sábado, 17 de fevereiro de 2018

Celso Ming no Estadão: Tranca no bitcoin.

Autoridades do mundo inteiro parecem alarmadas com as portas arrombadas pelo bitcoin e pelas demais criptomoedas. Querem agora providenciar as trancas. Mas não estão seguras sobre o que fazer.

Até recentemente essas criaturas digitais não despertavam mais do que curiosidade – e cobiça. Eram consideradas ou anomalias monetárias ou uma dessas tantas novidades de fôlego curto. Mas, nove anos depois de lançado o pioneiro bitcoin, esse segmento alcança valor de mercado de US$ 180 bilhões, já comparável com o ativo global em diamantes, quantificado em alguma coisa ao redor dos US$ 250 bilhões.

A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde, advertiu dia 12 que essas moedas foram beneficiadas pelo vácuo regulatório e se tornaram “sistemas de lavagem de dinheiro e de financiamento do terrorismo”. O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, foi claro durante a reunião do Fórum Econômico Mundial: “Embora encoraje o financiamento à tecnologia e a inovação, quero ter certeza de que os mercados financeiros são saudáveis e não são usados para atividades ilícitas”. Também a primeira-ministra da Grã-Bretanha, Theresa May, avisou que seu governo encara as criptomoedas com muita seriedade, porque “têm sido usadas por criminosos”.

Japão, China, Coreia do Sul e Índia já vêm impondo restrições ao lançamento e às transferências de criptomoedas, fator que aparentemente tem sido a causa da enorme volatilidade das cotações.

Alemanha e França, por sua vez, pretendem discutir na reunião de cúpula de chefes de Estado e presidentes de bancos centrais do Grupo dos 20, a ser realizada em março na Argentina, propostas para regulamentar esse novo segmento.

Por aí se vê que a principal preocupação das autoridades não é coibir a proliferação de criptomoedas (hoje são 1,5 mil) e, assim, eliminar a ameaça de quebra do monopólio estatal de emissão de moeda, mas impedir que sejam usadas para atividades ilícitas.

Na terça-feira, o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, remou contra essa corrente: “Não é responsabilidade do BCE regular bitcoin”. Não é o que pensa a cúpula do BIS (Bank for International Settlements), que atua na compensação de pagamentos entre bancos centrais. Em documento disse o contrário: os bancos centrais devem preparar-se para intervir.

Mas como intervir? As primeiras sugestões são de identificar os que lidam com essas moedas: os que “mineram”, os que as adquirem nos lançamentos (ICOs - Inicial Currency Offer) e os que as renegociam. Mas não ficam nisso. Chegam até a proibir seu funcionamento.

Há duas limitações importantes para essas iniciativas oficiais. A primeira é a de que a própria natureza das criptomoedas é global, descentralizada e garantidora do anonimato. Se for proibida nos grandes países, sabe-se lá por que mecanismos, nada a rigor impediria que as transações continuassem de qualquer ponto do globo ou da nuvem cibernética. O que as autoridades podem tentar com mais eficácia é proibir as ICOs, os lançamentos no mercado financeiro destinados a arrecadar dólares para iniciar uma nova criptomoeda.

A outra grande limitação – e risco – é a de que uma regulamentação abrangente e supostamente eficaz iniba o desenvolvimento tecnológico e a inovação, o que seria desastroso para todos.

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Previsões para 2018: PIB, inflação, dólar e Selic.

Um grande banco brasileiro estima para o final deste 2018 os seguintes números:

PIB: 3,0%

Taxa de Inflação (IPCA): 3,66%

R$/US$ final do ano: R$ 3,30

Taxa Selic final do ano: 6,75% 

A conferir em 31/12/2018!

IBGE: Serviços fecham 2017 com queda de 2,8%.

O volume de serviços no Brasil caiu 2,8% em 2017, na comparação com o ano anterior. Já a receita nominal fechou o ano com alta de 2,5%. Os dados constam da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada hoje (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em dezembro de 2017, o setor de serviços cresceu 1,3% em volume na comparação com novembro. Na comparação com dezembro de 2016, o volume cresceu 0,5% e interrompeu uma sequência de 32 quedas consecutivas.

“Estávamos desde março de 2015 sem resultados positivos [na comparação do mês com o mesmo período do ano anterior]. É um resultado só, não podemos ainda afirmar que se trata de uma recuperação. Mas, lógico, é um fato positivo. Por enquanto, só podemos ver essa reação no segmento de transportes”, disse o gerente da pesquisa, Roberto Saldanha.

A receita nominal cresceu 0,9% na comparação com novembro e 5% na comparação com dezembro de 2016.

No Estadão: Os juros e o cenário de riscos.

Fundamental para o crescimento econômico e para a estabilidade de preços, a política de juros, conduzida no dia a dia pelo Banco Central (BC), depende dos Três Poderes, embora esse fato seja raramente citado nas discussões. Haveria maior segurança para novos cortes da taxa básica, a Selic, se pelo menos a base do governo apoiasse a pauta indispensável à correção das finanças públicas e à expansão segura dos negócios e do emprego. As próximas decisões do Comitê de Política Monetária (Copom) dependerão, naturalmente, de vários fatores, como o cenário global, o ritmo da atividade interna e a evolução dos preços, talvez até com a surpresa de uma inflação menor que a prevista. Mas a gestão das contas oficiais e as perspectivas de avanço ou retrocesso na área fiscal são uma referência permanente para a formulação da política de moeda e crédito.

