Clayton, no cearense O POVO, registra o que vem por aí.
quarta-feira, 1 de janeiro de 2014
domingo, 29 de dezembro de 2013
O governo rendeu-se.
Leio na FOLHA editorial sobre os rumos da política econômica neste final de 2013 e início de 2014. E destaco que, lamentavelmente, o mundo dos políticos é muito diferente do nosso mundo.
Muito a contragosto, o
governo rendeu-se às críticas de que sua política econômica conduziria o país a
uma crise grave.
Premido pelo esvaziamento de seus cofres, rendeu-se ao fato de
que não pode continuar a gastar como nos primeiros anos de Dilma Rousseff.
Acuado pelo risco de
fracasso das privatizações de serviços públicos, rendeu-se à necessidade de
reformular os leilões de concessão.
Rendeu-se ainda à
necessidade de dar combate direto à inflação, e a taxa básica de juros voltou a
subir. Rendeu-se ao descrédito e malogro de sua política de controlar preços,
diretamente ou por meio de desonerações de impostos, embora os desarranjos
ainda permaneçam, maquiando e reprimindo artificialmente a inflação.
O esgotamento do arsenal
de medidas de estímulo econômico e de intervenção em preços e rendas não
resultou em progresso nem segundo os critérios do governo.
A presidente e seus
ministros diziam no início de 2011 que a economia cresceria a 6% ao ano;
mudaram para 4,5% em 2012. No final do ano passado, acreditavam em expansão de
4% neste 2013. Na média anual, o PIB do triênio não terá avançado mais de 2%.
Seria difícil ter crescido
muito mais que isso, sob qualquer governo. No início dos anos Dilma, o país
tinha de lidar com os problemas da crise mundial, os excessos do final da
gestão Lula, os efeitos de quase meia década de inércia reformista, entre
outros obstáculos.
Mas é lamentável que o
triênio tenha sido perdido em tentativas pueris de estimular a economia no
curto prazo, como se o país estivesse pronto para deslanchar.
Impressionado pelas ruas,
pelo descrédito internacional, pelo aumento das taxas de juros no mercado
doméstico, o governo cedeu. Até sua estimativa de crescimento é mais modesta
para 2014: "melhor que o deste ano", apenas.
Ainda assim, não se
percebe atitude positiva do governo. Desistiu de acumular equívocos, mas não
deu provas de que vai reformular de modo decisivo sua política. Se por mais não
fosse, 2014 é ano de eleição. Convém não fazer marolas, não desagradar nem a
comunidade financeira nem o eleitorado.
Seria ingênuo, pois,
reivindicar que fizesse logo o ajuste necessário para o país retomar ao menos o
caminho da normalidade, tendo, assim, condições de refletir sobre alternativas
de desenvolvimento.
Normal seria o governo ao
menos controlar sua dívida. Desistir de reprimir preços --arbitrariedade que,
por exemplo, avaria a mais importante empresa do país, a Petrobras. Normal
seria o realismo tarifário no setor elétrico, nos serviços públicos a conceder;
seria a redução de subsídios caríssimos a empresas, por meio do BNDES.
Trata-se de uma proposta
muito modesta, nada além de um primeiro e pequeno passo para que o Brasil se
habilite a planejar e modificar o seu futuro, nublado por três anos de
imediatismos simplórios e, obviamente, ineficazes.
terça-feira, 24 de dezembro de 2013
EXAME: Economia brasileira - Projeções 2014.
Leio no site da EXAME.com que a mediana das projeções dos economistas coletadas pelo relatório Focus,
do BC, aponta para uma Selic de 10,50% no fim do ano que vem.
