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sábado, 16 de maio de 2015

A vida começa todos os dias: doutorado aos 102 anos.


Leio hoje no UOL:

Uma alemã de 102 anos defendeu sua tese de doutorado cerca de 80 anos depois de ter sido impedida de fazê-lo pelo regime nazista por causa de sua ascendência judaica, comunicou nesta sexta-feira (15) o Hospital Universitário de Hamburgo-Eppendorf.

A defesa da pediatra Ingeborg Syllm-Rapoport, ocorrida na quarta-feira, foi bem-sucedida e ela receberá o título de doutora em junho. A tese sobre difteria havia sido escrita entre 1937 e 1938, mas na época ela foi impedida de fazer o exame oral necessário para obter o título de doutora.

Na época, a direção da Faculdade de Medicina justificou a decisão com a chamada lei de raças, que discriminava pessoas judias ou de ascendência judaica. A mãe de Ingeborg era judia.

"Com esse exame de doutorado não podemos desfazer a injustiça cometida, mas contribuímos para a confrontação com o pior lado da história alemã nas universidades e escolas superiores", disse o diretor da Faculdade de Medicina, Uwe Koch-Gromus.

Ingeborg Syllm-Rapoport nasceu em 1912, filha da pianista judia Maria Syllm, e migrou em 1938 para os Estados Unidos, onde trabalhou como pediatra. Lá ela conheceu seu futuro marido, Samuel Mitja Rapoport, com quem teve quatro filhos.

Em 1952, os dois simpatizantes do socialismo se mudaram para Berlim Oriental, na então Alemanha comunista. Em 1969, Ingeborg assumiu, no hospital universitário Charité, a primeira cátedra de neonatologia na Alemanha. Ela era uma das mais renomadas pediatras da Alemanha Oriental.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

London Business School - a melhor da Europa.

Leio no VALOR matéria do Financial Times sobre a melhor escola de negócios da Europa. 

A britânica London Business School foi escolhida a melhor escola de negócios da Europa, segundo ranking do jornal "Financial Times" publicado neste domingo (30). É a primeira vez que ela sobe ao topo da lista desde 2005.

A francesa HEC Paris e a espanhola IE Business School, que no ano passado empataram em primeiro lugar, ficaram neste ano com a segunda e terceira posição, respectivamente. Suíça e Itália também tiveram instituições incluídas no top 10.

Segundo pesquisa do jornal com mais de 1.500 alunos formados entre 2010 e 2011, 40% sentiram impacto negativo na carreira decorrente das baixas taxas de crescimento econômico da Europa. Entre eles, 67% citam menos vagas de emprego, 41% encontraram pouca oportunidade de promoção e 36% reportam remuneração e bônus mais baixos. Mas 77% acreditam que as habilidades adquiridas nas escolas de negócios ajudaram a lidar com o cenário econômico, e 40% receberam acesso a eventos de networking e conselhos de carreira por meio das instituições.

Ainda assim, cerca de um terço dos ex-estudantes que vivem na Europa consideram mudar para outro país dentro de um ano em busca de mais oportunidades de crescimento. O Estados Unidos é opção mais citada. 

Educação: a força de um cearense.


Para um mês de festas, uma notícia que somente poderia acontecer no meu Ceará. 
A força do João é orgulho de todo brasileiro que ama educação.

Parabéns. 

domingo, 17 de agosto de 2014

As 500 melhores universidades do mundo: seis do Brasil.

Leio no G1 a mais recente pesquisa sobre as melhores universidades do mundo:

Seis universidades do Brasil estão entre as 500 melhores do mundo, de acordo com ranking da Universidade Jiao Tong, de Xangai, publicado nesta sexta-feira (15). O índice reafirma a supremacia dos Estados Unidos no ensino superior.

Das seis instituições brasileiras na lista, a melhor colocada é a Universidade de São Paulo (USP), que aparece na faixa entre as posições 101 e 150. É a única da América Latina entre as 150 melhores do mundo.

As outras instituições de ensino superior do Brasil no 'Top 500 de Xangai' são a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a Universidade Estadual Paulista (Unesp), e a Universidade Estadual de Campinas ( Unicamp ), todas na faixa entre as posições 301 e 400. Em seguida vem a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), na faixa entre as posições 401 e 500.

