domingo, 16 de setembro de 2012

FED e política monetária.


Li na FOLHA a análise do GUARDIAN sobre a atual "política monetária" americana. 

Bancos centrais precisam de credibilidade. A habilidade de se comprometer de modo firme com uma determinada política monetária produz expectativas nos mercados e transmite sinais importantes para a economia real.

Além disso, a credibilidade do Fed, o banco central norte-americano, permite que ele use suas ferramentas de comunicação para moldar essas expectativas, o que deveria favorecer a atividade econômica como um todo.

Desse ponto de vista, fica bastante claro que o Fed tinha de anunciar uma nova rodada de relaxamento monetário ("quantitative easing", a prática de compra de títulos do Tesouro que injeta dinheiro na economia) ao final da sua reunião de ontem.

Como havia sido demonstrado pelos quatro últimos relatórios sobre desemprego nos EUA - nenhum deles mostrou crescimento no emprego, na renda ou na força de trabalho - as condições da economia do país são frágeis.

Além disso, os americanos ainda estão tendo de se haver com a retração no crescimento mundial e com o fantasma de possíveis choques financeiros advindos da Europa.

Se o Fed tivesse deixado de agir, os mercados só poderiam concluir que ou o banco central americano não compreende as condições da economia - o que é improvável - ou que sua credibilidade foi minada. E o Fed não se arriscaria a esse ponto.

Isso não significa, no entanto, que novas intervenções do banco central serão capazes, por si sós, de estimular o crescimento do país.

O próprio presidente do Fed, Ben Bernanke, disse que "a política monetária não pode, sozinha, obter os mesmos efeitos de um conjunto maior e mais equilibrado de medidas econômicas; em especial, ela não é capaz de neutralizar os riscos fiscais e financeiros que o país enfrenta".

Os EUA precisam de reformas fiscais e orçamentárias, que são fundamentais, especialmente em setores como saúde e aposentadorias.

Pode-se dizer que as medidas de política monetária resultam em poucos benefícios, mas vale a pena implantá-las. O custo delas, porém, é considerável, e vai de inflação ao risco de politização do Fed.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Previsão PIB 2012.


Leio no UOL que “o mercado reduziu a estimativa para o PIB (Produto Interno Bruto) pela sexta semana seguida e projeta um crescimento de apenas 1,62% neste ano, segundo divulgação do boletim Focus, do Banco Central, desta segunda-feira (10). Na semana passada, a previsão era de 1,64%. Para 2013, a estimativa permanece em 4%.
O Banco Central espera um crescimento de 2,5% no ano, enquanto a taxa projetada pelo governo de crescimento da economia é de 3%.

A estimativa deste ano para inflação oficial (medida pelo IPCA, Índice de Preços ao Consumidor Amplo) também subiu (pela nona semana consecutiva), passando de 5,20%, na semana passada, para 5,24%; há um mês a estimativa era de 5,11%. Para 2013, foi elevada de 5,51%, na semana passada, para 5,54% hoje. A meta do governo é 4,5%, com teto de 6,5%.

Já a previsão para a taxa básica de juros, a Selic, (que atualmente está em 7,5% ao ano) foi mantida pela quinta semana em 7,25% neste ano. Para 2013, a expectativa foi reduzida de 8,50%, na semana passada, para 8,25% hoje.

As estimativas para o valor do dólar em 2012 e 2013 permaneceram inalteradas em R$ 2 para ambos casos.

O boletim Focus é elaborado pelo BC a partir de consultas feitas a instituições financeiras e expressa, semanalmente, como o mercado percebe o comportamento da economia.

Continuando assim nessa toada, realmente o Brasil descerá a ladeira neste 2012...

sábado, 8 de setembro de 2012

Economistas discutem a economia de Dilma.


Na FOLHA, matéria sobre a atual política econômica e, como não poderia deixar de ser, com economistas em posições opostas.   

O Brasil está fadado a ter crescimento medíocre no governo Dilma Rousseff, porque o modelo econômico dos últimos anos está esgotado. Esse é o argumento do economista Samuel Pessôa, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da FGV, no artigo "O contrato social da redemocratização e seus limites", publicado na revista "Interesse Nacional".

No momento em que se debate se a desaceleração da economia é conjuntural ou estrutural -o PIB cresceu menos de 1% no primeiro semestre, em comparação com o mesmo período de 2011-, o artigo gerou discussão nos meios econômicos.

O crescimento no período Lula foi calcado na redução do desemprego e na elevação da capacidade utilizada, dois fenômenos que não voltarão a ocorrer, diz Pessôa, que é colunista da Folha.

Ele afirma que, de 2005 até hoje, o crédito e o aumento da renda real das classes menos favorecidas alimentaram o consumo e foram o combustível do crescimento. A taxa de crescimento de consumo e investimento somados -taxa de absorção- ficou acima da taxa de crescimento da produção.

