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sábado, 21 de maio de 2016

Monica de Bolle: O Desafio do Comércio Exterior.

Muito tem sido dito sobre a nova equipe econômica brasileira, alívio incontestável ante o triunfo da incompetência, marca da gestão de Dilma Rousseff. Naturalmente, a atenção tem se voltado para os nomes do Ministério da Fazenda e do Banco Central, sobretudo do Ministério da Fazenda, que terá trabalho árduo para descobrir qual o tamanho do buraco que o governo afastado cavou nas contas públicas brasileiras. Esse, entretanto, não é artigo sobre os desafios fiscais, amplamente conhecidos e debatidos à exaustão. Esse artigo trata de outro tema, tema que o novo governo parece pronto a encaminhar como há muito não se via.

Foram muitos os artigos escritos por diversos economistas, inclusive por mim, sobre o tema do comércio exterior, sobre o isolacionismo brasileiro, sobre o fato de sermos uma das economias mais fechadas do planeta. Há muito tempo o Brasil não tem estratégia clara para a política externa. A política externa do governo de Dilma Rousseff foi pródiga em desmandos e anomalias. Não à toa, estados falidos como a Venezuela de Maduro, a trágica Venezuela, atacaram de modo veemente o afastamento da Presidente. A razão é conhecida: a Venezuela acaba de perder o mais importante apoio diplomático e financeiro da região.

A guinada de Michel Temer na política externa brasileira prenuncia-se com a posse do Senador José Serra como Ministro das Relações Exteriores, e com as novas responsabilidades que o cargo terá sobre o comércio exterior. Há muito o que fazer: procurar formas de engajamento com a Aliança do Pacífico, repensar o Mercosul junto com parceiros como a Argentina, que, sob a liderança de Macri, já deu sinais de que pretende reavaliar o acordo que jamais funcionou bem para parte alguma, levar a cabo as negociações entre o Mercosul e a União Europeia, retomar a agenda de facilitação de comércio entre o Brasil e os Estados Unidos. Para avançar nessas e em outras áreas é preciso tratar de temas espinhosos, como as nefastas regras de conteúdo local disseminadas por toda parte pelo governo de Dilma Rousseff. É preciso, também, ter bom entendimento sobre como está o Brasil, hoje, no mundo.

É recorrente a ideia de que o Brasil nesses últimos anos tornou-se primordialmente país exportador de produtos básicos. Verdade que nossa indústria sofre há anos com políticas equivocadas, carga tributária demolidora, excesso de regulações que dificultam a atividade produtiva, e por aí vai. Contudo, há alguns dados interessantes, frequentemente ignorados. Segundo base de dados de comércio do Banco Mundial (WITS – World Integrated Trade Solution), 62% das exportações do Brasil para os Estados Unidos são de bens intermediários ou bens de capital, contra apenas 23% de produtos primários. Para a União Europeia, o Brasil exporta cerca de 46% do total em bens intermediários ou de capital, contra 41% de produtos primários – ou seja, o peso dos primários na pauta dessa relação bilateral é praticamente igual ao de produtos com maior valor adicionado. Por fim, para a China destinamos 84% de nossa produção primária, contra míseros 15% em bens de capital e bens intermediários. Há, portanto, espaço não apenas para promover a indústria brasileira entre alguns de nossos principais parceiros comerciais, mas, sobretudo, para priorizar as relações entre os países que mais compram produtos industriais “made in Brazil”.

Por falar em “made in Brazil”, outro dado amplamente desconhecido assusta. Revela a World Input-Ouput Database (WIOD) que entre 1995 e 2011, o conteúdo de valor-adicionado importado nas exportações de produtos manufaturados brasileiros praticamente não mudou, passando de 9% para 11% em década e meia. Em contrapartida, na China tal número saltou de 10% para 35% no mesmo período, enquanto na Índia o pulo foi de 9% para 24%. Ou seja, enquanto a indústria exportadora nacional permaneceu caracterizada pelo viés nacionalista, outras grandes economias emergentes passaram a enxergar as virtudes do “made in the world”.

