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quarta-feira, 18 de março de 2020
terça-feira, 17 de março de 2020
O Globo: Armínio Fraga defende gasto público.
Armínio Fraga acha que o país vai entrar em recessão, que o governo deve aumentar o gasto público porque as leis que fixam limites de gastos preveem espaço para quando há uma calamidade. “E para isso acho que não deveria haver limites.” No Banco Central, algumas formas de estimular a oferta de crédito foram anunciadas e o Ministério da Economia soltou um pacote que foi quantificado como de R$ 147 bilhões, mas na verdade pouco desse valor é dinheiro novo. No intenso dia de ontem, houve de tudo, inclusive o presidente Jair Bolsonaro voltando a escalar nos ataques ao Legislativo, numa entrevista de manhã.
domingo, 15 de março de 2020
sábado, 14 de março de 2020
segunda-feira, 9 de março de 2020
domingo, 8 de março de 2020
Elio Gaspari divulga o novo livro de Giannoti hoje no O GLOBO.
Está nas livrarias “Heidegger / Wittgenstein: Confrontos”, do filósofo José Arthur Giannotti. Foram quatro anos de trabalho diário, das oito da manhã às quatro da tarde. Numa época de debates rasteiros, Giannotti produziu uma daquelas obras que engrandecem a condição de intelectual. Apesar da prosa elegante, é um livro de leitura tão difícil como a pronúncia dos nomes dos filósofos Martin Heidegger e Ludwig Wittgenstein. Um, alemão, nazista e reitor da universidade de Freiburg. O outro, austríaco, nascido em família de fortuna, lecionou em Cambridge.
Rindo, Giannotti estima que talvez tenha cem leitores. Ele lidou com o nazismo de Heidegger com o distanciamento de um filósofo e a combatividade de um liberal. Fruiu “sua genialidade” e arrematou: “Durante a desnazificação, teve sua atividade de professor suspensa por um breve período: eu preferiria que tivesse sido obrigado a fazer visitas periódicas a Auschwitz”.
Na Amazon:
Se levarmos em conta a trajetória intelectual de José Arthur Giannotti, professor emérito da Universidade de São Paulo, e a natureza espinhosa da discussão proposta no livro, Heidegger/ Wittgenstein é uma obra combativa, a começar pelo título. De um lado do ringue, Heidegger, costumeiramente associado a uma vertente fundacionista da filosofia, na qual a pergunta pelo ser ― por seu significado, por seu fundamento ― tem papel proeminente. Do outro, Wittgenstein, para quem a pergunta pelo fundamento deve ser urgentemente substituída pelas condições em que se dá, se for o caso, a pergunta acima. Os confrontos esperados e as surpreendentes proximidades de ambos os filósofos trazem, por mérito do autor, novos problemas e desdobramentos, que giram em torno de dois polos básicos do que denominamos, por conforto, “filosofia ocidental”: lógica e ontologia. Dos muitos méritos do livro, um deles parece sobressair, talvez o mais simpático ― o convite para que participemos dessas disputas, cuja regra primeira é: não há perdedores.
sexta-feira, 6 de março de 2020
segunda-feira, 2 de março de 2020
sexta-feira, 19 de abril de 2019
quarta-feira, 20 de março de 2019
terça-feira, 19 de fevereiro de 2019
terça-feira, 29 de maio de 2018
O Globo: É urgente restabelecer o abastecimento.
O momento da greve de caminhoneiros é de se estabelecer a máxima prioridade para a cadeia de abastecimento voltar a funcionar sem obstáculos. É a única alternativa aceitável depois que o governo concordou com todas as reivindicações do setor, incluindo de empresas que atuam nos bastidores do movimento.
Leia mais:
domingo, 13 de agosto de 2017
As melhores universidades no exame 2017 da OAB.
A Escola de Direito da FGV/RJ, entre as privadas, e a
Universidade Estadual do Oeste do Paraná, entre as públicas, foram as primeiras
colocadas no último exame da nacional da OAB, em que concorreram 13.600 alunos.
Aprovaram 82% e 86%, respectivamente, dos seus alunos. A média
nacional de aprovação foi de modestos 23,6%.
terça-feira, 13 de junho de 2017
Míriam Leitão: O ódio a bordo.
Para reflexão: independente de gostar ou não da Míriam Leitão, é chocante e
triste ler seu relato sobre o que lhe aconteceu no sábado passado durante o voo
entre Brasília e o Rio de Janeiro.