Outras quatro universidades latino-americanas aparecem entre as 500 melhores do mundo: duas do Chile (Católica e Universidad do Chile), uma da Argentina (Universidade de Buenos Aires, UBA) e uma do México (Universidade Nacional Autônoma do México, Unam).

Veja a lista das 20 melhores universidades do mundo em 2014 de acordo com a classificação de Xangai e as posições das instituições brasileiras:

1. Universidade Harvard (EUA)
2. Universidade Stanford (EUA)
3. Instituto Tecnológico de Massachusetts - MIT (EUA)
4. Universidade da Califórnia-Berkeley (EUA)
5. Universidade de Cambridge (Reino Unido)
6. Universidade de Princeton (EUA)
7. Instituto Tecnológico da Califórnia - Caltech (EUA)
8. Universidade Columbia (EUA)
9. Universidade de Chicago (EUA)
10. Universidade de Oxford (Reino Unido)
11. Universidade Yale (EUA)
12. Universidade da Califórnia Los Angeles (EUA)
13. Universidade Cornell (EUA)
14. Universidade da Califórnia San Diego (EUA)
15. Universidade de Washington (EUA)
16. Universidade da Pensilvânia (EUA)
17. Universidade John Hopkins (EUA)
18. Universidade da Califórnia São Francisco (EUA)
19. Instituto Federal de Tecnologia da Suíça Zurique (Suíça)
20. Universidade College London (Reino Unido)
101-150. Universidade de São Paulo (USP/Brasil)
301-400. Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG/Brasil)
301-400. Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ/Brasil)
301-400. Universidade Estadual Paulista (Unesp/Brasil)
301-400. Universidade Estadual de Campinas - (Unicamp/Brasil)
401-500. Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS/Brasil)

A edição de 2014 do ranking universitário não apresenta muitas mudanças em relação a 2013 e reafirma o domínio americano.

Harvard é considerada a melhor universidade do mundo, seguida por Stanford, MIT e Universidade da Califórnia. O Reino Unido é o outro país que integra o exclusivo clube anglo-saxão das 10 melhores universidades do mundo, com Cambridge (quinta posição) e Oxford (nona posição).

Na Europa continental, a ETH de Zurique (19ª), a Universidade Pierre e Marie Curie de Paris (35ª) e a Universidade de Copenhague (39ª) são as três melhores da região.

A Universidade de Tóquio (21) e a Universidade de Kioto (26) são apontadas como as melhores da Ásia.

O índice de Xangai foi criado em 2003 na Universidade Jiao Tong da cidade chinesa. A classificação é muito aguardada em todo o mundo, mas também é objeto de críticas por sua metodologia.

De acordo com os pesquisadores da Jiao Tong, a lista é baseada em uma série de indicadores objetivos e informações fornecidas por terceiros.

A classificação se concentra nas pesquisas de ciências exatas, em detrimento do ensino, algo muito mais difícil de quantificar.

Entre os critérios utilizados está o número de prêmios Nobel que ex-alunos ou pesquisadores das universidades receberam, o número de medalhas Fields (consideradas equivalentes a um  "Nobel de Matemática" e que teve o franco-brasileiro Artur Avila, do Impa, no Rio, entre os vencedores este ano), assim como o número de artigos publicados em revistas exclusivamente de língua inglesa como "Nature" e "Science".


A cada ano são avaliadas 1.200 universidades de todo o mundo, mas a lista inclui apenas as 500 melhores.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

As melhores universidades do Brasil em 2014.

Leio no portal UOL uma ótima notícia:

A USP (Universidade de São Paulo) aparece entre as 50 melhores instituições do mundo em sete áreas de estudo, segundo ranking da QS divulgado nessa terça-feira (25).

A universidade paulista está entre as melhores em agricultura e silvicultura (27°), matemática (39°), geografia (42°), estatística (45°), comunicação e estudos midiáticos (46°), farmácia e farmacologia (48°) e história (50°).

A Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) aparece no top 50 em três disciplinas: agricultura e silvicultura (22°), história (34°) e filosofia (42°).

