sexta-feira, 17 de março de 2017

Valor Econômico: As leituras de Dilma Rousseff.


TIME magazine: How a new generation is changing the meaning of gender and sexuality - March 27, 2017.


IBGE contratará 26.440 profissionais para o Censo Agropecuário 2017.

O Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão autorizou a contratação temporária de 26.440 profissionais para o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) fazer o Censo Agropecuário 2017. As contratações serão feitas por meio de processo seletivo simplificado, e a duração dos contratos será de até um ano, com possibilidade de prorrogação limitada a três anos.

Serão 19.013 vagas para o posto de recenseador, 4.946 para agente censitário supervisor, 1.285 para agente censitário municipal, 381 para agente censitário administrativo, 375 para agente censitário regional, 266 para analista censitário e 174 para agente censitário de informática. O valor das remunerações ainda não foi definido. A portaria com a autorização foi publicada no Diário Oficial da União de hoje (17).


Edição: Kleber Sampaio


 http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2017-03/ibge-contratara-264-mil-pessoas-para-censo-agropecuario

quinta-feira, 16 de março de 2017

CAGED: Fevereiro/17 registra o primeiro crescimento do mercado de trabalho desde abril/15.

O número de empregos formais no Brasil teve saldo positivo de 35.612 vagas em fevereiro, apontam dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho. Foi o primeiro crescimento do mercado de trabalho desde abril de 2015. Em fevereiro deste ano, foram 1.250.831 contratações contra 1.215.219 demissões. O país registrou 38.315.069 trabalhadores com carteira assinada em fevereiro.

Os números mostram recuperação em áreas importantes da economia, como a indústria de transformação e o setor de serviços. A indústria teve um saldo positivo de 3.949 vagas formais de trabalho e os serviços, 50.613. Em seguida, destacaram-se administração pública, com saldo de 8.280 vagas, e a agricultura, com 6.201.

“O levantamento mostra que as medidas adotadas pelo governo nos últimos sete meses recolocaram o país nos trilhos, fazendo com que a crise fique cada vez mais distante”, afirmou o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira. “Pela vitalidade de sua economia e força de seus trabalhadores, tenho certeza de que o Brasil continuará a crescer nos próximos meses. Essa é a determinação de todos os integrantes do governo”, disse.

Entre as cinco regiões do país, houve crescimento de postos de trabalho no Sul (35.422), Sudeste (24.188) e Centro-Oeste (15.740). No Sul e Centro-Oeste, o saldo foi positivo em todos os estados. Nas regiões Norte e Nordeste, o número de dispensas superou o de contratações, com reduções de 2.730 vagas e 37.008, respectivamente.


São Paulo foi o estado que teve o maior saldo de empregos em fevereiro (25.412), seguido de Santa Catarina (14.858), Rio Grande do Sul (10.602), Minas Gerais (9.025) e Goiás (6.849).

The Economist: The global economy enjoys a synchronised upswing - March 18th 2017.


quarta-feira, 15 de março de 2017

US Federal Reserve raises interest rates to 1%


In view of realized and expected labor market conditions and inflation, the Committee decided to raise the target range for the federal funds rate to 3/4 to 1 percent. The stance of monetary policy remains accommodative, thereby supporting some further strengthening in labor market conditions and a sustained return to 2 percent inflation.

segunda-feira, 13 de março de 2017

Harvard Law School: HLS Seminar Brazil x USA dialogues - Law and Economics.


Revista EXAME: Como roubar uma empresa.


David Myers: "O que as pessoas podem fazer para ser felizes?"


Iniciando a semana com as 10 questões levantadas pelo professor David Myers em sua pesquisa para responder a questão:

O que as pessoas podem fazer para ser felizes?”.

1 -Compreenda que a felicidade duradoura não vem do sucesso.

2 - Tenha controle sobre seu tempo.

3 - Aja de maneira feliz.

