Mostrando postagens com marcador MARCELO NERI. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador MARCELO NERI. Mostrar todas as postagens

sábado, 23 de março de 2013

Marcelo Neri - um economista ministro de estado.


Leio agora no UOL, uma nova mudança para o colega Marcelo Neri e desejo-lhe sucesso em suas novas atividades. E que mais economistas destaquem-se, indiferente se no setor público ou privado.   

O economista Marcelo Neri foi nomeado interinamente ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. O decreto foi publicado no "Diário Oficial da União" de sexta-feira (22).

Ele vai acumular a nova função com a presidência do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Neri assume na vaga aberta com a transferência de Moreira Franco (PMDB) para a Secretaria de Aviação Civil, no lugar de Wagner Bittencourt, na semana passada.

A ida de Franco para a pasta da Aviação Civil foi confirmada no último dia 15, junto com a troca de outros dois ministros do governo federal. Na mudança, o deputado Antônio Andrade (PMDB-MG) assumiu o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, enquanto o Ministério do Trabalho e Emprego passou a ser ocupado pelo advogado Manoel Dias, secretário-geral do PDT.

Painel revelou na semana passada a ida de Neri para a pasta, enquanto técnicos do governo traçam plano para vitaminar a Secretaria de Assuntos Estratégicos. A ideia em gestação é que a pasta assuma a interlocução entre "público e privado".

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Marcelo Neri no IPEA: uma vitória da pesquisa.


Leio na FOLHA DE S. PAULO que, oficializado ontem no cargo, o novo presidente do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), Marcelo Neri, 49, afirma que tentará aproximar o instituto dos ministérios para transformar ideias nascidas no meio acadêmico em políticas públicas.

Ele assume um orçamento que, no ano passado, foi de R$ 305 milhões e uma equipe de cerca de 250 pesquisadores. Na sua visão, estrutura de primeira grandeza: "[Essa estrutura] equivale a dez grandes departamentos de economia. As pessoas ganham bem, os salários são bons", diz. "Dá para fazer mais com o que temos".

Neri indica que seu foco é dar uso prático ao conhecimento do instituto. "O que mais ouço é: 'Para que serve o Ipea?'. Como fazer o instituto trabalhar mais para os ministérios é o nosso desafio", diz.

Em uma crítica velada ao ex-presidente do instituto Márcio Pochmann, Neri afirma que buscará unir as diferentes correntes de pensamento econômico que convivem no instituto. Nos últimos anos, o Ipea esteve no centro da rivalidade entre desenvolvimentistas e liberais. "Vejo o Ipea como a seleção. Todos estão jogando pelo Brasil e não pelo time A ou pelo time B", disse Neri, formado na escola liberal.

A ida do economista para o Ipea é atribuída a seus estudos que popularizaram o conceito de "nova classe média" -nome dado à população que saiu da pobreza com ganho de renda. O tema passou a integrar a lista de feitos políticos do PT. Neri, contudo, diz que suas pesquisas nem sempre agradaram ao governo: "Fomos os primeiros a dizer que a miséria havia aumentado no primeiro ano do governo Lula e que a crise de 2009 não tinha sido só uma 'marolinha'". 

Nota: Marcelo Côrtes Neri é economista do 1º time, pesquisador rigoroso e criador de uma agenda de pesquisa fascinante e central. Parabéns ao novo presidente e muito sucesso em sua nova atividade. Destaco que em 23 de junho passado este blog registrou a real possibilidade do Neri assumir o IPEA. Mais uma vez, acertamos.   

sábado, 23 de junho de 2012

Marcelo Neri no IPEA?

Leio na FOLHA de hoje que intelectuais do PT criticam a indicação de Marcelo Neri ao IPEA. Lembro apenas que o economista é o nome preferido da presidente Dilma e que, apesar de não constar na lista do colega Adolfo Sachsida http://bdadolfo.blogspot.com.br/search?updated-max=2012-06-08T16:32:00-03:00&max-results=7é um nome bem referenciado.   

Indicado para dirigir o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), o economista Marcelo Neri é hoje o nome preferido da presidente Dilma Rousseff ao posto, mas enfrenta resistência da ala desenvolvimentista do governo.
Sugerido ao cargo pelo ministro Moreira Franco (Secretaria de Assuntos Estratégicos), Neri tem o aval do ministro Guido Mantega (Fazenda), egresso da Fundação Getúlio Vargas, tal como Neri.
Apesar do apoio robusto, a reação a ele cresce à medida que a definição do futuro presidente do órgão é protelada.
Economistas do Ipea tradicionalmente ligados ao PT torcem o nariz para a indicação, apesar de Neri, colunista da Folha, ter feito repetidos elogios à política de inclusão social de Lula.
Nos últimos dias, a economista Maria da Conceição Tavares, uma das gurus do pensamento petista, passou a liderar um movimento para emplacar outro titular.
Uma das alternativas é José Carlos Miranda, ex-representante do Brasil no BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), mas sem amplo apoio nos bastidores.
Dilma busca um nome de "peso" para comandar o instituto e, segundo interlocutores, vê esse perfil em Marcelo Neri. A expectativa é que a decisão seja tomada a partir da semana que vem.
Por trás da resistência a Neri está uma tradicional rivalidade no mundo acadêmico: o antagonismo entre os economistas da PUC-Rio, liberais, e os da Unicamp, desenvolvimentistas -defensores de uma maior intervenção do Estado na economia.
Do ponto de vista político, o PSDB é adepto da primeira escola, e o PT, da segunda.
Também está no páreo Vanessa Petrelli, presidente interina do Ipea, mas com chances consideradas pequenas.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Ano 1 depois da Dilma.