No ranking das 200 melhores aparecem ainda, entre as brasileiras, a Unesp (Universidade Estadual Paulista), a UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), a UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), a UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), a FGV (Fundação Getulio Vargas), a PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica)  e PUC-Rio.

O ranking QS World University by Subject 2014 leva em conta uma pesquisa de reputação acadêmica, pesquisa entre empregadores e dados sobre citações de pesquisas.

sábado, 1 de fevereiro de 2014

Analfabetismo e Dólar: onde o primeiro lugar é um inferno.

Recentes charges nos cearenses O POVO e DIÁRIO DO NORDESTE mostram a visão bem humorada para situações graves e preocupantes, cada uma à sua maneira: o dólar que não para de subir e o analfabetismo brasileiro, quase um campeão mundial. 

Isso pode Arnaldo?



segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

País rico é país com Educação, ok candidatos (as)?

Li na EXAME que se o Brasil estivesse na escola, repetiria de ano com o resultado do Pisa, exame promovido pela OCDE, que reúne as economias mais ricas do mundo. No ranking formado por 65 países, o Brasil está no 58º lugar.

Alerta Andreas Schleicher, vice-presidente para Educação da OCDE e coordenador do exame, no ritmo atual os brasileiros só vão atingir as médias dos alunos de países mais ricos em VINTE E CINCO ANOS.


Lamentável Brasil. 

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

FGV e USP: elas formam os melhores.

Matéria no VALOR ECONÔMICO aponta que duas instituições de ensino brasileiras estão no ranking das 150 universidades que formam os melhores funcionários, segundo estudo com recrutadores de 20 países. A Fundação Getúlio Vargas (FGV) está na 93ª posição e a Universidade de São Paulo (USP), no 113º lugar.

A FGV e a USP ocupam posições similares às do ano passado, e são as mais bem colocadas na América Latina. Apenas duas outras instituições da região entram na lista: as mexicanas Tecnológico de Monterrey, na 120ª posição, e a Universidade Nacional Autónoma de México, em 126º lugar.

A Universidade de Oxford, do Reino Unido, é a instituição de ensino preferida por recrutadores. A americana Harvard e a Universidade de Cambridge, também do Reino Unido, completam o pódio. Esta é a terceira edição do estudo anual "Global Employability Survey", realizado pela consultoria francesa em educação Emerging em parceria com o instituto de pesquisa alemão Trendence e publicado hoje no jornal "The New York Times". Foram ouvidos mais de cinco mil recrutadores de 20 países, entre eles o Brasil.

A pesquisa também procurou saber como a universidade de formação afeta as chances de um candidato no processo seletivo. No Brasil, 31% dos recrutadores dizem que a universidade é o principal critério na hora de selecionar um candidato recém-formado, enquanto 51% consideram esse apenas um dos fatores importantes. Para eles, aspectos como experiência profissional têm o mesmo peso.

Ainda assim, os recrutadores brasileiros são os que mais valorizam a reputação e imagem da instituição onde o candidato estudou durante o recrutamento  – 32% selecionaram esse critério como base da busca por profissionais. Em seguida, 25% avaliam a qualidade dos professores e pesquisadores da universidade e 21% se baseiam na experiência que já tiveram com outros alunos da mesma instituição. Esse último critério é o que lidera na média global.


Os recrutadores também selecionaram quais países produzem os melhores profissionais recém-saídos da universidade. Os Estados Unidos lideram, seguidos do Reino Unido e da Alemanha. O Brasil ficou na 17ª posição, na frente apenas da Malásia, México e Turquia.

domingo, 27 de outubro de 2013

Sobral - Ceará é nota 10 em educação.


Parabéns à minha cidade de SOBRAL, lá no interior cearense, um exemplo bem-sucedido de reforma educacional. Na EXAME, excelente matéria sobre EDUCAÇÃO mostra o quanto o Brasil ainda é atrasado no assunto. Portanto, isso deve ser, obrigatoriamente, item a ser discutido em 2014 pelos nossos candidatos (as) à Presidência da República.    

sábado, 7 de setembro de 2013

Cotas na pós-graduação.

Editorial do ESTADÃO sobre cotas, sempre elas... 

