segunda-feira, 22 de maio de 2017
domingo, 21 de maio de 2017
Samuel Pêssoa: O choque político piora a recuperação.
“O Brasil é um País complicado. Quando parecia que as coisas
estavam minimamente se acertando, que a gente ia arrumar um monte de coisas,
acontece isso. Eu queria que o governo Temer fosse até o final e que a gente
tivesse, na sequência, uma eleição tranquila. Fiquei triste com tudo.
Daqui para frente, no
aspecto político, a gente vai ter de ver qual pessoa o Congresso vai escolher.
Precisa ser alguém que tenha alguma sobrevivência no ambiente do Congresso –
que está na penúria – e não seja indigesto para a sociedade. Senão, nós vamos
ter gente na rua indisposta a engolir o cara. Temer vai ter de renunciar. Se
ele se agarrar ao cargo, vai ser mesquinhez. Vai afundar o País. Dadas as
circunstâncias em que tudo ocorreu, talvez também seja difícil manter o
Meirelles (Henrique Meirelles, atual ministro da Fazenda, foi presidente do
conselho de administração da holding J&F, controladora da JBS, dos irmãos
Batista).
O choque político piora a recuperação da
economia. Nisso não há a menor dúvida. As reformas pararam. Não consigo ver de
onde virá ambiente político para votá-las no meio da indefinição. Alguma coisa
vai ser possível tocar depois de cumprido o rito da eleição indireta, de a
gente ver quem foi eleito e qual é a agenda dele.
Na economia, a tendência da atividade é para baixo e o câmbio,
para cima. A resultante disso sobre a inflação ainda é uma incógnita. Em 2008,
tivemos inflação para baixo. Mas, lá atrás, a crise era internacional e agora
ela é só nossa. Por outro lado, estamos numa recessão muito mais profunda. Não
consigo saber se o processo é inflacionário ou desinflacionário. E é isso que
vai definir a velocidade de queda da taxa de juros pelo Banco Central.”
Otavio Frias Frio: Ainda é cedo para dizer que a administração Temer acabou.
Neste domingão de ansiedade econômica e especialmente para a leitura de meus três ou quatro leitores diários, compartilho a visão do inteligente Otavio Frias Frio, diretor de redação da FOLHA DE S. PAULO, sobre o atual e complexo momento político brasileiro.
Montaigne escreveu, citando Sêneca, que a natureza criou um só
meio de entrar na vida, mas cem de sair dela, omitindo que por nenhum deles é
fácil passar.
Algo parecido se aplica às saídas para a crise endêmica que
esgarça o país desde 2013 e que se tornou outra vez galopante com as revelações
de quarta-feira (17). Caso surjam evidências irrefutáveis de que o presidente
Michel Temer cometeu crime, o que era discutível quando se concluía esta seção,
haverá quatro opções no horizonte.
A primeira delas, a renúncia, foi rechaçada no breve e veemente
discurso de quinta-feira (18). Mas renunciar, na vida pública, não é exatamente
decisão de alçada pessoal; o incumbente é antes "renunciado" pelas
circunstâncias, conforme os próprios aliados o informam em dado momento de que
seu governo se esvaiu, como um piloto que é ejetado após perder controle do
aparelho. Ainda estamos longe disso, o palácio dispõe de recursos políticos
consideráveis, mas a crise se acelerou da noite para o dia.
Outras duas possibilidades constitucionais –impeachment e
aceitação, pelo Supremo Tribunal Federal, de denúncia a ser apresentada pelo
procurador-geral da República (o que inabilitaria o presidente, uma vez
convertido em réu)– dependem ambas de autorização por parte de 2/3 dos
deputados. Estes se movem pelos próprios interesses, muito bem incrustados no
governo semiparlamentarista de Temer. Que conveniência falaria mais alto entre
eles, o usufruto imediato do poder ou o medo de não se reeleger e ficar ao
relento, muitos à mercê dos azares da primeira instância do Judiciário?
A quarta via é a judicial, por meio de cassação da chapa Dilma
Rousseff/Michel Temer no julgamento do Tribunal Superior Eleitoral, previsto
para o início de junho e estribado em clamorosos indícios de financiamento
ilegal da campanha que elegeu essa malsinada dupla no já remoto outubro de
2014. Mas também aqui o caminho não deixaria de ser tortuoso: Temer recorreria
ao Supremo, que daria início a novo julgamento, durante o qual o presidente
permaneceria, ao que tudo indica, no posto.
Removido Temer, restaria o problema da eleição indireta do
sucessor. Como se sabe, é o que manda a Constituição: o Congresso escolhe o
novo presidente quando a vacância se der na segunda metade do mandato. No
entanto, depois de a sociedade haver engolido a ascensão de Temer e suas
impopularidades em nome do respeito à Constituição, parece inverossímil que
possa tolerar um presidente escolhido a dedo por 500 e tantos parlamentares
vilipendiados. Seria, como se diz em inglês, adicionar insulto à injúria.