E o resumo com as principais projeções dos economistas para 2014:
Instituições
|
PIB
|
Câmbio R$/US$*
|
Taxa Selic
|
Inflação (IPCA)
|
Itaú BBA
|
2,10%
|
2,35
|
10,25%
|
5,77%
|
Bradesco
|
1,90%
|
2,45
|
10,25%
|
6,00%
|
Santander
|
1,90%
|
2,45
|
10,50%**
|
6,00%
|
HSBC
|
2,20%
|
2,4
|
10,25%
|
6,30%
|
Citibank
|
2,00%
|
2,47
|
10,75%
|
5,50%
|
Banco Espírito Santo
|
2,00%
|
2,45
|
10,25%
|
6,00%
|
Tendências
|
2,10%
|
2,45
|
10,25%
|
6,00%
|
Banco Fator
|
2,05%
|
2,45
|
11,00%
|
6,00%
|
Barclays
|
2,40%
|
-
|
-
|
6,00%
|
Febraban
|
2,10%
|
2,41
|
10,50%
|
5,90%
|
FOCUS (Banco Central)
|
2,00%
|
2,45
|
10,50%
|
5,97%
|
quarta-feira, 18 de dezembro de 2013
terça-feira, 17 de dezembro de 2013
Stanley Fischer.
No VALOR de hoje, o retrato de Stanley Fischer pela lente de Delfim Netto.
Stanley Fischer , que parece será nomeado para a vice-presidência
do Fed, é um dos mais bem apetrechados economistas teóricos aos quais foram
dadas oportunidades para usar seu conhecimento no exercício da política
econômica. Recebeu o PhD no MIT em 1969 e rapidamente se notabilizou.
Que economista ficou indiferente em 1977 diante da sua inovadora
combinação da teoria das "expectativas racionais", com hipóteses
keynesianas? Qual não se entusiasmou em 1978, com a síntese magistral do
"Macroeconomics" (em colaboração com Rudiger Dornbusch)? E não se
maravilhou e sofreu, em 1989, com o seu "Lectures in Macroeconomics"
(em colaboração com Olivier Blanchard)?
Em 1984, assessorou o governo de Israel no bem-sucedido programa
de estabilização, inaugurando sua vida prática. Depois ocupou o cargo de
economista-chefe do Banco Mundial, no período de 1988-1990. Em 1994, foi
nomeado economista-chefe do FMI, cargo que ocupou até 2001 e no qual enfrentou
várias crises, inclusive a brasileira. Em 2001, ao deixar o FMI, foi assessorar
o Citigroup e meteu a mão na massa no lado privado do sistema financeiro.
Voltou à vida pública em 2005, nomeado presidente do Banco Central
de Israel, cargo que ocupou até 30 de junho último. Mostrou o seu virtuosismo
na grande recessão de 2008. Antecipou um afrouxamento monetário (antes do Fed)
e combateu a apreciação da moeda israelense, o shekel, para proteger o nível de
atividade do país, onde as exportações são próximas de 40% do PIB.
Ainda em 2008, instituiu um programa de compra diária de US$ 100
milhões, exatamente o oposto do que fazia o Banco Central do Brasil, que
estimulava a valorização do real como fator coadjuvante para o combate à
inflação à custa da destruição do nosso setor industrial.
A competência e a sensibilidade de Fischer são confirmadas por seu
pragmatismo. Não hesita em relativizar sua "ciência" diante da
realidade fática que a nega. É o caso, por exemplo, de sua mudança de atitude
diante da ampla liberdade de movimento de capitais e do regime de câmbio
livremente flutuante, que defendeu ardorosamente enquanto no FMI.
Toda a longa experiência de Fischer está destilada e amadurecida
na imperdível introdução à conferência "Lessons from the World Financial
Crisis", realizada em Israel em 2011, agora publicada no livro ("The
Great Recession" - Lessons for Central Bankers", MIT Press, 2013).
Ele aponta as dez lições que colheu até agora. Particularmente interessante é a
lição nº 6: "A importância da taxa de câmbio nas pequenas economias
abertas".
Nela, Fischer nos ensina que "a taxa de câmbio real é uma das
duas mais importantes variáveis macroeconômicas nas pequenas economias abertas.