Por fim, livro muito interessante de Caroline Freund, do Peterson Institute for International Economics (“Rich People, Poor Countries”, publicado esse ano) mostra claramente a ausência de dinamismo no Brasil a partir de uma base de dados que reúne as grandes fortunas de diversos países emergentes. Há imenso contraste naquilo que se vê no Brasil, de um lado, Índia e China, de outro. Enquanto no Brasil cerca de metade dos bilionários do país são indivíduos que herdaram suas fortunas, na Índia e na China os bilionários são majoritariamente empreendedores que formaram suas próprias empresas, sem depender de conexões políticas ou apadrinhamentos, ao contrário do que muitos imaginam. Na Rússia, não surpreendentemente, cerca de 70% dos indivíduos bilionários não são “self-made”, mas sim gente politicamente conectada e apadrinhada.

O que toda essa evidência empírica revela é que o Brasil tem muito o que fazer para correr atrás do prejuízo causado por anos de isolacionismo. As novas lideranças que haverão de tratar desses temas inspiram grandes expectativas. Avancemos, pois.

Publicado no portal Exame em 20/05/2016.

segunda-feira, 18 de abril de 2016

Dani Rodrik: Economics Rules - "A Economia manda".



Em novo livro lançado nos Estados Unidos, o economista Dani Rodrik, professor da Universidade Harvard, citou uma lendária frase de John Kenneth Galbraith:

"Deus criou os economistas que fazem previsões para os astrólogos se sentirem respeitáveis". 

No livro, Dani Rodrik faz  uma apaixonada defesa do estudo da economia para a solução de grandes questões da atualidade. 

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Samarco: quando a ausência do Estado é falha.

Na edição da EXAME de 11/11/2015, Ricardo Vescovi, presidente da Samarco diz que “as mudanças climáticas estão ocorrendo, só não ver que não quer. Nossa responsabilidade diante disso cresce e temos trabalhado com a ecoeficiência em mente sempre.”
A revista comenta que na Samarco 100% de sua geração térmica para o funcionamento de fornos à base de óleo fora substituído por gás natural. O investimento de R$ 38 milhões nessa conversão, gerou uma economia de R$ 80 milhões ao ano e ajudou a reduzir 10% do nível de emissões de gases de efeito estufa da empresa.
Hoje, a mineradora Samarco, que pertence à Vale e à anglo-australiana BHP Billiton, é responsável por um desastre ambiental em Minas Gerais de impactos ainda incalculáveis.

É preocupante que isso ocorra numa empresa que, a princípio, evidencia ter responsabilidade socioambiental. E lamentável descobrir somente agora, durante as apurações, que unidades da empresa funcionavam com Licenças de Operação vencidas. 
Quando o Estado falha onde não deveria falhar! 

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Aécio e Dilma na EXAME.

Nesta noite com quase 40º em Limeira, o que traz uma boa lembrança de Belém, recebo a revista EXAME para uma ótima leitura.  


terça-feira, 24 de dezembro de 2013

EXAME: Economia brasileira - Projeções 2014.

Leio no site da EXAME.com que a mediana das projeções dos economistas coletadas pelo relatório Focus, do BC, aponta para uma Selic de 10,50% no fim do ano que vem. 
E o resumo com as principais projeções dos economistas para 2014:
Instituições
PIB
Câmbio R$/US$*
Taxa Selic
Inflação (IPCA)
Itaú BBA
2,10%
2,35
10,25%
5,77%
Bradesco
1,90%
2,45
10,25%
6,00%
Santander
1,90%
2,45
10,50%**
6,00%
HSBC
2,20%
2,4
10,25%
6,30%
Citibank
2,00%
2,47
10,75%
5,50%
Banco Espírito Santo
2,00%
2,45
10,25%
6,00%
Tendências
2,10%
2,45
10,25%
6,00%
Banco Fator
2,05%
2,45
11,00%
6,00%
Barclays
2,40%
-
-
6,00%
Febraban
2,10%
2,41
10,50%
5,90%
FOCUS (Banco Central)
2,00%
2,45
10,50%
5,97%


sábado, 14 de setembro de 2013

Brasil: próximo do Haiti e longe dos Estados Unidos.

