domingo, 12 de outubro de 2014
Na homenagem de Dilma a FHC em 2011, um gesto de grandeza pessoal.
Em 2011 Dilma Rousseff educadamente enviou ao Fernando Henrique a mensagem abaixo em comemoração aos 80 anos do mesmo. É uma pena que este diálogo não tenha perdurado e tenhamos que assistir nesta eleição a ataques e mentiras sem nenhum confronto de ideias.
Em seus 80 anos há muitas características do
senhor Fernando Henrique Cardoso a homenagear. O acadêmico inovador, o político
habilidoso, o ministro-arquiteto de um plano duradouro de saída da
hiperinflação e o presidente que contribuiu decisivamente para a consolidação
da estabilidade econômica. Mas quero aqui destacar também o democrata. O
espírito do jovem que lutou pelos seus ideais, que perduram até os dias de
hoje. Esse espírito, no homem público, traduziu-se na crença do diálogo como força
motriz da política e foi essencial para a consolidação da democracia brasileira
em seus oito anos de mandato. Fernando Henrique foi o primeiro presidente
eleito desde Juscelino Kubitschek a dar posse a um sucessor oposicionista
igualmente eleito. Não escondo que nos últimos anos tivemos e mantemos opiniões
diferentes, mas, justamente por isso, maior é minha admiração por sua abertura
ao confronto franco e respeitoso de ideias. Querido presidente, meus parabéns e
um afetuoso abraço!”
Círio de Nazaré 2014.
Neste dia 12 de Outubro, parabéns a todos os
paraenses pela linda festa em homenagem a Nossa Senhora de Nazaré.
12 de Outubro Dia das Crianças!
Neste dia 12 de Outubro, parabéns para todas as
crianças do nosso Brasil, especialmente para a minha afilhada Eduarda.
Minhas irritações com a presidente.
IVES GANDRA DA SILVA MARTINS, 79, advogado, é professor emérito da Universidade Mackenzie, da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército e da Escola Superior de Guerra e escreveu este artigo na Folha de S. Paulo.
Para reflexão dos indecisos de segundo turno...
Em 16 de março de 2011, publiquei nesta Folha um
artigo em que apoiava a presidente Dilma e seu vice, Michel Temer --meu
confrade em duas Academias e companheiro de conferências universitárias--,
pelas ideias apresentadas para o combate à corrupção e a promoção do
desenvolvimento nacional.
Como mero cidadão, não ligado a qualquer
partido ou governo, tenho, quase quatro anos depois, o direito de expressar
minha irritação com o fracasso de seu governo e com as afirmações não
verdadeiras de que o Brasil economicamente é uma maravilha e que seu governo é
o paladino da luta contra a corrupção.
Começo pela corrupção. Não é verdade que,
graças a ela, os oito anos de assalto à maior empresa do Brasil, estão sendo rigorosamente
investigados. Se quisesse mesmo fazê-lo, teria apoiado a CPI para apurar os
fantásticos desvios, no Congresso Nacional.
A investigação se deve à independência e à
qualidade da Polícia e do Ministério Público federais que agem com autonomia e não
prestam vênia aos detentores do poder. Nem é verdade que demitiu o principal
diretor envolvido. Este, ao pedir demissão, recebeu alcandorados elogios pelos
serviços prestados!
Por outro lado, não é verdade que a economia
vai bem. Vai muito mal. Os recordes sucessivos de baixo crescimento,
culminando, em 2014, com um PIB previsto em 0,3% pelo FMI, demonstram que seu
ministro da Fazenda especializou-se em nunca acertar prognósticos.
Acrescente-se que também não é verdade que
controla a inflação, pois, se o PIB baixo decorresse de austeridade fiscal,
estaria ela sob controle. O teto das metas, arranhado permanentemente,
demonstra que a presidente gerou um baixo PIB e alta inflação.
Adotando a pior das formas de seu controle, que
é o congelamento de tarifas, afetou a Petrobras e a Eletrobras, fragilizando o
setor energético, além de destruir a indústria de etanol, sem perceber que
desde Hamurabi (em torno de 1700 a.C.) e Diocleciano (301 d.C.) o controle de
preços, que fere as leis da economia de mercado, fracassou, como se vê nas
economias argentina e venezuelana, que estão em frangalhos.