A outra é a taxa de juros real. "Nenhum banqueiro central em tais
economias pode ser indiferente quanto ao nível da taxa de câmbio, mas
infelizmente não há escolhas fáceis na sua administração".
E Fischer continua: "Primeiro, há a escolha do sistema
cambial, que está intimamente ligado à questão do controle de capitais. Se os
fluxos de capitais podem ser controlados, pode haver alguma vantagem na escolha
de uma taxa de câmbio nominal fixa. Entretanto, e sem entrar no longo e
irresoluto debate sobre o sistema cambial, acredito (sic) que é melhor operar
com um sistema cambial mais flexível e com um movimento de capitais mais
aberto. Mas "flexível" não significa, aqui, que um país não possa
intervir no mercado cambial, ou que o movimento de capitais seja completamente
aberto... Nenhum país pode comprometer-se a defender uma particular taxa de câmbio.
Os participantes do mercado costumam dizer que o banco central não pode
colocar-se contra sua força. Entretanto, é preciso reconhecer a assimetria
existente entre defender-se de pressões para valorizar ou desvalorizar a moeda.
No caso da depreciação, o mercado quer mais moeda estrangeira das quais o banco
central dispõe de quantidade limitada e não pode resistir indefinidamente. Os
eventos recentes mostraram que grandes reservas podem ajudá-lo a resistir às
pressões do mercado... No caso da valorização, os mercados querem mais moeda
local, que o banco central pode produzir para comprar o fluxo de moeda
estrangeira que está entrando. Evidentemente, para prevenir um processo
inflacionário é preciso esterilizar os seus efeitos, como se fez em Israel e em
outros países".
Fischer reconhece que, em certas circunstâncias, os países
introduzem algum atrito no movimento dos capitais. Para ele, "tais
controles são raramente elegantes, de administração difícil e permanentemente
erodidos pela capacidade do setor privado de encontrar meio de ilidi-los. Mas,
às vezes, necessários, quando o país é confrontado com um importante movimento
de entrada de capitais".
A 10ª lição de Fischer é definitiva e moralmente tranquilizadora
para os sacerdotes do método do "suponhamos que", que se pensam
portadores da "verdadeira" ciência econômica. "Numa crise"
- diz ele - "os banqueiros centrais (e sem dúvida outros 'policy makers')
vão encontrar-se tendo que decidir por políticas que eles nunca pensaram em
aplicar e, frequentemente, que eles nunca prefeririam aplicar. Portanto, uma
palavra final para os banqueiros centrais: nunca digam nunca". O conselho
pode estender-se aos críticos que, sem saber, serão um dia "policy
makers".
Este "suelto" foi publicado nesta coluna em 17/09/2013,
quando eu esperava que ele fosse o "chairman" do Fed.
segunda-feira, 16 de dezembro de 2013
País rico é país com Educação, ok candidatos (as)?
Li na EXAME que se o
Brasil estivesse na escola, repetiria de ano com o resultado do Pisa, exame
promovido pela OCDE, que reúne as economias mais ricas do mundo. No ranking
formado por 65 países, o Brasil está no 58º lugar.
Alerta Andreas Schleicher,
vice-presidente para Educação da OCDE e coordenador do exame, no ritmo atual os
brasileiros só vão atingir as médias dos alunos de países mais ricos em VINTE E
CINCO ANOS.
Lamentável Brasil.
Dilma e os fatos da vida como ela é na economia.
Recente editorial do ESTADÃO e a vida na economia como ela é.
Fatos da vida podem ser
chocantes, mas, com algum cuidado, alguém deveria contar à presidente da
República a verdade sobre a meta da inflação: ela é 4,5%, nunca foi alcançada
no atual governo e dificilmente será nos próximos dois anos. Sendo uma pessoa
forte, a presidente poderia assimilar o choque rapidamente e em seguida
repassar a informação a seu ministro da Fazenda, Guido Mantega. Ambos continuam
falando - e isso ocorreu, de novo, no Encontro Nacional da Indústria -
como se o alvo oficial fosse qualquer número até 6,5%, limite superior da
escandalosa margem de tolerância adotada no País. Os dois apresentaram aos
empresários, ao Brasil e ao mundo, como de costume, um país cor-de-rosa, com
inflação controlada, contas públicas em ordem, economia saudável e puxada por
investimentos e indústria fortalecida por um eficaz programa de desonerações.