Não é da boa doutrina mudar as regras do jogo em meio ao jogo; a
rigor, só um referendo popular poderia autorizá-lo. Mas uma emenda
constitucional, que requer aprovação de 60% dos parlamentares, talvez baste em
termos de legitimidade. Tramita proposta do deputado Miro Teixeira (Rede-RJ)
que confina a eleição indireta aos casos de vacância presidencial no último
semestre do mandato; antes disso, Diretas-Já.
Claro que esses são formatos jurídicos vazios à espera de ser
movimentados pelo jogo das forças políticas reais. O combustível desta crise,
que é a monstruosa recessão econômica legada pela gestão de Dilma Rousseff,
continua a abastecer a insatisfação que grassa na sociedade e parece prestes a
se inflamar de novo em vigorosas manifestações de rua, pois os efeitos
saneadores da política econômica de Temer, a melhor parte de sua gestão, ainda
não se fazem sentir. Escala e intensidade dos protestos em praça pública nos
próximos meses deverão definir que desenlace institucional vai prevalecer.
Mesmo no campo predominante dos que desejam a saída de Temer,
começa a surgir uma dissidência indiretista disposta a resistir à campanha pela
emenda Miro Teixeira, em boa parte por recear que eleições diretas reconduzam
Lula à Presidência. As pesquisas indicam que o ex-presidente petista é favorito
no primeiro turno, ao mesmo tempo que sugerem expressiva probabilidade de que
venha a eleger seu antagonista em segundo turno. Agora ou em 2018, as eleições
parecem mais imprevisíveis que nunca.
Os alicerces do governo Temer, sempre frágeis, estão ainda mais
abalados. Mas é cedo para dizer que esta administração acabou. A economia, que
aos poucos sai do atoleiro, atua em seu favor. O relógio, que mostra as
eleições gerais de 2018 cada vez mais perto, também. Enquanto isso, um governo
cambaleante se encastela ao forcejar por reformas que preparam o ciclo de
expansão econômica apto a consagrar, talvez, seu sucessor.
sábado, 20 de maio de 2017
Brasil 2017: Em que pese 517 anos de história, ainda falta racionalidade!
Não
me convidaram
Pra
essa festa pobre
Que
os homens armaram pra me convencer
A
pagar sem ver
Toda
essa droga
Que
já vem malhada antes de eu nascer
Não
me ofereceram
Nem
um cigarro
Fiquei
na porta estacionando os carros
Não
me elegeram
Chefe
de nada
O
meu cartão de crédito é uma navalha
Brasil
Mostra
tua cara
Quero
ver quem paga
Pra
gente ficar assim
Brasil
Qual
é o teu negócio?
O
nome do teu sócio?
Confia
em mim
Não
me convidaram
Pra
essa festa pobre
Que
os homens armaram pra me convencer
A
pagar sem ver
Toda
essa droga
Que
já vem malhada antes de eu nascer
Não
me sortearam
A
garota do Fantástico
Não
me subornaram
Será
que é o meu fim
Ver
TV a cores
Na
taba de um índio
Programada
pra só dizer sim, sim
Brasil
Mostra
a tua cara
Quero
ver quem paga
Pra
gente ficar assim
Brasil,
qual
é o teu negócio?
O
nome do teu sócio?
Confia
em mim
Grande
pátria desimportante
Em
nenhum instante
Eu
vou te trair
Não,
não vou te trair.
Cazuza
quinta-feira, 18 de maio de 2017
quarta-feira, 17 de maio de 2017
terça-feira, 16 de maio de 2017
CAGED: criadas 59.856 mil vagas de emprego formal durante o mês de abril/2017.
O país criou 59.856 mil vagas de emprego formal durante o mês de
abril. O resultado representa uma variação positiva de 0,16% em relação a março
deste ano, conforme apontam os dados do Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados (Caged) divulgados hoje (16) pelo Ministério do Trabalho. É o
primeiro resultado positivo para um mês de abril desde 2014.
No último mês, foram contabilizadas 1.141.850 admissões e 1.081.994
desligamentos. Já em março deste ano, foram registradas 1.261.332 admissões e
1.324.956 desligamentos, ou seja, 63.624 vagas foram perdidas.
Em abril
do ano passado, o mercado de trabalho formal tinha registrado a perda de
62.844 postos de trabalho.
"Estamos tendo a alegria de celebrar números positivos.
Esperamos que estes números positivos se estabeleçam", comemorou o
ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira.
