segunda-feira, 2 de setembro de 2019

Estadão: A demografia e o capitalismo.

Em artigo publicado na revista Foreign Affairs (The Population Bust: Demographic Decline and the End of Capitalism as We Know It), Zachary Karabell analisa as possíveis consequências sociais e econômicas das atuais mudanças demográficas. “A maior parte do mundo está sofrendo fortes e bruscas contrações nas taxas de natalidade ou em sua população absoluta”, escreve.
O fenômeno das mudanças demográficas drásticas ocorre também aqui. É global. Por exemplo, no ano passado, o IBGE anunciou que, diante da diminuição da taxa de fertilidade e do aumento da expectativa de vida, o bônus demográfico do País terminava não mais em 2023, como estava previsto, mas em 2018. O bônus demográfico é a situação em que o número de habitantes em idade ativa, entre 15 e 64 anos, supera o total de pessoas consideradas dependentes – os idosos e as crianças.
Apesar dos enormes efeitos que as mudanças demográficas podem ter, por exemplo, sobre o clima, a geopolítica e o capitalismo, o assunto é muito pouco discutido. “Se o mundo no futuro tiver menos pessoas, será possível ter algum crescimento econômico real? Não apenas estamos despreparados para responder a essa pergunta, não estamos nem começando a nos perguntar”, afirma Zachary Karabell.
O assunto é complexo a começar pela própria dificuldade de traçar projeções seguras. A ONU prevê, por exemplo, que a população global chegará a quase dez bilhões em 2050. Mas estudiosos em demografia acham que os números podem estar superestimados. Quase sempre as expectativas da população feitas no passado não se concretizaram. Para o pesquisador Paul Morland, do Birkbeck College, é irracional atribuir um caráter de certeza às tendências futuras sobre a população.
Mesmo que não se saiba com segurança o que ocorrerá no futuro, os dados atuais já revelam, no entanto, que o paradigma de expansão da população utilizado nos dois últimos séculos não serve mais. “Chama a atenção que o declínio da população esteja se tornando um fenômeno global quase tão rapidamente quanto o boom populacional do século 20. As taxas de fecundidade na China e na Índia, que juntas respondem por quase 40% das pessoas do mundo, estão agora no nível de reposição ou abaixo dele. O mesmo acontece com as taxas de fecundidade em outros países populosos, como Brasil, Malásia, México e Tailândia.”
Zachary Karabell lembra que a deflação demográfica pode ter um efeito positivo sobre o aquecimento global. “Dado que as emissões de carbono são resultado direto de mais pessoas necessitando e exigindo mais material – de comida e água a carros e entretenimento –, se houver menos pessoas, haverá menor demanda.”
Mas se a diminuição da população mundial é positiva para o clima, ela pode ser profundamente desafiadora para o sistema capitalista – e aqui está o cerne da reflexão do artigo de Zachary Karabell. “O capitalismo é, essencialmente, um sistema de maximização – mais produção, mais bens e mais serviços. (...) Se a população global parar de se expandir e começar a diminuir, o capitalismo – um sistema que está implicitamente baseado em um número cada vez maior de pessoas – provavelmente não será capaz de prosperar em sua forma atual. O envelhecimento da população elevará o consumo de certos bens, como os cuidados com a saúde, mas, em geral, o envelhecimento e a diminuição da população acarretarão uma diminuição do consumo”, afirma Zachary Karabell.
Se essa mudança de paradigma é por si só desafiadora, ela traz ainda maiores desafios para países como o Brasil, que não conseguiram, nem mesmo no paradigma demográfico anterior – de população crescente e jovem –, alcançar um patamar mínimo de riqueza e de produtividade. Agora, com uma população mais velha e menos jovens, tudo indica que será ainda mais difícil. Como alerta Zachary Karabell, “se não estamos bem preparados para um mundo com mais pessoas, estamos totalmente despreparados para um mundo com menos gente”. É urgente abrir os olhos para a realidade.

sábado, 31 de agosto de 2019

Atenção: como evitar perder seu dinheiro!