Se esse país brilha menos
do que poderia, é só por causa da crise internacional e da escassez do crédito
ao consumo, as "duas pernas mancas" da economia brasileira, segundo o
ministro Mantega. O ministro e sua chefe insistem no esforço de atribuir os
problemas brasileiros principalmente a causas externas, como o baixo
crescimento do mercado global e a alta de preços das commodities agrícolas,
consequência de uma seca nos Estados Unidos. Mas as cotações agrícolas já se
acomodaram e o nível geral de preços no País continua a subir. Outros países
emergentes têm crescido bem mais que o Brasil, apesar da crise externa, mas o
ministro continua discursando como se essa diferença inexistisse.
Além de cor-de-rosa, esse
mundo é muito estranho. A produção teria avançado mais, se o crédito ao consumo
tivesse crescido, nos últimos meses, tanto quanto vinha crescendo? Acreditar
nessa tese é insistir em viver no mundo da fantasia. Em outubro a produção
industrial foi 0,6% maior que em setembro, mas a expansão ainda ficou em 1,6%
no ano e em 1% em 12 meses. Não há como atribuir esses números a uma
desaceleração do consumo. Da mesma forma, é preciso buscar em outros fatores a
explicação dos maus resultados da indústria no comércio exterior. A questão
relevante é: por que a produção industrial brasileira perde espaço dentro e
fora do País?
A resposta é conhecida
até em Brasília, mas, segundo a presidente e seus ministros, tudo está sendo
feito para elevar a produtividade e melhorar o desempenho do setor. De alguma
forma, apesar do discurso tortuoso, a necessidade de mais investimentos é
reconhecida pelas autoridades. A presidente mencionou aos industriais o
programa de ampliação e modernização da infraestrutura, além da oferta de
recursos para o investimento empresarial. Mas deixou de mencionar o enorme
atraso na implementação do plano de logística, os erros de concepção das
licitações e os fracassos na tentativa de elevar a taxa de investimentos.
No ano passado o País
investiu 4% menos que em 2011. O aumento esperado para este ano será, na melhor
hipótese, pouco mais que suficiente para neutralizar a queda de 2012. O total
investido continuará, quase certamente, inferior a 20% do Produto Interno Bruto
(PIB), uma proporção pífia. Nem as estatais, subordinadas à autoridade
presidencial, cumprem seu papel. Até outubro, o Grupo Eletrobrás desembolsou
apenas 43% do previsto para o ano. Em conjunto, as estatais investiram 75% dos
R$ 111 bilhões programados. Desde 2006, a média, em dez meses, era de 82,3% da
meta do ano.
Confortável em seu mundo
de fantasia, o governo tem errado e continua errando em seu diagnóstico dos
problemas econômicos. Insiste em estimular o consumo quando os entraves estão
do lado da oferta interna. Reconhece um tanto obscuramente a necessidade de
mais investimento para mais produtividade, mas é incapaz de apontar um rumo aos
empresários e de oferecer segurança aos investidores. No ano passado os juros
foram baixos, pelos padrões históricos, mas o investimento caiu. Impossível,
para quem tem alguma percepção, desconhecer a inflação elevada, a piora das contas
públicas e a maquiagem como instrumento de política. Nenhum discurso
cor-de-rosa anula esses dados.
Economia: previsões para 2014.
Com
base no relatório FOCUS do Banco Central divulgado hoje e nas avaliações de
grandes bancos, abaixo as expectativas para o final de 2013 e para o ano
de 2014 das para os indicadores do PIB – Inflação – Taxa
Selic e Dólar.
