial. 

Isso posto, estranho o lançamento não constar no site da http://www.ppge.ufrgs.br/akb/default.asp - Associação Keynesiana Brasileira. Penso que, neste momento, as diversas correntes econômicas deveriam reunir as melhores ideias visando melhorar o atual cenário econômico, incluindo nisso um verdadeiro debate entre nós.           

Economia com Samuelson e Nordhaus - 19ª edição.


Sempre que posso procuro acompanhar os lançamentos na área de Economia. Como aqui no Pará a logística é complexa, normalmente os lançamentos demoram a chegar. Porém, hoje, para minha surpresa neste início do final de semana, localizei na Saraiva a 19º edição do clássico ECONOMIA do Paul Samuelson e do William Nordhaus, sem que tivesse lido qualquer notícia sobre esse lançamento que ocorreu em 11.06.2012. 

Uma excelente notícia e uma boa indicação de leitura ou releitura de peso, nestes tempos nos quais em diversos governos pelo mundo, existe uma disparada de gasto público. Inclusive para melhor entender se o recomendável hoje é a mão pesada do estado ou a mão invisível do mercado. A reavaliar com atenção.

A propósito, Samuelson foi o principal seguidor de Keynes nos Estados Unidos e atualmente não sai da cabeça do Obama e, por que não, da presidente Dilma.  

A importância de debater o PIB nas eleições 2022.

Desde o início deste 2022 percebemos um ano complicado tanto na área econômica como na política. Temos um ano com eleições para presidente, ...