A importância desse tema foi acentuada mais uma vez na ata da última reunião do Copom, divulgada ontem. Os membros do comitê, diretores do BC, definiram as condições para interrupção ou continuação do corte de juros quando se reunirem nos dias 20 e 21 de março.

Se a inflação evoluir de acordo com o cenário básico e a recuperação econômica se tornar mais firme, os juros serão mantidos em 6,75%. Uma piora do quadro internacional também será considerada um bom motivo para interrupção dos cortes. Em contrapartida, o afrouxamento poderá continuar se a inflação subjacente continuar “em níveis confortáveis ou baixos”, com possibilidade de mais preços contidos em níveis muito moderados.

Mas há outra possibilidade, especialmente interessante, de condições propícias a nova diminuição dos juros. A linguagem é um tanto complicada, mas vale a pena enfrentá-la. Se alterações do cenário tornarem menos prováveis um “aumento dos prêmios de risco” e a “consequente elevação da trajetória prospectiva da inflação”, o Copom poderá ter espaço para baixar de novo o custo do crédito.

Para decifrar o recado, é preciso recorrer a outras passagens da ata. Os tais prêmios de risco podem subir, por exemplo, se as condições internacionais piorarem, o dólar subir em relação ao real e a mudança do câmbio pressionar os preços para cima. Mas os prêmios de risco podem também subir se houver “frustração das expectativas sobre a continuidade das reformas e ajustes necessários”. No pior caso, a deterioração do quadro externo pode ser combinada com a frustração das expectativas quanto a ajustes e reformas.

O quadro inverso poderá ocorrer, tornando menos prováveis os tais prêmios de risco, se as condições internacionais continuarem benignas e houver perspectiva de avanço no quadro fiscal. Também poderá ocorrer, de modo menos completo, se o programa de ajustes e reformas for levado adiante. O recado é claro. Em qualquer caso, a perspectiva de superação dos problemas fiscais dará mais espaço a uma política mais branda, ou menos dura.

O quadro externo é descrito como ainda favorável, mas a ata menciona a volatilidade recente no mercado financeiro. Quanto a isso, o texto é mais completo que o da nota distribuída após a reunião do Copom. Também é mais claro e mais completo quando apresenta a advertência mais séria. A ata menciona o risco de “um revés nesse cenário internacional benigno num contexto de frustração das expectativas sobre as reformas e ajustes necessários”.

Ocorreria, nesse caso, uma das piores combinações imagináveis nas condições atuais. Um choque provocado por um forte aperto nas finanças internacionais atingiria um Brasil fragilizado por uma crise fiscal sem perspectiva de superação num prazo razoável. Essa possibilidade é mencionada no fim do 13.º parágrafo da ata.

Diante dessa hipótese, torna-se menos importante saber se a redução de juros será interrompida na próxima reunião do Copom. Muito mais premente é saber se o Brasil, no caso de um choque, terá fundamentos sólidos para suportá-lo. Não terá, se a pauta de reformas continuar empacada. Reservas de US$ 380 bilhões ajudarão a aguentar o tranco, mas por quanto tempo?

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Em 2018 o 90º Oscar: No dia 04 de março, os melhores do cinema!

This year's Oscars will be awarded on Sunday, March 4, 2018, at the Dolby Theatre in Hollywood, airing at 8 p.m. EST on ABC.  Here's the full list of nominees:

BEST PICTURE

Call Me by Your Name

Darkest Hour

Dunkirk

Get Out

Lady Bird

Phantom Thread

The Post

The Shape of Water

Three Billboards Outside Ebbing, Missouri

ACTOR IN A LEADING ROLE

Timothée Chalamet, Call Me by Your Name

Daniel Day-Lewis, Phantom Thread

Daniel Kaluuya, Get Out

Gary Oldman, Darkest Hour

Denzel Washington, Roman J. Israel, Esq.

ACTOR IN A SUPPORTING ROLE

Willem Dafoe, The Florida Project

Woody Harrelson, Three Billboards Outside Ebbing, Missouri

Richard Jenkins, The Shape of Water

Christopher Plummer, All the Money in the World

Sam Rockwell, Three Billboards Outside Ebbing, Missouri

ACTRESS IN A LEADING ROLE

Sally Hawkins, The Shape of Water

Frances McDormand, Three Billboards Outside Ebbing, Missouri

Margot Robbie, I, Tonya

Saoirse Ronan, Lady Bird

Meryl Streep, The Post

ACTRESS IN A SUPPORTING ROLE

Mary J. Blige, Mudbound

Allison Janney, I, Tonya,

Lesley Manville, Phantom Thread

Laurie Metcalf, Lady Bird

Octavia Spencer, The Shape of Water

BEST DIRECTOR

Dunkirk, Christopher Nolan

Get Out, Jordan Peele

Lady Bird, Greta Gerwig

Phantom Thread, Paul Thomas Anderson

The Shape of Water, Guillermo del Toro

ANIMATED FEATURE FILM

The Boss Baby

Breadwinner

Coco

Ferdinand

Loving Vincent

DOCUMENTARY FEATURE

Abacus: Small Enough to Jail

Faces Places

Icarus

Last Men In Aleppo

Strong Island

DOCUMENTARY SHORT

Edith+Eddie

Heaven is a Traffic Jam on the 405

Heroin(e)