No
geral, o resultado demonstra crescimento menor da economia para 2013 e 2014.
PIB
A estimativa de crescimento do PIB
para 2013 recuou de 2,35% para 2,30%, e caiu de 2,10% para 2,01%
para o ano de 2014: PIB com tendência de queda para 2014.
INFLAÇÃO
A
mediana das expectativas para o IPCA de 2013 seguiu em 5,70% e,
para 2014, subiu de 5,92% para 5,95%: Inflação com tendência de
alta para 2014 e bem acima do centro da meta de 4,5% ao ano.
TAXA
SELIC
Dos
atuais 10,00% neste final de 2013, a mediada das projeções da
taxa básica de juros - Selic ficou estável em 10,50% para o final de 2014:
sinal do possível fim do recente ciclo de alta na Taxa Selic a ser
encerrado em janeiro próximo.
DÓLAR
As
projeções para a taxa de câmbio subiram de R$/US$ 2,30 para R$/US$ 2,33 para
o final deste 2013 e de R$/US$ 2,40 para R$/US$ 2,43 para o fim
de 2014. As incertezas com a eleição presidencial no Brasil e a política
monetária nos Estados Unidos poderão causar instabilidade no valor do dólar,
mantendo a oscilação da moeda em elevação.
quinta-feira, 5 de dezembro de 2013
quarta-feira, 27 de novembro de 2013
A taxa de juros é dez: 10% ao ano.
Como já esperado por 99% do mercado, o Copom - Comitê de Política Monetária elevou nesta data, na última reunião de 2013, a Taxa básica de juros - Selic para de 9,50% para 10,00% ao ano.
Em comunicado o Copom afirma que "dando prosseguimento ao processo de ajuste da taxa básica de juros, iniciado na reunião de abril de 2013, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic para 10,00% ao ano, sem viés.
Votaram por essa decisão os seguintes membros do Comitê: Alexandre Antonio Tombini (Presidente), Aldo Luiz Mendes, Altamir Lopes, Anthero de Moraes Meirelles, Carlos Hamilton Vasconcelos Araújo, Luiz Awazu Pereira da Silva, Luiz Edson Feltrim e Sidnei Corrêa Marques.
Isso posto, bom Natal para todos.
Delfim Netto no Valor analisa a economia brasileira.
No VALOR, a análise econômica e irônica do sempre Ministro Delfim Netto.
“As pessoas dizem que o governo é
socialista, trotskista, mas não. Acho que este é um governo que tinha tendência
'espiritista'”, afirmou nesta terça-feira o ex-ministro da Fazenda e do
Planejamento Antonio Delfim Netto. “O governo não pode ver nada funcionando que
põe um encosto”, ironizou, durante apresentação em seminário promovido pelo
Internews sobre perspectivas para 2014.
Como
exemplo, Delfim Netto mencionou a estatal Infraero, que vai ficar com 49% da
administração dos aeroportos de Galeão (RJ) e Confins (MG) e, também, o papel
da Valec como responsável pelo pagamento às futuras concessionárias de
ferrovias, que ainda não foram leiloadas. “A Valec não é um encosto, é um caso
de polícia. Isso não pode funcionar”, afirmou.
Segundo
o economista, o governo tem resistido muito a entender que o modelo de
concessões tem somente duas variáveis, das quais só uma podia ser fixada por
ele. “O governo só podia fixar a qualidade da concessão e depois, com bons
leilões, determinar a taxa de retorno que podia obter. Ou podia estabelecer a
taxa de retorno e obter o que o mercado responde”.
Para
Delfim Netto, essa dificuldade já foi superada e o governo acabou entendendo
que os leilões são coisa para “profissional”. Ele ainda afirmou que o leilão do
Campo de Libra, ao contrário do que boa parte do mercado avaliou, foi um
sucesso, porque estão no consórcio empresas "realmente interessadas"
em extrair petróleo de forma acelerada. “As grandes não teriam razão para
acelerar a extração do petróleo até 2017 porque têm oportunidades no mundo
inteiro”.