Depois de implantar o sistema de cotas para negros e índios em seus cursos de graduação, as universidades públicas começam a adotar o mesmo sistema no mestrado e doutorado. É esse o caso, por exemplo, do curso de antropologia social do Museu Nacional, da UFRJ. Em 2014, ele reservará duas vagas para indígenas. Para os candidatos negros serão reservados 20% das vagas e a nota de corte será menor do que a dos demais concorrentes.

"Não é só fazer justiça social. É uma experiência importante para a área de antropologia, que se propõe a estudar o outro", afirma o professor João Pacheco, subcoordenador do programa de pós-graduação do Museu Nacional. Na Universidade de Brasília, a reserva de 20% das vagas para alunos negros no mestrado e doutorado em sociologia foi aprovada em julho, mas ainda depende do aval do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão. Na Universidade do Estado da Bahia, 40% das vagas dos cursos de pós-graduação são reservadas para negros e 5% para indígenas. Apesar de ser historicamente refratária ao sistema de cotas na graduação, a USP fixou um terço das vagas de seu programa de pós-graduação em Direitos Humanos para negros, indígenas e pobres.

Embora o Ministério da Educação não imponha políticas de ação afirmativa na pós-graduação, dando às instituições de ensino superior liberdade para fazer o que julgarem mais conveniente em matéria de qualificação para pesquisa científica, as universidades públicas invocam estatísticas do IBGE para justificar a adoção de políticas afirmativas na pós-graduação. Segundo o órgão, apesar de negros e pardos representarem 51% da população, só 18,8% dos brasileiros com mestrado pertencem a esse grupo étnico. Entre os doutores, a proporção é de 14,6%. "É preciso abrir mais portas da pós-graduação para excluídos. Falta um pacto nacional para resolver o problema", afirma o coordenador da ONG Educafro, frei David Santos.

Esse argumento, contudo, não procede. Como o sistema de pós-graduação stricto sensu foi adotado nas universidades com o objetivo de qualificar o corpo docente do ensino superior e expandir a pesquisa científica, para assegurar a inovação tecnológica no País, o acesso ao mestrado e doutorado está obrigatoriamente baseado no princípio da competência.

Em outras palavras, se a ênfase no mérito for abrandada ou relativizada em nome da "justiça social", a pós-graduação perderá eficiência. Os mecanismos de avaliação dos mestrados e doutorados implantados nos últimos 16 anos perderão sentido. A qualidade da pesquisa científica estará em risco. E as consequências serão sofridas por toda a sociedade - inclusive pelos segmentos mais desfavorecidos. Como o País poderá adotar novas tecnologias, modernizar o parque produtivo e conquistar mais espaço no mercado internacional - medidas fundamentais para gerar novos postos de trabalho, incorporar as novas gerações na economia formal e assegurar inclusão social - sem as pesquisas científicas e os programas de qualificação acadêmica de uma pós-graduação baseados no princípio da competência? Depois da adoção das cotas nos mestrados e doutorados, quais seriam os próximos passos? Assegurar cotas de emprego em laboratórios e salas de aula para pós-graduados sem a devida qualificação?


Com a decisão de adotar políticas de ação afirmativa na pós-graduação, as universidades públicas agitam bandeiras mais vistosas do que eficazes. Prometem fazer justiça social, "democratizando" o acesso aos mestrados e doutorados. Mas se esquecem de que os problemas de injustiça social têm origem na educação fundamental e média, e não no ensino superior. O funil do ensino não está na graduação ou na pós-graduação, mas na formação deficiente no ensino básico. Se o ensino básico proporcionasse educação de qualidade, os setores mais desfavorecidos teriam a formação técnica e o preparo intelectual necessários para ingressar por mérito próprio em qualquer curso de pós-graduação.

domingo, 4 de agosto de 2013

Educação: ainda não chegamos lá.

Lamentável, mas é a cara do Brasil e o Clayton, no cearense O POVO, retratou com humor e ironia. 

Que o assunto seja objeto de verdadeiro debate na eleição de 2014.  


Fraudes e incompetência atrasam Educação.

Este editorial publicado pelo O GLOBO na sexta-feira passada merece ser lido com muita atenção, pois é lugar comum reclamar que falta dinheiro para a Educação. Na realidade, falta é caráter. 