A cada dia evidencia-se que inexiste o "brasileiro cordial" e pululam seres que não parecem humanos.
Minha solidariedade à Míriam Leitão e que ela continue sendo a pessoa que é!
Sofri um ataque de violência verbal por parte de delegados do PT
dentro de um voo. Foram duas horas de gritos, xingamentos, palavras de ordem
contra mim e contra a TV Globo. Não eram jovens militantes, eram homens e mulheres
representantes partidários. Alguns já em seus cinquenta anos. Fui ameaçada,
tive meu nome achincalhado e fui acusada de ter defendido posições que não
defendo.
Sábado, 3 de junho, o voo 6237 da Avianca, das19h05, de Brasília
para o Santos Dumont, estava no horário. O Congresso do PT em Brasília havia
acabado naquela tarde e por isso eles estavam ainda vestidos com camisetas do
encontro. Eu tinha ido a Brasília gravar o programa da Globonews.
Antes de chegar ao portão, fui comprar água e ouvi gritos do outro
lado. Olhei instintivamente e vi que um grupo me dirigia ofensas. O barulho
parou em seguida, e achei que embarcariam em outro voo.
Fui uma das primeiras a entrar no avião e me sentei na 15C. Logo
depois eles entraram e começaram as hostilidades antes mesmo de sentarem. Por
coincidência, estavam todos, talvez uns 20, em cadeiras próximas de mim. Alguns
à minha frente, outros do lado, outros atrás. Alguns mais silenciosos me
dirigiram olhares de ódio ou risos debochados, outros lançavam ofensas.
— Terrorista, terrorista — gritaram alguns.
Pensei na ironia. Foi “terrorista” a palavra com que fui recebida
em um quartel do Exército, aos 19 anos, durante minha prisão na ditadura.
Tantas décadas depois, em plena democracia, a mesma palavra era lançada contra mim.
Uma comissária, a única mulher na tripulação, veio, abaixou-se e
falou:
— O comandante te convida a sentar na frente.
— Diga ao comandante que eu comprei a 15C e é aqui que eu vou
ficar — respondi.
O avião já estava atrasado àquela altura. Os gritos, slogans,
cantorias continuavam, diante de uma tripulação inerte, que nada fazia para
restabelecer a ordem a bordo em respeito aos passageiros. Os petistas pareciam
estar numa manifestação. Minutos depois, a aeromoça voltou:
— A Polícia Federal está mandando você ir para frente. Disse que
se a senhora não for o avião não sai.
— Diga à Polícia Federal que enfrentei a ditadura. Não tenho medo.
De nada.
Não vi ninguém da Polícia Federal. Se esteve lá, ficou na porta do
avião e não andou pelo corredor, não chegou até a minha cadeira.
Durante todo o voo, os delegados do PT me ofenderam, mostrando uma
visão totalmente distorcida do meu trabalho. Certamente não o acompanham. Não
sou inimiga do partido, não torci pela crise, alertei que ela ocorreria pelos
erros que estavam sendo cometidos. Quando os governos do PT acertaram, fiz
avaliações positivas e há vários registros disso.
Durante o voo foram muitas as ofensas, e, nos momentos de maior
tensão, alguns levantavam o celular esperando a reação que eu não tive. Houve
um gesto de tão baixo nível que prefiro nem relatar aqui. Calculavam que eu
perderia o autocontrole. Não filmei porque isso seria visto como provocação.
Permaneci em silêncio. Alguns, ao andarem no corredor, empurravam minha
cadeira, entre outras grosserias. Ameaçaram atacar fisicamente a emissora,
mostrando desconhecimento histórico mínimo: “quando eles mataram Getúlio o povo
foi lá e quebrou a Globo”, berrou um deles. Ela foi fundada onze anos depois do
suicídio de Vargas.
O piloto nada disse ou fez para restabelecer a paz a bordo. Nem
mesmo um pedido de silêncio pelo serviço de som. Ele é a autoridade dentro do
avião, mas não a exerceu. A viagem transcorreu em clima de comício, e, em meio
a refrões, pousamos no Santos Dumont. A Avianca não me deu — nem aos demais
passageiros — qualquer explicação sobre sua inusitada leniência e flagrante
desrespeito às regras de segurança em voo. Alguns dos delegados do PT estavam
bem exaltados. Quando me levantei, um deles, no corredor, me apontou o dedo
xingando em altos brados. Passei entre eles no saguão do aeroporto debaixo do
coro ofensivo.