O setor de serviços foi o que registrou melhor resultado em abril
deste ano, com um saldo de 24.712 contratações, seguido pela agropecuária
(14.648); indústria de transformação (13.689) e comércio (5.327).
Embora tenha apresentado saldo negativo (-1.760 postos de
trabalho), a construção civil teve um desempenho melhor que o de abril
do ano passado (-16.036 vagas).
segunda-feira, 15 de maio de 2017
Prévia do PIB para o 1º trimestre de 2017: 1,12% ou 1,30%.
Foi divulgado hoje pelo Bacen que o IBC-Br de março registra um
crescimento de 1,12% para o primeiro trimestre deste ano.
Em época de notícias ruins, pelo menos alguma evidência que a
economia está reagindo positivamente.
Na avaliação dos números dessazonalizados de janeiro a março, o acumulado para o período é um aumento de 1,30%.
A esperar o dia 1º de junho com a divulgação oficial do PIB.
Bacen: PIB crescerá 0,50% neste ano e 2,50% em 2018.
O mercado financeiro reduziu a projeção para a inflação este ano
pela décima vez seguida. A estimativa para o Índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA) passou de 4,01% para 3,93%, de acordo com o boletim
Focus, uma publicação elaborada todas as semanas, pelo Banco Central (BC), e
divulgada às segundas-feiras.
A projeção para a inflação este ano está abaixo do centro da meta,
que é de 4,5%. A meta tem ainda limite inferior de 3% e superior de 6%. Para
2018, a estimativa caiu 4,39% para 4,36%.
A projeção de instituições financeiras para o crescimento da
economia (Produto Interno Bruto – PIB – a soma de todas as riquezas produzidas
pelo país) este ano foi ajustada de 0,47% para 0,50%. Para o próximo ano, a
estimativa permanece em 2,50%.
Para as instituições financeiras, a taxa básica de juros, a
Selic, encerrará 2017 e 2018 em 8,5% ao ano.
Atualmente, a Selic está em 11,25% ao ano. A Selic é um dos
instrumentos usados para influenciar a atividade econômica e a inflação. Quando
o Copom aumenta a Selic, a meta é conter a demanda aquecida, e isso gera
reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam
a poupança.
Já quando o Copom diminui os juros básicos, a tendência é que o
crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o
controle sobre a inflação.
Edição: Kleber Sampaio
domingo, 14 de maio de 2017
Emmanuel Macron: Le nouveau président de la République s'est installé à l'Élysée.
Emmanuel Macron:
"Le monde a besoin de ce que les Françaises et les Français lui ont
toujours enseigné : l’audace de la liberté, l’exigence de l’égalité, la volonté
de la fraternité".
sábado, 13 de maio de 2017
Portugal: Papa Francisco e os Santos Francisco Marto e Jacinta Marto.
"Em honra da Santíssima Trindade, para exaltação da fé católica e
incremento da vida cristã, com a autoridade de nosso Senhor Jesus Cristo, dos
Santos Apóstolos Pedro e Paulo e Nossa, depois de termos longamente refletido,
implorado várias vezes o auxílio divino e ouvido o parecer de muitos Irmãos
nossos no Episcopado, declaramos e definimos como Santos os Beatos Francisco
Marto e Jacinta Marto e inscrevemo-los no Catálogo dos Santos, estabelecendo
que, em toda a Igreja, sejam devotamente honrados entre os Santos. Em nome do
Pai e do Filho e do Espírito Santo."
sexta-feira, 12 de maio de 2017
Belo Horizonte: XXII Congresso Brasileiro de Economia - 06 a 08 de setembro de 2017.
O Conselho Federal de Economia e o Conselho Regional de Economia
da 10ª Região - MG realizarão o XXII Congresso Brasileiro de Economia (CBE) no
período de 06 a 08 de setembro de 2017, em Belo Horizonte (MG), com a seguinte
temática: “Desenvolvimento Econômico, Justiça Social e Democracia: Bases para
um Brasil Contemporâneo”.
O CBE acontece bienalmente, desde 1968, e reúne profissionais da
área, empresários, autoridades, consultores, estudantes de Ciências Econômicas
e representantes dos principais segmentos da sociedade. O objetivo é promover
debates e reflexões sobre temas fundamentais para o desenvolvimento sustentável
do País, apresentando análises, alternativas e perspectivas de solução para
importantes questões que influenciam no bem-estar de toda a sociedade.
O CBE 2017 será uma grande oportunidade para ter contato com um
grupo seleto formado por autoridades, pesquisadores, profissionais de destaque
e especialistas, nacionais e internacionais, com grande conhecimento e
experiência sobre o tema central do evento. Já estão confirmadas as presenças
do economista argentino Roberto Frenkel (Professor Honorário da Universidade de
Buenos Aires) e do norte-americano Jan Kregel (Diretor do Programa de Mestrado
em Teoria Econômica no Levy Economics Institute dos EUA).