O mais curioso é que o Plano Real, que tanto
foi combatido por Lula e pelo PT, é o que ainda dá alguma sustentação à
Presidência.
Em matéria de comércio internacional, os governos
anteriores aos atuais conseguiram expressivos saldos na balança comercial, que
foram eliminados pela presidente Dilma. Apenas com artimanhas de falsas
exportações é que conseguiu obter inexpressivos saldos. O "superavit
primário" nem vale a pena falar, pois os truques contábeis são tantos,
que, se qualquer empresa privada os fizesse, teria autos de infração
elevadíssimos.
Seu principal eleitor (o programa Bolsa
Família) consome apenas 3% da receita tributária. Os 97% restantes são
desperdiçados entre 22 mil cargos comissionados, 39 ministérios, obras
superfaturadas, na visão do Tribunal de Contas da União, e incompletas.
Tenho, pois, como cidadão que elogiou Sua
Senhoria, no início --para mim Sua Excelência é o cidadão, a quem a presidente
deve servir--, o direito de, no fim de seu governo, mostrar a minha profunda
decepção com o desastre econômico que gerou e que me preocupa ainda mais, por
culpar os que criam riqueza e empregos em discurso que pretende, no estilo
marxista, promover o conflito entre ricos e pobres.
Gostaria, neste artigo --ao lembrar as palavras
de apoio daquele que escrevi neste mesmo jornal quase quatro anos atrás--,
dizer que, infelizmente, o fracasso de seu projeto reduziu o país a um mero
exportador de produtos primários, tornando este governo um desastre econômico.
segunda-feira, 6 de outubro de 2014
Aécio Neves - manifesto de apoio.
Apoiamos Aécio Neves porque a sociedade brasileira quer mudanças.
Porque é preciso dar um basta à conivência com a corrupção e aos retrocessos
que marcaram a ação do governo nos últimos anos: a confusão entre partido e
Estado e a cooptação de organizações da sociedade civil.
Porque a democracia requer valores republicanos e exige o respeito
às diferenças políticas, culturais e individuais. Apoiamos Aécio Neves porque a
estabilidade e o crescimento econômicos são condições indispensáveis para que a
redução das desigualdades seja efetiva, e a retomada do desenvolvimento seja
sustentável.
Porque queremos que as pessoas realmente se emancipem da
ineficiência e das distorções dos serviços públicos, da pobreza que amesquinha
seus horizontes e da falta de acesso a direitos fundamentais em áreas
prioritárias como educação, saúde e segurança pública.
*
A LISTA DE NOMES*
Abílio A. Baeta Neves - Professor titular da UFRGS
Adilson Simonis - Professor titular da USP
Adriano Pires - Economista
Alberto Aggio -Professor titular da Unesp
Alessandro Ventura - Arquiteto
Alexandre Salles - Economista
Alexandre Schwartsman - Economista
Álvaro de Souza - Empresário
Amarildo Virgulino - Economista
Amilcar Baiardi - Professor titular da UFBA
Ana Paula Vescovi - Economista
André Medici - Economista
Antonio Cícero - Poeta
Antonio Marcio Buainain - Professor do IE/Unicamp
Antonio Octavio Cintra - Cientista político
Aron Belinky - Administrador
Barby de Bittencourt Martins - Socióloga
Beatriz Bracher - Escritora
Beatriz Cardoso - Educadora
Bolívar Lamounier - Cientista politico
Bolívar Moura Rocha - Advogado
Boris Fausto - Historiador
Breno Raigorodsky - Publicitário
Carlos Ari Sundfeld -Advogado
Carlos de Almeida Vieira - Médico
Carlos Dranger - Arquiteto
Carlos Eduardo Lessa Brandão - Engenheiro