Não acho que o PT é isso, mas repito que os protagonistas desse
ataque de ódio eram profissionais do partido. Lula citou, mais de uma vez, meu
nome em comícios ou reuniões partidárias. Como fez nesse último fim de semana.
É um erro. Não devo ser alvo do partido, nem do seu líder. Sou apenas uma
jornalista e continuarei fazendo meu trabalho.
(Com Alvaro Gribel, de São Paulo)
segunda-feira, 11 de julho de 2016
Robert Lucas: educação é a diferença entre as economias de sucesso e as demais.
Em
entrevista ao O GLOBO, o Nobel de Economia e professor da Universidade de Chicago Robert Lucas foi muito
claro sobre a importância da educação:
“Quanto mais o país estiver envolvido em educação, melhor
estará. A educação é a diferença-chave entre as economias de sucesso e as
demais. Há outras questões, como a governança ruim, mas educação é chave.”
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/economia/educacao-chave-para-as-economias-de-sucesso-diz-robert-lucas-19683639
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/economia/educacao-chave-para-as-economias-de-sucesso-diz-robert-lucas-19683639
quinta-feira, 2 de julho de 2015
domingo, 7 de julho de 2013
A Copa de Lula.
Demétrio
Magnoli, no GLOBO de 04.07.2013, comenta sobre a paixão brasileira. Cada coisa no seu lugar. Gostar de futebol e torcer pelo Brasil é muito diferente de utilizar o dinheiro público na construção de elefantes brancos, ao invés de investir na educação, saúde e segurança. Afinal, você já pensou em quem ganha muito dinheiro com a Copa no Brasil?
Todos
podem protestar em todos os lugares - exceto nas imediações das sagradas
arenas da Copa das Confederações. Essa foi a mensagem enviada pelas
autoridades na "semana quente" das manifestações populares. Sem
intervenção policial, manifestantes cercaram palácios e interromperam vias
expressas. Em São Paulo, o eixo sensível da Avenida Paulista, onde se
concentram os hospitais, foi liberado para os protestos. Contudo, nas
cidades-sede do evento, batalhões de choque delimitaram um "perímetro de
segurança nacional" e atacaram manifestantes pacíficos que tentavam
ultrapassá-lo. A regra do protesto ilimitado excluiu os "territórios
internacionais" sob controle efetivo da Fifa. Nunca, numa democracia, um
governo nacional se curvou tão completamente a uma potência externa
desarmada.
A
bolha policial de isolamento dos estádios estendeu-se por dois a três
quilômetros. Não se tratava de assegurar o acesso de torcedores às arenas,
mas de impedir que as marcas dos protestos ficassem impressas sobre as marcas
da Fifa e das empresas patrocinadoras. "A condição prévia para a Copa é
a cessão temporária da soberania nacional à Fifa, que assume funções de
governo interventor por meio do seu Comitê Local." Nesse espaço, dois
anos atrás, Adriano Lucchesi e eu definimos a Copa do Mundo de 2014 como uma
"festa macabra" justificada pela "lógica perversa do
neopatriotismo".
Não
fomos os únicos, nem os primeiros. O jornalista Juca Kfouri deplorou o
triunfo dos bons companheiros Lula da Silva e Ricardo Teixeira na hora da
escolha do Brasil como sede do megaevento de negócios travestido de
competição esportiva. O ex-jogador Romário honrou seu mandato parlamentar
denunciando sistematicamente a farra de desvio de dinheiro público, que ainda
faz seu curso. "A Fifa é o verdadeiro presidente do Brasil hoje",
explicou com a precisão e simplicidade de que carecem tantos doutos
cientistas políticos. Mas a rapinagem dos piratas ficou longe da mira dos
partidos de oposição, que preferiram ocupar assentos periféricos na nave da
Copa, compartilhando dos brindes erguidos em convescotes de autoridades,
empresários e cartolas. Alguém aí está surpreso com a aversão dos
manifestantes ao conjunto de nossa elite política?
3
x 0. No domingo, encerrou-se o ensaio geral para o que será a Copa mais cara
da história. A festa macabra custará, no mínimo, R$ 28 bilhões, quase quatro
vezes mais que a realizada na África do Sul em 2010 (R$ 7,3 bilhões) e perto
de três vezes mais que as Copas na Alemanha em 2006 (R$ 10,7 bilhões) e no
Japão/Coreia em 2002 (R$ 10,1 bilhões). "Com o dinheiro gasto para
construir o Mané Garrincha poderiam ter sido construídas 150 mil casas
populares", calculou Romário. Ele tem razão: a arena de Brasília, a mais
cara de todos os tempos, custou R$ 1,7 bilhão.