Li a pouco e divulgo visando evitar prejuízos aos meus quase sete  (mil?) leitores diários. Até porque recentemente tivemos conhecimento de várias pessoas que perderam todo o seu capital ao investirem em aplicações por demais "criativas", como exemplo no link https://g1.globo.com/ce/ceara/noticia/2019/08/16/investidores-cearenses-perdem-r-10-milhoes-e-acusam-gestora-de-golpe-empresa-nao-tinha-autorizacao-para-operar-valores.ghtml        

Fiquem atentos! 

Os golpes e fraudes cometidos no mercado financeiro apresentam características comuns, que se repetem. Os principais sinais são:

1- Promessas de ganho alto, com baixo risco: investimentos com potencial de retorno mais alto têm também risco mais elevado. Essa é a conhecida relação risco x retorno. Desconfie de ofertas que indiquem o contrário. 

2 - Fórmulas mágicas ou dicas “quentes” para investir: pessoas ou empresas que afirmam ter fórmulas mágicas para investir podem ou estar utilizando estratégias muitas vezes não verdadeiras para vender um curso ou um serviço, ou estar envolvidas em algum esquema ilegal. E cuidado! "dicas” podem ser na verdade o uso de informação privilegiada, o que é considerado crime no mercado de capitais.

3 - Ofertas feitas por pessoas ou instituições não autorizadas: antes de investir, sempre se certifique que o profissional, a instituição e a oferta estão registrados na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). 

4 - Pressão excessiva: golpistas querem que a decisão de investimento seja rápida, sem planejamento ou reflexão, pois sabem que se o investidor parar para pensar ele pode não cair na fraude. Toda decisão de investimento deve ser tomada de forma consciente e planejada. E lembre-se, em caso de dúvidas ou se desconfiar de alguma oferta, entre em contato com a CVM.

segunda-feira, 20 de maio de 2019

Versão para canção de Lady Gaga é uma piada, uma vergonha e um acinte.

https://f5.folha.uol.com.br/colunistas/tonygoes/2019/05/paula-fernandes-jogue-juntos-e-shallow-now-no-lixo.shtml


“Juntos” já é o hino extraoficial dos tempos boçais em que vivemos. É uma ode ao obscurantismo. Uma homenagem aos ignorantes que se gabam da própria ignorância, não querem aprender e têm raiva de quem sabe mais do que eles.

sexta-feira, 10 de maio de 2019

Eliana Cardoso e a reforma da previdência em 2019.

https://www.valor.com.br/cultura/6247501/eliana-cardoso-escreve-sobre-envelhecimento-da-populacao-e-reforma-da-previdencia?utm_source=Facebook&utm_medium=Social&utm_campaign=Compartilhar&fbclid=IwAR2UxB4qj04cA_6jvPnFZqXOZf-5xmUM0oLekga9HMTEKQvwSH4TKqu5acc

Roberto Saviano: Os meninos de Nápoles.

https://www.amazon.com.br/gp/product/8535931996/ref=s9_acss_bw_cg_indicaco_1c1_w?pf_rd_m=A3RN7G7QC5MWSZ&pf_rd_s=merchandised-search-4&pf_rd_r=AMZJ3X3NME3VMZTPC20C&pf_rd_t=101&pf_rd_p=8070ab82-1cdf-4445-9a3b-c6463466408d&pf_rd_i=16495864011

Pesquisa revela principal preocupação do brasileiro com a saúde na velhice.

https://vivabem.uol.com.br/noticias/redacao/2019/05/10/pesquisa-revela-principal-preocupacao-do-brasileiro-com-a-saude-na-velhice.htm

Novas estratégias para a Política Monetária - Márcio Garcia.

A importância de debater o PIB nas eleições 2022.

Desde o início deste 2022 percebemos um ano complicado tanto na área econômica como na política. Temos um ano com eleições para presidente, ...