4 - Procure um trabalho e passatempo que aproveitem suas habilidades.

5 - Junte ao movimento “Movimento”.

6 - Dê ao seu corpo o descanso que ele deseja.

7 - Dê prioridade às relações mais próximas.

8 - Enxergue além de si mesmo.

9 - Crie um “diário de gratidão”.


10 -Desenvolva seu lado espiritual. 

Bacen: Previsões de PIB em alta. Inflação e taxa de juros seguem em queda.


sábado, 11 de março de 2017

Folha de S. Paulo: Livros mais vendidos na semana.


TEORIA E ANÁLISE
1º (2º) Rápido e Devagar - Daniel Kahneman (Objetiva) - R$ 54,90
2º (1º) A Verdade É Teimosa - Miriam Leitão (Intrínseca) - R$ 49,90
3º (3º) Fundamentos de Economia - Marco Antonio S. Vasconcellos (Saraiva) - R$ 85
4º (-) História do Futuro - Miriam Leitão (Intrínseca) - R$ 49,90
5º (5º) Organizações Exponenciais - vários autores (HSM) - R$ 54,90

PRÁTICAS E PESSOAS
1º (1º) Por que Fazemos o que Fazemos? - Mario Sergio Cotella (Planeta) R$ 31,90
1º (4º) Novos Caminhos, Novas Escolhas - Abilio Diniz (Objetiva) R$ 34,90
3º (2º) O Poder do Hábito - Charles Duhigg (Objetiva) R$ 49,90
4º (3º) O Poder da Ação - Paulo Vieira (Gente) R$ 29,90
5º (-) Pense Simples - Gustavo Caetano (Gente) - R$ 29,90


Lista feita com amostra informada pelas livrarias Saraiva, Curitiba, Martins Fontes, Fnac, Livraria da Vila, Livraria Cultura e Argumento; os preços são referência do mercado e podem variar; semana entre 26/2 e 4/3; entre parênteses, a posição na semana anterior.

terça-feira, 7 de março de 2017

Revista Exame: Polêmicos, populares e influentes.


PIB 2016 registra queda de 3,6% e o Brasil afunda na pior recessão desde 1930.


Oficialmente, segundo o IBGE, o PIB brasileiro de 2016 registrou queda de 3,6%.  

Mais um ano economicamente desastroso, após um PIB em 2015 com retração de 3,8% confirmando a pior recessão desde o distante ano de 1930.


Este é o Brasil que os candidatos à presidência em 2018 devem revolucionar.    

segunda-feira, 6 de março de 2017

Argentina: Curso Superior de Formación en Logoterapia 2017.


INICIA: 10 DE MARZO DE 2017

MODALIDAD: COMPUESTO POR UN CICLO BÁSICO COMÚN DE DOCE SEMINARIOS (3 CUATRIMESTRES) Y UNA ESPECIALIZACIÓN CLÍNICA (UN CUATRIMESTRE) QUE CONSTARÍA DE CUATRO SEMINARIOS CON LA MISMA INTENSIDAD HORARIA.

CICLO BÁSICO: DIRIGIDO A PROFESIONALES INTERESADOS.

CICLO DE ESPECIALIZACIÓN CLÍNICA: DIRIGIDO A PROFESIONALES DEL ÁREA DE LA SALUD MENTAL (PSICÓLOGOS Y PSIQUIATRAS) CON EL CICLO BÁSICO APROBADO.

En una primera experiencia de extender la Logoterapia por el país, este año abriremos el Curso de Formación Profesional en Bahía Blanca.

La propuesta es hacer una formación basada en seminarios teórico-prácticos intensivos, que se cursarán Viernes de 19 a 21 y sábados de 9 a 13 y de 14 a 17. Los seminarios serían obligatorios para aquellos que hacen el curso de formación, pero pueden inscribirse también profesionales o público en general, que, sin estar haciendo la formación, tal vez les interese determinados temas.

