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sexta-feira, 6 de março de 2020

Valor: O PIB e a felicidade - Armando Castelar Pinheiro.

Dos textos que li sobre os protestos do final do ano passado na América Latina, um dos mais interessantes foi o de Sebastian Edwards, professor da UCLA (bit.ly/39iyhDc). Edwards tenta explicar porque no Chile, depois de o PIB per capita mais que triplicar entre 1985 e 2018, a desigualdade cair, até mais que no Brasil, entre 2000 e 2016, e o país conquistar o mais alto Índice de Desenvolvimento Humano da América Latina, o povo foi (e vai) para as ruas protestar com tanta força, a ponto de se querer trocar a Constituição atual.
A resposta para ele é que as pessoas percebem os resultados do modelo de desenvolvimento adotado pelo país de forma diferente do que mostram os indicadores econômicos. Edwards ilustra isso com a posição do Chile no Índice de Qualidade de Vida construído pela OCDE (bit.ly/2x6quu3). Dentre os 40 países para os quais há dados para 2017, o Chile está na 34ª posição, apenas uma à frente do Brasil, um país cuja renda per capita é 37% menor. No geral, há uma correlação entre renda e posição no ranking do indicador, mas essa é menos que perfeita: Austrália e Islândia, por exemplo, estão mais bem situadas do que os EUA, ainda que tenham PIB per capita mais baixo.
Dentre oito fatores que podem impactar a felicidade, segundo Layard, o aumento da renda está em 5º lugar
Dos 11 indicadores que compõem o índice, o Brasil fica na frente do Chile em cinco: meio ambiente, saúde, satisfação com a vida, comunidade (Chile é o 4º pior entre os 40) e engajamento cívico (Chile é o pior dos 40 países). O Chile, por sua vez, supera o Brasil em renda, moradia, empregos, educação, equilíbrio de vida e segurança (neste o Brasil tem a pior posição entre os 40 países).
Essa discussão acabou me levando ao recém-lançado livro do economista e professor do London School of Economics, Richard Layard, “Can We Be Happier? Evidence and Ethics” (bit.ly/39dVExE). Layard é uma espécie de guru da proposta de que o objetivo principal das políticas públicas, em especial da política econômica, não deveria ser promover o aumento do PIB, mas da felicidade.
No livro, Layard trabalha com várias pesquisas sobre o que faz as pessoas felizes e que ações as empresas, os governos e outros atores podem desenvolver nesse sentido. O contexto é o dos países ricos, de forma que não é imediato transferir suas conclusões para países como o Brasil e o Chile. Mas me chamou a atenção uma passagem em que ele observa que o populismo nos países ricos nada mais é que a manifestação de uma insatisfação antiga, mas que só agora vem à superfície, pela perda de legitimidade das elites, com a crise de 2008, e “a legitimação pelas mídias sociais da rudez”. Para mim, bate com o visto ano passado na América Latina.
Dentre oito fatores que podem impactar a felicidade das pessoas, o aumento da renda aparece em quinto lugar. Mais importante, nessa pesquisa, é, em ordem crescente, ter um parceiro, ter saúde física, ter um trabalho de boa qualidade e, principalmente, ter saúde mental. O tema da saúde mental ocupa boa parte da discussão no livro, com Layard argumentando que se dá pouca atenção a um problema que causa muito sofrimento a muita gente. O livro também aponta que estar desempregado causa infelicidade e que, mais importante do que crescer a renda, é minimizar as flutuações cíclicas, mantendo baixo o desemprego.
O livro também discute alguns resultados do Relatório Mundial da Felicidade, produzido pela ONU (worldhappiness.report/), que ordena um conjunto de 156 países pelo seu grau de felicidade, discutindo como esta evoluiu no último decênio. No relatório de 2019, o Brasil aparece na 32ª posição, seis atrás do Chile. A diferença no valor do indicador é, porém, pequena e explicada pelo diferencial de renda. Finlândia, Dinamarca, Noruega e Islândia ocupam as primeiras posições.
É desanimador examinar a evolução temporal dos componentes desse indicador no caso brasileiro. Pioramos bastante na confiança no governo nacional, na qualidade da democracia e na qualidade dos serviços entregues à população, e um pouco em termos de apoio social, liberdade para fazer escolhas e generosidade. Mas o mais assustador são os resultados para a questão de se “é possível confiar na maioria das pessoas”: apenas 7% dos brasileiros acreditam que sim, contra 12% no Chile e valores entre 40% a 60% nos países ricos e China.
No seu livro, mesmo sem explicitar isso, Layard em vários momentos defende posições que poderiam ser consideradas conflitantes com o modelo neoliberal, em função do individualismo, do egoísmo e do isolamento social que este parece trazer junto. Layard também defende um Estado mais ativo; por exemplo, no tratamento e ajuda a pessoas com problemas de saúde mental.
Edwards vai mais longe. Para ele, os protestos no Chile vão mudar dramaticamente a forma como o país funciona: “O experimento neoliberal está morto”, vaticina ele. O mais provável agora é que o Chile tente copiar o modelo dos países nórdicos, com uma sociedade mais igualitária e um papel mais ativo para o Estado, que se responsabilizaria por prover serviços em saúde e educação. Em síntese, vai focar mais na felicidade e menos no PIB.
Em um momento em que estamos buscando (necessárias) reformas de cunho liberal, esses são ensinamentos que deveriam ser levados em conta.