Knife Skills

Traffic Stop

FOREIGN LANGUAGE FILM

A Fantastic Woman, Chile

The Insult, Lebanon

Loveless, Russia

On Body and Soul, Hungary

The Square, Sweden

WRITING (ADAPTED SCREENPLAY)

Call Me by Your Name

The Disaster Artist

Logan

Molly's Game

Mudbound

WRITING (ORIGINAL SCREENPLAY)

The Big Sick

Get Out

Lady Bird

The Shape of Water

Three Billboards Outside Ebbing, Missouri

ORIGINAL SONG

"Mighty River," Mudbound

"Mystery of Love," Call Me by Your Name

"Remember Me," Coco

"Stand Up for Something," Marshall

"This is Me," The Greatest Showman

PRODUCTION DESIGN

Beauty and the Beast

Blade Runner 2049

The Darkest Hour

Dunkirk

The Shape of Water

CINEMATOGRAPHY

Blade Runner 2049

Darkest Hour

Dunkirk

Mudbound

The Shape of Water

COSTUME DESIGN

Beauty and the Beast

Darkest Hour

Phantom Thread

The Shape of Water

Victoria & Abdul

SOUND EDITING

Baby Driver

Blade Runner 2049

Dunkirk

The Shape of Water

Star Wars: The Last Jedi

SOUND MIXING

Baby Driver

Blade Runner 2049

Dunkirk

The Shape of Water

Star Wars: The Last Jedi

MUSIC (ORIGINAL SCORE)

Dunkirk

Phantom Thread

The Shape of Water

Star Wars: The Last Jedi

Three Billboards Outside Ebbing, Missouri

SHORT FILM (ANIMATED)

Dear Basketball

Garden Party

Negative Space

Lou

Revolting Rhymes

SHORT FILM (LIVE ACTION)

DeKalb Elementary

The Eleven O'Clock

The Silent Child

All of Us

My Nephew Emmett

VISUAL EFFECTS

Blade Runner 2049

Guardians of the Galaxy Vol. 2

Kong: Skull Island

Star Wars: The Last Jedi

War for the Planet of the Apes

FILM EDITING

Baby Driver

Dunkirk

I, Tonya

The Shape of Water

Three Billboards Outside Ebbing, Missouri

MAKEUP AND HAIRSTYLING

Darkest Hour

Victoria & Abdul

Wonder

IPEA: Estudo mostra déficit crescente da Previdência.

Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgado hoje (15) mostra que haverá um crescimento do déficit da Previdência Social nos próximos anos, com o aumento no número de aposentadorias.

Segundo a nota técnica do Ipea, o déficit dos Regimes Próprios de Previdência Social dos Servidores Públicos (RPPSs) em 2017 será de aproximadamente R$ 180 bilhões. Em 2016, esse déficit, que considera os regimes próprios da União, estados e municípios, ficou em R$ 170,79 bilhões.

O crescimento do número de servidores aposentados e os aumentos de salários concedidos ao funcionalismo entre 2004 e 2014 são apontados pelo Ipea como fatores determinantes para a elevação das despesas previdenciárias.

“Vai se consolidando, portanto, um quadro em que cada vez mais os recursos disponíveis para a União e os governos estaduais se direcionam para gastos com Previdência e pessoal, com impactos indiretos negativos relevantes sobre as demais áreas ou setores”, diz o estudo.

Segundo o Ipea, a reforma da Previdência é essencial para evitar que essas tendências se agravem nos próximos anos. “Trata-se de medida que melhora a situação fiscal e atuarial dos RPPSs, gera equidade entre os trabalhadores do setor privado e do INSS [Instituto Nacional do Seguro Social], bem como gera ganhos de sustentabilidade com impactos positivos sobre a distribuição de renda.”

No ano passado, o Senado criou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a necessidade da reforma da Previdência. Após seis meses de trabalho, a CPI concluiu que não existe déficit da Previdência Social ou da Seguridade Social no Brasil. 

Edição: Luana Lourenço

http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2018-02/estudo-do-ipea-mostra-deficit-crescente-da-previdencia

Neste 2018 quem será o Churchill do Brasil?

 
Lendo no ESTADÃO o texto de Roberto Macedo sobre "Churchill guerreiro e guerras no Brasil" e acompanhando os nomes que sinalizam candidaturas presidenciais neste 2018 visualizo um abismo gigantesco entre o estadista britânico e os nossos "candidatos". 

