Leio hoje no UOL:
Uma alemã de 102 anos defendeu sua tese de doutorado cerca de 80 anos
depois de ter sido impedida de fazê-lo pelo regime nazista por causa de sua
ascendência judaica, comunicou nesta sexta-feira (15) o Hospital Universitário
de Hamburgo-Eppendorf.
A defesa da pediatra Ingeborg Syllm-Rapoport, ocorrida na quarta-feira,
foi bem-sucedida e ela receberá o título de doutora em junho. A tese sobre
difteria havia sido escrita entre 1937 e 1938, mas na época ela foi impedida de
fazer o exame oral necessário para obter o título de doutora.
Na época, a direção da Faculdade de Medicina justificou a decisão com a
chamada lei de raças, que discriminava pessoas judias ou de ascendência judaica.
A mãe de Ingeborg era judia.
"Com esse exame de doutorado não podemos desfazer a injustiça
cometida, mas contribuímos para a confrontação com o pior lado da história
alemã nas universidades e escolas superiores", disse o diretor da
Faculdade de Medicina, Uwe Koch-Gromus.
Ingeborg Syllm-Rapoport nasceu em 1912, filha da pianista judia Maria
Syllm, e migrou em 1938 para os Estados Unidos, onde trabalhou como pediatra.
Lá ela conheceu seu futuro marido, Samuel Mitja Rapoport, com quem teve quatro
filhos.
Em 1952, os dois simpatizantes do socialismo se mudaram para Berlim
Oriental, na então Alemanha comunista. Em 1969, Ingeborg assumiu, no hospital
universitário Charité, a primeira cátedra de neonatologia na Alemanha. Ela era
uma das mais renomadas pediatras da Alemanha Oriental.
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