El Curso estaría compuesto por un ciclo básico común de doce seminarios (3 cuatrimestres) y una especialización clínica (un cuatrimestre) que constaría de cuatro seminarios con la misma intensidad horaria.


SEMINARIOS 1º CUATRIMESTRE 2017

MARZO 10 Y 11:
I HISTORIA Y ACTUALIDAD DE LA LOGOTERAPIA.
Docente: Dr. Oscar Oro 

ABRIL 7 Y 8: 
III FUNDAMENTOS ANTROPOLÓGICOS DEL PENSAMIENTO FRANKLIANO.
Docente: Lic. Mónica Carri 

MAYO 19 Y20
II FUNDAMENTOS FILOSÓFICOS DEL PENSAMIENTO FRANKLIANO.
Docente: Lic. Olga Oro 

JUNIO 9 Y 10
IV ACERCA DE LA CONCIENCIA Y DE LO NO CONCIENTE.
Docente: Lic. Graciela Equiza

SEMINARIOS 2º CUATRIMESTRE 2017
AGOSTO 11 Y 12 
V VALORES Y SENTIDO.
Docente: Dr. Hernán Lanosa 

SEPTIEMBRE 15 Y 16
VI CONCEPTOS DEL ANÁLISIS EXISTENCIAL EN LOGOTERAPIA. 
Docente: Dra. Marta Guberman 

OCTUBRE 20 Y 21
VII LA SALUD Y LA ENFERMEDAD. 
Docente: Lic. Juan José Milano 

NOVIEMBRE 10 Y 11
VIII INTELIGENCIA EMOCIONAL E INTELIGENCIA ESPIRITUAL.
Docente: Dra. Adriana Sosa Terradas 

SEMINARIOS 3º CUATRIMESTRE 2018
IX RECURSOS NOÉTICOS. APORTES DE LA PSICOLOGÍA COGNITIVA Y POSITIVA
X "LA PRESENCIA IGNORADA DE DIOS" y "EL SENTIDO ÚLTIMO"
XI AUTORES POST FRANKLEANOS
XII TRASTORNOS DE HOY: ANSIEDAD, DEPRESIÓN Y TRASTORNO DE PERSONALIDAD

SEMINARIOS LA ORIENTACIÓN CLÍNICA 2018
I PSICOPATOLOGÍA FENOMENOLÓGICA
II PSICOPATOLOGÍA FRANKLEANA
III MÉTODOS AUXILIARES DE DIAGNÓSTICO EN LOGOTERAPIA IV EL TRATAMIENTO EN LOGOTERAPIA

Bacen: No boletim Focus PIB em alta. Inflação e Selic em queda.


domingo, 5 de março de 2017

Revista Piauí: "O rei do gado".


La Nacion: El Papa y el capitalismo.


En una reciente entrevista al diario El País, de España, el papa Francisco cuestionó al capitalismo, manifestando que América latina "está sufriendo los efectos de un sistema económico en cuyo centro está el dios dinero" y de "políticas de exclusión" por "un fuerte embate de liberalismo económico", al que culpa de aplicar una economía que "mata de hambre y mata de falta de cultura". Días después, en una audiencia concedida al grupo Economía de Comunión, el Papa reclamó un cambio completo en el orden económico-social y volvió a criticar al capitalismo, identificándolo con el afán por el dinero, "culto idólatra, sustituto de la vida eterna". Según Francisco, "el principal problema ético de este capitalismo es la generación de descartes para después tratar de ocultarlos o de curarlos para que no se vean".

La humanidad lleva siglos tratando de realizar cambios completos en el orden económico y social, desde las utopías románticas al socialismo científico, acumulando fracasos por ignorar la raíz compleja de la naturaleza humana. El mayor progreso ocurrió cuando las llamadas "revoluciones burguesas" terminaron con los absolutismos al limitar el poder de los gobernantes, emergiendo los estados nacionales con bases constitucionales.