Neste 15/02/2018 falta um candidato que personifique o verdadeiro homem com interesse nacional. Quem melhor conseguir personificar a vontade popular com o destino desta mal tratada pátria será seguramente eleito presidente.  

Roberto Macedo no Estadão: Churchill guerreiro e guerras no Brasil.

Assisti ao filme O Destino de uma Nação, em que Winston Churchill é o personagem principal. Aliás, muitíssimo bem interpretado por Gary Oldman, que por isso é forte candidato ao Oscar de melhor ator na premiação deste ano. Há quem diga que sua interpretação vale o filme, mas nele há muito mais.

Aborda período muitíssimo delicado da História mundial, em particular do Reino Unido, onde Churchill passou a primeiro-ministro em 10/5/1940, quando Hitler já era séria ameaça. Este havia dominado alguns países do Leste Europeu e em abril daquele ano tomou a Dinamarca e a Noruega. No dia em que Churchill assumiu, a máquina de guerra nazista avançou sobre a Bélgica, a Holanda e a França. No norte francês encurralou parte importante do Exército britânico, que lá estava.

Churchill era personalidade controvertida, contestada mesmo dentro do seu partido. Sofreu fortes pressões para assinar acordo de paz com a Alemanha nazista, vacilou, mas seguiu em frente para enfrentar Hitler. Acabou por convencer o país e seu Parlamento de que esse era o caminho. E tomou decisões que retiraram a maior parte dos seus soldados que estavam na França.

Admiro o Parlamento britânico, onde os membros de sua Câmara dos Comuns esgrimem argumentos num recinto apertado, que incentiva o diálogo e o debate, e onde é preciso ser bom tribuno para ter prestígio. E mais: o primeiro-ministro sempre aparece para se explicar, sofre contestações e pode perder o cargo se receber voto de desconfiança.

O filme aborda questão de interesse nacional: o que fazer diante de Hitler. Mas para o Parlamento apoiar Churchill não vi ninguém brigando por cargos e verbas, como ocorre aqui, nesse presidencialismo de coalizão e de corrupção.

Enquanto isso, grandes questões de interesse nacional não recebem a devida atenção. Algumas tão sérias como uma guerra, ao comprometerem o destino desta nação. A primeira, que mina a segurança pública, é similar até no uso de armamentos de grosso calibre, como os utilizados no roubo de carros-fortes. Segundo O Globo (12/2), em 2017 houve 108 desses roubos, cerca de um a cada três dias! Dessas e de outras armas vêm disparos que atingem gente que nada tem que ver com disputas dentro do exército da criminalidade e deste com policiais. O Atlas da Violência 2017, do Ipea, mostrou 59.080 (!) homicídios no Brasil em 2015, uma estatística de guerra, banalizada por falta de solução. Em comparação, nos oito anos em que mais se envolveram na Guerra do Vietnã os Estados Unidos perderam 58.220 soldados, segundo o seu governo.

Nesse cenário de guerra, entre as vítimas de homicídios no Brasil estão homens, mulheres e crianças que morrem por estar perto de tiroteios e, mesmo em casa ou mais longe, alcançadas por balas perdidas. Perdidos estão também nossos governantes, que, salvo exceções cada vez mais excepcionais, só ficam a marcar reuniões sobre o assunto, cujo resultado muitas vezes é só o de marcar outra reunião. É o que chamo de “reunite”. De providências concretas e eficazes, quase nada.

Outra guerra se dá no âmbito das finanças públicas, que na União e em vários Estados chegaram a situação lastimável devida à irresponsabilidade de políticos a distribuir benefícios populistas sem olhar custos, e sem enfrentar corporações de servidores e outros grupos de interesses totalmente distantes dos nacionais. O desleixo orçamentário lulopetista acabou por gerar a crise atual, em que o desemprego está perto de a 12% da força de trabalho, alcançando cerca de 12 milhões de pessoas, o que também aumenta a opção pela criminalidade. Essa taxa é próxima do dobro (!) do que era quatro anos atrás. Não seria surpresa se estudos revelassem suicídios provocados pela ultrajante condição de desempregados e mortes associadas a apertos nas verbas de atendimento à saúde e à segurança.

Na questão orçamentária, desponta a previdenciária. Até aqui não surgiram líderes políticos capazes de convencer o povo, nem seus “representantes” no Congresso, da necessidade de uma profunda reforma nessa área. Acho que nem Churchill seria capaz disso, tamanho desconhecimento do assunto pelos cidadãos e o egoísmo dos que se opõem à reforma. E há também a covardia dos que cedem a eles. Esse seriíssimo problema tem implicações muito graves para o destino desta nação.

Há quase quatro décadas o Brasil tampouco consegue resultados noutra guerra, contra o mau desempenho do seu produto interno bruto (PIB), que na média cresce a taxas baixíssimas, e quando se elevam são apenas voos de galinha que logo as trazem ao chão. E pior: o último voo levou-a a um buraco onde até agora está a ciscar. Nesse mau desempenho prepondera o impacto de más gestões governamentais.

