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quarta-feira, 28 de maio de 2014

Thomas Piketty e Delfim Netto novamente na FOLHA.

Antonio Delfim Netto e o seu artigo de hoje na FOLHA DE S. PAULO: DESIGUALDADE.

Folha presta um excelente serviço à sociedade brasileira ao continuar dando espaço à interessante discussão em torno do livro do economista francês Thomas Piketty, "O Capital no Século 21".

Foi imenso o "choque" que a obra produziu após o lançamento de sua tradução em inglês. Olhada com cuidado, a sua tese está longe de provar empiricamente o inevitável fim do "capitalismo", imposto por alguma "lei" histórica (o que Marx pensou ter feito com o uso de argumentos lógicos).

Reduzida à sua essência, ela é o resultado de pura aritmética: se a taxa de retorno do capital (que ele, como a maioria dos economistas em seus modelos chama de "r") for permanentemente maior do que a taxa de crescimento do PIB (que ele, como os economistas, chama de "g"), então haverá, necessariamente, uma acumulação de renda e patrimônio que, ao fim e ao cabo, submeterá a democracia ao controle do capital e tornará o "capitalismo" disfuncional.

O problema não é econômico, é político! Não tem nada a ver com "esquerda" ou "direita". Instituições mal construídas permitem que uma classe se aproprie do excedente econômico produzido pelo trabalho, como ocorria no regime colonial e ocorre no capitalismo de "compadres"...

O problema é que "g" e "r" não são constantes e não satisfazem, necessariamente, a desigualdade: "r" sempre maior do que "g". Dependem da qualidade das instituições e, portanto, são de extrapolação duvidosa. A relação entre eles controla aritmeticamente, no longo prazo, a distribuição da renda entre o trabalho e o capital e a acumulação dos patrimônios. São as instituições e o jogo dialético permanente entre o bom funcionamento dos "mercados" e o bom funcionamento das "urnas" que determinam a relação entre "g" e "r".

O livro de Piketty já produziu dois resultados notáveis. O primeiro, muito triste para nós que amamos a França. Infelizmente, o francês transformou-se numa língua paroquial em matéria de economia, para prejuízo do próprio pensamento econômico universal. O livro só teve a merecida repercussão quando vertido para o inglês.

O segundo, é que mostra a insanidade do "cientificismo" que domina a pobre modelização de alguns economistas que têm inveja da física e se recusam entender que o átomo da economia (o cidadão comum, sujeito da política do governo) tem memória, aprende e reage num jogo dinâmico com a autoridade. E, o que é pior e mais grave, protesta e vota!

A distribuição da renda sempre implicará uma valorização filosófica. Como ensinou Adam Smith há mais de 250 anos ("A Teoria dos Sentimentos Morais", 1759), se a economia for um dia "ciência", ela há de ser uma ciência moral.

terça-feira, 13 de maio de 2014

Thomas Piketty: Um admirador crítico do capitalismo

Direto do The New York Times, leio na Folha mais uma matéria sobre o Thomas Piketty e o seu livro, atual sucesso mundial.

PARIS - Quando o Muro de Berlim caiu, em 1989, Thomas Piketty tinha 18 anos, o que o poupou do debate intelectual sobre as virtudes e os vícios do comunismo, que durou décadas na França.

Segundo ele, mais reveladora foi a viagem que fez com um amigo à Romênia no início dos anos 1990, após a queda da União Soviética.

"Quando vi aquelas lojas vazias, aquelas pessoas fazendo fila inutilmente na rua, ficou claro que nós precisamos de propriedade privada e instituições de mercado, não só por uma questão de eficiência econômica, mas também pela liberdade individual."

Mas o desencanto com o comunismo não significa que Piketty deu as costas para o legado intelectual de Karl Marx.

Como o alemão, ele é um crítico ferrenho das desigualdades econômicas e sociais produzidas pelo capitalismo desenfreado -as quais, para ele, se agravarão. "Sou de uma geração que jamais teve atração pelo Partido Comunista. De certa maneira, isso facilita retomar com frescor essas grandes questões sobre capitalismo e desigualdade."

Em seu novo livro de 700 páginas, "Capital in the Twenty-First Century" [O Capital no Século 21], Piketty, 42, desmonta teses sobre a benevolência do capitalismo e prevê desigualdade crescente em países industrializados, com impacto sobre valores democráticos como justiça e equidade.

O livro, que está na lista dos mais vendidos do "New York Times", pretende ser um retorno ao tipo de história econômica e economia política escrito no passado por Marx e Adam Smith.