Durante o evento, teremos a satisfação de efetuar a entrega do
XXIII Prêmio Brasil de Economia e dos Prêmios de Personalidade Econômica do Ano
e Destaque Econômico do Ano. O XXII CBE também será palco da etapa nacional da
Gincana Nacional de Economia, com premiação na cerimônia de encerramento.
A recuperação da economia brasileira segundo Henrique Meirelles.
“O Brasil está mudando mais em um ano do que mudou em décadas”,
afirmou o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, na reunião ministerial para
balanço de um ano do governo Temer, realizada hoje (12) no Palácio do Planalto,
em Brasília. Segundo o ministro, a recessão econômica é parte do passado.
“O Brasil vive um momento e um governo de profunda transformação.
Encontramos um país que viveu a maior recessão da história. A recessão que
encontramos foi maior que a depressão de 1930 e 1931”, disse. O ministro enfatizou
que a recessão já passou e que o Brasil mostra sinais de que voltou a crescer.
Meirelles citou o aumento do consumo em 20%, da produção de aço, também em 20%,
e a safra de grãos, “surpreendendo os mais otimistas”, com crescimento de 22%,
em relação ao ano passado.
Entretanto, Meirelles disse que o desemprego leva mais tempo para
reagir à retomada da economia. “O desemprego deve crescer ainda um pouco porque
tem uma reação mais lenta.”
Meirelles relembrou medidas adotadas neste ano de governo, como a
emenda à Constituição que estabeleceu um teto para os gastos públicos. “A
aprovação da PEC do Teto dos Gastos foi fundamental para dar previsibilidade à
economia brasileiras, às contas públicas”, disse Meirelles, acrescentando que
foi a primeira vez em que foi feito um projeto de longo prazo para as contas
públicas.
“Tivemos como resultado dessa retomada, a confiança. Tivemos uma
mudança gradual da perspectiva, e os efeitos são, de fato, impressionantes. Se
olharmos para a medida de Risco Brasil, que representa o custo de financiar o
país, caiu de 500 pontos para um pouco mais 200 pontos”, disse. Ele citou ainda
a possibilidade de as agências de classificação de risco pensarem em melhorar a
nota do Brasil. E acrescentou que o real está se fortalecendo e a bolsa de
valores, subindo.
O ministro citou ainda a redução da inflação, que atingiu 9,28% em
12 meses em maio de 2016 e agora está em 4,08%, abaixo do centro da meta
(4,5%).
*Colaboraram Pedro Peduzzi, Débora Brito e Karine Melo
Edição: Maria Claudia
quinta-feira, 11 de maio de 2017
Carlos Vieira e sua homenagem ao Dia do Psicanalista.
A psicanálise foi criada e fundada por S.Freud no fim do século
XIX e começo do século XX, após a publicação do livro a Interpretação dos
Sonhos. Depois de sua experiência com a técnica de ab-reação e da hipnose,
Freud expandiu seus trabalhos de pesquisa sobre o funcionamento da mente
humana, e criou a técnica da “associação livre”, ou seja, o analisando falaria
tudo o que lhe viesse à mente e o analista o escutaria numa atitude de “atenção
flutuante”(ouvir sem intenção pré-concebida). Essa técnica tem como elementos
de observação, a transferência, a associação livre e a interpretação dos
sonhos. Sonhos sonhados durante a noite, e sonhos (devaneios e atividade
imaginativa) diurnos, não pensados.
Dois fatos marcantes ocuparam Freud durante suas pesquisas: primeiro
o sonhar, a atividade onírica. Freud descobre sua importância a partir dos
sonhos de seus pacientes, e principalmente dos próprios sonhos. Esse fato leva
o pai da psicanálise a fazer a análise dos seus sonhos, a auto-análise, e
aprofundar a interpretação dos sonhos de seus analisandos. Com isso, estava se
abrindo outro vértice de sua pesquisa - a análise da pessoa do psicanalista.
Como segundo fato, surge na experiência analítica um fenômeno chamado –
transferência - ou seja, afetos e desejos projetados na figura do analista pelo
analisando. Logo a seguir a contraparte na pessoa do analista – a
contratransferência. Isso fala da importância novamente, da pessoa do
psicanalista. Porque enfatizo isso?