Da gestão Fernando Henrique Cardoso, passando pela Era Lula, até Dilma Rousseff são, grosso modo, quase duas décadas em que a Educação é um assunto prioritário do Executivo federal. Pode-se entender que, com acerto, o tema passou a ser uma preocupação de Estado.

É possível enxergar uma linha lógica em todo este tempo, com períodos de maior ênfase no avanço quantitativo - quando, no governo FH, buscou-se a universalização da matrícula no ciclo fundamental, e, a partir de Lula, principalmente no segundo governo, o duro e essencial trabalho na melhoria da qualidade do ensino público básico. Matriculado o maior número possível de crianças, a sequência natural seria mesmo aprimorar a transmissão de conhecimentos.

Não há qualquer dúvida sobre a estratégia. Os resultados é que indicam a extrema dificuldade no enfrentamento da má qualidade do ensino. Avança-se, mas fica a impressão de que poderia ser menos difícil. A recente divulgação de Índices de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), pelo Pnud (ONU), mostrou que mesmo cidades com os melhores indicadores não conseguiram bom rendimento na Prova Brasil (avaliação do ensino básico), nas disciplinas-chave de Matemática e Português. O aprofundamento no assunto reforça o diagnóstico de que não é apenas com mais dinheiro que a Educação dará o salto de que a sociedade necessita. Se fosse assim, a solução definitiva estaria no lado financeiro/fiscal.

Estudo de técnicos da Secretaria do Tesouro - não referendado pela secretaria e execrado, é claro, por prefeitos e o MEC - concluiu que pelo menos 40% dos gastos municipais com educação são desperdiçados, por corrupção e/ou ineficácia da própria máquina pública. Se fosse a metade (20%), já seria escandaloso, motivo para um esforço de emergência no governo para entender o que se passa e tapar os vazamentos.

O trabalho dos analistas Janete Duarte, Sérgio Ricardo de Brito, Plínio Portela e Luís Felipe Vital, além da professora da USP Fabiana Rocha, ganha respaldo de auditorias da Controladoria Geral da União (CGU), as quais detectaram fraudes e mau uso do dinheiro do Fundeb em 73,7% de 180 municípios auditados, em 2011 e 2012.

Isso significa desestabilizar a estrutura de financiamento do ensino público básico. Há erros decorrentes de incompetência administrativa, desvio de dinheiro para outros tipos de gastos, em detrimento, por exemplo, da remuneração de professores, e corrupção, roubo.

O conserto do sistema educacional público requer uma junta multidisciplinar - do promotor, procurador e policial a especialistas em gestão pública e treinamento pedagógico do professorado. Não é nada simples, mas tem de ser enfrentado. Desconfie-se, portanto, toda vez que se disser que basta dobrar os gastos com Educação para 10% do PIB.

Espantoso é que auditorias como esta se repitam diante de uma impassível burocracia. 

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

A Educação faz a diferença na política?

O economista GUSTAVO IOSCHPE é um estudioso da educação brasileira e rotineiramente através da VEJA tem demostrado que o ruim pode ficar péssimo. 

Recentemente foi divulgado o IDEB - Índice de desenvolvimento da Educação Básica e o Gustavo fez algumas análises interessantes, o que nestes tempos de eleições, bem que os candidatos deveriam delas tomar conhecimento. 

Por exemplo, algum prefeito do nordeste brasileiro pode explicar porque seu município citado abaixo está entre os dez piores no IDEB, enquanto no sul e sudeste maravilha, os dez primeiros lugares estão com eles?

Redes Municipais com MAIOR IDEB:
  1. Salto-SP
  2. Sorocaba-SP
  3. Americana-SP
  4. Sertãozinho-SP
  5. Patos de Minas-MG
  6. Jaraguá do Sul-SC
  7. Joinville-SC
  8. Ribeirão Pires-SP
  9. São José dos Campos-SP
  10. Bento Gonçalves-RS
  11. Conselheiro Lafaiete-MG


Redes Municipais com MENOR IDEB:
  1. Maceío-AL
  2. Olinda-PE
  3. Jequié-BA
  4. São Lourenço da Mata-PE
  5. Vitória de Santo Antão-PE
  6. Salvador-BA
  7. Santa Rita-PB
  8. Igarassu-PE
  9. Recife-PE
  10. Campina Grande-PB


Será que os prefeitos das cidades acima não choram ao ver seu município numa situação tão desabonadora? Enquanto o Brasil não for um país com educação de qualidade, de nada adiantará eventos tipo Copa do Mundo e Olimpíadas. Estaremos sempre atrasados no que existe de mais novo no campo das ciências, com determinada parte da classe política sendo beneficiada pelo atual status quo. 

quarta-feira, 13 de junho de 2012

A USP é dez!