Até 1979 existiam no Brasil DOIS partidos políticos de atuação nacional. Atualmente temos TRINTA ativos e mais TRINTA E TRÊS em busca de autorização junto ao Tribunal Superior Eleitoral.

Interessante saber que nos Estados Unidos temos QUATRO partidos, no Canadá temos CINCO, na Finlândia temos OITO e na “pobre” Alemanha temos DOZE.

Enquanto isso, no Nepal temos TRINTA E SEIS, na Jordânia temos TRINTA E SETE e no “rico” Haiti temos QUARENTA.


Lamentavelmente, mais uma vez, estamos mais próximos do Haiti do que dos Estados Unidos. 

sábado, 31 de agosto de 2013

Ananindeua - Belém - Pará: Falha na gestão pública.

Leio agora na EXAME que a paraense Ananindeua, na Grande Belém, é uma das cidades com o PIOR nível de saneamento no grupo das 100 maiores. Apenas 22,5% das casas têm fornecimento de água e esgoto considerado satisfatório. Em 2004, havia só dois quilômetros de rede de esgoto na cidade. O número está, hoje, perto de 100 quilômetros, ainda irrisório para um município de 500.000 habitantes. A sujeira descontrolada traz outros males consigo. Em 2011, Ananindeua gastou R$ 315.000,00 para cada 100.000 habitantes em internações com diarreia. Franca, em São Paulo, por sua vez, a mais bem avaliada em saneamento no estudo da MACROPLAN, teve gasto de R$ 8.000,00.

E tem mais!

Ananindeua é uma das cidades com PIB per capita mais baixo na pesquisa – e é lá onde mais MORRE gente assassinada entre as maiores cidades brasileiras. Seus 157 homicídios por 100.000 habitantes superam a taxa de Honduras, país onde, proporcionalmente, mais gente é assassinada no mundo. Por que não seguir, pelo menos, o exemplo de Santarém, onde ocorrem 3 homicídios para cada 100.000 habitantes?    

Brasileiro, cearense, paraense por adoção, não podemos aceitar esse tipo de notícia. O Pará é um estado rico e, indiferente do governante de plantão, merece MAIS. Por favor, povo paraense, pense nisso na hora de votar em 2014.  

Lamentável.

domingo, 28 de outubro de 2012

O lado pop do Nobel.

Da série: minhas leituras - 3:

"Em A RIQUEZA DAS NAÇÕES, lançado em 1776, ADAM SMITH defendeu, entre outras coisas, a livre concorrência entre os empresários como forma de garantir preços mais justos e a inovação tecnológica. Desde a publicação da obra-prima de SMITH, a população mundial saltou de 1 bilhão para 7 bilhões de habitantes, houve duas grandes guerras mundiais, o surgimento e a derrocada do comunismo e a invenção dos computadores. Com toda essa evolução, é natural esperar que o estudo da economia também esteja se redescobrindo a cada dia. O mais incrível, talvez, seja o fato de SMITH continuar tão atual. Foi ele quem mostrou a utilidade e o dinamismo da economia de mercado e por que - e, em particular, como - esse dinamismo operava. Por mais pop que seja, o Nobel continua tão ortodoxo como sempre".     

Fonte: Revista EXAME. 

sábado, 1 de setembro de 2012

Leituras imperdíveis.

A EXAME desta quinzena está imperdível. 

1 - Guzzo cita que o volume de falsificações feitas no Banco do Brasil, revelado pelo processo do mensalão, é um possível recorde mundial: 80.000 notas frias.