Carlos Henrique de Brito Cruz - Prof. titular da Unicamp
Carlos Pereira - Cientista político
Carolina Learth - Engenheira
Celia Fix Korbivcher - Psicanalista
Cesar Borges de Souza - Empresário
Claudia Romano - Economista
Cleonice Ferreira da Cunha - Arquiteta
Clóvis Cavalcanti - Economista
Clóvis Panzarin - Economista
Dalberto Adulis - Administrador
Decio Zylbersytajn -Professor titular da USP
Dora Fix Ventura - Biopsicóloga
Dora Kaufman - Economista
Edmar Bacha - Economista
Edson Teófilo - Economista
Eduardo Felipe Matias - Advogado
Eduardo Giannetti - Economista
Eduardo Portella - Escritor
Eduardo Viola - Professor titular da UnB
Elizabeth Castanheira P. Costa - Consultora
Eneida Orenstein Ende - Auditora Fiscal
Estela Neves - Arquiteta
Eunice Ribeiro Durhan -Professor titular da USP
Evandro Carlos Ames - Economista
Everardo Maciel -Tributarista
Fábio Akira Nakayama Ohia -Engenheiro
Felipe Massao Kuzuhara -Economista
Fernando Furriela - Advogado
Fernando Schuler - Advogado
Flávio Dias Barbosa - Engenheiro
Francisco Correa Weffort - Sociólogo
Francisco Vidal Luna - Economista
Frederica Kriek Cavalcanti - Professora da UFPE
Gabriel Maciel Fontes - Advogado
Geraldo Biasoto - Professor do IE/Unicamp
Guilherme Aranha Coelho - Advogado
Guilherme Dias - Economista
Guilherme Doin - Advogado
Guilherme Lima - Economista
Gustavo Franco - Economista
Hamilton Dias de Souza - Advogado
Hans Michael van Bellen - Prof. Associado da UFSC
Helena Sampaio - Antropóloga
Helena Severo - Produtora cultural
Helio Mattar - Empreededor social
Heloisa Helena Jardim Almeida - Comerciante
Henrique Wittler - Engenheiro
Isaías Coelho - Economista
Itiberê Muarrek -Economista
Ivonne Maggie - Antropóloga
Joana Setzer - Advogada
Joaquim Francisco de Carvalho - Engenheiro
José Álvaro Moisés - Professor titular da USP
José Arthur Giannotti - Professor titular da USP
José Eli da Veiga - Professor titular da USP
José Roberto Afonso - Economista
José Roberto Mendonça de Barros - Economista
Jurandir Craveiro - Publicitário
Leandro Piquet - Professor titular da USP
Lia Zatz - Escritora
Lino de Macedo - Educador
Livia Barbosa - Antropóloga
Lourdes Sola - Professora titular da USP
Luciano Ramos - Cientista social
Lucio Gomes Machado - Arquiteto
Luis Fernando Laranja da Fonseca - Médico Veterinário
Luis Fernando M. Coutinho - Empreendedor
Luis Otávio Furquim - Advogado
Luiz Carlos Pereira da Silva - Locutor TV
Luiz Felipe Lampréia - Diplomata
Luiz Sergio Henriques - Tradutor
Maína Celidonio - Economista
Marcilio Marques Moreira -Advogado
Marco Polo Buonora - Geólogo
Marcos Cavalcanti - Professor COPPE/UFRJ
Marcos Egydio - Engenheiro agrônomo
Marcos Jank - Economista
Marcos José Mendes - Consultor Legislativo Senado
Marcos Nóbrega - Professor Adjunto da UFPE
Marcus Melo - Cientista político
Margarida do Amaral Lopes - Mediadora
Maria Alice Rufino - Psicóloga
Maria Angela D´Incao - Socióloga
Maria Eduarda Marques - Historiadora
Maria Helena Guimarães Castro - Educadora
Maria Inês Fini - Educadora
Maria Nelma Gaburro - Funcionária Pública
Mariana Castanheira P. Costa - Jornalista
Marília de Almeida Maciel Cabral - Advogada
Mário Brockman Machado - Cientista político
Mario Roitman - Empresário
Maristela Bernardo - Jornalista
Mariza Abreu - Educadora
Marta Dora Grostein - Professora titular da USP
Monica Baumgarten de Bolle - Economista
Monika Naumann - Engenheira Florestal