Esse modelo chegou a um limite porque eleva salários, corrói a competitividade e gera desindustrialização. "E Dilma é mais ideológica, faz a leitura de que a indústria é um setor especial, não vai permitir que a desindustrialização continue avançando."

Bráulio Borges, economista-chefe da LCA Consultores, é uma das vozes discordantes. "A ideia de que o modelo dos anos anteriores estaria esgotado não me convence", escreveu Borges em artigo na Folha semana passada.

"Primeiro, porque aqueles que advogam essa tese apontam que esse modelo teria se esgotado por ser baseado apenas em expansão do consumo, sem a contrapartida do investimento. Mas os próprios dados do IBGE mostram que esse não foi o caso: o peso do investimento no PIB, que foi de pouco mais de 16% na média de 2000 a 2007, saltou para cerca de 19% na média de 2008 a 2011."

Para Alexandre Schwartsman, professor do Insper e ex-diretor do Banco Central, o modelo só foi efetivo enquanto houve ganhos crescentes nos preços de commodities -que em 2011 atingiram um pico histórico. "Com a desaceleração global, não vamos manter esses ganhos ano após ano", diz o colunista da Folha. "O modelo não está necessariamente esgotado, mas, com a nova realidade, ficamos com um crescimento bem abaixo do teto de 3%, em vez de 4,5%."

Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central e fundador da Gávea Investimentos, concorda com Pessôa. "É natural e desejável que o consumo cresça, e que parte desse crescimento ocorra através do crédito, mas sem exageros. No entanto, o crescimento da demanda precisa vir acompanhado do crescimento da oferta, o que não vem acontecendo em ritmo suficiente para manter o crescimento do PIB em 4%, 5% ao ano", disse à FolhaSegundo o Banco Central, o endividamento das famílias é de 43,4% da renda.

No texto, Pessôa diz que uma das grandes bandeiras da presidente -a redução da taxa de juros- tem seus efeitos superestimados. Segundo ele, a redução do custo de rolagem da dívida pública terá impacto pequeno. O setor público paga cerca de 5% do PIB de juros. Descontada a correção monetária e a tributação sobre os juros, os ganhos não passariam de 1,5% do PIB. "O efeito não é desprezível, mas não é a salvação da lavoura que vem sendo anunciada."

Mais à esquerda, o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, professor titular do Instituto de Economia (IE) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), vê simplismo nessa conclusão. "A queda da taxa de juros vai gerar outros benefícios além da economia com o pagamento, os bancos estão criando novos instrumentos financeiros mais compatíveis com financiamento de longo prazo, que terão impacto no crescimento", diz.

No artigo, Pessôa também afirma que a série de medidas de desoneração e conteúdo nacional adotadas pelo governo nos últimos anos para estimular a indústria e o consumo reduzem a eficiência e a produtividade.

Segundo Schwartsman, o governo tenta usar o mesmo remédio aplicado após a crise de 2008 -mas dessa vez não está funcionando. "Em 2008, as medidas de estímulo tiveram mais efeito porque saíamos de um nível de desemprego mais alto e utilização de capacidade mais baixa. Agora, a eficácia dessas mesmas medidas, que o governo tentou usar novamente, é limitada."

Luiz Fernando de Paula, presidente da Associação Keynesiana Brasileira e professor titular da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), discorda"Dada a conjuntura atual, de forte tendência à desindustrialização, é melhor do que nada. Fundamental é mexer no binômio taxa de juros alta/câmbio apreciado, combinado com uma política industrial inteligente que estimule exportações de maior valor agregado."

Economistas à esquerda e à direita concordam em um ponto: o novo pacote de concessões anunciado pela presidente Dilma, caso bem executado, vai no caminho correto -aumentar investimentos, a capacidade de oferta da economia brasileira. É o contrário das medidas de estímulo dos últimos meses -mais focadas em aumentar o consumo com reduções de impostos.

UFPA - 24ª posição - Parabéns!


Recentemente, foi divulgado o "Ranking Universitário Folha" (RUF), uma listagem inédita das universidades brasileiras, elaborada de acordo com a qualidade das instituições. Para chegar à classificação, foram utilizados indicadores de pesquisa e de inovação e opinião do mercado de trabalho e de pesquisadores renomados. Na avaliação, a Universidade Federal do Pará (UFPA) ficou na 24ª posição entre as 191 instituições analisadas. O resultado foi recebido com ânimo pelos membros da Instituição, inclusive pelo reitor Carlos Maneschy.