2 - Uma entrevista com Paul Krugman, Nobel de Economia, colunista mais odiado e mais admirado dos Estados Unidos e que visitará o Brasil em setembro,  afirma que "o ambiente no Brasil não é perfeito, mas tem sido calmo e positivo".   

3 - A resenha do novo livro do Thomas Friedman, "Éramos Nós: A Crise Americana e Como Resolvê-la", lançado no Brasil em junho pela Companhia das Letras. E informa, por exemplo, que "hoje, 75% dos jovens americanos entre 17 e 24 anos não conseguem se candidatar a uma vaga nas Forças  Armadas. E um dos motivos é que parte deles não completou o ensino médio". Isso é preocupante mesmo.   

domingo, 19 de agosto de 2012

Sinal amarelo: consumo sem poupança.

PARAUAPEBAS, PAÇO DO LIMIAR, JUAZEIRO DO NORTE, CARUARU, cidades aqui das regiões Norte e Nordeste estão na capa da EXAME em matéria exclusiva sobre o novo mapa do consumo brasileiro. 

Em 2020, o mercado consumidor do Brasil deve se tornar o quinto maior do mundo, ultrapassando França, Inglaterra e Itália. Hoje o Brasil é o oitavo maior mercado consumidor do mundo. 

No entanto, a EXAME ressalta quenenhum economista sério encara o consumo como um fim em si mesmo. Sem investimentos, sem avanços na área da educação e sem inovação nos setores mais importantes da economia, o aumento de renda não se sustenta e os períodos de forte expansão de consumo viram voos de galinha”.  

A matéria também informa que a poupança privada brasileira gira em torno de 5% do PIB, pouco se comparada à dos chineses, equivalente a 20% do PIB.  

sábado, 4 de agosto de 2012

Dilma e Krugman em São Paulo.

Quando setembro chegar agende o dia 14 e encontre Dilma Rousseff e Paul Krugman em São Paulo, num evento da EXAME e patrocínio da VIVO, para discutir o Brasil e as empresas brasileiras no novo cenário mundial. 

E com direito a perguntar: até onde o Estado deve ir na condução da economia?


sábado, 28 de abril de 2012

O capitalismo brasileiro de Shiller.

Felizmente ainda existe luz na direção certa.

Na EXAME que está nas bancas, Robert Shiller, professor de economia da Universidade Yale, faz uma saborosa defesa do capitalismo, especialmente do sistema financeiro, incluindo até o Brasil em seu comentário. 

Um pequeno aperitivo do texto que está na página 166.  

"Para que progressos ocorram numa nação é preciso haver muito empreendimento, e isso requer organização. É, hoje, o caso do Brasil. Parte do sucesso recente da economia brasileira se deve à evolução do CAPITALISMO no país. Nesse contexto, vemos, por exemplo, esforços de democratização das finanças, como o representado pelo programa Minha Casa, Minha Vida. Essa evolução começou a ser construída com a eleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que agiu de modo a promover o CAPITALISMO financeiro - o que se repetiu com Dilma Roussef, sua sucessora. O Brasil é um exemplo, com índices evidentes de diminuição da pobreza, de melhora da educação e de aumento da expectativa de vida. No CAPITALISMO financeiro, se todos estiverem bem, as pessoas não vão achar ruim se uma minoria estiver muito melhor - e é por isso que não há um Occupy Wall Street nas ruas das cidades brasileiras."
 

sábado, 14 de abril de 2012

Notas econômicas e afins.

Curtas notas dos melhores momentos da Exame desta quinzena:

- Brasília é um oásis cercado por cidades de renda sudanesa, descaso com a saúde pública e taxas de homicídio iguais às de Honduras.  

- A combinação infernal de custos no Brasil está, sim, causando um estrago no setor industrial. Mas a resposta escolhida para lidar com o problema - o aumento do protecionismo - pode tornar a situação ainda pior. 

- "Os Estados Unidos são um país diferente do resto do mundo. Ele emite moeda" - Dilma Rousseff.