Patrícia Castanheira P. Costa - Jornalista
Paulo Cabral de Araújo Neto - Arquiteto
Paulo César Brito - Ator
Paulo Francini - Engenheiro
Paulo Gonzaga Mibielli de Carvalho - Economista
Pedro Malan - Economista
Peter Knight - Economista
Philippe Reischtul - Economista
Rachel Biderman - Advogada
Raimundo Santos - Professor da UFRRJ
Raul Velloso - Economista
René Scharer - Empreendedor Social
Ricardo Guimarães - Empresário
Roberto Macedo - Economista
Roberto Muylaert - Jornalista
Ronaldo Porto Macedo Jr - Advogado
Rosiris Innocenzi - Socióloga
Rubens Barbosa - Diplomata
Rubens Gomes - Músico
Ruth Goldemberg - Empreendedora cívica
Ruth Viotti Saldanha - Professora
Ruy Korbivcher - Empresário
Sandra Sinicco - Jornalista
Sergio Besserman Vianna - Professor da PUC-Rio
Sergio Fausto - Cientista político
Sergio Guimarães Ferreira - Economista
Sergio Mindlin - Empreendedor Social
Sergio Monteiro Salles - Prof. titular da Unicamp
Shigueo Watanabe - Físico
Silvana Cappanari - Psicóloga
Simon Schwartzman - Sociólogo
Sonia Draibe - Prof. titular da Unicamp
Sonia K. Guimarães - Professora titular da UFRGS
Tatiana Pezutto - Geógrafa
Tércio Sampaio Ferraz - Jurista
Thaia Perez - Atriz
Thiago Villas Bôas Zanon - Engenheiro
Vera Cabral Costa -Economista
Walter Colli - Professor titular da USP
Walter de Mattos Jr. - Jornalista
Wellington Almeida - Professor da UnB
Yan Dozol Carreirão - Cientista político
Zander Soares de Navarro - Professor da UFRGS
domingo, 14 de setembro de 2014
PIAUÍ em dose dupla: Artur Avila e Delfim Netto.
Neste mês a PIAUÍ está em dose dupla e com matérias para leituras
extremamente prazerosas.
Destaco a PIAUÍ especial sobre o Fields Artur Avila e a PIAUÍ
mensal sobre o czar Delfim Netto: o Chefe.
Boa leitura a todos.
Os Economistas de Marina Silva.
Leio na FOLHA de S. PAULO, matéria sobre a equipe econômica que colabora com a candidata Marina Silva.
André Lara Resende e Eduardo Giannetti da Fonseca são as estrelas
principais, mas a equipe que assessora Marina Silva na área econômica reúne
pelo menos outros três profissionais respeitados no meio, embora pouco
conhecidos fora da academia.
Os professores Alexandre Rands, da Universidade Federal de
Pernambuco, Marco Bonomo, do Insper, e Tiago Cavalcanti, da Universidade de
Cambridge, estão na linha de frente da campanha.
Os três contribuíram com a elaboração do programa do PSB antes da
morte do ex-governador Eduardo Campos. Mais recentemente, foram convocados a
participar ativamente da campanha.
A ascensão de Marina nas pesquisas de intenção de voto tem
provocado forte assédio de empresários e investidores interessados em conhecer
melhor as propostas da candidata para a economia.
A equipe, enxuta, se desdobra para dar conta dos convites para
palestras e encontros com o setor privado.
Um desses eventos, organizado pelo Bank of America/Merrill Lynch na
última segunda-feira (8) em São Paulo, foi pensado originalmente para cerca de
cem convidados e acabou com uma plateia de quase 500 pessoas.
O número de representantes de Marina aumentou de forma proporcional
ao interesse. Inicialmente, falariam apenas Walter Feldman e Bazileu Margarido,
coordenadores da campanha de Marina.
A dupla acabou sendo reforçada por quase todo o núcleo da campanha,
incluindo o candidato a vice da chapa, Beto Albuquerque, Lara Resende, os
irmãos Alexandre e Maurício Rands e o biólogo João Paulo Capobianco.
