domingo, 28 de junho de 2009

E A ARRECADAÇÃO NÃO PARA DE CRESCER

Não importa onde você esteja: o governo sempre vai te encontrar e cobrar parte de sua renda ou faturamento para ele gastar com tudo aquilo que já conhecemos. Enquanto isso, falta quase tudo para nós que pagamos a conta: transporte público, saúde, segurança, rodovias, saneamento etc etc etc. Uma pergunta: Político viaja em nossas estradas? Anda sozinho pela rua? Como gastam o seu, o meu, o nosso dinheiro os "pOLÍTICOS" de Brasília? (p e não P... vocês devem conhecer os motivos... E como tem..)
Enquanto isso, mesmo com a "crise", o patrão governo deve fechar 2009 arrecadando dos pobres súditos algo como 35% do PIB. O resultado: IMPOSTOS DE PRIMEIRO MUNDO E SERVIÇOS DE TERCEIRO MUNDO.
LAMENTÁVEL.

E LÁ VAI A METADE DE 2009.

Está chegando mais um final de mês e também de semestre. De 2009 esperamos agora apenas a outra metade. E, mesmo com crise, estamos sobrevivendo e o mundo ainda não acabou, apesar das ditaduras iraniana e norte-coreana, da queda na economia americana, dos problemas do Sarney e companhias, das frases do Lula e até da morte do Michael Jackson.

Em 2010, o peso do Governo será um fator muito importante para recuperar o que foi perdido em 2009 e fazer com que o sucessor do Presidente Lula, seja alguém de seu time. Com a inflação sob controle, juros em queda e mesmo sem uma forte estabilidade cambial, acreditamos que o PIB de 2009 esteja entre 0% a 1% (O Banco Central trabalha com algo em torno de 0,8%). A conferir, daqui a alguns meses.

CAPITALISMO: A DIVISÃO DO DINHEIRO

Quando escrevo que o capitalismo continua forte, porém com suas falhas, vejam abaixo o texto de CLÓVIS ROSSI na Folha de S. Paulo, direto de Basiléia. Que distribuição de riqueza tão desigual no nosso mundo... Até quando?

Lembra-se dos velhos tempos em que os bancos quebraram, os governos do mundo correram para socorrê-los com uma catarata de dinheiro e dez de cada dez analistas diziam que nunca mais o sistema financeiro seria o mesmo? Se você se lembra, melhor esquecer. Está tudo começando a voltar ao que era antes, do que dão eloquente testemunho textos de anteontem no "Financial Times" e de ontem no "Guardian".

"A comunidade financeira de Londres está sacudindo a poeira e voltando ao negócio de fazer dinheiro", diz o "Guardian". Tanto que, nos escritórios da Goldman Sachs, o pessoal já foi avisado para esperar um dos anos mais lucrativos de todos os tempos.

O Barclays, só neste mês, está pagando algo em torno de 730 milhões (R$ 2,4 bilhões) em bônus para cerca de 410 empregados. O "Financial Times" vai na mesma direção: "Investidores e grupos de serviços profissionais britânicos se dizem preocupados com a possibilidade de que mercados de ações bombando permitirão à City londrina contornar as consequências da crise financeira global sem fazer mudanças fundamentais".

Enquanto isso, em "O Globo", lia-se que "a indústria financeira dos países desenvolvidos recebeu em um ano quase dez vezes mais recursos do que todos os países pobres em quase meio século, segundo análise feita por especialistas da Campanha da ONU sobre as Metas do Milênio". Em números: US$ 2 trilhões em 49 anos para os pobres, US$ 18 trilhões nos 12 meses mais recentes para os bancos.

Ah, ainda tem a FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) avisando que, com magro 1% da catarata de dinheiro alocada para o sistema financeiro, daria para alimentar todos os famintos do mundo. Os "brancos de olhos azuis" ganharam de novo.