- "A questão-chave não é escolher o melhor, se governo ou setor privado, mas saber quais papéis eles devem ter na sociedade. Para isso, precisamos começar perguntando que sociedade queremos" - David Rothkopf.

- Entre 22 das maiores cidades do mundo, São Paulo foi a 4ª a receber mais investimentos no ano passado, segundo a KPMG.  

- Quer entender a disparidade de renda no mundo? Olhe para as instituições de cada país, dizem os autores do ótimo Why Nations Fail. 

sexta-feira, 30 de março de 2012

A sinceridade de Michael Porter.


Na EXAME que recebi agora Michael Porter, o maior especialista em estratégia e competitividade do mundo, professor da Harvard Business School e diretor do ranking de competitividade das nações do Fórum Econômico Mundial afirma que:

Em países como o Brasil, o papel do governo é, francamente, um desastre. O governo é muito burocrático. Os impostos são complexos e pesados. O peso do setor público atrasa o crescimento do país. O governo conquistou estabilidade macroeconômica, mas em termos microeconômicos não avançou muita coisa. O Brasil terá de se transformar nos próximos 20 anos. Ou então ficará para trás.”  


domingo, 18 de dezembro de 2011

2012: previsões econômicas brasileiras.


Mais previsões para 2012: agora de quatro conceituados economistas que enviaram as mesmas para a EXAME.com.  Last but not least, previsões devem sempre serem consideradas. 

Os maias, alguns místicos e até Hollywood, todos já anunciaram que 2012 deve ser um ano apocalíptico. Por mais cético que se possa ser, olhar para a situação econômica da Europa, por exemplo, chega mesmo a levantar leves suspeitas. Mas quando se fala em Brasil, grandes economistas apostam que o próximo ano não chega a ter ares de “fim de mundo”.

Um time de especialistas formado por Maílson da Nóbrega, ex-ministro da Fazenda e sócio da consultoria Tendências; José Roberto Mendonça de Barros, ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda e sócio da MB Associados; Octávio de Barros, economista-chefe do Bradesco; e Ilan Goldfajn, economista-chefe do Itaú-Unibanco, enviaram a EXAME.com suas projeções para os principais indicadores econômicos em 2012.

Em 2011 a economia brasileira caminhou por um caminho mais complicado do que no ano anterior e deve crescer menos que 3% - bem abaixo dos 7,5% em 2010. Esta queda em grande parte foi causada pelos impactos da piora nas condições da economia mundial.

Além disso, o ciclo de aperto monetário iniciado pelo governo no começo do ano ajudou a desacelerar a economia. Entretanto, a previsão é que o crescimento do país seja maior em 2012, ganhando ainda mais força em 2013.

PIB
O crescimento da economia em 2012 deve ficar acima dos 3%. A maior projeção é de Octávio de Barros, do banco Bradesco, 3,7%. Já Maílson da Nóbrega estima o menor crescimento, de 3,2%

Economista                           PIB
Octávio de Barros               3,7%
J.R. Mendonça de Barros  3,5%
Ilan Goldfajn                        3,5%
Maílson da Nóbrega           3,2%

Todos os economistas ouvidos por EXAME.com fizeram projeções para inflação acima do centro da meta, que é de 4,5%. Entretanto, nenhum deles acredita que o IPCA, índice oficial de inflação calculado pelo governo, vá passar do teto da meta, que é de 6,5%.

Economista                             IPCA
Octávio de Barros                 5,3%
J.R. Mendonça de Barros    5,5%
Ilan Goldfajn                          5,20%
Maílson da Nóbrega             5,40%

Taxa Selic
Em 2011 o comportamento da Selic teve duas fases distintas. Até agosto, o governo mantinha um ciclo de alta que fez a taxa básica pular de 10,75% ao ano em janeiro para 12,50% em julho.