MARCELO NERI, 48, é economista-chefe do Centro de Políticas Sociais e professor da EPGE, na Fundação Getulio Vargas, e autor de "Microcrédito, o Mistério Nordestino e o Grameem Brasileiro" (editora da Fundação Getulio Vargas) e "A Nova Classe Média" (editora Saraiva). Escreveu este artigo especialmente para a FOLHA DE S. PAULO. 

No dia 1º de janeiro deste ano escrevi neste espaço sobre as perspectivas sociais do novo ano. Meu ponto era que o impacto da crise europeia aqui seria conhecido somente no dia seguinte após a passagem do ano gregoriano. As crises asiática de 1997 e do Lehman Brothers de 2008, ambas de setembro, repercutiram nas séries apenas em janeiro do ano seguinte (a crise de desemprego e a ressaca de 2009).

Entre os dois artigos, desci aos microdados da POF, os mais completos em termos de abrangência dos conceitos de renda e de despesa. Constatei que a crise aportou no bolso do brasileiro na primeira semana de 2009. A pobreza sobe 11% quando comparada à última semana de 2008. Tal como os dados semanais da PME sugeriam, a crise de 2008 não foi nem tsunami nem marolinha, mas ressaca tão forte quanto passageira.

Nos idos de 2009, divulgamos pesquisa com dados até dezembro de 2008 sem observarmos nenhum impacto relevante nos primeiros três meses e meio depois da crise. Desigualdade e pobreza mantiveram viés de baixa até a reversão da primeira semana de 2009. A ponto de lançarmos logo novo capítulo do que virou a série "Crônica de uma crise anunciada".

Apesar das limitações da PME, todas as grandes inflexões de distribuição de renda dos últimos 20 anos foram antecipados por ela (www.fgv.br/cps/debatesocial), como aquelas provocadas pela estabilização do Plano Real, a quebra da desigualdade inercial e a ascensão da nova classe média (real do Lula). Ou você quer ficar ilhado na última Pnad disponível (hoje, a de setembro de 2009)?

Lanço no dia 7 de março, às 19h, na Bolsa de Valores de São Paulo, livro que ensina todos os nós de marinheiro para você navegar com os emergentes. Fecha parênteses.

A fim de não nos afogarmos na flutuação dos números, esperamos a virada da maré de janeiro para aferir o efeito da instabilidade europeia intensificada em agosto.

Janeiro de 2012 coincide com o marco ano 1 depois da Dilma. Pois bem, as variações de 12 meses mostram:

1) crescimento da renda familiar per capita média da PME de 2,7%, que coincide com o crescimento observado entre 2002 e 2008, apelidado por muitos de "era de ouro mundial", e superior ao 0% do ano 1 depois da crise de 2008; 2,7% de crescimento também coincide com o crescimento do PIB total de 2011, recém-anunciado pelo Banco Central. A diferença é o crescimento populacional de pouco menos de 1%, mantendo a tendência, observada desde o fim da recessão de 2003, da renda das pesquisas domiciliares crescerem mais que o PIB;

2) A desigualdade tupiniquim continua em queda de 2,13% ao ano, ante o 1,11% observado no período de 2001 a 2009, conhecido como o de "queda da desigualdade brasileira". O Gini brasileiro foi, de 1970 a 2000, quase uma constante da natureza. A desigualdade brasileira está hoje 3,3% abaixo do seu piso histórico de 1960;

3) Como consequência, a pobreza segue sua saga descendente ao ritmo de 7,9% ao ano, superior aos 7,5% ao ano da "era de ouro" citada. Reduzimos em 2011 a pobreza num ritmo três vezes mais rápido que o necessário para cumprir a Meta do Milênio da ONU de reduzir a pobreza à metade em 25 anos.

Na leitura de 2011, não devemos esquecer que o Pibão e a histórica queda de 16,3% da pobreza observados em 2010 foram ao sabor da retomada da crise e do ciclo político eleitoral que inflam a amplitude de comparação.

A economia brasileira estava superaquecida no começo de 2011, assim como em 2008. A crise, como uma inesperada chuva de verão, esfriou a inflação de demanda anunciada. Sorte ou não, os resultados sugerem que o brasileiro, tal como Ayrton Senna, anda bem debaixo de chuvas e trovoadas de uma crise internacional. Nosso desempenho relativo depois das crises foi melhor do que a da "era de ouro mundial".

Agora, como se diz, o ano novo brasileiro só começa na semana depois do Carnaval. Nesse caso, temos de esperar para ver o que acontece amanhã -primeira segunda-feira após o Carnaval.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Crescimento inclusivo sustentável?