Mais uma guerra se trava no âmbito da educação, que desde os tempos coloniais foi maltratada, com efeitos cumulativos sobre a população que veio depois. Testes nacionais e internacionais mostram que a educação básica brasileira é muito atrasada, ceifando esperanças de uma vida melhor para dezenas de milhões de brasileiros. Muitos buscam a criminalidade por meio de uma nefasta escola. No ensino básico, são trombadinhas e também praticam arrastões. No superior, passam a traficantes bem armados, entre outras especializações. Nas duas últimas décadas houve algum progresso na educação, mas ainda muito distante das necessidades. E fala-se de planos disso e daquilo para enfrentá-las. Resultados precisam verificar-se na ponta do sistema, que são a frente dessa guerra.

Após o filme, cujo título original é The Darkest Hour, ou A Hora mais Escura, pensei em filmes sobre os destinos do Brasil nessa escuridão que o encobre e não se dissipa. Não sou do ramo, mas diante de tanta escuridão imaginei um seriado, I, II, III, etc., e nele se destacariam vilões heróis como Churchill.

The Economist: Congo is sliding back to bloodshed - February 17th 2018.



Alumni CAEN UFC: convidamos você a fazer parte desse Network.

Alunos CAEN/UFC:
acessem os locais abaixo e participem da nossa Alumni. 

Ata do Copom sinaliza que cortes na Selic podem ser interrompidos.

O ciclo de cortes da taxa básica de juros, a Selic, pode ser interrompido na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), em março. De acordo com a ata da última reunião, divulgada hoje (15), o Copom afirma que “caso o cenário básico evolua conforme esperado, o comitê vê, neste momento, como mais adequada a interrupção do processo de flexibilização monetária”, ou seja de redução da Selic. Na reunião realizada nos dias 6 e 7 deste mês, a taxa básica foi reduzida para 6,75% ao ano, no 11º corte seguido.

Entretanto, o Copom ressalta que essa “visão para a próxima reunião” pode se alterar e levar a uma redução moderada adicional na taxa, se houver mudanças na evolução do cenário básico e do balanço de riscos. O Copom afirmou que seus próximos passos continuam dependendo da evolução da atividade econômica e das expectativas para a inflação.

Para o Copom, a inflação deve ficar em torno de 4,2%, em 2018 e 2019. A meta de inflação para 2018 é 4,5% e para 2019, 4,25%. Nos dois anos, há um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para baixo ou para cima do centro da meta. Em 2017, a inflação fechou o ano abaixo do centro da meta (4,5%) e do limite inferior (3%), em 2,95%.

Para alcançar a meta, o BC usa como principal instrumento a taxa a Selic. Quando o Copom aumenta a Selic, a meta é conter a demanda aquecida, e isso gera reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Já quando o Copom diminui os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação.

Na Netflix a última temporada da ótima Merlí!


quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Churchill, Pezão e Crivella: quanta diferença!!!


Existem Homens e homens!

Em 14/11/1940 Churchill já estava no carro para passar um final de semana em Ditchley Park quando soube que naquela noite Londres sofreria um grande ataque aéreo. De imediato ele pediu ao motorista que o levasse novamente à Downing Street e falou ao seu secretário que não passaria a noite "pacificamente no campo, enquanto a metrópole estava debaixo de fogo intenso". 

No Rio de Janeiro de 2018, no período mais famoso da internacional cidade e onde uma guerra civil não pára, Pezão e Crivella se ausentam silenciosamente.

Pense nisso antes de votar!

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Na VEJA Michel Temer: O candidato de oposição.

Estamos em ano eleitoral. Recentemente em face de declarações que fiz alardeou-se que eu estaria tomando posição em função das candidaturas que transitam pelo meio político. Não foi minha intenção, e nem é o momento oportuno para que o Governo entre nessa disputa. Fiz considerações pessoais, e elogiosas, em relação a cada qual dos possíveis pré-candidatos à Presidência da República. Haverá momento para definição e o governo há de definir-se em tempo próprio.

Quero notar que nosso governo tem apenas um ano e sete meses e, creio, pela primeira vez dá-se cumprimento a um programa pré-estabelecido encartado no documento “Ponte para o Futuro”. Assumindo, aplicamo-lo por inteiro. E ainda há muito por fazer como a reforma da previdência e a simplificação tributária. Tudo com dois objetivos: um, o de cumprir um programa pré-estabelecido, outro o de caracterizar-se como um Governo que fez as reformas necessárias e desejadas pelo país, sem nenhuma preocupação de natureza eleitoral. As reformas são para agora, mas muito mais para o futuro.

Não sem razão demos saltos vigorosos combatendo a recessão, reduzindo o número de desempregados, abrindo a economia, reduzindo juros e a inflação, e ainda recuperando as estatais. Este seria um discurso para um candidato da situação. É verdade que neste momento uma das agências de risco rebaixou a nota do Brasil, sem embargo de termos reduzido a margem de risco de 360 para 146 pontos. Rebaixamento que se deu tendo em vista a incerteza quanto à Reforma da Previdência e quanto ao próprio ano eleitoral. Mas este fato deve nos estimular ao invés de desestimular.