Afinal, uma ótima notícia hoje na FOLHA.

A USP (Universidade de São Paulo) lidera a lista das melhores universidades latino-americanas, segundo novo ranking publicado nesta quarta-feira (13) pela instituição britânica QS (Quacquarelli Symonds). A Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e a UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), que subiu da 19ª posição em 2011 para a 8ª neste ano, completam a lista das brasileiras no top 10.

Conheça as 10 melhores universidades latino-americanas segundo o ranking da QS.

Top 10 universidades latino-americanas
Posição/2012 Instituição País Posição/2011
1 USP (Universidade de São Paulo) Brasil 1
2 Pontificia Universidad Católica de Chile Chile 2
3 Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) Brasil 3
4 Universidad de Chile Chile 4
5 Unam (Universidad Nacional Autónoma de México) México 5
6 Universidad de Los Andes Colombia Colômbia 6
7 Itesm (Tecnológico de Monterrey) México 7
8 UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) Brasil 19
9 Universidad de Concepción Chile 12
10 Usach (Universidad de Santiago de Chile) Chile 21

Segundo a QS, foram entrevistados, em todo o continente, mais de 14 mil acadêmicos, assim como 11 mil empregadores. Os rankings levam em conta pesquisa, ensino, empregabilidade de internacionalização.

De acordo com o instituto, a forte presença brasileira é causada por um “esforço nacional” para aumentar o acesso ao ensino superior –o que seria demonstrado pelo fato de as matrículas terem sido triplicadas na última década – e incentivo a pesquisas acadêmicas.

Top 10 universidades - Brasil
Posição 2012
Brasil Posição 2012
Am. Latina Instituição Posição 2011
Am. Latina
1 1 USP (Universidade de São Paulo) 1
2 3 Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) 3
3 8 UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) 19
4 13 UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) 10
5 14 UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) 14
6 15 Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) 31
7 17 Unesp (Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho) 16
8 18 PUC-Rio (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro) 15
9 25 UnB (Universidade de Brasília) 11
10 28 PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) 37

Fonte: QS (Quacquarelli Symonds)

sábado, 5 de maio de 2012

Doutor Lula.


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva elogiou hoje (4), durante cerimônia em que recebeu o título de Doutor Honoris Causa das universidades públicas fluminenses, as políticas educacionais do governo, com destaque para o programa Ciência sem Fronteiras, que vai oferecer, até 2014, 101 mil bolsas para que estudantes de graduação e pós-graduação e pesquisadores possam aprimorar seus conhecimentos nas melhores universidades do mundo.
A presidenta Dilma Rousseff, com o extraordinário programa Ciência sem Fronteiras, também criou mais de cem mil bolsas de estudo para que os jovens brasileiros possam se aperfeiçoar no exterior”, disse o ex-presidente.
Ao lado da presidenta Dilma Rousseff, Lula disse estar honrado por receber o título de Doutor Honoris Causa das universidades públicas do Rio.
É com muita honra que recebo o título de Doutor Honoris Causa das cinco universidades públicas do Rio de Janeiro. E a minha honra é maior ainda por recebê-los conjuntamente em uma única solenidade e com a presença da nossa querida presidenta Dilma Rousseff, tão gratificante para mim e para todos nós que estamos aqui”.
Fonte: Planalto.gov.br

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Ainda há muito o que melhorar na educação.


Educação no Valor Econômico de hoje, 03/05/2012. 

Apesar de o governo se orgulhar do progresso social dos últimos anos, o balanço da educação ainda é bastante insatisfatório. Entre 2000 e 2010, o número de pessoas sem instrução ou com ensino fundamental incompleto, com dez anos ou mais, diminuiu, mas ainda representa metade da população, caindo de 65,1% para 50,2%, de acordo com dados do Censo de 2010 que acabam de ser divulgados. O percentual de pessoas com ensino superior completo aumentou de 4,4% para 7,9%, mas continua extremamente baixo. Até mesmo na região Sudeste, 44,8% da população não tem instrução ou não concluiu o curso fundamental, e apenas 10% têm ensino superior completo.