A obra se empenha em compreender sociedades ocidentais e as regras econômicas que as sustentam. E em seu decorrer, ao desmascarar a ideia de que "a riqueza ergue todos os barcos", Piketty desafia governos democráticos a lidarem com o abismo crescente entre ricos e pobres.

Piketty cresceu em um lar impregnado de política. Seus pais, esquerdistas, participaram das manifestações em 1968 que sacudiram a França tradicional.

Mais relevantes e importantes, disse ele, são as "experiências fundamentais" de sua geração: o colapso do comunismo, a degradação do Leste Europeu e a Guerra do Golfo. Tais eventos o incitaram a tentar entender um mundo no qual ideias econômicas tinham consequências tão nefastas.

Piketty entrou na elitista École Normale Supérieure aos 18 anos. Sua dissertação de doutorado sobre a teoria da redistribuição da riqueza, concluída quando ele tinha 22 anos, ganhou prêmios.

Então ele se mudou para os Estados Unidos, para lecionar no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), mas se decepcionou com o estudo de economia americano e voltou para a França.

"Percebi rapidamente que havia pouco empenho para coletar dados históricos sobre renda e riqueza, então comecei a fazê-lo".

Com a ajuda dos potentes computadores atuais, suas conclusões se baseiam em séculos de estatísticas sobre o acúmulo de riqueza e o crescimento econômico em países industriais desenvolvidos.

Elas também são enunciadas de maneira simples: a taxa de crescimento da renda do capital é várias vezes maior que o ritmo do crescimento econômico.

Isso significa que uma parcela comparativamente decrescente vá para a renda ganha com salários, os quais raramente aumentam mais rápido que a atividade econômica.

A desigualdade aumenta quando a população e a economia crescem lentamente.

A desigualdade em si é aceitável, diz ele, à medida que incita a iniciativa individual e a geração de riqueza que, com a ajuda da taxação progressiva e outras medidas, ajuda a melhorar a situação de todos na sociedade.

"Não vejo problema na desigualdade, desde que ela seja de interesse comum", afirmou.

Porém, Piketty diz que a desigualdade extrema "ameaça nossas instituições democráticas". A democracia não significa apenas cada cidadão um voto, mas a promessa de oportunidades iguais.

A última parte do livro apresenta as ideias de Piketty sobre políticas públicas. Ele defende uma taxação global progressiva sobre a riqueza real (menos dívida), com os resultados decorrentes não entregues a governos ineficientes, mas redistribuídos para os que têm menos capital.


O livro tem despertado críticas, especialmente às prescrições políticas de Piketty, consideradas ingênuas. Ele recebe bem as críticas. "Certamente estou aguardando ansiosamente os debates."

segunda-feira, 3 de março de 2014

Os bilionários brasileiros em 2014.

Para alegrar o Carnaval, abaixo a lista da FORBES com os bilionários brasileiros em 2014, um deles bastante conhecido de alguns dos meus fiéis leitores. E outro, que não poderia deixar de ser um cearense realmente rico. 