Para a pró-reitora de Ensino de Graduação, Marlene Freitas, o resultado do "Ranking" é condizente com o trabalho que a UFPA vem fazendo. “Considero que estamos relativamente bem situados, embora creia que a nossa situação pode ser até mais vantajosa que aquela revelada, de qualquer modo, o resultado é motivo de alegria. Nós temos um nível de qualificação docente bastante elevado, a UFPA tem uma liderança entre as suas congêneres da região, não só no nível de qualificação docente, como também em pesquisa e tecnologia, tanto no âmbito da graduação como no da pós-graduação”, disse a professora, a qual também afirma que tudo isso reflete no produto da Universidade, este produto é o número de egressos que ela consegue encaminhar ao mercado de trabalho.

Trabalho árduo – “Não existe uma universidade ideal, nós enfrentamos uma série de problemas diariamente, mas essa é uma construção contínua e é um dever nosso seguir em frente”, diz a pró-reitora. Quanto ao resultado, Marlene consegue vê-lo como um reflexo do trabalho que os professores realizam, do nível da produção acadêmica e científica e das relações com a comunidade, de um modo geral, seja a comunidade mais vulnerável, do ponto de vista econômico, ou mesmo da relação com o mundo empresarial.

A professora afirma que, de modo geral, há um bom olhar sobre a UFPA. “Posso dizer que, por exemplo, nas seleções para pós-graduação, seja no Estado, seja fora dele, são raros os casos que os alunos daqui não conseguem seus objetivos.

Marlene Freitas destaca que ainda há muito a se fazer nesse trabalho contínuo de melhorar a qualidade de ensino e de formação, de fazer com que o professor descubra como é importante a adoção de novas tecnologias, apropriando-se das tecnologias de informação e comunicação para que sejam cada vez mais bem conduzidas. “Nós, como pró-reitoria de Graduação, temos insistido nisso, a tal ponto que criamos um Programa de Formação Continuada para que o professor esteja sempre preparado e para que mantenha essa sede por inovação permanente”, diz a pró-reitora.

Interiorização – Segundo Marlene Freitas, o Programa de Interiorização é um dos contribuintes para o crescimento da UFPA. “A Universidade cresceu de uma forma surpreendente. O Programa surgiu há mais de 25 anos e foi uma estratégia revolucionária, pois, se não fosse isso, hoje, não teríamos os campi consolidados, fazendo ensino, pesquisa e extensão na graduação e pós-graduação. Hoje, temos campi com mestrado e doutorado.”

A Federal do Pará tem 11 campi no Estado, os quais descentralizam a oferta de cursos e promovem a criação de novas universidades, como o Campus de Marabá, que está para se tornar a Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará", diz o reitor Carlos Edilson de Almeida Maneschy.

Pesquisa - Quem também não possui dúvidas de que a UFPA está entre as melhores universidades do Brasil é o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Emmanuel Tourinho.  “Este "Ranking" é uma referência interessante, pois nos leva a olhar para os nossos indicadores e vermos o que podemos fazer para melhorar”, afirma.

A questão da pesquisa foi levada em conta na construção do "Ranking", este foi um dos indicadores usados na pesquisa. “A pesquisa científica, aqui, é cada vez mais forte em todas as áreas do conhecimento, e isso tem refletido inclusive na expansão da pós-graduação. Para se ter ideia, em três anos, foram abertos 24 cursos de mestrado e doutorado. Isso mostra o amadurecimento muito rápido da pesquisa, não só na capital, como também no interior. Além disso, nossos grupos de pesquisa são muito internacionalizados, temos muitas cooperações com instituições do mundo inteiro. “Esse salto na pesquisa, com certeza, colaborou para esta boa colocação na UFPA”, considera o pró-reitor.


Fonte: UFPA.

Delfim na Folha - entrevista.


Abaixo recente entrevista de Antonio Delfim Netto, ex-ministro da Fazenda, Agricultura e Planejamento à FOLHA/UOL

Folha - O endividamento no Brasil está muito alto? A inadimplência no financiamento de automóveis está batendo recordes...
Antonio Delfim Netto - O crédito no Brasil era e ainda é muito baixo. O crédito imobiliário por exemplo, ainda é ridiculamente baixo. Essa ideia dos economistas de que você não deve comprar carro porque é pobre não vale. O sujeito sabe que só vai viver uma vez. Se você for a Cotia, vai ver um sujeito que conserva seu DKW produzido em 1947, 1950. Para quê? Para no domingo chegar à missa, ele, a mulher e os dois filhinhos, com seu DKW. É o status. É claro que o brasileiro gosta de consumir. Quem não gosta?

Mas o sr. não acha o nível de poupança muito baixo?
Com o vento da China e a expansão do mundo, nos transformamos num país credor. Hoje temos cerca de US$ 370 bilhões de reservas. Então durante algum tempo você pode deixar abrir a boca entre consumo e produção.

Ainda dá?
Acho que já abriu demais. Estamos destruindo o setor industrial brasileiro, que era extremamente sofisticado.