segunda-feira, 2 de março de 2020

PIB cresceu 1,1% em 2019, projetam analistas - Valor Econômico em 02/03/2020.

Quando divulgar as Contas Nacionais na quarta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) deve confirmar o esperado: que o Produto Interno Bruto (PIB) fechou 2019 com um crescimento tímido, ao redor de 1%, pelo terceiro ano consecutivo. E com uma frustrante desaceleração no quarto trimestre na comparação com o terceiro. Mediana das estimativas colhidas pelo Valor Data aponta que a economia cresceu 1,1%, após expansão de 1,3% em 2017 e em 2018.
No quarto trimestre, a mediana mostra alta de 0,5% na comparação com o terceiro trimestre, quando subiu 0,6%, feito o ajuste sazonal. O intervalo das projeções vai de 0,3% a 0,7%.

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

André Nassif hoje no Valor Econômico - Nova frustração no crescimento e estagnação secular no Brasil.

Após cinco anos da Grande Recessão brasileira (2015-2016), cabe um balanço das políticas econômicas para sustentar a retomada do crescimento econômico no Brasil. Em 2015, a despeito da enorme contração do produto real, escalada do desemprego e aumento da capacidade ociosa, uma política monetária contracionista foi necessária para reverter o expressivo descolamento das expectativas inflacionárias futuras da meta de inflação anual de 4,5%. Entre janeiro e dezembro de 2015, a taxa Selic saltou de 12,25% para 14,25% ao ano, permanecendo neste nível até outubro de 2016. Com a convergência do IPCA para o centro da meta de inflação, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) reduziu lentamente a taxa de juros básica, até atingir a mínima histórica atual, de 4,25% ao ano.

A crítica principal ao Copom diz respeito não ao aperto monetário na fase inicial da recessão, mas à lentidão com que os juros básicos foram reduzidos nos últimos dois anos, mesmo com expectativas de inflação abaixo da meta, enorme ociosidade e desemprego em massa da força de trabalho.

O governo aposta que a austeridade fiscal será o principal fator de sustentação de um novo ciclo de expansão

Esse ambiente fortemente depressivo da economia brasileira foi reforçado pelo ajuste fiscal em curso desde 2017, concentrando-o apenas na queda dos gastos correntes governamentais (Emenda do Teto de Gastos), mas descartando outras alternativas que contemplassem tanto o lado das despesas como o das receitas orçamentárias, e preservassem um piso mínimo para os investimentos públicos, que despencaram para níveis insatisfatórios no período recente.