Estimular para que no mês de fevereiro levemos adiante a Reforma Previdenciária nos termos em que foi posta nos últimos tempos, sem causar nenhum prejuízo aos mais carentes e garantindo naturalmente a percepção dos ganhos dos aposentados e daqueles que irão aposentar-se. Trata-se de um alerta. E como todo alerta há de ser levado em conta pelo Executivo e pelo Congresso Nacional que tem sido parceiro governamental indispensável para o Executivo e por meio de quem temos obtido os grandes avanços que se deram durante o Governo. A partir dai sou tentado a perguntar: qual será o discurso da oposição ao fazer a sua campanha contra o Governo?

Penso que haveria de declarar-se contra a fixação do teto para os gastos públicos, contra a reforma do ensino médio e contra a modernização trabalhista. Também haveria de alardear que é contra a queda da inflação ( de 10% para 2,95%) , contra a queda dos juros (de 14,25 para 7%) contra a safra recorde de grãos e, em consequência, contra a redução do preço dos alimentos, contra a recuperação das estatais (vide o caso da Petrobrás ou da Eletrobras), contra a repactuação da dívida dos Estados, matéria ansiada há muitos anos e que lhes deu folego financeiro, contra o auxílio dado aos municípios, o que os tornou adimplentes, seja pela divisão da multa da repatriação que se deu no final do ano passado e que permitiu o fechamento de seus balanços.

Mais ainda: terá que combater a nossa permanente pregação pelo fortalecimento do sistema federativo, pela harmonia entre os poderes e pela pacificação entre os brasileiros. E ainda, lembrando, a eliminação de uma litigiosidade jurídica e social que data de mais de 24 anos referentemente a mais de um milhão de ações judiciais derivadas dos chamados planos econômicos resolvida por comum acordo entre o Governo e os autores. Também haverá de criticar a liberação das contas inativas do FGTS que injetaram cerca de 44 bilhões de reais na economia e auxiliaram milhões de trabalhadores, a quem o dinheiro pertence, a saldar dívidas, fazer poupança ou outra atividade. O mesmo está acontecendo com a liberação do PIS/PASEP para todos os trabalhadores públicos ou privados que tenham mais de 60 anos o que injetará mais de 12 bilhões na economia.


Todos estes pontos, imagino, serão objeto, certamente, de repúdio e contestação por aqueles candidatos que se opuserem ao Governo. Tudo isto sem contar centenas de outras medidas nas áreas educacional, da saúde, de infraestrutura, que foram tomadas por este Governo. Quem quiser opor-se haverá de fazê-lo criticando o trabalho que trouxe o Brasil, em definitivo, para o século XXI.

https://complemento.veja.abril.com.br/pagina-aberta/o-candidato-de-oposicao.html

domingo, 14 de janeiro de 2018

William Waack: Não sou racista, minha obra prova.

Se os rapazes que roubaram a imagem da Globo e a vazaram na internet tivessem me abordado, naquela noite de 8 de novembro de 2016, eu teria dito a eles a mesma coisa que direi agora: "Aquilo foi uma piada —idiota, como disse meu amigo Gil Moura—, sem a menor intenção racista, dita em tom de brincadeira, num momento particular. Desculpem-me pela ofensa; não era minha intenção ofender qualquer pessoa, e aqui estendo sinceramente minha mão."
Sim, existe racismo no Brasil, ao contrário do que alguns pretendem. Sim, em razão da cor da pele, pessoas sofrem discriminações, têm menos oportunidades, são maltratadas e têm de suportar humilhações e perseguições.
Durante toda a minha vida, combati intolerância de qualquer tipo —racial, inclusive—, e minha vida profissional e pessoal é prova eloquente disso. Autorizado por ela, faço aqui uso das palavras da jornalista Glória Maria, que foi bastante perseguida por intolerantes em redes sociais por ter dito em público: "Convivi com o William a vida inteira, e ele não é racista. Aquilo foi piada de português."
Não digo quais são meus amigos negros, pois não separo amigos segundo a cor da pele. Assim como não vou dizer quais são meus amigos judeus, ou católicos, ou muçulmanos. Igualmente não os distingo segundo a religião —ou pelo que dizem sobre política.
O episódio que me envolve é a expressão de um fenômeno mais abrangente. Em todo o mundo, na era da revolução digital, as empresas da chamada "mídia tradicional" são permanentemente desafiadas por grupos organizados no interior das redes sociais.
Estes se mobilizam para contestar o papel até então inquestionável dos grupos de comunicação: guardiães dos "fatos objetivos", da "verdade dos fatos" (a expressão vem do termo em inglês "gatekeepers"). Na verdade, é a credibilidade desses guardiães que está sob crescente suspeita.
Entender esse fenômeno parece estar além da capacidade de empresas da dita "mídia tradicional". Julgam que ceder à gritaria dos grupos organizados ajuda a proteger a própria imagem institucional, ignorando que obtêm o resultado inverso (o interesse comercial inerente a essa preocupação me parece legítimo).
Por falta de visão estratégica ou covardia, ou ambas, tornam-se reféns das redes mobilizadas, parte delas alinhada com o que "donos" de outras agendas políticas definem como "correto".