Obedecendo
a uma compulsão automatizada, o ministro Gilberto Carvalho apontou um dedo
acusador para a imprensa, que "teve um papel no moralismo, no sentido
despolitizado" das manifestações populares. No mundo ideal desse senhor
"politizado", uma imprensa chapa-branca monopolista, financiada
pelas empresas estatais, desempenharia a função de explicar aos saqueados que
o saque é parte da ordem natural das coisas. "Sem a imprensa, não somos
nada", concluiu Jérôme Valcke, o zagueiro de várzea da Fifa, que também
gostaria de ter um "controle social da mídia".
Um
séquito de analistas especializados na arte da empulhação dedica-se, agora, a
criticar os cartazes dos manifestantes que contrapõem a Copa à
"saúde" e à "educação". No seu pronunciamento desesperado
do fim da "semana quente", Dilma Rousseff recorreu aos sofismas
desses analistas para exercitar o ilusionismo. Os recursos queimados na
fogueira das arenas "padrão Fifa", disse a presidente, são
"fruto de financiamento", não dinheiro do Orçamento. Mas ela não
disse que a fonte dos financiamentos concedidos pelo BNDES são títulos de
dívida pública emitidos pelo Tesouro, nem que a a diferença entre os juros
reais pagos pelo Tesouro e os juros subsidiados cobrados pelo BNDES é coberta
pelos impostos de todos os brasileiros, da geração atual e da próxima.
A
"verdade técnica" da presidente não passa de um véu destinado a
esconder o significado financeiro da festa macabra promovida pela Fifa e pelo
governo brasileiro. No seu conjunto, a operação Copa 2014 é uma vasta
transferência de renda da população para a Fifa, as empresas patrocinadoras
do megaevento e as empreiteiras contratadas nas obras civis. Uma CPI da Copa
revelaria as minúcias da rapinagem, destruindo no caminho governantes em
todos os níveis que se engajaram na edificação de elefantes brancos com
recursos públicos. É com a finalidade de evitá-la a qualquer custo que uma
corrente de parlamentares resolveu aderir à ideia de uma CPI da CBF. Sob a
pressão das ruas, cogita-se a hipótese de entregar os escalpos de José Maria
Marin e Ricardo Teixeira numa bandeja de prata para salvar a reputação das
autoridades políticas cujas assinaturas estão impressas nas leis e contratos
da Copa.
"O
Brasil nos pediu para sediar a Copa do Mundo. Nós não impusemos a Copa do
Mundo ao Brasil." Joseph Blatter, o poderoso chefão da "família
Fifa", não mente quando repete seu mantra preferido. O
"Brasil", na frase, significa "Lula da Silva". A Copa
mais cara da história é a síntese perfeita do legado político do presidente
honorífico. À entrada do Mineirão, no jogo entre México e Japão, funcionários
a serviço da Fifa arrancaram das mãos de dois torcedores cartazes onde
estavam escritas as palavras proibidas "escola" e
"saúde". Os batalhões de choque em postura de batalha no perímetro
de "segurança nacional" da Copa e os agentes da censura política em
ação nos portões das arenas protegem mais que a imagem da Fifa e das marcas
associadas. Eles protegem, sobretudo, a imagem de Lula, o regente da festa
macabra.
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domingo, 30 de junho de 2013
A política econômica de Armínio Fraga para os dias de hoje.
Armínio Fraga no GLOBO, diz o que ele mudaria na atual política econômica se estivesse no poder.
Muita
coisa, mas nem estou, nem sou candidato a nada... Escrevi com colegas
recentemente um artigo, na verdade dois artigos, que vocês publicaram,
argumentando que o Brasil vivia uma certa encruzilhada. O primeiro artigo
sugeria que poderíamos estar caminhando em direção a um modelo que deu errado,
parecido com o da década de 70, com pouco foco em produtividade, modelo mais
fechado, bancos públicos tendo papel grande demais, pouca capacidade de
mobilizar investimento em infraestrutura e outras questões como essas. Sem
prejuízo de muita coisa boa que aconteceu no combate à pobreza, na melhoria da
distribuição de renda, isso tudo é essencial e obviamente tem que continuar.