O governo continua apostando na hipótese de que a austeridade fiscal será o principal fator de retomada e sustentação de um novo ciclo de expansão. Seus defensores argumentam que, com corte dos gastos públicos, uma maior consolidação fiscal proporcionará a confiança necessária para que os credores do governo não alimentem expectativas de calote da dívida pública e os empresários se disponham a expandir a produção. Essa hipótese sustenta que a recuperação econômica virá fundamentalmente do lado da oferta agregada.

Depois da crise financeira de 2008, ajustes fiscais baseados na hipótese da austeridade expansionista jamais foram adotados nos Estados Unidos, enquanto na zona do Euro, embora tenham sido adotados, redundaram em notório fracasso. É fácil entender por que: corte permanente de gastos governamentais acarreta retração incremental da produção, renda e emprego em escala nacional, reduzindo o crescimento e a arrecadação de impostos. Ao fim e ao cabo, a economia cresce menos e a situação fiscal piora.

No caso brasileiro, mesmo perante as evidências de enorme ociosidade, queda da massa salarial em virtude do elevado desemprego, investimento anêmico e retração das exportações - em suma, insuficiência crônica de demanda efetiva -, o governo continua apostando em que a economia dessa vez decolará, com crescimento do PIB real em torno de 2% em 2020. Dados os aspectos estruturais e conjunturais da economia brasileira, minha avaliação é que essa projeção deverá se revelar, mais uma vez, frustrante.

A maior parte do mercado acredita que, na ausência de fatores externos adversos - como os imprevisíveis impactos do coronavírus sobre a economia mundial -, as taxas de juros básicas em níveis historicamente mínimos (4,25% ao ano, equivalente a cerca de 1% ao ano em termos reais) terão potência suficiente para destravar o crescimento, seja pelo barateamento do custo de capital para investimento, seja pela expansão do consumo das famílias. O curioso é que, mesmo com uma taxa de crescimento do produto industrial pífio no último trimestre de 2019, dissipação dos efeitos positivos das medidas de estímulo ao consumo proporcionados pelos saques das contas ativas do FGTS, queda das vendas externas e PIB real efetivo rodando 4% abaixo do PIB potencial, o governo e o mercado financeiro alimentam a quimera de que o Brasil poderá crescer em torno de 2% em 2020.

Há boas razões para duvidar que isso ocorra, mesmo que eventuais choques externos fiquem fora do radar. Se a equipe econômica não se convencer de que a agenda de reformas estruturais para destravar a oferta agregada, como a previdenciária, tributária, concessões públicas etc., só produz efeitos no médio e no longo prazos e que, sem medidas efetivas de estímulo à demanda agregada, a economia não conseguirá sustentar uma recuperação mais firme, o mais provável é que a economia brasileira cresça em torno de 1,5% ou até menos. Os fatores que justificam tal projeção são eminentemente internos, e nada têm a ver com as turbulências internacionais em curso.

Primeiro, o nível de endividamento das famílias ainda continua elevado; segundo, a recuperação do mercado de trabalho segue lenta para proporcionar incremento robusto do consumo agregado; terceiro, diversas estimativas registram queda expressiva do PIB potencial entre 2015 e 2017 e, a despeito da reversão dessa tendência no período subsequente, o fato é que a queda do PIB real efetivo foi bem mais acentuada do que o PIB potencial desde o início da recessão até o presente, o que confirma um hiato do produto exageradamente negativo, consistente com um ambiente econômico depressivo, e não com uma economia em recuperação cíclica sustentada; e, finalmente, a queda do PIB potencial, aliada a fatores como expectativas de inflação abaixo ou em torno da meta para 2020 e 2021 e forte redução dos prêmios de risco-Brasil, sugere que a taxa de juros real neutra (aquela taxa não observada, consistente com um hiato do produto zero e com inflação estável e na meta) pode ter caído expressivamente e se encontrar abaixo da taxa de juros Selic em termos reais.

