A taxa de desocupação no país continua em alta e o país tem agora
14,2 milhões de desempregados no trimestre encerrado em março, número 14,9%
superior ao trimestre imediatamente anterior (outubro, novembro e dezembro de
2016) – o equivalente a 1,8 milhão de pessoas a mais desocupadas.
Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
Contínua (Pnad Contínua) divulgada hoje, no Rio de Janeiro, pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com os resultados do primeiro
trimestre. No trimestre encerrado em fevereiro, o Brasil tinha 13 milhões de
desempregados.
Segundo o IBGE, a taxa de desocupação fechou março em 13,7%
com alta de 1,7 ponto percentual frente ao trimestre outubro/dezembro de 2016,
quando o desemprego estava em 12%. Em relação aos 10,9% da taxa de desemprego
do trimestre móvel de igual período do ano passado, a alta foi de 2,8 pontos
percentuais. Essa foi a maior taxa de desocupação da série histórica, iniciada
no primeiro trimestre de em 2012.
Em relação ao primeiro trimestre móvel do ano passado, a alta da
taxa de desocupação chegou a 27,8%, o que significa que mais 3,1 milhões de
pessoas estão procurando.
A população ocupada do país no trimestre móvel encerrado em março
ficou em 88,9 milhões de pessoas, recuando tanto em relação ao trimestre
imediatamente anterior (outubro, novembro e dezembro) quanto ao primeiro
trimestre móvel do ano passado.
Os números da Pnad Contínua divulgados hoje pelo IBGE indicam
ainda que, em relação ao último trimestre de 2016, a queda foi de 1,5%, ou
menos 1,3 milhão de pessoas ocupadas, enquanto em relação aos três primeiros
meses de 2016 a retração chegou a 1,9%, ou menos 1,7 milhão de pessoas.
Ao fechar o trimestre encerrado em março com uma população ocupada
de 88,9 milhões de pessoas, os dados do desemprego registram também outro
recorde negativo desde o início da série histórica em 2012. Este é o menor
contingente de pessoas ocupadas desde o primeiro trimestre daquele ano, quando
a população ocupada era de 88,4 milhões de pessoas.
Este nível de ocupação (percentual de pessoas ocupadas na
população em idade de trabalhar) chegou a recuar 53,1% no trimestre de janeiro
a março deste ano, com queda de 0,9 ponto percentual, quando comparado ao nível
do trimestre imediatamente anterior, de 54%. Em relação ao nível do mesmo
trimestre de 2016, quando o nível de ocupação era de 54,7%, houve retração de
1,7 ponto percentual.
O aumento crescente das taxas de desemprego no país vem refletindo
no número de pessoas com carteira de trabalho assinada, que fechou o trimestre
móvel encerrado em março também com o menor contingente já observado na série
histórica.
Segundo os dados da pesquisa, o número de empregados com carteira
de trabalho assinada fechou março em 33,4 milhões de pessoas, recuando em ambos
os períodos de comparação: frente ao trimestre outubro/dezembro de 2016, o
recuo foi de 1,8%, ou menos 599 mil pessoas com carteira assinada. Já em
relação ao trimestre janeiro/ março do ano passado, a queda foi de 3,5%, ou
menos 1,2 milhão de pessoas.
Apesar do número recorde de pessoas desocupadas no país, o
rendimento médio real habitual do trabalhador brasileiro manteve-se estável no
trimestre encerrado em março: R$ 2.110. No trimestre anterior o rendimento era
de R$ 2.064 e, no primeiro trimestre do ano passado, de R$ 2.059.
(*) Texto alterado às 11h11 para acréscimo de informações
Edição: Kleber Sampaio