Acha preocupante a deterioração nas contas externas?
Ela é produto da própria política que nós adotamos. Com uma taxa de juros interna muito superior à externa, a taxa de câmbio deixa de ser um preço relativo e passa a ser um ativo financeiro. Sempre brinco e é verdade -nos últimos 10 ou 12 anos, o Brasil foi o último peru com farofa disponível na mesa do mercado internacional fora do Dia de Ação de Graças.

O Brasil continua sendo o último peru com farofa?
Agora está diminuindo. Os riscos cresceram, houve correção. Mas o governo produziu a maior supervalorização do real durante 12, 15 anos. Isso tem um efeito devastador. E só pôde ser feito porque estamos montados em reservas e na ideia de que temos um câmbio flexível, e, eventualmente, se houver um problema, o câmbio vai para cima e corrige tudo. E também porque os credores ainda acreditam na gente.

Por que ficamos tão abaixo de outros países, como Chile, México, Peru...
O Brasil cresceu durante 30 anos 7,5% ao ano. Depois veio a do petróleo. Agora está se recuperando lentamente. Todo mundo sabe que o setor privado é mais eficiente que o público. Quando o Brasil crescia 7,5%, a carga tributária bruta era 24% e o governo investia 4,5% do PIB. Hoje a carga é 35% e o governo não investe nem 2% do PIB. É uma questão de aritmética. Eu tiro recursos do setor privado e transfiro para o setor público, de menor produtividade. A taxa de crescimento vai cair.

O senhor concorda que a taxa de investimento deveria chegar a 25%?
Para em 2030 a gente ter uma renda per capita em paridade de poder de compra parecida com a de Portugal, nenhuma grande ambição, precisa crescer 5% ao ano. Em 2030, vamos ter que dar empregos de boa qualidade para a população entre 15 e 64 anos, que será 150 milhões. Será que este modelo que está aí é capaz de produzir isso? Nosso setor agroindustrial é ultrassofisticado, mas poupador de mão de obra. O de extração mineral -incluindo petróleo-, também é muito produtivo e eficiente, mas poupador de mão de obra. Só podemos ter essa sociedade que queremos desenvolvendo indústria e serviços. Serviços vão se desenvolver naturalmente no processo civilizatório. A atividade industrial é fundamental para gerar esses empregos.

Mas como se refortalece a indústria?
Precisamos fazer aqui uma plataforma exportadora que é também importadora.  Você não precisa produzir a geladeira inteira, nem 70% da geladeira. Precisa ter sua geladeira inscrita dentro de uma estrutura produtiva eficiente. Em que ela não serve apenas um mercado que é um porcentual do nosso PIB. Ela vai servir o mercado mundial. Não há país nenhum do mundo onde o Estado não tenha sido fator fundamental no estímulo ao crescimento. Mas o que o Brasil fez nos últimos 25 anos? Aumentou todos os custos dos produtos básicos e liberou a importação dos produtos finais.

O programa de concessões anunciado pela presidente vai no caminho certo?
A mudança é muito mais profunda do que parece. É a superação na inegável desconfiança mútua entre o governo e o setor privado.

O que o sr. acha da proposta de a Infraero manter 51% dos aeroportos a serem leiloados?
É um problema exagerado, como nós exageramos no petróleo. Não tem razão de a Petrobras correr todos os riscos. Isso vai ter que mudar.

Muitos economistas que admiram o sr. dizem que talvez sua benevolência com o governo federal seja porque o sr. odeia a unanimidade....
Não acredito no Nelson Rodrigues, a unanimidade não é necessariamente burra. Eu tenho um entusiasmo, porque estamos construindo uma nação decente. A inclusão social é uma revolução feita pela educação da mulher. Ela introjetou a ideia de que eu só posso subir, se eu me educar. E isso mudou a estrutura demográfica. Se alguém dissesse na época para mim e para o Campos [Roberto Campos, ex-ministro do Planejamento] que a taxa de fecundidade iria ser 1,9 por mulher -era 6,4... A grande revolução brasileira foi a revolução das mulheres. Elas se educaram muito mais depressa e progrediram muito mais que os homens. Era uma senhora que prestava serviços domésticos, foi promovida a manicure, cabeleireira, preparou-se um pouco mais, foi pro call center, virou caixa do supermercado. Ela usava sabão de coco, agora usa Dove. Só um economista maluco acha que vai conseguir fazer ela voltar a usar sabão de coco aumentando a taxa de juros. 

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Parabéns ao Professor Dr. Calvo.


Do professor Alejandro Cintado agradeço o recebimento da informação abaixo, compartilhando com os meus dois (milhões de) fiéis leitores neste final de semana prolongado. Guillermo Antonio Calvo é um economista argentino que trabalhou em organismos internacionais e leciona na Universidade de Columbia desde 2007.