Agora de fato me parece que o Brasil tende a ir nessa direção que deu errado no
passado. Rever esse modelo me parece essencial. Esse modelo que comentei no
início da conversa, onde Brasília passa a ser um destino de peregrinação de
empresários, pleiteando subsídios, proteções, crédito barato, é um modelo muito
ruim, inclusive do ponto de vista distributivo. É um modelo pró empresa e não
pró mercado. Melhor reduzir o Custo Brasil e deixar os empresários competirem
entre si. A política recente de combustíveis e automóveis, discutida
recentemente em coluna da Miriam Leitão, carece de mudanças: o Brasil subsidia
carbono e automóvel, quando o mundo inteiro parece querer diminuir a sua pegada
e ter menos carros andando nas ruas, focar mais em transporte público, menos
poluente e “engarrafante”. Quando o governo segura o preço do petróleo como segurou
durante muito tempo com o objetivo de afetar o índice de inflação, se vê o
Brasil indo em direção contrária da que seria correta. O foco do governo
Fernando Henrique Cardoso em saúde e educação é atual e correto tanto do ponto
de vista de justiça social quanto de crescimento. Tudo que está acontecendo no
mundo da infraestrutura, a meu ver, requer muita atenção e vejo bastante espaço
para melhorias. Faço questão de registrar aqui que o próprio governo tem dado
sinais de que quer caminhar nessa direção e espero que as incertezas com
relação aos investimentos na infraestrutura não atrapalhem demais a retomada do
investimento, que já está muito atrasada.
sábado, 1 de junho de 2013
Debelar a inflação é a escolha correta.
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terça-feira, 19 de março de 2013
Banco Central precisa ser firme contra a inflação.
Editorial do GLOBO alerta para o risco de retorno da inflação.
A inflação no Brasil sempre foi muito desafiadora, e, não por acaso,
várias tentativas de vencê-la na fase aguda do problema fracassaram, até que
a engenhosidade do Plano Real, favorecida pela conjugação de um momento
político e econômico oportuno, livrou o país daquele pesadelo que parecia sem
fim.
Diante do que ocorreu nesse longo período, a economia brasileira, após
o lançamento do real, passou a conviver com uma relativa estabilidade
monetária. Não sem sacrifícios. O esforço para se disciplinar as finanças
públicas até hoje perdura, com os contribuintes tendo de arcar com uma carga
tributária extremamente pesada (36% do PIB). A política monetária foi
essencialmente restritiva nesses quase vinte anos, com percentuais elevados
de recolhimentos compulsórios sobre os depósitos bancários e taxas de juros
bem elevadas.
Mas, não fosse isso, dificilmente teria sido possível manter a
inflação dentro das metas previamente fixadas pelo governo. Metas que, por
sinal, miram em um ponto central (4,5%) acima da média apurada nas economias
mais maduras e até de países com crescimento mais acelerado que o Brasil. Em
face das peculiaridades do processo inflacionário no país, as autoridades
governamentais adotaram metas com razoável grau de tolerância (dois pontos
percentuais para cima ou para baixo do ponto central).
Com o agravamento da crise financeira nas chamadas economias mais
maduras, a política de taxas de juros muito elevadas precisou ser ajustada no
Brasil para evitar movimentos indesejáveis nos fluxos de capitais. Com isso,
as autoridades monetárias deixaram de contar com um instrumento de alto poder
de fogo contra a inflação. Assim, mesmo com um baixo crescimento, a inflação
tem se comportado de maneira preocupante, oscilando bem próximo do teto da
meta (6,5%).
Na reunião realizada este mês, o Comitê de Política Monetária (Copom)
reconheceu esse risco de mudança do patamar da inflação. Não são poucos os
fatores que têm contribuído para impulsionar os preços (entre os quais a
remanescente indexação automática de tarifas e do próprio salário mínimo),
mas também se espera que outros ajudem a segurar a alta, como a boa safra de
alimentos este ano.
O Copom preferiu aguardar um pouco mais para decidir o que fazer. É
compreensível, considerando-se o momento confuso no mundo e da ainda
indefinida tendência da economia brasileira. No entanto, se a inflação
persistir no atual patamar, as autoridades monetárias terão de agir mais
duramente. Essa possibilidade ficou no ar na ata do último Copom, e, por
isso, o próximo, marcado para abril, será cercado de grande expectativa. É
importante que fique claro que o Banco Central tem autonomia para adotar
remédios fortes, se forem necessários.
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