Al adoptarse el Estado de Derecho, se advirtió la potencia creadora del derecho de propiedad, la división de poderes y las libertades individuales. El liberalismo permitió el desarrollo del capitalismo, su hijo dilecto. La irrupción de la burguesía fue acompañada por un estallido de inventos y de sus aplicaciones prácticas, como el vapor y la electricidad. La riqueza estática del feudalismo, fundada en la tierra, la esclavitud y las conquistas, fue sustituida por la creación industrial de bienes en escala impensada, impulsando el comercio para evitar las guerras, la división del trabajo y el dinero como medio de cambio. La clave consistió en haber encauzado en forma productiva el natural instinto humano de supervivencia, combinando solidaridad con egoísmo. No se intentó cambiar al hombre, inventando un "hombre nuevo", sino, como lo enseña el arte del yudo, aprovechar la fuerza del interés individual para crear riqueza en beneficio del conjunto.

Esa potencia, que en el capitalismo se denomina "fuerzas del mercado" está presente en cualquier sociedad, sólo que, cuando no existe derecho de propiedad, las mismas fuerzas operan en el mercado político, creando otros privilegiados y otros excluidos, en un contexto de miseria generalizada por el desinterés que suscita el trabajo colectivista.

Sin capitalismo no hay progreso material, ni empleos de calidad, ni forma de financiar la salud y la educación, ni inclusión de los excluidos, ni protección de los más débiles. Sin embargo, aun cuando carga sobre sus espaldas un Estado cada vez más gigante para cumplir con derechos sociales en expansión, el capitalismo suscita críticas por la desigualdad entre los más ricos y los más pobres. Ante la vara igualitaria, de nada vale que estos últimos sean mucho más prósperos que antes, al mejorar sus ingresos, ampliar sus derechos y acceder a servicios públicos gratuitos. Parecería que es mejor la igualdad en la miseria, como en Venezuela, Haití, Nicaragua o Malí, que la desigualdad con mayor bienestar para los más pobres y movilidad social para todos.

¿Cómo crear riqueza para tantas necesidades, manteniendo los incentivos del capitalismo y priorizando también la igualdad, sin dañar aquellos? Este interrogante pone de manifiesto la dificultad de dar soluciones perfectas a dramas humanos que no pueden resolverse con voluntarismo. Como el populismo, que sin mayores pruritos intelectuales se desentiende del largo plazo, incinerando en la hoguera del voto inmediato y del robo "para la Corona" el futuro de las generaciones venideras.

Desde la publicación de la encíclica Rerum Novarum por León XIII, en 1891, quedó básicamente definida la línea de pensamiento económico y social de la Iglesia Católica. Con ligeras variantes, aquellos conceptos siguen manteniéndose. Recogemos en ellos una visión crítica de la economía de mercado que nace, paradójicamente, en los fundamentos de su buen funcionamiento. En efecto, éstos dicen que la maximización del beneficio individual, en condiciones apropiadas de competencia, optimiza el resultado para el conjunto de la sociedad. Si bien la búsqueda del lucro es una actitud natural del hombre, puede ser interpretada como opuesta a la virtud de la generosidad con el prójimo y el desprendimiento personal. De ahí la prevención tradicional de la Iglesia Católica respecto del capitalismo o si se quiere, del liberalismo económico. Pero, por otro lado, hay un reconocimiento de que la creación de capital en propiedad privada es esencial para generar crecimiento y creación de empleo.

La Doctrina social de la Iglesia reconoce que la protección del derecho de propiedad y la competencia son necesarias para que haya ahorro voluntario e inversión eficiente. También, para lograr avance tecnológico. Sostiene estas relaciones y rechaza el colectivismo en su máxima expresión, el comunismo, por su negación de la propiedad privada. Este rechazo se extiende a expresiones del socialismo que restrinjan sensiblemente la disposición de la propiedad privada y la libertad política.