Perversamente, acabam contribuindo para a consolidação da percepção de que atores importantes da "mídia tradicional" se tornaram perpetuadores da miséria e da ignorância no país, pois, assim, obteriam vantagens empresariais.
Abraçados a seu deplorável equívoco, esquecem ainda que a imensa maioria dos brasileiros está cansada do radicalismo obtuso e primitivo que hoje é característica inegável do ambiente virtual.
Por ter vivido e trabalhado durante 21 anos fora do Brasil, gosto de afirmar que não conheço outro povo tão irreverente e brincalhão como o brasileiro. É essa parte do nosso caráter nacional que os canalhas do linchamento —nas palavras, nesta Folha, do filósofo Luiz Felipe Pondé— querem nos tirar.
Prostrar-se diante deles significa não só desperdiçar uma oportunidade de elevar o nível de educação política e do debate, mas, pior ainda, contribui para exacerbar o clima de intolerância e cerceamento às liberdades –nas palavras, a quem tanto agradeço, da ministra Cármen Lúcia, em aula na PUC de Belo Horizonte, ao se referir ao episódio.
Aproveito para agradecer o imenso apoio que recebi de muitas pessoas que, mesmo bravas com a piada que fiz, entenderam que disso apenas se tratava, não de uma manifestação racista.
Admito, sim, que piadas podem ser a manifestação irrefletida de um histórico de discriminação e exclusão. Mas constitui um erro grave tomar um gracejo circunstanciado, ainda que infeliz, como expressão de um pensamento.
Até porque não se poderia tomar um pensamento verdadeiramente racista como uma piada.

Termino com um saber consagrado: um homem se conhece por sua obra, assim como se conhece a árvore por seu fruto. Tenho 48 anos de profissão. Não haverá gritaria organizada e oportunismo covarde capazes de mudar essa história: não sou racista. Tenho como prova a minha obra, os meus frutos. Eles são a minha verdade e a verdade do que produzi até aqui.

quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Fazenda estima crescimento de 1,1% no PIB de 2017 e de 3% para 2018.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e o secretário de Política Econômica, Fábio Kanczuk, apresentaram nesta quinta-feira (14/12), a revisão dos parâmetros e macroeconômicos. A projeção do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2018 passou de 2% para 3%, o IPCA de 4,2% para 4% e o câmbio ficou mantido em R$ 3,3.
Segundo Meirelles, a projeção do PIB para 2018 de 3% é bastante conservadora e  sólida, e é produto do controle fiscal, como a implementação do teto dos gastos e das reformas em geral. “Houve aumento da confiança, do investimento e do consumo das famílias”.
Na avaliação do ministro o principal fator de impulsão na taxa de crescimento em comparação com as expectativas anteriores foi a desalavancagem das empresas, que reduziram seu endividamento, assim como as famílias.
“Durante a recessão elas estavam alavancadas, com dívidas elevadas, e no segundo semestre do ano passado começaram a desalavancar e as famílias também”, lembrou o ministro.
Paralelamente a esse movimento, acrescentou Meirelles, houve a descompressão da política monetária que passou de restritiva  para expansiva, com taxas de juros reais mais baixas. “As companhias também começaram a investir, a comprar e repor capital de giro”, completou.
A equipe econômica também revisou os parâmetros para 2017. O crescimento previsto para 2017 passou de 0,5% para 1,1%. O ministro esclareceu que a projeção leva em conta média contra média, ou seja,  começo do ano de 2017 e final do ano de 2016. 
“Mesmo que tenha uma ascensão grande do PIB durante esse ano, a média contra média, pela grande queda do ano passado, leva em conta o carregamento estatístico, que influencia a média para baixo”, observou Meirelles.
O IPCA de 2017 passou de 3,2% na revisão anterior para 2,9%, segundo o boletim Focus do Banco Central. Meirelles indicou que a mudança da política monetária do Banco Central também impulsionou o processo de crescimento considerando-se a evolução da inflação.
“O Banco Central está hoje com uma política absolutamente correta, possivelmente usando a taxa neutra como referência para uma taxa real abaixo da neutra porque a projeção da inflação está abaixo da meta”, apontou.
O ministro ainda destacou que as reformas em andamento contribuem para reduzir a taxa de juros estrutural, que é o risco país: saiu de 360 para o nível atual, acima de 160. “Tudo isso facilitando o investimento, o financiamento e o consumo”, concluiu.

Brasil: Mudanças econômicas entre 2016 e 2018.



quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Bacen: Copom reduz a taxa Selic para 7,00% ao ano.

O Copom decidiu, por unanimidade, reduzir a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, para 7,00% a.a., sem viés.