Bonomo, que até agora vinha atuando apenas na concepção do
programa, foi recrutado na semana passada para também representar Marina em
eventos públicos.
Acadêmico respeitado --está entre os 20 economistas brasileiros com
maior número de artigos em publicações acadêmicas--, Bonomo não está acostumado
com os holofotes do debate público.
Ele conta ter conhecido Marina em 2010 e diz que logo se
identificou com suas ideias. Mas chegou à campanha pelas mãos de Tiago
Cavalcanti e Alexandre Rands, economistas que eram próximos de Eduardo Campos.
Bonomo foi um dos autores das propostas do programa relacionadas ao
mercado de crédito. É defensor da redução do papel dos bancos públicos, que,
segundo ele, deveriam atuar com foco em nichos específicos, como pequenas
empresas e inovação.
"Mas tudo isso deve ser feito com muito cuidado,
vagarosamente", disse Bonomo.
Cavalcanti também é crítico do protagonismo assumido pelos bancos
públicos na oferta de crédito subsidiado. Seu estudo mais recente afirma que a
política de subsídios não tem efeito positivo significativo para a produção e
não ajuda os salários.
Assim como Rands, os dois economistas são defensores da importância
da avaliação permanente dos resultados de políticas públicas. "Não quero
discutir o tamanho do Estado, mas podemos discutir a sua eficiência",
afirmou Cavalcanti.
O ajuste de Delfim Netto.
Leio na FOLHA DE S. PAULO mais um artigo do Mestre Delfim Netto.
A economia brasileira encontra-se numa situação desagradável, mas
longe de estar à beira do apocalipse. Se, entretanto, insistirmos em não
enfrentar os seus desequilíbrios, os cavaleiros podem nos visitar...
Na inflação --a despeito de alguns controles-- continuamos a
namorar com o limite superior da banda de tolerância, que fingimos ser a
"meta". A "boa notícia" é que a distância entre a taxa de
inflação registrada nos preços "administrados" e nos preços "livres",
que era menor do que 10% no final de 2011 e chegou a mais de 150% em 2013, foi
reduzida e se encontra ao redor de 40%.
Na área fiscal a situação em 2014 piorou visivelmente, em parte
porque o crescimento do PIB murchou. O deficit fiscal/PIB aproxima-se de 4%. A
promessa de superávit primário de 1,9% do PIB, arrancado a fórceps no sufoco da
ameaça da perda de rating pela agência S&P, tornou-se irrelevante e a
dívida bruta/PIB aparenta um viés de crescimento.
A situação é delicada, mas perfeitamente reversível --sem custos
exorbitantes-- com um programa monetário e fiscal coerente e transparente,
capaz de dar previsibilidade às políticas públicas e tranquilizar o
"espírito animal" assustado por intervenções pontuais bem
intencionadas, mas erráticas. Irreversível é o crescimento perdido que vai nos
acompanhar pelo resto do tempo.
Onde o ajuste será mais complexo é na política cambial. Voltamos a
cometer o erro que nos tem perseguido há décadas: o uso da taxa de câmbio como
coadjuvante do controle da inflação como substituto das políticas monetária e
fiscal, cada vez que somos premiados com uma melhoria nas "relações de
troca", ou seja, cada vez que os preços de nossas exportações crescem mais
rapidamente do que os das nossas importações.
Não pode haver dúvida sobre as causas de um fato: não foi apenas a
valorização cambial, mas foi principalmente a valorização cambial sistemática,
prolongada, previsível, sustentada pelas maiores taxas de juros reais do
universo, que destruiu o sofisticado setor manufatureiro nacional. De 2011 a
2014, o deficit comercial do setor manufatureiro foi da ordem de US$ 199
bilhões. É por isso que a indústria, que encolheu cerca de 1,5% ao ano entre
julho de 2011/2014, foi a principal causa da murcha do PIB para 1,76% ao ano.
Já devíamos ter aprendido que é tudo inútil. Os especuladores sabem
que a desvalorização é uma questão de tempo. Não há outra saída para a
recuperação do equilíbrio a não ser a lenta e mais custosa política da
"desinflação competitiva", como provaram todos os países que a
experimentaram.
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