El capitalismo puede resultar en una distribución del ingreso menos igualitaria o más concentrada de la que muchos desearían. Ha sido esto motivo de disconformidad y crítica de segmentos de la jerarquía católica, incluyendo al papa Francisco. Pero no por ello han dejado de reconocer que el comunismo. al intentar igualitarismo, inevitablemente llevó a gobiernos totalitarios que necesitaron suprimir no sólo la propiedad privada, sino también la libertad. Quienes han tenido que vivir bajo esos regímenes saben del sufrimiento y de la pobreza consecuente. Quienes no han vivido el comunismo y sólo lo han visto desde lejos, están más propensos a magnificar los defectos de la economía de mercado.

Una bien fundada formación económica facilita la comparación correcta entre capitalismo y colectivismo. La insuficiencia de capacidad de análisis económico para comparar esas alternativas puede explicar muchas veces las críticas al capitalismo. Tal vez haya también algo de esto en Francisco. Su falta de vivencia dentro de un régimen comunista podría explicar la diferencia de sus críticas al capitalismo con las más moderadas y equilibradas de Juan Pablo II, nacido en la Polonia comunista.

Existe un ámbito inmenso donde la prédica moral de la Iglesia fortalece el capital social construyendo lazos de solidaridad que han de diferenciarse de las utopías que alientan posiciones extremas o dan sustento a demagogos cuyo interés es el poder y no los pobres.

Parafraseando a Winston Churchill: "La democracia es el peor sistema de gobierno diseñado por el hombre con excepción de todos los demás", podríamos emplear el mismo dicho, pero cambiando las palabras "democracia" por "capitalismo" y "gobierno" por "sistema económico".



Fernando Henrique Cardoso: Jogo de gente grande.

