quinta-feira, 16 de abril de 2020
Estadão: A pandemia nas contas públicas.
https://opiniao.estadao.com.br/noticias/notas-e-informacoes,a-pandemia-nas-contas-publicas,70003272547
Quando a pandemia ceder e a mortandade cair, o Brasil começará a pagar a conta dos gastos emergenciais para proteção da vida e apoio aos trabalhadores. Até dezembro o rombo nas contas públicas poderá chegar a R$ 600 bilhões, sem contar os juros. O buraco previsto no começo do ano será multiplicado por quatro ou cinco. O governo geral estará muito mais endividado. No fim de 2020 a dívida bruta poderá estar entre 85% e 90% do Produto Interno Bruto (PIB). Em fevereiro, estava em R$ 611 bilhões e a proporção era de 76,5%. Com muito trabalho, a equipe econômica tentava mantê-la abaixo de 80%.
quarta-feira, 15 de abril de 2020
Reuters: Governo define meta de déficit primário de R$149,6 bi para 2021 e indica 10 anos de contas no vermelho.
BRASÍLIA (Reuters) - O governo definiu nesta quarta-feira a meta de déficit primário para 2021 em 149,61 bilhões de reais, ante indicação anterior de 68,5 bilhões de reais, oitavo rombo consecutivo nas contas públicas do governo central (Tesouro, Banco Central e Previdência), conforme projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias enviado ao Congresso.
A meta veio em linha com número divulgado na véspera pela Reuters.
Em apresentação divulgada pelo Ministério da Economia, o governo mencionou a permissão no texto para “atualização da meta de déficit primário pelas estimativas de receita e de despesas definidas pela regra do Teto dos Gastos no projeto da Lei Orçamentária Anual (PLOA-2021), LOA e relatórios bimestrais e extemporâneos.
“A política fiscal se apoia no teto dos gastos, que atua pelo lado da despesa, dada a incerteza para previsão da receita para 2021, mitigando os riscos de shutdown e garantindo o compromisso com a solvência das contas públicas”, afirmou o Ministério da Economia.
O Globo: Por que é preciso tornar a ler Sartre, quarenta anos depois de sua morte.
Assim, Sartre, o homem que morreu há exatos quarenta anos, um dos mais influentes pensadores de sua época, soube expressar a revolta do inconformismo servindo-se de sua pena e de seu pensamento em registros diversos. Filósofo, concebeu uma das grandes obras do existencialismo, “O ser e o nada” (1943), percorrendo algo como 600 páginas de recusa a toda forma de determinismo e de sentido pré-fixados em nossa condição existenciária. Ficcionista, redigiu “A náusea” (1938), seu mais célebre romance, no qual a personagem principal faz a experiência da radical gratuidade da existência e a descoberta do assédio da objetividade indiferenciada das coisas sobre a consciência. Dramaturgo, compôs peças teatrais nas quais suas personagens se entregam de má-fé a uma vontade alheia, fixando-se em determinações que lhe são dadas em exterioridade em lugar de assumirem a responsabilidade por suas próprias existências. Jornalista, foi um dos fundadores da revista “Os tempos modernos” (1945), publicação destinada à realização de uma experiência concreta da liberdade por meio do radical compromisso do escritor com sua própria época. Ativista, intelectual militante, engajou-se politicamente na causa da revolução, mas preservou independência ao definir-se como um “companheiro de rota” dos comunistas, produzindo uma crítica severa ao “método de Terror” da burocracia stalinista e seu empreendimento de eliminação violenta de toda dissidência.
terça-feira, 14 de abril de 2020
Yuval Noah Harari no El País: Na batalha contra o coronavírus, a humanidade carece de líderes.
Neste momento de crise, a batalha crucial está sendo travada dentro da própria humanidade. Se a epidemia criar mais desunião e desconfiança entre os seres humanos, o vírus terá obtido sua maior vitória. Quando os humanos brigam, os vírus se duplicam. Em troca, se a epidemia produzir uma maior cooperação mundial, essa será uma vitória não só contra o coronavírus, mas contra todos os futuros agentes patogênicos.
Yuval Noah Harari é historiador e filósofo.
© Yuval Noah Harari 2020. Publicado na TIME.
Paul Krugman: Cronies, cranks and the coronavirus - April 14, 2020 - NYT.
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Estadão: Lições de Winston Churchill para líderes globais em tempos de crise.
Era 1945. A segunda grande guerra havia acabado. Havia acabado! E esse foi o sinal para uma explosão de alegria em todo mundo. O dever de deter o inimigo maior havia sido concluído com um desfecho pouco provável cinco anos antes, quando poucos se colocaram à frente de Hitler. Um desses homens era Winston Churchill. Naquele momento de vitória, se dirigindo à nação que havia sofrido o impensável, o primeiro-ministro surpreendeu. Como era habitual. “Gostaria de poder dizer-lhes esta noite que toda a nossa labuta e todos os nossos problemas estão terminados.” Não estavam, como a maioria testemunharia pelas décadas seguintes.
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