Porque daí em diante, Freud percebe a importância da “análise do
psicanalista” como meio de apurar sua capacidade de observação. Quanto mais um
analista fizer análise pessoal, mais terá condições de discriminar e não
misturar seus conflitos com os dos seus analisandos, além de sofisticar a sua
capacidade de observação da realidade psíquica. Com essa descoberta, Freud
passar a exigir na formação de um psicanalista, que o mesmo faça com um colega
mais experiente, pelo menos cinco anos de análise pessoal em sua formação, e de
tempos em tempos volte à sua análise. Essa é uma exigência formal nos
Institutos de Psicanálise filiados à Associação Internacional de Psicanálise, com sede em Londres. Para algumas escolas ditas “de
psicanálise”, a análise do psicanalista é tida como coisa secundária e o peso
recai sobre a formação teórica e técnica. Desse modo, não se preocupa com a
pessoa do psicanalista e sua saúde mental. Como analisar outras mentes sem
cuidar da sua própria! Os psicanalistas são humanos, têm conflitos,
preconceitos, atitudes moralistas e julgadoras, aspectos que jamais podem
influir em suas análises. Caso contrário, estarão “fazendo a cabeça dos
outros”, professando “suas crenças e preconceitos”, e não sendo objetivos,
livres, criativos e respeitosos com seus analisandos. Se for uma profissão que
exige uma ética sem “moralismo”, “racismos”, “fundamentalismos”, ou o “ismo”
que queira, é a profissão de psicanalista. O psicanalista não pode julgar, dar
conselhos morais e educacionais, emitir juízo de valor, caso contrário – a
liberdade para se conhecer e ser si mesmo – jamais acontecerá com seu cliente.
Freud quando largou a técnica da hipnose, estava renunciando o “suposto poder”
que o analista teria sobre a outra pessoa!
Psicanalista, ainda que seja humano e “filho de Deus” está vetado
em atitudes moralistas. Sua função primordial é pensar as experiências
emocionais não pensadas dos seus clientes, e assim, fazê-los conhecer melhor
seus conflitos e minorar, desse modo, a angústia de viver.Freud fugiu do
nazismo; enfrentou experiências dolorosas por mostrar a importância da
sexualidade nos conflitos psíquicos; combateu o preconceito contra os Judeus;
frisou sempre que a liberdade de pensar e sentir era um caminho para a saúde
mental e mostrou, principalmente, que a destrutividade humana é a raiz de todos
os males mentais. Por todos esses motivos e preocupações, ele tinha uma atitude
firme na formação de um psicanalista – a necessidade de sua análise pessoal –
para evitar efeitos maléficos na pessoa de seus analisandos.
O que quero enfatizar hoje, prezados leitores, é que a Psicanálise
só se desenvolve, e isso está sendo feito sempre, se o crescimento mental e a
saúde mental dos psicanalistas forem cuidados, sempre. Cabe aos Institutos de
Psicanálise essa função: cuidar dos seus alunos e futuros analistas para que
sua prática e sua pessoa não sejam comprometidas. A psicanálise oferece um
serviço de atendimento social, e como tal, faz parte e tem como finalidade,
proporcionar o crescimento psíquico das pessoas.
Carlos de Almeida Vieira - psicanalista e psiquiatra
Déficit primário em 2017 atingirá R$ 148 bilhões segundo projeções do mercado financeiro.
Instituições financeiras consultadas pelo Ministério da Fazenda
projetam que o déficit primário do Governo Central, formado por Tesouro
Nacional, Previdência Social e Banco Central, deve chegar a R$ 148,036 bilhões
neste ano. A estimativa está acima da meta de déficit perseguida pelo governo,
de R$ 139 bilhões. Em abril, a projeção era R$ 147,049 bilhões.
A estimativa consta na pesquisa Prisma Fiscal, elaborada pela
Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda, com base em
projeções do mercado financeiro.
Para 2018, a estimativa das instituições financeiras é de déficit
de R$ 125,124 bilhões, contra R$ 123,606 bilhões previstos em abril.
A projeção da arrecadação das receitas federais este ano caiu de
R$ 1,344 trilhão para R$ 1,341 trilhão. Para 2018, a estimativa é de R$ 1,442
trilhão, ante R$ 1,448 trilhão previstos anteriormente.
Para a receita líquida do Governo Central a estimativa para este
ano é R$ 1,144 trilhão, ante R$ 1,146 trilhão previstos no mês passado.
No caso da despesa total do Governo Central, a projeção passou de
R$ 1,295 trilhão para R$ 1,294 trilhão.
A pesquisa apresenta também a projeção para a dívida bruta do
Governo Central, que, na avaliação das instituições financeiras, deve ficar em
75,44% do Produto Interno Bruto (PIB – a soma de todas as riquezas produzidas
pelo país). A previsão anterior era 75,42% do PIB. Para 2018, a estimativa
ficou em 78,50% do PIB, ante 78,53% previstos no mês passado.