Em agosto, porém, sob o argumento de piora na economia global, o Banco Central não só interrompeu o ciclo de alta, como também começou a cortar os juros. A taxa fechou o ano em 11%. No fim de 2012, o esperado é que a Selic esteja por volta dos 9% ao ano.

Economista                          Selic
Octávio de Barros              9,5%
J.R. Mendonça de Barros  9%
Ilan Goldfajn                        9%
Maílson da Nóbrega           9,5%

O último boletim Focus publicado pelo Banco Central, na segunda-feira, trazia a projeção dos analistas para o câmbio entre real e dólar no fim de 2011 em R$ 1,80. Já para 2012, a menor projeção, de Maílson da Nóbrega, é de R$ 1,65. A maior é de R$ 1,80, feita por J.R. Mendonça de Barros.

Economista                          Câmbio
Octávio de Barros               R$1,7
J.R. Mendonça de Barros  R$1,8
Ilan Goldfajn                        R$1,75
Maílson da Nóbrega           R$1,65

Balança comercial
Ilan Goldfajn, do Itau-Unibanco, projeta um saldo positivo de 15 bilhões de dólares para a balança comercial brasileira em 2012. A projeção de Maílson da Nóbrega é bem superior: 28 bilhões.

Economista                         Balança Comercial
Octávio de Barros              US$ 23 bilhões
J.R. Mendonça de Barros         --
Ilan Goldfajn                       US$ 15 bilhões
Maílson da Nóbrega          US$ 28 bilhões

Previsões 2012: relatório Banco Central.


Matéria na EXAME resume o relatório FOCUS e as previsões para 2012.

O mercado financeiro voltou a reduzir as previsões para a inflação oficial e a Selic em 2012, ao mesmo tempo em que diminuiu as estimativas para o crescimento da economia neste ano e no próximo, mostrou o relatório Focus do Banco Central (BC) nesta segunda-feira.

A estimativa para a alta do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) - referência para o regime de metas de inflação no Brasil - em 2012 caiu para 5,42 por cento, ante 5,49 por cento na semana anterior. A expectativa para 2011 ficou inalterada em 6,50 por cento, exatamente no teto da meta do governo, que tem centro em 4,5 por cento e tolerância de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

"Este movimento de queda deverá persistir nas próximas semanas, à medida que o mercado incorpora a mudança de pesos na POF e as medidas de estímulo recém-divulgadas pelo governo (que terão impacto baixista sobre a inflação de duráveis)", afirmou a LCA Consultores em nota.

A queda na estimativa do IPCA para 2012 mostrada pelo Focus ocorre poucos dias após o BC também informar redução em sua estimativa para a inflação no próximo ano, de acordo com a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), quando a taxa básica de juros, a Selic, foi reduzida a 11,00 por cento ao ano.

Na ata, a queda na projeção de inflação para 2012 veio acompanhada de uma perspectiva mais deteriorada da economia internacional. A autoridade monetária continuou a considerar que o impacto na economia brasileira será de 25 por cento do visto na crise internacional de 2008 e 2009.

A crise internacional foi a justificativa dada pelo BC para os três cortes seguidos sobre a Selic desde agosto, que já tiraram 1,50 ponto percentual da taxa. As fracas perspectivas para a economia global e seus impactos sobre a atividade doméstica têm levado investidores a preverem a manutenção do ciclo de afrouxamento monetário no próximo.

Nesse contexto, investidores voltaram a reduzir o prognóstico para a Selic em 2012 para 9,50 por cento ao ano, queda de 0,25 ponto percentual comparado à previsão de 9,75 por cento trazida pelo documento anterior.

Apesar do estímulo via política monetária e medidas fiscais, o mercado seguiu diminuindo as perspectivas para o crescimento econômico neste ano e no próximo. Para 2011, a expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) caiu para 2,97 por cento, ante 3,09 por cento no documento anterior. A previsão para 2012 também foi cortada: para 3,40 por cento, contra 3,48 por cento no Focus da semana passada.