A atualização do cenário básico do Copom pode ser descrita com as seguintes observações:

O conjunto dos indicadores de atividade econômica divulgados desde a última reunião do Copom mostra sinais compatíveis com a recuperação gradual da economia brasileira;

O cenário externo tem se mostrado favorável, na medida em que a atividade econômica global vem se recuperando sem pressionar em demasia as condições financeiras nas economias avançadas. Isso contribui para manter o apetite ao risco em relação a economias emergentes;

O Comitê julga que o cenário básico para a inflação tem evoluído, em boa medida, conforme o esperado. O comportamento da inflação permanece favorável, com diversas medidas de inflação subjacente em níveis confortáveis ou baixos, inclusive os componentes mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária;

As expectativas de inflação para 2017 apuradas pela pesquisa Focus recuaram para em torno de 3,0%. As projeções para 2018, 2019 e 2020 mantiveram-se em torno de 4,0%, 4,25% e 4,0%, respectivamente; e

No cenário com trajetórias para as taxas de juros e câmbio extraídas da pesquisa Focus, as projeções do Copom situam-se em torno de 2,9% para 2017, 4,2% para 2018 e 4,2% para 2019. Esse cenário supõe trajetória de juros que encerra 2017 e 2018 em 7,0% e 2019 em 8,0%.

O Comitê ressalta que seu cenário básico para a inflação envolve fatores de risco em ambas as direções. Por um lado, a combinação de (i) possíveis efeitos secundários do choque favorável nos preços de alimentos e da inflação de bens industriais em níveis correntes baixos e da (ii) possível propagação, por mecanismos inerciais, do nível baixo de inflação pode produzir trajetória prospectiva abaixo do esperado. Por outro lado, (iii) uma frustração das expectativas sobre a continuidade das reformas e ajustes necessários na economia brasileira pode afetar prêmios de risco e elevar a trajetória da inflação no horizonte relevante para a política monetária.  Esse risco se intensifica no caso de (iv) reversão do corrente cenário externo favorável para economias emergentes.

Considerando o cenário básico, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações disponíveis, o Copom decidiu, por unanimidade, pela redução da taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, para 7,00% a.a., sem viés. O Comitê entende que a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante para a condução da política monetária, que inclui os anos-calendário de 2018 e 2019, é compatível com o processo de flexibilização monetária.

O Copom entende que a conjuntura econômica prescreve política monetária estimulativa, ou seja, com taxas de juros abaixo da taxa estrutural. 

O Comitê enfatiza que o processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira contribui para a queda da sua taxa de juros estrutural.  As estimativas dessa taxa serão continuamente reavaliadas pelo Comitê.

A evolução do cenário básico, em linha com o esperado, e o estágio do ciclo de flexibilização tornaram adequada a redução da taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual nesta reunião. Para a próxima reunião, caso o cenário básico evolua conforme esperado, e em razão do estágio do ciclo de flexibilização, o Comitê vê, neste momento, como adequada uma nova redução moderada na magnitude de flexibilização monetária. Essa visão para a próxima reunião é mais suscetível a mudanças na evolução do cenário e seus riscos que nas reuniões anteriores. Para frente, o Comitê entende que o atual estágio do ciclo recomenda cautela na condução da política monetária. O Copom ressalta que o processo de flexibilização monetária continuará dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos, de possíveis reavaliações da estimativa da extensão do ciclo e das projeções e expectativas de inflação.

Votaram por essa decisão os seguintes membros do Comitê: Ilan Goldfajn (Presidente), Carlos Viana de Carvalho, Isaac Sidney Menezes Ferreira, Maurício Costa de Moura, Otávio Ribeiro Damaso, Paulo Sérgio Neves de Souza, Reinaldo Le Grazie, Sidnei Corrêa Marques e Tiago Couto Berriel.

terça-feira, 5 de dezembro de 2017

IBGE: No acumulado nos últimos 12 meses a indústria registra alta de 1,5%.

A produção industrial brasileira fechou o mês de outubro deste ano com crescimento de 5,3% em relação a outubro do ano passado, registrando a sexta taxa consecutiva de crescimento nesta base de comparação. Foi a taxa mais elevada nesta base de comparação desde os 9,8% de abril de 2013. Os veículos automotores, reboques e carrocerias foram a atividade que mais influenciou a alta.

Os dados fazem parte da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física Brasil, divulgada hoje (5), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em relação a setembro deste ano, o crescimento da indústria em outubro foi de 0,2%, o segundo resultado positivo consecutivo na série livre de influências sazonais. Nos últimos dois meses, a alta acumulada é de 0,6%.

Com o resultado de outubro, a indústria tem alta acumulada em 2017 de 1,9%, em comparação com primeiros dez meses do ano passado. Já o acumulado nos últimos doze meses avançou 1,5%. Foi o segundo resultado positivo consecutivo para o acumulado dos últimos doze meses e o mais elevado desde os 2,1% de março de 2014.

Apesar da relativa estabilidade entre setembro e outubro, o crescimento de 0,2% se deu de forma disseminada, com aumento da produção em 15 das 24 atividades pesquisadas. Em setembro, apesar do crescimento revisado de 0,3%, a expansão se deu em apenas oito das atividades pesquisadas.

A importância de debater o PIB nas eleições 2022.

Desde o início deste 2022 percebemos um ano complicado tanto na área econômica como na política. Temos um ano com eleições para presidente, ...