Esse conjunto de fatores sugere que, sem estímulos adicionais à demanda agregada, a política monetária per se não terá potência suficiente para produzir recuperação econômica mais robusta. Esse cenário fica agravado pelo fato de que a enorme depreciação cambial observada desde o segundo semestre do ano passado não produziu qualquer efeito positivo nas exportações. Isso não é tudo. Déficit em conta-corrente de 2,8% do PIB em 2019 - cifra totalmente atípica para uma economia travada -, insuficiência de demanda agregada e taxa de crescimento da produtividade do trabalho praticamente nula sinalizam clara tendência de estagnação secular da economia brasileira.

Para além da agenda de reformas microeconômicas, a reversão dessa tendência requer medidas imediatas de estímulo à demanda agregada, em especial a expansão dos investimentos públicos.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Jeffrey Sachs: Wall Street não pode queimar Bernie.

Valor Econômico - Jeffrey Sachs - 27/02/2020


O narcisismo e a falta de noção panglossiana da elite de Wall Street são uma maravilha de se ver. Empoleirados no poder, gozando de isenções de impostos, dinheiro fácil e mercados de ações em alta, eles têm certeza de que tudo é perfeito neste melhor de todos os mundos possíveis. Os críticos devem ser idiotas ou demônios.

Quando estou em sua companhia e menciono meu apoio a Bernie Sanders para concorrer à eleição presidencial dos EUA recebo ohs! de espanto, como se tivesse invocado Lúcifer. Eles têm certeza de que Sanders é inelegível, ou de que, se de alguma forma for eleito, ele provocará o colapso da república. Em diferentes graus, os mesmos sentimentos podem ser encontrados até em meios de comunicação “liberais”, como o New York Times e o Washington Post.

Políticos de ambos os partidos fazem o que as elites querem pelo menos desde que Reagan assumiu em 1981. A proximidade entre Wall St e Washington é bem capturada em foto de 2008 que circula: Trump, Bloomberg e Clinton jogando golfe juntos. É uma grande família feliz

Esse desdém é ao mesmo tempo revelador e absurdo. Na Europa, Sanders seria um socialdemocrata convencional. Ele quer restaurar alguma decência básica para a vida americana: assistência médica universal financiada publicamente; salários acima da linha da pobreza para trabalhadores de período integral, juntamente com benefícios básicos, como licençamaternidade e licença remunerada para doenças; educação universitária que não leve os jovens adultos a ter uma dívida por toda a vida; eleições que bilionários não possam comprar; e políticas públicas determinadas pela opinião pública, e não pelo lobby empresarial (que chegou a US$ 3,47 bilhões nos Estados Unidos em 2019).

O público dos EUA apoia essas posições por grande maioria. Os americanos querem que o governo garanta serviços médicos para todos. Eles querem impostos mais altos para os ricos. Eles querem uma transição para a energia renovável. E eles querem limites para a influência do dinheiro na política. Todas essas são posições fundamentais de Sanders, e são corriqueiras na Europa. No entanto, com cada vitória de Sanders nas primárias, a elite confusa de Wall Street e seus gurus favoritos se surpreendem como um “extremista” como Sanders vence a votação.

O resultado, de qualquer maneira, é o descaso chocante da elite (e da mídia da elite) com as vidas da maioria dos americanos. Eles não sabem ou não se importam com o fato de que dezenas de milhões de americanos não têm cobertura básica de saúde e as despesas médicas levam à falência cerca de 500 mil a cada ano, ou que uma em cada cinco famílias americanas tenha patrimônio líquido zero ou negativo e quase 40% tenham dificuldades para suprir necessidades básicas.

E a elite mal percebe os 44 milhões de americanos sobrecarregados com dívidas estudantis que somam US$ 1,6 trilhão, um fenômeno praticamente desconhecido em outros países desenvolvidos. E, embora as bolsas de valores tenham disparado e enriquecido as elites, as taxas de suicídio e outras “mortes de desespero” (como as overdoses de opioides) também dispararam, à medida que a classe trabalhadora caiu ainda mais na insegurança financeira e psicológica.