Na
avaliação de Delfim Netto, 2014 será um ano difícil, mas o crescimento
econômico pode ser maior do que neste ano, porque o setor privado está
reconhecendo que há uma tentativa de aproximação do governo, e “é de interesse
do setor privado cooperar quando o governo começa a entender os seus
problemas”. Reforçando que suas estimativas são “puro chute” como "todas
as outras de inflação e crescimento", o ex-ministro previu que, em 2014, o
Produto Interno Bruto (PIB) pode ter expansão mais próxima de 3% do que 2,5%.
Já a inflação, afirmou ele, sem fazer estimativas, terá alta também próxima à
deste ano.
Sobre
a questão fiscal para o próximo ano, Delfim Netto avaliou que um superávit
primário de 3% do PIB é “um exagero”. “Acho que não precisa disso. Com um
superávit dito e realizado de 2% do PIB, você estabiliza a dívida bruta e a
reduz muito lentamente. Se puder ser de 3%, ótimo, mas não é isso que será
fundamental para que se tenha um ano melhor”.
domingo, 24 de novembro de 2013
Pioram as contas externas.
Editorial do ESTADÃO e o alerta sobre a piora nas contas externas.
Com um buraco de US$ 7,13
bilhões na conta corrente de outubro, resultado pior que o previsto pelo Banco
Central (BC), as contas externas continuaram em deterioração, refletindo
principalmente o mau desempenho do comércio exterior de bens e serviços. O
déficit em transações correntes chegou a US$ 67,55 bilhões no ano e a US$ 82,21
bilhões em 12 meses. Só uma forte recuperação em novembro e dezembro levará o
resultado final de 2013 ao nível previsto pelo Banco Central - um saldo
negativo de US$ 75 bilhões. Esses dados, no entanto, são apenas uma parte das
más notícias sobre o balanço de pagamentos. No mês passado, mais uma vez o
investimento estrangeiro direto, US$ 5,36 bilhões, foi insuficiente para cobrir
o buraco da conta corrente. A compensação foi completada por outros tipos de
recursos, em geral menos seguros e mais instáveis que os capitais destinados
diretamente às atividades produtivas. Em 12 meses o investimento direto
alcançou apenas US$ 59,09 bilhões, 2,64% do Produto Interno Bruto (PIB)
estimado, enquanto o déficit acumulado chegou a 3,67%, nível inédito nos
últimos onze anos.
Sem ser desastroso, um
déficit dessa proporção já vale pelo menos como um sinal de alerta. O País terá
como compensar resultados negativos ainda por algum tempo, mas será preciso
impedir a piora do quadro nos próximos anos. Isso dependerá principalmente da
evolução do comércio exterior. O déficit em conta corrente veio acima do
esperado, disse o chefe do Departamento Econômico do BC, Túlio Maciel. De
janeiro a outubro, houve uma piora de US$ 27,98 bilhões no resultado, na
comparação com o número de igual período de 2012. A piora da balança comercial
- de um superávit de US$ 17,36 bilhões para um déficit de US$ 1,83 bilhão -
explica a maior parte da diferença, de US$ 19,19 bilhões. O resto dependeu das
transações com serviços e rendas.
Maciel chamou a atenção
para o descompasso entre importações e exportações de mercadorias. Enquanto o
valor gasto com produtos estrangeiros aumentou 9,35%, a receita obtida com as
vendas externas diminuiu 0,93% entre 2012 e 2013. Sem avançar muito na
discussão das causas, Maciel apontou, pelo menos, o aspecto mais preocupante
das transações com o exterior. Para os mais otimistas, a depreciação do real e a
esperada reativação do comércio internacional poderão resolver boa parte do
problema, a partir do próximo ano. Examinado com um pouco mais de realismo, no
entanto, o quadro parece bem mais complicado.