Edição: Maria Claudia
quarta-feira, 10 de maio de 2017
terça-feira, 9 de maio de 2017
Planalto 2018: Paul Samuelson e as funções do governo.
Em seu famoso ECONOMIA, Paul
Samuelson relacionou as quatro principais funções do governo:
1 – Melhorar a
eficiência econômica;
2 – Reduzir a
desigualdade econômica;
3 – Estabilizar
a economia por meio de políticas macroeconômicas;
4 – Conduzir a
política econômica internacional.
É
muito importante que os candidatos ao Planalto em 2018 conheçam muito bem as
funções do governo e estejam preparados para uma gestão que efetivamente faça a
sociedade acreditar que vive num Brasil sério!
Afinal,
estamos no século XXI, porém continuamos com problemas ainda da época
colonial...
A
conferir!
segunda-feira, 8 de maio de 2017
Bacen: Crescimento do PIB em 2017 será de 0,47% e para 2018 em 4,39%.
O mercado financeiro reduziu - pela nona vez seguida - a projeção
para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) este ano. Agora, a
estimativa passou de 4,03% para 4,01%, de acordo com o boletim Focus, uma
publicação elaborada todas as semanas pelo Banco Central (BC) e divulgada às
segundas-feiras.
A projeção para a inflação este ano está abaixo do centro da meta
que é 4,5%. A meta tem ainda limite inferior de 3% e superior de 6%. Para 2018,
a estimativa subiu de 4,30% para 4,39%.
A projeção de instituições financeiras para o crescimento da
economia (Produto Interno Bruto – PIB – a soma de todas as riquezas produzidas
pelo país) este ano foi ajustada de 0,46% para 0,47%. Para 2018, a expectativa
é que a economia cresça 2,5%, a mesma projeção há sete semanas consecutivas.
Para as instituições financeiras, a Selic encerrará 2017 e 2018 em
8,5% ao ano. Atualmente, a taxa é de 11,25% ao ano. A Selic é um dos
instrumentos usados para influenciar a atividade econômica e, consequentemente,
a inflação.
Quando o Copom aumenta a Selic, a finalidade é conter a demanda
aquecida e isso gera reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o
crédito e estimulam a poupança.
Já quando o Copom diminui os juros básicos, a tendência é que o
crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o
controle sobre a inflação.
Edição: Kleber Sampaio
domingo, 7 de maio de 2017
Morre Elon Lages Lima, uma lenda na matemática brasileira.
Um dos mais importantes e prolíficos autores de livros de
matemática no país, Elon Lages Lima, ex-diretor do IMPA (Instituto de
Matemática Pura e Aplicada), morreu na manhã deste domingo, aos 87 anos, no Rio
de Janeiro.
Matemático de ponta, o alagoano Elon deu contribuição fundamental
à literatura matemática brasileira, com 25 livros, e recebeu duas vezes o
Prêmio Jabuti de Ciências Exatas, da Câmara Brasileira do Livro. Ele também
desempenhou o papel de mentor e inspirador de jovens matemáticos de grande
destaque no país, como o ganhador da Medalha Fields Artur Avila, Carlos Gustavo
Moreira, o Gugu (ambos do IMPA), Ralph Teixeira (UFF) e Nicolau Saldanha
(PUC-Rio), entre outros.
“Eu era aluno de graduação, em Portugal, quando ouvi falar de Elon
pela primeira vez, por meio de seus livros. Ninguém, nos dois países,
contribuiu como ele para a criação de uma literatura matemática em língua
portuguesa”, afirmou o diretor-geral do IMPA, Marcelo Viana. Para o ex-diretor
do IMPA Jacob Palis, Elon “foi um excelente matemático, escritor e didata”.
“Ele deu uma contribuição muito grande ao IMPA, desde o início, integrando um
grupo pequeno e de alta qualidade.”
Membro titular da Academia Brasileira de Ciências desde 1963, foi
diretor do IMPA em três períodos (1969-71, 79-80 e 1989-93), presidente da
Sociedade Brasileira de Matemática (1973-75) e integrou o Conselho Nacional de
Educação e o Conselho Superior da Faperj. Recebeu a Ordem do Mérito Científico
na Classe Grã-Cruz, da Presidência da República, e o Prêmio Anísio Teixeira, do
MEC.
O jovem Elon fez sua formação inicial no Ceará e no Rio de
Janeiro. Ao chegar ao Rio, presenciou a fundação do IMPA, por Leopoldo Nachbin
e Maurício Matos Peixoto. Obteve os graus de mestrado e doutorado na
prestigiosa Universidade de Chicago, onde especializou-se em Topologia
Algébrica, entre 1954 e 1958, e recebeu o Prêmio Edna M. Allen.