Uma das razões pelas quais as elites não percebem esses fatos básicos é que há muito tempo elas não são chamadas a prestar contas. Políticos americanos de ambos os partidos fazem o que elas querem pelo menos desde que o presidente Ronald Reagan assumiu o cargo, em 1981, e abriu caminho para quatro décadas de cortes de impostos, quebra de sindicatos e outras vantagens para os super-ricos. A proximidade entre Wall Street e Washington é bem capturada em uma foto de 2008 que voltou a circular: Donald Trump, Michael Bloomberg e Bill Clinton jogando golfe juntos. É uma grande família feliz.

A intimidade de Clinton com os bilionários de Wall Street é reveladora. Essa era a norma para os republicanos desde o início do século XX, mas os vínculos estreitos de Wall Street com os democratas são mais recentes. Como candidato à Presidência em 1992, Clinton manobrou para ligar o Partido Democrata ao Goldman Sachs por meio de seu então copresidente, Robert Rubin, que depois se tornou secretário do Tesouro de Clinton.

Com o apoio de Wall Street, Clinton ganhou a Presidência. A partir de então, os dois partidos dependem de Wall Street para o financiamento de campanhas. Barack Obama seguiu o manual de Clinton nas eleições de 2008. Uma vez no cargo, Obama contratou os acólitos de Rubin para formar sua equipe econômica.

Wall Street certamente foi compensada pelo que gastou com campanhas. Clinton desregulamentou os mercados financeiros, o que permitiu o surgimento de gigantes como o Citigroup (onde Rubin se tornou diretor depois de deixar a Casa Branca). Clinton também acabou com os pagamentos de assistência social para mães solteiras pobres, com efeitos prejudiciais para as crianças pequenas, e intensificou o encarceramento em massa de jovens afro-americanos. Obama, por sua vez, em boa parte deu livre trânsito para os banqueiros que causaram a quebra de 2008. Eles receberam socorro financeiro e convites para jantares na Casa Branca, em vez da pena de prisão que muitos mereciam.

Com a mega-arrogância de um megabilionário, o ex-prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, acredita que pode comprar a indicação democrata ao gastar US$ 1 bilhão de sua fortuna de US$ 62 bilhões em anúncios de campanha e assim derrotar o colega bilionário Donald Trump em novembro.

Este também é muito provavelmente um caso de falta de noção. As perspectivas de Bloomberg murcharam assim que ele apareceu no palco de debates com Sanders e os outros candidatos democratas, que lembraram aos espectadores o passado republicano de Bloomberg, as alegações de ambientes de trabalho hostis para mulheres nas empresas de Bloomberg, e seu apoio a táticas policiais duras contra jovens afro-americanos e homens latinos.

Ninguém deve subestimar o dilúvio de histeria que Trump e Wall Street tentarão criar contra Sanders. Trump acusa Sanders de tentar transformar os EUA na Venezuela, quando o Canadá ou a Dinamarca são as comparações óbvias. No debate de Nevada, Bloomberg, de forma ridícula, classificou o apoio de Sanders à representação de trabalhadores nas diretorias das empresas, como prevê a política de codeterminação da Alemanha, de “comunista”.

Mas os eleitores americanos agora ouvem algo diferente: assistência médica, educação, salários decentes, auxílio-doença, energia renovável e o fim dos incentivos fiscais e da impunidade para os super-ricos. Tudo parece eminentemente sensato, de fato até convencional, quando se deixa de lado a retórica de Wall Street, que é a razão pela qual Sanders tem vencido - e pode vencer de novo em novembro.

A importância de debater o PIB nas eleições 2022.

Desde o início deste 2022 percebemos um ano complicado tanto na área econômica como na política. Temos um ano com eleições para presidente, ...