terça-feira, 2 de junho de 2009
O MUNDO CONTINUA CAPITALISTA
DA SÉRIE: LEITURA INEVITÁVEL
Mas este medo de grande inflação faz algum sentido? Basicamente, não - com um porém que discutirei mais à frente. E suspeito que o medo está, ao menos em parte, ligado mais à política do que à economia.
Mas vamos começar do início. É importante entender que não há indício de pressões inflacionárias na economia no momento. Os preços ao consumidor estão mais baixos agora do que estavam há um ano, e os aumentos salariais estagnaram diante do alto desemprego. Deflação, e não inflação, é o perigo real e imediato.
Logo, se os preços não estão subindo, por que o temor de inflação? Alguns alegam que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) está imprimindo muito dinheiro, o que deve ser inflacionário, enquanto outros alegam que os déficits orçamentários no final forçarão o governo americano a promover a inflação para administrar sua dívida.
A primeira história está simplesmente errada. A segunda poderia estar certa, mas não está.
Agora, é verdade que o Fed adotou medidas sem precedente ultimamente. Mais especificamente, ele tem comprado muita dívida tanto do governo quanto do setor privado, e pagando por estas compras creditando aos bancos reservas extras. Em tempos comuns, isso seria altamente inflacionário: os bancos, cheios de dinheiro, aumentariam os empréstimos, que aumentariam a demanda, que pressionariam os preços para cima.
Mas estes não são tempos comuns. Os bancos não estão emprestando suas reservas extras. Eles estão apenas sentados sobre elas -na prática, eles estão enviando o dinheiro de volta ao Fed. Logo, o Fed não está realmente imprimindo dinheiro.
Mesmo assim, essas ações não seriam inflacionárias cedo ou tarde? Não. O Banco do Japão, diante de dificuldades econômicas não muito diferentes daquelas que enfrentamos hoje, comprou dívida em grande escala entre 1997 e 2003. O que aconteceu aos preços ao consumidor? Eles caíram.
No geral, muito da atual discussão a respeito da inflação faz lembrar o que aconteceu durante os primeiros anos da Grande Depressão, quando muitas pessoas influentes alertavam sobre a inflação enquanto os preços despencavam. Como escreveu o economista britânico Ralph Hawtrey, "temores fantásticos de inflação foram manifestados. Foi como um grito de Fogo, Fogo, no Dilúvio de Noé". E ele prosseguiu: "É depois de cederem a depressão e o desemprego que a inflação se torna perigosa".
Há um risco de que teremos inflação após a economia se recuperar? Esta é a alegação daqueles que olham para projeções de que a dívida federal poderá crescer para mais de 100% do PIB e dizem que os Estados Unidos terão que inflacionar para se livrar da dívida - isto é, elevar os preços para que o valor real da dívida seja reduzido.
Coisas como esta aconteceram no passado. Por exemplo, a França usou esse recurso para se livrar de grande parte da dívida que contraiu enquanto travava a Primeira Guerra Mundial.
Mas faltam exemplos mais modernos. Nas últimas duas décadas, a Bélgica, Canadá e, é claro, o Japão passaram por episódios em que a dívida ultrapassou 100% do PIB. E os próprios Estados Unidos saíram da Segunda Guerra Mundial com uma dívida ultrapassando 120% do PIB. Em nenhum desses casos os governos recorreram à inflação para solucionar seus problemas.
Logo, há algum motivo para achar que a inflação está chegando? Alguns economistas defendem uma inflação moderada como política deliberada, como uma forma de encorajar o empréstimo e reduzir o fardo da dívida privada. Eu tenho simpatia por estes argumentos e fiz um argumento semelhante para o caso do Japão nos anos 90. Mas o argumento em prol da inflação nunca foi acolhido pelos autores de políticas japoneses naquela época, e não há sinal de que está ganhando força juntos aos autores de políticas americanos agora.
Tudo isso gera a pergunta: se a inflação não é um risco real, por que todas estas alegações de que é?
Bem, como você deve ter notado, os economistas às vezes discordam. E grandes discordâncias são especialmente prováveis em tempos estranhos como o presente, quando muitas das regras normais não mais se aplicam.
Mas é difícil escapar da sensação de que a atual disseminação do medo da inflação é em parte política, vinda principalmente de economistas que não tinham problema com déficits causados por reduções de impostos, mas repentinamente se tornaram rabugentos fiscais quando o governo começa a gastar dinheiro para resgatar a economia. E a meta deles parece ser pressionar o governo Obama a abandonar os esforços de resgate.