A visão da Economia para Calvo é que "La ciencia económica es muy imprecisa pero es un pilar importante de la paz y la democracia. Sin ella, le seria muy difícil al gobierno tener un dialogo constructivo con los ciudadanos. La política económica no estaría sujeta a ningún tipo de disciplina intelectual. Al final del día sólo quedaría la violencia o la dictadura para dirimir estas cuestiones. Esa ha sido siempre la razón práctica de mi interés por esta disciplina". 

El 30 de agosto de 2012 la Universidad Torcuato Di Tella le entregó el grado de Doctor Honoris CausaGuillermo Calvo por sus contribuciones a la economía. A continuación, comparto con los lectores de Foco Economico las palabras que pronuncié en la ceremonia de entrega del título. O texto completo está em  http://focoeconomico.org/2012/08/31/la-universidad-torcuato-di-tella-otorga-el-grado-de-doctor-honoris-causa-a-guillermo-calvo/.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

A análise de FHC e a nota de Dilma.


Considerei relevante postar o artigo de Fernando Henrique Cardoso no ESTADÃO e no O GLOBO de ontem e a nota oficial de Dilma Rousseff hoje. Afinal, a última previsão para o PIB em 2012 constante no relatório Focus é de 1,64%, crescimento inferior ao estimado para  diversos países vizinhos, tais como Peru, Chile, Colômbia e México. Isso posto, algo não está tão bem na economia brasileira, mesmo com o otimismo do ministro Mantega. Logo, conhecer a análise do ex-presidente e a visão da presidente pode colaborar para que possamos melhor entender o que aconteceu e o que deverá acontecer na economia do Brasil.           

A presidenta Dilma Rousseff recebeu uma herança pesada de seu antecessor. Obviamente, ninguém é responsável pela maré negativa da economia internacional, nem ela nem o antecessor. Mas há muito mais do que só o infortúnio dos ciclos do capitalismo.

Comecemos pelo mais óbvio: a crise moral. Nem bem completado um ano de governo e lá se foram oito ministros, sete dos quais por suspeitas de corrupção. Pode-se alegar que quem nomeia ministros deve saber o que faz. Sem dúvidas, mas há circunstâncias. No entanto, como o antecessor desempenhou papel eleitoral decisivo, seria difícil recusar de plano seus afilhados. Suspeitas, antes de se materializarem em indícios, são frágeis diante da obsessão por formar maiorias hegemônicas, enfermidade petista incurável.

Mas não foi só isso: o mensalão é outra dor de cabeça. De tal desvio de conduta a presidenta passou longe e continua se distanciando. Mas seu partido não tem jeito. Invoca a prática de um delito para encobertar outro: o dinheiro desviado seria “apenas” para o caixa 2 eleitoral, como disse Lula em tenebrosa entrevista dada em Paris, versão recém-reiterada ao jornal The New York Times. Pouco a pouco, vai-se formando o consenso jurídico, de resto já formado na sociedade, de que desviar dinheiro é crime, tanto para caixa 2 como para comprar apoio político no Congresso Nacional. Houve mesmo busca de hegemonia a peso de ouro alheio.

Mas não foi só isso que Lula deixou como herança à sucessora. Nos anos de bonança, em vez de aproveitar as taxas razoáveis de crescimento para tentar aumentar a poupança pública e investir no que é necessário para dar continuidade ao crescimento produtivo, preferiu governar ao sabor da popularidade. Aumentou os salários e expandiu o crédito, medidas que, se acompanhadas de outras, seriam positivas. Deixou de lado as reformas politicamente custosas: não enfrentou as questões regulatórias para acelerar as parcerias público-privadas e retomar as concessões de certos serviços públicos. A despeito da abundância de recursos fiscais, deixou de racionalizar as práticas tributárias, num momento em que a eliminação de impostos se poderia fazer sem consequências negativas: a oposição conseguiu suprimir a CPMF, cortando R$ 50 bilhões de impostos, e a derrama continuou impávida.

É longa a lista do que faltou fazer quando seria mais fácil. Na questão previdenciária, o único “avanço” não se concretizou: a criação de uma previdência complementar para os funcionários públicos que viessem a ingressar depois da reforma. A medida foi aprovada, mas sua consecução dependia de lei subsequente, para regulamentar os fundos suplementares, que nunca foi aprovada. As centenas de milhares de recém-ingressados no serviço público na era lulista continuaram a se beneficiar da regra anterior. Foi preciso que novo passo fosse dado pelo governo atual para reduzir, no futuro, o déficit da Previdência. Que dizer, então, de modificações para flexibilizar a legislação trabalhista e incentivar o emprego formal? A proposta enviada pelo meu governo com esse objetivo, embora assegurando todos os direitos trabalhistas previstos na Constituição, foi retirada do Senado pelo governo Lula em 2003. Agora é o próprio Sindicato Metalúrgico de São Bernardo do Campo que pede a mesma coisa…