Tais previsões são as primeiras pelo Focus após a divulgação de que a economia brasileira teve crescimento nulo no terceiro trimestre ante o segundo. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o país voltou a acelerar neste quarto trimestre, mas admitiu que um crescimento de 3,8 por cento neste ano não é mais possível e citou uma faixa de aumento do PIB entre 4 e 5 por cento para 2012, abaixo da de 4,5 e 5 por cento informada ao divulgar medidas de estímulo à economia neste mês.

Previsões de Jim O'Neill para 2012.


No excelente site da EXAME, as previsões de Jim O’Neill para 2012. 

Trata-se do presidente do Goldman Sachs Asset Management, a gestora de recursos de terceiros do maior banco de investimentos do mundo, que acaba de divulgar o relatório “Visões da Sala do Presidente” com suas previsões para o próximo ano. O economista se notabilizou por ter criado o termo BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) e por há tempos propagar ao redor do mundo a ideia de que os países emergentes ganhariam poder no cenário mundial. Veja a seguir o que O’Neill acredita que veremos no próximo ano:

1 – A crise europeia vai arrefecer
“Não vamos falar tanto sobre a Europa nos próximo ano, ainda que isso possa acontecer nas primeiras semanas de 2012. A Europa continuará a ser a Europa. Com alguma sorte, a região será tão entediante como costumava ser (especialmente agora que Mancheter United foi eliminado da Liga dos Campeões).”

2 – Algo grande vai acontecer na Itália
“A zona do euro não pode sobreviver sem a Itália. E a Itália não pode sobreviver se tiver de pagar 6% ou 7% de retorno com seus títulos de 10 anos. O modo como a crise evoluiu nas últimas semanas é tão assustador quanto excitante. Decida você mesmo para que lado a crise vai caminhar.”

3 – EUA, Brasil e Índia podem ser surpresas positivas
“Há diversos riscos econômicos, políticos e sociais para 2012. Mas não são todos negativos. É bem concebível que não apenas os Estados Unidos continuem a surpreender positivamente como também outros países o façam. Isso inclui alguns dos BRICs, como o Brasil e a Índia.”

4 – O PIB europeu deve desapontar
“A Europa pode facilmente desapontar em termos de crescimento ainda mais do que se espera, mesmo considerado que a previsão do Goldman Sachs já esteja abaixo do consenso de mercado.”

5 – As bolsas dos EUA vão subir
“É mais provável que o índice Standard & Poor’s [hoje em 1.220 pontos] suba para 1.400 pontos do que caia para 1.000.”

6 – A China não terá nem pouso suave nem forçado
“Na verdade, a China não terá nem um pouso suave nem forçado. Eles vão continuar crescendo.”

7 – Os emergentes continuarão a ganhar importância
Os BRICs, a Indonésia, a Coreia do Sul, o México e a Turquia vão continuar a ganhar importância no cenário mundial, tanto no aspecto econômico quanto em relação aos mercados financeiros.

8 – O euro tende a cair mais
“É mais provável que o euro caia para 1,10 dólar no próximo ano do que suba para 1,50. Eu não acho que as duas coisas vão acontecer. Talvez nenhuma das duas seja vista. Mas 1,10 é mais provável que 1,50.”

9 – O iene vai se desvalorizar
O dólar deve se valorizar ante a moeda japonesa. “O dólar tem mais chance de valer 100 ienes do que 60 ienes. Eu suspeito que a possibilidade de 100 ienes é muito alta - ainda que eu já achasse que isso fosse acontecer em 2011”

10 – Manchester vai dominar o futebol inglês
“Um time de Manchester será o campeão da liga inglesa nesta temporada.” Após 15 rodadas, o Manchester City lidera o campeonato com 38 pontos, seguido pelo Manchester United, com 36.

A importância de debater o PIB nas eleições 2022.

Desde o início deste 2022 percebemos um ano complicado tanto na área econômica como na política. Temos um ano com eleições para presidente, ...