Não é preciso dizer, o presidente não deve se deixar pressionar. A economia ainda se encontra em profundas dificuldades e precisa de ajuda contínua.
Sim, nós temos um problema orçamentário de longo prazo, e precisamos começar a preparar o caminho para uma solução de longo prazo. Mas quando se trata de inflação, a única coisa que temos a temer é o próprio medo da inflação.
É TENTAÇÃO POLÍTICA COM IMITAÇÃO
segunda-feira, 1 de junho de 2009
COMUNICADO - BLOG
sábado, 16 de maio de 2009
A POUPANÇA DO BRASILEIRO NÃO É MAIS A MESMA
DÁ SÉRIE: LEITURA INEVITÁVEL
REVISTA ECONOMIST - EDIÇÃO SEMANAL

NOURIEL ROUBINI E A PIADA DO ANO
REVISTA PIAUÍ - CARTA PUBLICADA

BRASIL - INFRAESTRUTURA
domingo, 10 de maio de 2009
BANCO CENTRAL - INDEPENDÊNCIA
DICA DE BELÉM DO PARÁ - LAZER
ECONOMIA E SAÚDE - DUAS CRISES
DÁ SÉRIE: ECONOMIA - VOCÊ SABIA?
DICAS DE ECONOMIA - MANUAL
- No blog do colega Daniel Simões http://academiaeconomica.blogspot.com/, uma excelente dica e ferramenta para facilitar o estudo de nossa Economia. Basta acessar o link http://aplia.com/ e começar a estudar.
ECONOMIA: ERROS DE PREVISÕES
SINAIS DE VIDA NA ECONOMIA - EXAME
sexta-feira, 8 de maio de 2009
DA SÉRIE: LEITURA INEVITÁVEL
LIVRARIAS NO BRASIL - 2.676
Com a maior parte dos dias aqui no interior da floresta amazônica, fico feliz quando alguém lembra de mim e envia algum jornal de São Paulo. Estou lendo agora no Estadão de 29/04/09 que das 2.676 livrarias que existem no Brasil, apenas 132 estão na região Norte, ou seja, 5% do total, enquanto 53% delas estão no Sudeste.Fã de livraria, torço para que Belém receba no novo shopping que será inaugurado ainda neste ano uma verdadeira livraria.
sexta-feira, 1 de maio de 2009
PAUL KRUGMAN TAMBÉM ESTÁ NA LISTA DA TIME
Not since the Great Depression has our nation suffered such financial hardship. We are angry, depressed and scared. And we want to know how we are going to get out of this mess. No one is better at giving voice to all this than Paul Krugman.
Through his Op-Ed columns in the New York Times, his blog and his books, he has become our most incisive observer of a global economy in deep crisis. His gift is his clarity. He is able to use his mastery of his subject — he won the 2008 Nobel Prize for Economics — to make the dismal science understandable to everyone.
Krugman, 56, is not just comprehensible but practical. Understanding economics is important, but only insofar as it advances the policy debate of the day. His debate with the Obama Administration has generated philosophical heat, but it's really about nuts and bolts; he doesn't disagree that government should use its resources to fix the crumbling financial system, stem surging foreclosures and shore up demand, but he does have a lot to say about exactly how.
While Krugman isn't currently making policy, his imprint on it is undeniable. His cogently articulated views shape the public opinion to which policymakers are ultimately beholden. The Administration's bank-rescue plan, which involves taxpayers teaming up with private investors to purchase the banks' toxic assets, is a good case in point. Krugman not only dislikes the plan; he also worries it increases the odds that the already severe downturn will unravel into something much worse. The President may not adopt his solutions, but he'd best answer his concerns, lest the rescue plan not get off the ground.
And on a personal level, Krugman certainly shapes opinions in my household. I'm an avid reader of his work, but my wife likes to make sure, so twice a week she places a cutout of hisTimes column next to my bedside. On those two days at least, I read and discuss Paul Krugman's view of things before going to sleep. I am a much better economist for it.
Zandi is the chief economist at Moody's Economy.com
A importância de debater o PIB nas eleições 2022.
Desde o início deste 2022 percebemos um ano complicado tanto na área econômica como na política. Temos um ano com eleições para presidente, ...
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