Mas o “hegemonismo” e a popularidade à custa do futuro forçaram outro caminho: o dos “projetos de impacto”, como certos períodos do autoritarismo militar tanto prezaram. Projetos que não saem do papel ou, quando saem, custam caríssimo ao Tesouro e têm utilidade relativa. O exemplo clássico foi a formação a fórceps de estaleiros nacionais para produzirem navios-tanque para a Petrobrás (pagos, naturalmente, pelos contribuintes, seja por meio do BNDES, seja pelos altos preços desembolsados pela Petrobrás). Depois do lançamento ao mar do primeiro navio, com fanfarras e discursos presidenciais, passaram-se meses para se descobrir que o custo não fez jus a tanta louvação. Que dizer dos atrasos da transposição do São Francisco, ou da Transnordestina, ou ainda da fábrica de diesel à base de mamona? Tudo relegado aos restos a pagar do esquecimento.

O que mais pesa como herança é a desorientação da política energética. Calemos sobre as usinas movidas “a fio d’água”, cuja eletricidade para viabilizar o empreendimento terá de ser vendida como se a produção fosse firme o ano inteiro, e não sazonal. Foi preciso substituir o companheiro que dirigia a Petrobrás para que o País descobrisse o que o mercado já sabia, havendo reduzido quase pela metade o valor da empresa. O custo da refinaria de Pernambuco será dez vezes maior do que previsto; há mais três refinarias prometidas que deverão ser postergadas ad infinitum. O preço da gasolina, controlado pelo governo, não é compatível com os esforços de capitalização da Petrobrás. Como consequência de seu barateamento forçado ─ que ajuda a política de expansão ilimitada de carros com a coorte de congestionamentos e poluição ─ a produção de etanol se desorganizou a tal ponto que estamos importando etanol de milho dos Estados Unidos!

Com isso tudo, e apesar de estarmos gastando mais divisas do que antes com a importação de óleo, o presidente Lula não se pejou em ser fotografado com as mãos lambuzadas de petróleo para proclamar a autossuficiência de produção, no exato momento em que a produtividade da extração se reduzia. No rosário de desatinos, os poços secos, ocorrência normal nesse tipo de exploração, deixaram de ser lançados como prejuízo, para que o País continuasse embevecido com as riquezas do pré-sal, que só se materializarão quando a tecnologia permitir que o óleo seja extraído a preços competitivos, que poderão tornar-se difíceis com as novas tecnologias de extração de gás e óleo dos americanos.

É pesada como chumbo a herança desse estilo bombástico de governar que esconde males morais e prejuízos materiais sensíveis para o futuro da Nação.


Nota da Presidente Dilma Rousseff
Citada de modo incorreto pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em artigo publicado neste domingo, nos jornais O Globo e O Estado de S. Paulo, creio ser necessário recolocar os fatos em seus devidos lugares.

Recebi do ex-presidente Lula uma herança bendita. Não recebi um país sob intervenção do FMI ou sob a ameaça de apagão.

Recebi uma economia sólida, com crescimento robusto, inflação sob controle, investimentos consistentes em infraestrutura e reservas cambiais recordes.

Recebi um país mais justo e menos desigual, com 40 milhões de pessoas ascendendo à classe média, pleno emprego e oportunidade de acesso à universidade a centenas de milhares de estudantes.

Recebi um Brasil mais respeitado lá fora graças às posições firmes do ex-presidente Lula no cenário internacional. Um democrata que não caiu na tentação de uma mudança constitucional que o beneficiasse. O ex-presidente Lula é um exemplo de estadista.

Não reconhecer os avanços que o país obteve nos últimos dez anos é uma tentativa menor de reescrever a história. O passado deve nos servir de contraponto, de lição, de visão crítica, não de ressentimento. Aprendi com os erros e, principalmente, com os acertos de todas as administrações que me antecederam. Mas governo com os olhos no futuro.

Dilma Rousseff
Presidenta da República Federativa do Brasil

domingo, 2 de setembro de 2012

A vitória do capitalismo.


Para seu domingo começar muito bem, leia abaixo a excelente entrevista da FOLHA DE S. PAULO com Sylvia Nasar sobre o seu novo livro "A Imaginação Econômica". Desde a semana passada que aguardo o envio pela SARAIVA desse livro e pela leitura que fiz da biografia do John Nash - "Uma Mente Brilhante", também escrito pela autora, acredito que terei novamente um ótimo texto para reflexão. Em 12 de agosto passado, postei sobre esse livro e continuo recomendando como imperdível leitura. Tenho certeza que alguns fiéis leitores deste blog concordarão com os comentários da Sylvia Nasar, enquanto outros, certamente, terão sérias restrições para algumas afirmações. Isso faz parte da vida econômica. Afinal, a moeda tem duas faces. Boa leitura e um ótimo domingo a todos.