Colocação no Mundo
Nome
Fortuna estimada
Idade
Setor de atuação/Origem da fortuna
34
Jorge Paulo Lemann
US$ 19,7 bi
74
Bebidas
55
Joseph Safra
US$ 16 bi
75
Bancos
119
Marcel Herrmann Telles
US$ 10,2 bi
64
Bebidas
137
João Roberto Marinho
US$ 9,1 bi
60
Mídia
137
José Roberto Marinho
US$ 9,1 bi
58
Mídia
137
Roberto Irineu Marinho
US$ 9,1 bi
66
Mídia
146
Carlos Alberto Sicupira
US$ 8,9 bi
66
Bebidas
367
Francisco Ivens de Sa Dias Branco
US$ 4,1 bi
77
Alimentos
367
Eduardo Saverin
US$ 4,1 bi
31
Cofundador do Facebook
396
Walter Faria
US$ 3,8 bi
58
Bebidas
483
Aloysio de Andrade Faria
US$ 3,3 bi
93
Bancos
520
André Esteves
US$ 3,1 bi
45
Bancos
520
Antonio Ermirio de Moraes
US$ 3,1 bi
85
Diversos
520
Ermirio Pereira de Moraes
US$ 3,1 bi
81
Diversos
520
Maria Helena Moraes Scripilliti
US$ 3,1 bi
83
Diversos
580
Fernando Roberto Moreira Salles
US$ 2,9 bi
67
Bancos, mineração
580
João Moreira Salles
US$ 2,9 bi
52
Bancos, mineração
580
Walther Moreira Salles Junior
US$ 2,9 bi
57
Bancos
580
Pedro Moreira Salles
US$ 2,9 bi
54
Bancos, mineração
609
Abilio dos Santos Diniz
US$ 2,8 bi
77
Varejo
642
Miguel Krigsner
US$ 2,7 bi
64
Cosméticos
663
Edson de Godoy Bueno
US$ 2,6 bi
70
Hospitais, planos de saúde
796
Rossana Camargo de Arruda Botelho
US$ 2,2 bi
64
Construção
796
Renata de Camargo Nascimento
US$ 2,2 bi
63
Construção
796
Regina de Camargo Pires Oliveira Dias
US$ 2,2 bi
60
Construção
796
Moise Safra
US$ 2,2 bi
79
Bancos
828
Antonio Luiz Seabra
US$ 2,1 bi
71
Cosméticos
925
Nevaldo Rocha e família
US$ 1,95 bi
84
Varejo
931
Dulce Pugliese de Godoy Bueno
US$ 1,9 bi
66
Hospitais, planos de saúde
931
Michael Klein
US$ 1,9 bi
63
Varejo
931
Rubens Ometto Silveira Mello
US$ 1,9 bi
64
Açúcar, etanol
931
Lirio Parisotto
US$ 1,9 bi
60
Investimentos
1036
Jayme Garfinkel e família
US$ 1,75 bi
67
Seguros
1092
Julio Bozano
US$ 1,6 bi
78
Bancos
1143
Ana Maria Marcondes Penido Sant'Anna
US$ 1,55 bi
58
Pedágio rodoviário
1143
Cesar Mata Pires
US$ 1,55 bi
--
Construção
1154
Sergio Lins Andrade e família
US$ 1,5 bi
66
Construção
1154
Victor Gradin e família
US$ 1,5 bi
81
Construção
1154
Alexandre Grendene Bartelle
US$ 1,5 bi
64
Calçados
1210
Lina Maria Aguiar
US$ 1,4 bi
76
Herança/bancos
1210
João Alves de Queiroz Filho
US$ 1,4 bi
61
Bens de consumo
1284
Eggon da Silva
US$ 1,3 bi
85
Maquinário industrial
1284
Elie Horn
US$ 1,3 bi
70
Imobiliário
1284
Carlos Francisco Ribeiro Jereissati e família
US$ 1,3 bi
67
Shopping centers
1284
Jorge Moll Filho
US$ 1,3 bi
69
Hospitais
1284
Jose Isaac Peres e família
US$ 1,3 bi
73
Shopping centers
1284
Werner Voigt
US$ 1,3 bi
84
Maquinário industrial
1284
Lilian Werninghaus
US$ 1,3 bi
79
Maquinário industrial
1372
Lia Maria Aguiar
US$ 1,2 bi
72
Herança/bancos
1372
Guilherme Peirão Leal
US$ 1,2 bi
64
Cosméticos
1372
Rubens Menin Teixeira de Souza
US$ 1,2 bi
57
Construção de casas
1372
Dorothea Steinbruch
US$ 1,2 bi
--
Siderúrgica
1442
Alfredo Egydio Arruda Villela Filho
US$ 1,15 bi
44
Bancos
1442
Daisy Igel
US$ 1,15 bi
86
Gás, petroquímica
1465
Ana Lucia de Mattos Barretto Villela
US$ 1,1 bi
40
Bancos
1465
Edir Macedo e família
US$ 1,1 bi
69
Comunicação
1465
José Mendes Nogueira e família
US$ 1,1 bi
86
Mineração
1540
Giancarlo Franceso Civita
US$ 1,05 bi
--
Mídia
1540
Victor Civita Neto
US$ 1,05 bi
--
Mídia
1540
Roberta Anamaria Civita
US$ 1,05 bi
--
Mídia
1540
José Roberto Ermirio de Moraes
US$ 1,05 bi
56
Diversos
1540
José Ermirio de Moraes Neto
US$ 1,05 bi
61
Diversos
1540
Liu Ming Chung
US$ 1,05 bi
51
Papel e celulose
1540
Neide Helena de Moraes
US$ 1,05 bi
59
Diversos
1565
Carlos Martins
US$ 1 bi
57
Educação

  • Fonte: Forbes

A importância de debater o PIB nas eleições 2022.

Desde o início deste 2022 percebemos um ano complicado tanto na área econômica como na política. Temos um ano com eleições para presidente, ...