Dois prêmios Nobel em Economia, Amartya Sen e Joseph Stiglitz, apresentaram os resultados de um relatório elaborado por uma comissão formada a pedido do presidente francês, Nicolas Sarkozy. A Comissão para Mensuração do Desempenho Econômico e Progresso Social contou com outros 21 pesquisadores de renome, incluindo Angus Deaton e James Heckman. O conteúdo do relatório acaba de ser publicado sob o título "Mismeasuring Our Lives".

Não cabe aqui discutir esse relatório em profundidade, nem mesmo as críticas que possam ser ventiladas a seu respeito, mas aplicar suas quatro principais conclusões ao caso brasileiro pós-recessão de 2003. Senão vejamos:

1) PIB X PNAD - O trabalho alerta quanto à necessidade de se melhorar as atuais medidas de desempenho econômico que se centram no Produto Interno Bruto (PIB). Em particular, enfatizar a perspectiva da renda e consumo do domicílio para melhor aferir padrões materiais de vida médios. Nesse aspecto, cabe lembrar que, embora no longo prazo no caso brasileiro a evolução de agregados como PIB das contas nacionais e a renda da Pesquisa nacional de Amostras a Domicílio (PNAD) apresentam tendências semelhantes, há um forte descolamento no período 2003 a 2009 quando a renda média cresceu 11,3 pontos percentuais a mais que o PIB. De acordo com a visão objetiva das pessoas, os seus respectivos padrões médios de vida estão crescendo mais do que o PIB sugere. Na maioria dos outros países, inclusive China e Índia, tem acontecido o reverso, as respectivas PNADs indicam crescimento menor que o do PIB.

2) Sustentabilidade - Considerar estoques de ativos como, por exemplo, incorporar atributos ambientais para analisar a sustentabilidade dos indicadores de desempenho ao longo do tempo, isto é, se os atuais níveis de bem-estar podem ser mantidos para gerações futuras. Não vou entrar nas variáveis ambientais que não são a minha praia mas nos estoques de ativos captados pela PNAD. Calculamos a partir de equação de salários de indicadores de potencial de geração de renda baseados em ativos produtivos como capital humano (educação de todos os membros no domicílio e de sua utilização (posição na ocupação), capital social (associativismo) e capital físico (computadores, contribuição previdenciária pública e privada etc). Calculamos também, usando o mesmo método e métrica, índices de potencial de consumo (duráveis, moradia etc). No período entre 2003 e 2009, os primeiros cresceram 38% a mais que os segundos indicando sustentabilidade dos padrões de vida assumidos. Na década de 90 aconteceu o oposto - o indicador de consumo subiu mais do que o de capacidade de produção. Apesar da importância do crescimento do crédito ao consumidor e das transferências públicas sociais como benefícios da previdência e o Bolsa Família, o crescimento da educação e do emprego formal (embora em níveis ainda muito precários) são comparativamente mais relevantes para explicar as transformações em curso, sugerindo sustentabilidade do processo de crescimento.

3) Inclusão - Medidas de renda, consumo e riqueza devem estar acompanhadas por indicadores que reflitam sua distribuição. Num país apelidado de Belíndia esse tipo de consideração é de importância capital pois a média esconde mais do que revela. No período 2003 a 2009 o crescimento da renda real per capita da PNAD dos 10% mais pobres foi 69%, caindo monotonicamente a medida que nos aproximamos, décimo a décimo, dos 10% mais ricos quando atinge 12,6%. Ou seja, a taxa de crescimento dos mais pobres foi 550% maior que a dos mais ricos. É o que se pode chamar de espetáculo de crescimento mas apenas dos mais pobres que tem crescido a taxas chinesas. Mais uma vez na China e na India ocorre o oposto, aumento de desigualdade.

4) Percepção - Por fim, a conjugação de medidas objetivas e subjetivas de bem-estar, mediante o uso de questões captadas nas avaliações das pessoas, para se obter um retrato mais fidedigno da qualidade de vida nos países. Ou seja, não basta melhorar de vida é preciso que as pessoas percebam essa melhora. Como a PNAD não dispõe de informações quanto à percepção das pessoas, usamos os índices globais do Gallup World Poll. Em 2009, o Brasil se situava em 17º lugar entre 144 países. Entre 2006 e 2009 a felicidade geral da nação sai do 22º lugar entre 132 paises para 17º lugar em 144 países.

Em suma, podemos dizer que o avanço econômico brasileiro nos últimos seis ou sete anos não constitui um espetáculo de crescimento, o PIB Brasil tem crescido na mediana da América Latina que não tem sido a região mais dinâmica do mundo. A PNAD nos sugere crescimento maior que o do PIB. À luz das recomendações da comissão, a qualificação desse crescimento seria inclusivo e sustentável, não apenas em termos da objetividade dos brasileiros entrevistados em suas casa, como também na sua subjetividade.

A importância de debater o PIB nas eleições 2022.

Desde o início deste 2022 percebemos um ano complicado tanto na área econômica como na política. Temos um ano com eleições para presidente, ...