Com a  formação em literatura e economia, a jornalista Sylvia Nasar investiga em livro dois séculos de história do pensamento econômico. Em entrevista, ela conta que se assustou ao descobrir que Marx não entendia conceitos básicos de economia e lamenta que seja mais lembrado que nomes como Alfred Marshall.

A lista de piores livros já escritos, para a jornalista americana Sylvia Nasar, autora do best-seller "Uma Mente Brilhante", inclui "O Capital", de Karl Marx, ao lado de "Minha Luta", de Adolf Hitler.

A falta de carinho em relação ao teórico do marxismo resultou do susto que Nasar, com formação em literatura e economia, tomou ao se aprofundar em sua obra. "Venho de um ambiente acadêmico marxista, então fiquei chocada quando percebi que Marx não entendeu conceitos básicos, como a ideia de juros", diz à Folha, em entrevista por telefone, de Nova York.

Nos últimos anos, Nasar organizou quase dois séculos de historia do pensamento econômico na obra *"A Imaginação Econômica" [trad. Carlos Eugenio Marcondes de Moura, Companhia das Letras, 584 págs., R$ 54,50]*, que chega agora ao Brasil.

O trabalho foi tão extenuante que ela prometeu a si mesma nunca mais escrever outro livro. Os questionamentos sobre Marx, no fim das contas, acabaram se tornando o elemento divertido da pesquisa. "Karl Marx e Friedrich Engels são grandes personagens, cheios de contradições", ela diz.

Contraditórios ou não, ambos foram, para Nasar, "fios constantes" na narrativa econômica nos dois últimos séculos -parte da mesma tradição que levou às manifestações do estilo "Ocupe Wall Street", que tomaram as ruas no ano passado para protestar contra o capitalismo.

Mas a acumulação de capital é um dos heróis de "A Imaginação Econômica". A autora afirma que "nunca houve outro arranjo social que tenha produzido ganhos tão sustentáveis". Essa é a "grande busca" a respeito da qual o título, em inglês, se referia ("Grand Pursuit"). Em português, sumiu a ideia de uma epopeia rumo a um mundo melhor.

Na entrevista a seguir, Nasar fala sobre o resgate de personagens esquecidos pela historiografia econômica, como Alfred Marshall e Beatrice Potter - e sobre aqueles que, acredita, deveriam ser menos lembrados.

Folha - Uma das ideias por trás de "A Imaginação Econômica" é a de que o capitalismo melhorou o padrão de vida no mundo. Mas temos visto protestos de quem pensa o contrário, como o movimento "Ocupe Wall Street".
Sylvia Nasar - Não há nada de novo nessas manifestações. Esse tipo de protesto começou ao mesmo tempo em que ocorreu a revolução nos meios de vida, no século 19. Essas críticas, como as encarnadas por Engels e Marx, foram fios constantes nessa narrativa. Isso é paradoxal. Nunca houve um arranjo social e um conjunto de instituições e de práticas que tenham produzido ganhos tão sustentáveis. Isso não apenas no que diz respeito a consumo material - hoje, a maior parte das pessoas pode fazer escolhas.

Por que então o capitalismo é visto por alguns como um mal?
Toda recessão, não importa se severa ou branda, produz questionamentos sobre se estamos realmente fazendo o melhor que podemos. Isso não é ruim. Um dos temas de "A Imaginação Econômica" é que os gênios da economia sempre pensaram que nós poderíamos fazer melhor.

Mas não acho que esses protestos sejam comparáveis às demonstrações de fúria que foram vistas durante a Grande Depressão, nos anos 30. Hoje, há uma rede de proteção muito maior. Muitos países podem proteger a população.

É o caso do Brasil?
Sim. A grande motivação de John Maynard Keynes e Irving Fisher para advogar pela intervenção estatal como modo de limitar a recessão - opondo-se à ideia de Friedrich Hayek e Joseph Schumpeter de deixar a natureza seguir seu curso - era evitar os riscos políticos.

Não é que eles pensassem que a economia não se recuperaria sozinha, mas que as pessoas iriam buscar soluções que tornariam os desastres piores. Na América Latina, o maior risco político sempre foi o populismo. Na Europa Ocidental e na Ásia, o comunismo.

A sra. diria que o socialismo perdeu a batalha como alternativa ideológica?
O que está falido é a ideia de que um sistema controlado pelo governo poderá produzir uma performance econômica superior, uma performance social superior.

Essa grandiosidade, a não ser para um número pequeno de pessoas, está morta por ora. A ideia de que há um modelo único que será seguido por todos para atingir sucesso econômico não é comprovada por evidência empírica.

Mas, se você está falando sobre socialismo como aquele do Estado de bem-estar social, acho que ele está aqui para ficar.