Após voltar ao Brasil, tornou-se pesquisador do IMPA. Com uma
bolsa Guggenheim, esteve em Princeton e Columbia e foi influenciado pelo
norte-americano Stephen Smale, ganhador da medalha Fields. Nessa época, obteve
resultados pioneiros no campo de vetores comutativos. Foi professor da UnB, de
onde pediu demissão em 1965, após o início do Regime Militar. Foi Elon que
abriu o caminho para outros pesquisadores do IMPA, como Jacob Palis e César
Camacho, serem orientados por Smale – hoje pesquisador honorário do IMPA.
Além de pesquisador de alto nível, Elon sempre compreendeu a
importância da divulgação da Matemática e da formação de professores, áreas em
que desempenhou um papel de protagonista nacional. Colaborou para estruturar os
cursos de licenciatura, bacharelado e pós-graduação Universidade Federal do
Ceará, de onde recebeu, em 89, o título de Professor Honoris Causa. Ele também
era doutor Honoris Causa da Universidade Federal de Alagoas.
Idealizou e dirigiu as coleções “Projeto Euclides” e “Coleção
Matemática Universitária” e foi o criador, em 1990, do PAPMEM (Programa de
Formação e Aperfeiçoamento de Professores do Ensino Médio), que continua ativo
e já beneficiou mais de 20 mil professores do país. Talvez porque tenha sido
justamente na Educação Básica o início de sua brilhante trajetória de
matemático, como professor, aos 18 anos, no Ginásio Farias Brito e no Colégio
Estadual do Ceará.
Elon era casado com Carolina Celano e tinha cinco filhas da
primeira união, com Valdece. O velório será a partir das 9h, e o enterro às 16h
desta segunda-feira (8), no Cemitério da Penitência, no Caju.
França: Mario Vargas Llosa está otimista com Emmanuel Macron.
"Ser um liberal e deixar isto bem
claro, como Macron deixou durante sua campanha, é ser um autêntico
revolucionário na França atual. É devolver à empresa privada sua função de
principal ferramenta de criação de empregos e motor do desenvolvimento,
reconhecer no empresário, se sobrepondo às caricaturas ideológicas que o
ridicularizam e vilipendiam, sua condição de pioneiro da modernidade, facilitar
sua tarefa, atenuando o peso do Estado de modo a que se concentre no que
realmente lhe diz respeito, ou seja, a administração da justiça, da segurança e
da ordem pública, permitindo que a sociedade civil lute e atue na conquista do
bem-estar e na solução dos desafios econômicos e sociais.
Esta tarefa já não está nas mãos de
países isolados e encapsulados como querem os nacionalistas. No mundo
globalizado dos nossos dias, a abertura e a colaboração são indispensáveis. E
os países europeus compreenderam isto, com seu avanço para uma integração.
A França é um país riquíssimo que,
graças às más políticas estatais, pelas quais dirigentes de esquerda e de
direita foram responsáveis, empobreceu e foi se atrasando cada vez mais.
Enquanto isto, Ásia e América do Norte, mais conscientes das oportunidades que
a globalização oferecia para os países que abriam suas fronteiras e se
integravam nos mercados mundiais, deixavam a França cada vez mais para trás.
Com Macron abre-se, pela primeira vez,
em muito tempo, a possibilidade de a França recuperar o tempo perdido e iniciar
as reformas – audazes e custosas, claro, que irão enxugar esse Estado obeso,
que reprime e controla à exaustão sua vida produtiva, e mostrar a seus jovens
mais brilhantes que o mundo da burocracia administrativa não é o mais propício
para exercitar o seu talento e criatividade, e sim aquele em que a cada dia
surgem novas oportunidades criadas pela fantástica revolução científica e
tecnológica que vivemos hoje."
sábado, 6 de maio de 2017
Emmanuel Macron: França 2017!
Liberté, Égalité, Fraternité!
#France #eiffeltower #EmmanuelMacron#EleicoesnaFranca #LePen #Lefigaro #lemondefr#democracy #enmarchefr #photo #Paris
Folha: Os livros mais vendidos na semana.