Empresários e alguns
economistas defenderam durante anos a desvalorização do real como principal
medida para fortalecer o comércio exterior, como se o câmbio fosse o maior
entrave à competitividade brasileira. Com a mesma simplicidade, passou-se a dar
muita importância à crise internacional e ao enfraquecimento dos mercados. A
soma dos dois problemas - desajuste cambial e comércio global mais ou menos
estagnado - bastaria para explicar o pobre desempenho brasileiro.
Mas nem todos os países
foram tão mal quanto o Brasil, nos últimos anos, em sua atividade comercial.
Além disso, o real se depreciou sensivelmente desde o ano passado. Em tese,
isso deveria baratear as exportações brasileiras e encarecer as importações,
mas o desequilíbrio se acentuou, em vez de diminuir. O problema da
competitividade é muito mais amplo, como já reconheceram muitos analistas,
incluídos vários estrangeiros. Já se tornou lugar-comum, em relatórios de
entidades multilaterais, a referência às limitações de oferta da economia
brasileira - problemas como a logística deficiente, o encarecimento da mão de
obra com aumentos salariais bem maiores que os ganhos de produtividade e, como
há muito se sabe, a tributação incompatível com uma economia exposta à
concorrência.
O relatório do BC sobre
as contas externas confirma o agravamento de problemas bem conhecidos. Os
estímulos ao consumo tornaram mais evidentes as deficiências da produção,
pressionando os preços internos e forçando maior gasto com bens importados. Mas
o governo, diante do desafio, apenas promete mais do mesmo.
sábado, 23 de novembro de 2013
Economia - grandes nomes: ARISTÓTELES.
Iniciamos uma série de
postagens sobre grandes mentes que pensaram a Economia e fizeram muito para o
mundo moderno se tornar o que é atualmente.
Nosso destaque hoje vai
para ARISTÓTELES, o primeiro pensador da atividade econômica, que nasceu na
Macedônia, Grécia em 384 a.C. e faleceu em Eubéia, também na Grécia, em 322 a.C..
Fala Mestre Aristóteles, em sua obra mais importante, "Política":
“Na arte da aquisição existe, portanto, um
tipo que é natural e faz parte da administração de uma casa (...). Existe uma
outra variedade da arte da aquisição que é comum e corretamente chamada de arte
de ganhar dinheiro, e que na verdade tem sugerido a noção de que a riqueza e o
poder não têm limites...”
Previsão Taxa Selic em 27/11/2013: 10%.
Com a realização da
reunião do Copom na próxima quarta-feira, 27, a última neste bendito ano de 2013, o BACEN deve continuar o
aperto monetário e elevar a taxa Selic de 9,50% (sem viés) para 10%.
A conferir, no decorrer da semana.
E que os políticos em Brasília não interfiram na posição do Comitê de Política Monetária...
Previsões para a economia brasileira em 2013.
Atualizando neste final
de novembro previsões econômicas para 2013, vejamos:
- PIB: 2,3%
- Taxa de Câmbio: R$ 2,30
- Inflação: 6,1%
A conferir, logo logo.
Presidência da República: falta UM (a) candidato (a) para 2014. Quem?
No Diário do Nordeste, o
genial Sinfrônio brinca com a atual situação política brasileira. Afinal, quem
resta de ético neste país?
O desalento com a política economica.
Rogério L.
Furquim Werneck no ESTADÃO de ontem é leitura IMPERDÍVEL.
Ganhou espaço na mídia o
argumento de que o descrédito em que caiu a política econômica é, em boa medida,
simples decorrência de falhas de comunicação. Os grandes erros não estariam
propriamente na condução da política econômica, mas na forma desastrada com que
o governo tem explicado o que vem tentando fazer. Trata-se de uma
racionalização das dificuldades enfrentadas pelo governo na área econômica que
não tem aderência aos fatos. E que só contribui para dificultar e retardar as
correções que se fazem necessárias na condução da política econômica.