Recentemente você citou "O Capital", de Marx, como um dos piores livros já escritos.
Eu me diverti enquanto escrevia sobre marxismo. Marx era realmente esperto. Mas, infelizmente, ele nunca entendeu, ou quis entender, a coisa a que ele se dedicava, que era a economia inglesa.

Estudei economia depois de me formar em literatura. Estava em desvantagem. Era tão difícil, para mim, que nunca terminei meu PhD. Mas fiquei chocada quando percebi que Marx não entendeu conceitos básicos, como a ideia de juros. Os erros dele são tão elementares!

As pessoas têm suspeitado da economia como ciência, dizendo que não previu a crise.
Fazemos o melhor em termos de resolver as questões econômicas, e não há uma alternativa real ao pensamento econômico. Não é como na psicologia ou na engenharia, em que teorias competiram por território.

Você disse durante uma entrevista que, se pudesse escolher um livro para o presidente dos EUA ler, seria "A Imaginação Econômica". Em que essa leitura mudaria a política econômica americana?
Eu disse isso? [Risos] Foi realmente sagaz. Acho que, em tempos de crise, ter liderança é realmente importante.

As políticas de Franklin D. Roosevelt não fizeram nada para terminar com a Grande Depressão. As de Herbert Hoover, idem. As pessoas não sabiam o que fazer. Mas eles exalavam otimismo - não um otimismo ingênuo, de que o céu está limpo, mas a confiança de que, na economia de mercado e na democracia, há fundamento para sermos otimistas.

O que eu gostaria de ver é o presidente dos EUA, seja ele quem for, inspirar esse tipo de confiança. Será útil para as pessoas enxergarem que esse não é o fim do progresso. É um problema solucionável.

Na Europa, a impressão que se tem é de que não há solução.
Me surpreende que ainda haja quem argumente que não fazer nada é melhor do que fazer. Que equilibrar o Orçamento é prioridade máxima. Essa ideia não funcionou nos anos 1930!

As pessoas falam em uma "crise europeia", mas hoje há coisas como o seguro-desemprego. A crise não está causando o tipo de sofrimento visto na década de 30. Agora, há um grande colchão. Eles [os europeus] são tão ricos! As pessoas têm tempo de pensar no que funciona melhor. Não foi assim nos EUA.

Estive na Polônia, no outono passado. Todas as vitrines, nos shoppings, tinham como alvo o público jovem. Todas tinham descontos para estudantes. Minha filha me perguntou: "Ei, mãe, mas como estudantes conseguem comprar aqui?"

"Uma Mente Brilhante" era sobre uma pessoa. "A Imaginação Econômica", sobre uma ciência. São abordagens opostas?
Sim. Foi isso o que me deu trabalho. "Uma Mente Brilhante" foi uma tarefa de repórter. Só um jornalista conseguiria fazer. Não havia textos de referência, foram necessárias centenas de entrevistas.

Em "A Imaginação Econômica", lidei com ideias. Foi como escrever dez biografias diferentes. Organizar tantos personagens e teorias em uma história linear exigiu muito esforço. Não sou uma grande pensadora. Sou boa para os detalhes e para as conexões.

Qual seria o resultado de "A Imaginação Econômica", se você não fosse jornalista?
Nenhum economista escreveria esse livro. Eles não dedicariam o tempo deles para isso. É preciso ser um generalista. Cada pessoa, cada evento sobre os quais escrevi no livro tem uma indústria de acadêmicos por trás dele.

Acadêmicos não fazem isso, e não deveriam - mas jornalistas podem entrar em um assunto em "estado de ignorância", confiando na sua habilidade de reunir informações e contar histórias.

Nesse processo, você resgatou personagens esquecidos pelas narrativas tradicionais, como Beatrice Potter e Alfred Marshall.
E Irving Fisher. Quando entrevistei [o economista] Milton Friedman, ele me disse voluntariamente que o maior economista americano do último século foi Fisher. Mas ninguém fora do meio econômico sabe quem ele é. Ele desapareceu do conhecimento popular.

É como Alfred Marshall, que todos tratam como um vitoriano fora da realidade, mas que era muito mais consciente sobre a situação inglesa do que Marx.

Acho isso engraçado. Como é que Marx, o cara que estava errado, terminou como um santo e Marshall, o cara que era realmente uma força criativa, teve suas contribuições minimizadas?

Você esteve ocupada com grandes projetos nos últimos 15 anos. Qual é o impacto na sua vida?
No final de "A Imaginação Econômica", disse aos meus filhos - se eu disser que vou escrever um livro de novo, por favor peguem uma arma e atirem em mim.

Quando você está fazendo uma reportagem, pode entregar o texto ao editor e aproveitar o fim de semana. Quando escreve um livro, está sempre se sentindo culpado. Ou está trabalhando, ou está evitando trabalhar.

Mas foi bom que eu tenha demorado tanto para escrever esse livro. A única época em que as pessoas se interessam por economia é durante recessões.

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