Teoria e Análise
1º (2º) Por que Fazemos o que Fazemos? - Mario Sergio Cortella (Planeta) - R$ 31,90
2º (1º) O Poder da Ação - Paulo Vieira (Gente) - R$ 29,90
3º (3º) O Poder do Hábito - Charles Duhigg (Objetiva) - R$ 49,90
4º (4º) Gente que Convence - Eduardo Ferraz (Planeta Estratégia) - R$ 34,90
5º (5º) Os Segredos da Mente Milionária - T. Harv Eker (Sextante) - R$ 29,90
Práticas e Pessoas
1º (1º) Rápido e Devagar - Daniel Kahneman (Objetiva) - R$ 54,90
2º (2º) Revolução Orçamentária - Ana Paula Tozzi e Jéssica Costa (Trevisan) - R$ 54
3º (-) Quanto É Suficiente - Robert e Edward Skidelsky (Civilização Brasileira) - R$ 64,90
4º (5º) A Verdade É Teimosa - Miriam Leitão (Intrínseca) - R$ 49,90
5º (-) O Capital no Século 21 - Thomas Piketty (Intrínseca) - R$ 59,90
Lista feita com amostra informada pelas livrarias Saraiva, Curitiba, Martins Fontes, Fnac, Livraria da Vila, Cultura e Argumento; os preços são referência do mercado e podem variar; semana entre 23/4 e 29/4; entre parênteses, a posição na semana anterior
quinta-feira, 4 de maio de 2017
quarta-feira, 3 de maio de 2017
Balança comercial tem maior desempenho em abril desde 1989.
A balança comercial brasileira teve superávit de US$ 6,969 bilhões
em abril. Trata-se do melhor resultado para o mês desde o início da série
histórica do governo, em 1989. O saldo positivo supera o recorde de abril de
2016, quando a balança ficou positiva em US$ 4,862 bilhões.
Os dados foram divulgados ontem (3) pelo Ministério do
Desenvolvimento, Comércio Exterior e Serviços. De janeiro a abril deste ano, a
balança acumula superávit de US$ 21,387 bilhões. O valor também é o maior da história,
superando o recorde de US$ 13,2 bilhões registrado de janeiro a abril de 2016.
A balança comercial tem superávit quando as exportações –
vendas do Brasil para parceiros de negócios no exterior – superam as
importações, que são as compras do país também no exterior.
No mês de abril, as exportações brasileiras ficaram em US$ 17,686
bilhões, superando os US$ 10,717 bilhões em importações. As exportações
cresceram 27,8% em relação a abril de 2016, segundo o critério da média diária,
que leva em conta o valor negociado por dia útil. Ante março deste ano, houve
alta de 12,5%.
As importações, por sua vez, cresceram 13,3% na comparação com
abril do ano passado e subiram 5,8% em relação a março deste ano, também
segundo o critério da média diária.
Destaques
Altas de preços impulsionaram as exportações, principalmente de
itens básicos e semimanufaturados que cresceram 29,2% e 27,5% ante abril de
2016. Entre os básicos, foram destaque as vendas de minério de ferro (alta de
87,6% na comparação com abril de 2016), petróleo bruto (58,6%), minério de
cobre (50,9%), carne suína (34,4%), soja em grão (24,2%) e farelo de soja
(15,5%).
Nos semimanufaturados, produtos como óleo de soja (alta de
173,9%), de ferro e aço (55,5%), ferro fundido (46,1%) e açúcar bruto (44,4%)
se destacaram. Entre os manufaturados, cujas vendas aumentaram 25,7% ante abril
do ano passado, cresceu a exportação de itens como açúcar refinado (139,1%) e
veículos de carga (123,3%).
Nas importações, cresceu a compra de combustíveis e lubrificantes
(28,5%), bens intermediários (16,5%) e bens de consumo (6,3%). Por outro lado,
caiu a aquisição de bens de capital (-5,9%).
Edição: Maria Claudia
terça-feira, 2 de maio de 2017
Focus: Crescimento do PIB 2017 é estimado em 0,46%. Para 2018 em 2,5%.
O mercado financeiro reduziu a projeção para a inflação este ano
pela oitava semana consecutiva. Agora, a estimativa para o Índice Nacional de
Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de 4,04% para 4,03%, de acordo com o
boletim Focus, uma publicação elaborada todas as semanas pelo Banco Central
(BC), em Brasília.
A projeção para a inflação este ano está abaixo do centro da meta
que é 4,5%. A meta tem ainda limite inferior de 3% e superior de 6%. Para 2018,
a estimativa foi reduzida de 4,32% para 4,30%, no quarto ajuste seguido.
A projeção de instituições financeiras para o crescimento da
economia (Produto Interno Bruto – PIB – a soma de todas as riquezas produzidas
pelo país) este ano passou de 0,43% para 0,46%. Para o próximo ano, a
estimativa permanece em 2,5%.
Para as instituições financeiras, a Selic encerrará 2017 e 2018 em
8,5% ao ano. Atualmente, ela está em 11,25% ao ano. A Selic é um dos
instrumentos usados para influenciar a atividade econômica e a inflação. Quando
o Copom aumenta a Selic, a meta é conter a demanda aquecida, e isso gera
reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam
a poupança. Já quando o Copom diminui os juros básicos, a tendência é que o
crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o
controle sobre a inflação.
Edição: Kleber Sampaio
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