Não é preciso análise
exaustiva das muitas evidências de que tal interpretação não faz sentido. Basta
concentrar a atenção em poucos fatos relacionados à política fiscal. O que mais
preocupa é que o governo se recusa a aceitar que fez escolhas equivocadas que
precisam ser urgentemente corrigidas. Muito pelo contrário, continua
determinado a insistir nos mesmos erros.
Há algumas semanas chegou
a ser noticiado que, para evitar que a dívida do País fosse rebaixada pelas
agências de classificação de risco, o governo estaria disposto a fechar dois
grandes flancos que têm dado margem a avaliações muito negativas da condução da
política fiscal. Seriam gradativamente eliminadas as vultosas transferências do
Tesouro ao BNDES. E registro das contas públicas, não seriam mais
utilizados truques contábeis. A escalada de "contabilidade criativa" dos
últimos anos seria afinal encerrada.
Houve até quem
acreditasse, Mas, poucos dias depois, a real extensão dessa suposta disposição
de levar à frente tais mudanças pôde ser devidamente aferida. Perante uma
platéia de sindicalistas, o presidente do BNDES denunciou as pressões pela
redução de aportes do Tesouro à instituição como parte de um "ataque
conservador" desferido contra o banco. E esclareceu que,na verdade, os
desembolsos do BNDES em 2013 deverão atingir o nível recorde de R$ 190 bilhões.
Na mesma semana, em
entrevista concedida à revista Época o secretário do Tesouro exaltou o
"sólido" estado das contas públicas no País e, quando indagado sobre
os truques contábeis que tanto descrédito vêm trazendo ao registro das contas,
permitiu-se partir para o deboche, declarando não saber o que era
"contabilidade criativa".
Salta aos olhos que o
governo não tem a menor intenção de alterar o regime fiscal em vigor. Dados dos
primeiros nove meses de 2013 mostram que o dispêndio público federal vem
crescendo, em termos reais, ao triplo da taxa de crescimento do PIB. E é bom
não alimentar ilusões. O que se pode esperar em 2014 é mais do mesmo. Ou, com
alta probabilidade, muito mais do mesmo. A verdade é que, apesar de toda a
coreografia de política contracionista que vem sendo seguida pelo Banco Central, o governo ainda
resiste ao diagnóstico de que o crescimento do PIB esteja restrito pelo lado da
oferta. Continua acalentando a esperança de melhorar o desempenho da economia
pelo lado da política fiscal.
A perspectiva de mais um
ano de crescimento econômico pífio tem deixado as lideranças do PT cada vez
mais apreensivas com os riscos envolvidos no projeto da reeleição. E, para
conter o clamor do partido por um Plano B, o Planalto se vê obrigado a mostrar
que o desempenho da economia em 2014 poderá ser bem melhor do que se espera. A
presidente quer manter as mãos livres para apostar todas as fichas que lhe
restam na aceleração da expansão do gasto público e na manutenção das
gigantescas transferências de recursos do Tesouro ao BNDES. E, para
"manter as aparências", vai persistir na escalada de
"contabilidade criativa", não obstante todo o descrédito adicional
que isso possa trazer ao registro das contas públicas no País.
O que mais explica o
desalento com a condução da política econômica do governo é exatamente essa
percepção de que os mecanismos de correção de erros parecem ter sido
desativados. Tudo indica que, em 2014,
o governo vai teimosamente insistir nas mesmas políticas equivocadas que lhe
deixaram tão pouco a mostrar no final do mandato.
E o brasileiro compra muito... no exterior.
Leio na FOLHA que apesar do dólar mais
caro, gastos de brasileiros com viagens ao exterior não param de crescer.
Essas despesas somaram
US$ 2,324 bilhões em outubro, maior valor mensal da história. No ano, o valor
também é recorde: US$ 21,251 bilhões.
Para o chefe do
Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, o aumento da renda e do emprego no
país explica essa expansão.
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