Não é por outro motivo que a educação deficiente é sempre apontada como uma das principais causas da falta de competitividade da indústria brasileira e fala-se até em um apagão de mão de obra qualificada.

O setor público tem investido nos últimos anos o equivalente a 5% do Produto Interno Bruto (PIB) em educação e considera um grande avanço a meta do Plano Nacional de Educação de aplicar 7% a 8% do PIB, o que elevaria o país ao patamar das nações da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em que o percentual oscila entre 6% e 8%. A comparação falha, porém, ao não levar em conta a diferença de tamanho da população em idade escolar e do PIB de cada país.

As deficiências educacionais influenciam também o desempenho da produção científica e inovação, que irá igualmente se refletir na competitividade. Não é por outro motivo que o Brasil estava em 47º lugar no The Global Innovation Index do ano passado, à frente da Rússia (56º lugar), mas atrás da China (29º).

O Brasil investe pouco mais de 1% do PIB em pesquisa e desenvolvimento, dividido praticamente em partes iguais entre o governo (0,54%) e o setor privado (0,57%), de acordo com o Ministério de Ciência e Tecnologia. Na China, o investimento é de 1,5% do PIB, sendo 1,1% do setor privado e o restante do setor público. O caso mais extremo é o da Coreia do Sul, que investe 3,36% do PIB em pesquisa e desenvolvimento, dos quais nada menos do que o equivalente a 2,46% são desembolsados pelo setor privado.

Apesar disso tudo, raramente vê-se o setor privado investindo em educação, atribuição que é considerada quase que exclusivamente do setor público. Doações a universidades feitas por empresas e pessoas, como ocorrem nos Estados Unidos, ainda são raras no Brasil. É mais provável um brasileiro fazer uma doação a uma universidade americana onde fez mestrado ou doutorado do que a uma brasileira.

Por isso, foi com relutância que o setor privado aderiu ao programa Ciência sem Fronteiras, lançado em julho de 2011, com o objetivo de enviar estudantes de graduação e pós-graduação brasileiros para estágios no exterior. Têm prioridade as áreas de engenharia e tecnologia, biologia, ciências biomédicas, computação e ciências exatas.

A meta do Ciência sem Fronteiras é enviar ao exterior 75 mil estudantes até 2015 bancados pelo governo e mais 26 mil pelo setor privado, totalizando 101 mil bolsas. O governo deve investir no programa cerca de R$ 3 bilhões, e o setor privado mais cerca de R$ 1 bilhão.

Conforme reportagem publicada pelo Valor na edição de 24/4, até abril, o programa público havia cumprido 20% de sua meta. Foram cerca de 15 mil bolsas de graduação e pós-graduação em áreas de carência de mão de obra qualificada consideradas prioritárias para o desenvolvimento técnico. Mas o setor privado não havia fechado uma única bolsa, às voltas com questões burocráticas e operacionais.

Na verdade, falta ao setor privado a experiência no assunto do setor público, cujas agências de fomento à pesquisa, como a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), têm parceria com instituições de ensino estrangeiras há décadas. Nessa primeira fase do programa, a quase totalidade das bolsas se concentrou nos Estados Unidos e os alunos não puderam escolher a universidade de preferência, tarefa executada por uma agência de colocação contratada. A Petrobras, que financiará 5 mil bolsas até 2017, nas áreas de energia, óleo, gás e biocombustíveis, preferiu repassar os recursos ao CNPq e à Capes.

Já o setor privado preferiu cuidar da concessão de bolsas à escolha das universidades diretamente e a demora se deve à falta de experiência no assunto. Como o processo será feito não é relevante. O importante é que saia do papel.

sábado, 28 de abril de 2012

As cotas de Schwartzman.