No carnaval passeei com casais amigos por Florença e vizinhanças. Há mais de meio século, eu, minha mulher Ruth, Bento e Lucia Prado e Arthur Giannotti passeáramos pela mesma região com a fascinação da primeira vez e a energia da juventude. Lá, de onde escrevo este artigo, passamos o 31 de dezembro de 1961.
Desta vez, com o mesmo deslumbramento, revi o que pude das cidades toscanas. Em 1961 vivíamos o clima da Guerra Fria — russos e americanos se enfrentavam por procuração, como na “crise dos mísseis” em Cuba — e as marcas da guerra quente estavam presentes na Europa bombardeada. Agora, nem mesmo a eventual tensão belicosa que os dias de Trump deixam entrever assusta o Ocidente.
A memória se esfuma: passa-se por um ou outro cemitério americano em solo italiano e só os mais velhos, imagino, ainda se lembram do que foi a luta dos Aliados contra o Eixo totalitário. Em poucos brasileiros ressoam os nomes de Monte Cassino e Monte Castello, marcos do heroísmo dos soldados brasileiros.
É bom, entretanto, não esquecer. Desfrutando o gênio de Masaccio ou o colorido e a perspectiva dos afrescos de Ghirlandaio, a poucos passos um do outro na Santa Maria Novella, é bom darmo-nos conta de que o que o passado construiu pode romper-se e não só na arte.
Vale a pena recordar que a História é mãe e madrasta ao mesmo tempo.
Os sinais do futuro podem não ser do nosso agrado, mas com eles teremos de nos haver.
O pós-guerra, a despeito das diferenças entre comunistas e capitalistas, resultou na criação das Nações Unidas e na corresponsabilização dos vencedores da guerra pela ordem global e pela paz mundial.
O arcabouço político que precedeu a globalização econômica está se modificando, e a continuidade do que pareceria imutável no espírito ocidental depois de tanta violência e morte, o internacionalismo, não pode mais ser tomado como algo definitivo.
Será que os eleitores do Brexit ou os rebelados do Rust Belt, que atribuem suas perdas à globalização e aos imigrantes, acaso se deram conta de que estão destruindo o que as gerações passadas fizeram com tanto esforço? Provavelmente não e pouco importa.
O que é certo é que o “equilíbrio de poder” que americanos, chineses, russos e europeus construíram depois da guerra de 1939-45 está abalado. E não pela “desglobalização” ou pelas crises da economia — que sempre pesam — mas pela visão do mundo e do poder que os governantes da geração atual parecem acalentar.
Os Estados Unidos com Trump se retraem dos compromissos internacionais: o “America first” de Trump visa mais o fortalecimento da economia doméstica do que o predomínio mundial.
Os chineses se expandem na economia e se fortalecem regionalmente, mas sem empenho em construir o mundo à sua semelhança, como tinham os americanos.
A Rússia se contenta em intervir de onde era excluída, de “sua” área imperial e das zonas onde historicamente os otomanos deram as cartas.
E por aí vão refazendo caminhos os antigos donos do mundo, deixando a Europa escabreada.
Diante disso, o que cabe aos que ainda não têm voz decisiva no capítulo global, como nós brasileiros, é dar-nos conta de nossos interesses e ver estrategicamente, sem alinhamentos automáticos nem mesmo ideológicos (pois disso não se trata como na luta contra o Totalitarismo ou o Comunismo), para que lado vai o mundo e como melhor nos situamos nele.
Este “pragmatismo responsável” não deve se eximir de tomar partido, entretanto, na defesa dos direitos humanos e da democracia quando for o caso.
Não deve tão pouco deixar de avaliar friamente os interesses econômicos de nosso povo. Se até Larry Summers, ex-ministro da Fazenda dos Estados Unidos e pilar do pensamento liberal de mercado, para compensar as angústias da globalização, apresentou um texto ao Berggruen Institute falando de “nacionalismo responsável”, por que não deveríamos repensar nossas chances, interesses e responsabilidades quando uma nova ordem mundial começa a esboçar-se?
O Itamaraty, sob a batuta de José Serra, reviu posições e revigorou alguns de nossos antigos propósitos. Dentre estes, o fortalecimento da cláusula democrática no Mercosul e a consequente cobrança de novos rumos na Venezuela.
Precisamos intensificar os liames com os vizinhos da América do Sul no lado do Pacífico e, principalmente, dar maior força a nossa ligação com a Argentina. Da mesma forma, necessitamos de sólida reaproximação com o México, flechado por Trump; devemos ampliar nossas convergências, não só econômicas mas políticas, com aquele país.
O muro proposto separa não apenas o México: separa os latino-americanos e os americanos adversos à insensatez de Trump.
Começamos a vislumbrar que as mudanças no tabuleiro internacional não vão na direção de um novo Hegemon, mas abrem espaço para alianças regionais que podem transcender o hemisfério. Neste, por escolha dos Estados Unidos, estão distantes os tempos da Alca.
Quem sabe um acordo com o Mercosul se torne viável, com os alemães à frente e os ingleses correndo à parte, mas também interessados em, ao se distanciarem de Bruxelas, não perderem espaços no mundo.
China e Índia, que crescem 7% ao ano, precisarão cada vez mais de comida e minérios de que dispomos.
O rearranjo atual da ordem global não tem força para estancar o que as mudanças culturais e tecnológicas tornaram irreversível: as consequências do aumento da produtividade e a integração produtiva.  As mudanças em curso decorrem mais das questões de poder do que das econômicas. Isso não nos leva a descuidar de nossa base produtiva, mas induz-nos a não descuidar dos meios disponíveis de poder, que incluem capacidade de defesa e visão estratégica.
É o que esperamos do governo ao nomear um novo ministro para as Relações Exteriores: que não se esqueça de que entraremos em um jogo “de gente grande”.

A importância de debater o PIB nas eleições 2022.

Desde o início deste 2022 percebemos um ano complicado tanto na área econômica como na política. Temos um ano com eleições para presidente, ...