Recebo e leio com atenção os textos do sociólogo e presidente do Conselho do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (Iets), Simon Schwartzman.  Evidentemente muitos concordarão com a mensagem abaixo, enquanto outros serão veementemente contrários. Por entender que o problema maior do Brasil é a educação ou, melhor dizendo, a sua falta, compartilho com os meus dois fiéis leitores a ideia do Schwartzman, também colega blogueiro no http://www.schwartzman.org.br

A decisão unânime do STF em favor das cota raciais no ensino superior confirma, infelizmente, a tradição brasileira de dar soluções aparentemente simples e populares a questões complexas e difíceis, como são as da má qualidade e inequidade no acesso à educação no Brasil. Decisões do STF são para ser acatadas, claro, mas ninguém fica obrigado a concordar com elas. Escrevi um texto em 2008 aonde mostro como esta política de cotas é, no mínimo inóqua e potencialmente prejudicial, que está disponível aqui., e acho que continua válido.

Um argumento curioso que se ouve com frequencia a favor das cotas é que o desempenho dos alunos que entram nas universidades por este sistema tende a ser igual ou melhor do que dos que entram pelos procedimentos normais. É curioso porque, se eles têm realmente melhor desempenho, não precisariam das cotas para ser admitidos.  Se eles têm pior desempenho nos vestbulares ou no ENEM mas têm melhor desempenho nos cursos, isto indica que existem sérios problemas no ENEM e nos exames vestibulares, que precisariam ser corrigidos. Problemas deste tipo certamente existem, mas não há evidência de eles consistam em discriminar sistematicamente contra pessoas de pele escura. Para entender melhor o que está ocorrendo seria preciso observar se a baixa correlaçao entre resultados dos exames de ingresso e desempenho se dá igualmente em todos os  níveis ou somente nos cursos de níveis de exigência mais baixo.

Hoje o jornal O Globo publica uma pequena entrevista minha sobre o assunto, que tanscrevo abaixo.

A cota cria situações de pessoas que se sentem discriminadas’
O Globo – 27/04/2012
Simon Schwartzman, diz ser contra a adoção de cotas raciais em universidades. Na opinião dele, elas acabam gerando mais discriminação.

O GLOBO: Por que o senhor é contra as cotas nas universidades ?
SIMON SCHWARTZMAN: Não acho que cotas sejam uma coisa boa em geral. Considero correta a ideia de uma política de ação afirmativa que dê atendimento especial para pessoas em situação de carência. O que não acho correto é diferenciar as pessoas pela cor da pele ou pela raça.

Que medidas seriam mais adequadas que as cotas?
SCHWARTZMAN: Mais adequado seria melhorar a educação para as pessoas poderem chegar à universidade e não precisarem desse tipo de ajuda. Na falta disso, poderiam ser criados cursos que preparassem melhor para as universidades, e poderiam dar ajuda financeira para quem não tem recursos, de modo a permitir que as pessoas continuem estudando. Simplesmente criar cota e colocar a pessoa na universidade sem esse tipo de apoio, não significa que ela aproveitará. Vai ter aquela situação de o “fulano é cotista”, ou o “fulano não é cotista”. Vai criar discriminação.

Por que o senhor acha que a discriminação pode aumentar com as cotas?
SCHWARTZMAN: Quando você cria uma situação em que você divide as pessoas entre cotistas e não cotistas, você está dividindo a população e tem gente que diz “ah, o fulano entrou pela janela”. As pessoas começam a se olhar se estranhando.
Cria situações de pessoas que sesentem discriminadas, que tiveram desempenho melhor nas provas e não conseguiram entrar na universidade, como aconteceu em uma das ações em avaliação pelo STF.

Há quem diga que as cotas são uma forma de reparar um problema histórico, desde a escravidão. Como o senhor vê isso?
SCHWARTZMAN: Temos um presente extremamente complicado, com pobreza, pessoas que não completam o ensino médio ou que completam e não sabem quase nada. Parte dessas pessoas é negra, parte é branca. Temos que lidar com o problema da má qualidade de educação. Se tivéssemos uma educação de melhor qualidade, esse problema não se colocaria.

O senhor acha mais provável que o cotista abandone o curso?
SCHWARTZMAN: Pode ficar difícil para ele acompanhar, porque supõe-se que são pessoas que não têm condições de entrar pelo processo tradicional. Ou você não deixa entrar ou você deixa e dá apoio.

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