PREOCUPAÇÃO ECONÔMICA - CONTAS VERMELHAS

É preocupante que pela primeira vez em dez anos o governo gastou em maio/09 mais do que arrecadou, o que resultou no saldo vermelho de R$ 120 milhões. Segundo a Folha de S.Paulo, por causa da crise, que reduziu a arrecadação, o governo cortou a meta de superávit primário (economia para pagar os juros da dívida) no início do ano. O alvo passou de 3,8% para 2,5% do PIB (Produto Interno Bruto) para todo o setor público. Para o governo federal, a nova meta é de 1,4% do PIB.

Com o déficit de maio, o superávit primário dos cinco primeiros meses do ano somou R$ 19,82 bilhões, o equivalente a 1,63% do PIB estimado pelo governo para o período. Apesar da queda de arrecadação, o governo aumentou as despesas neste ano. Enquanto a receita líquida caiu apenas 0,18% de janeiro a maio, as despesas cresceram 18,6%, para R$ 215 bilhões. Em maio, a situação foi inversa. A arrecadação líquida foi 18,8% menor que em abril, mês em que a receita foi inflada pelo pagamento da primeira cota do Imposto de Renda de pessoa física. A despesa aumentou apenas 0,18%, o que não impediu que as contas fechassem com resultado negativo.

Tenho que concordar com o Gilberto Braga (não o autor de novelas), mas o professor de finanças do Ibmec-RJ a meta foi reduzida exatamente para permitir que as contas fechem no vermelho em alguns meses sem comprometer o resultado no fim do ano. O especialista alerta, porém, para o aumento dos gastos do governo, principalmente com o funcionalismo. "A qualidade dos gastos é preocupante. Não se discute a despesa com políticas para recuperar a economia. Mas o aumento da folha de pessoal é ruim. Parece uma estratégia, em ano pré-eleitoral, de reforçar a base de apoio do governo no funcionalismo", diz. Os gastos com o pagamento de servidores cresceram 22,6% nos cinco primeiros meses deste ano e somaram R$ 60,78 bilhões. Essa é a segunda maior despesa pública, atrás apenas do pagamento de benefícios da Previdência Social. As despesas de custeio (para manter a máquina pública em funcionamento e com programas sociais) aumentaram 21,9%, para R$ 57,93 bilhões.

E 2010 AINDA NÃO CHEGOU...

KEYNES NÃO MORREU.

Esta eu li no Estadão e tem muito a ver com que está acontecendo nas políticas econômicas adotadas em muitos países atingidos pela crise.

Em meio à crise mundial, John Maynard Keynes (1883-1946), o célebre economista por trás da concepção de que os governos devem usar o dinheiro dos contribuintes para contrabalançar os efeitos deletérios de uma depressão econômica, voltou à moda. Derrotado nas últimas décadas pela voga monetarista - aquela em que o Estado deveria soltar as amarras do mercado, uma entidade supostamente auto-ajustável -, Keynes retornou com força ao mainstream acadêmico e à formulação de políticas públicas. As chamadas medidas “contracíclicas”, adotadas por diferentes governos para estimular a demanda agregada e amenizar os efeitos da recessão mundial, são ecos visíveis de suas ideias.”

DA SÉRIE: LEITURA INEVITÁVEL

Com vocês, direto da Folha de S. Paulo, o otimismo do colega PAULO NOGUEIRA BATISTA JR, 54 anos, Diretor-executivo no FMI, onde representa um grupo de nove países (Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Haiti, Panamá, República Dominicana, Suriname e Trinidad e Tobago), mas expressa seus pontos de vista em caráter pessoal. O BRASIL passou bem pelo teste da crise, não há dúvida. Nos meses recentes, a economia já deu sinais de recuperação. No exterior, nosso prestígio está alto.

No fim de 2008, a situação chegou a ser perigosa. O colapso do nível de atividade foi estarrecedor e pegou a todos de surpresa. Passou. Tudo indica que saímos do fundo do poço.

Mas ainda é cedo para dar "arrancos triunfais de cachorro atropelado". A recuperação da economia é modesta. Estamos crescendo pouco, muito abaixo do nosso potencial. O Banco Mundial prevê queda de 1,1% para o PIB brasileiro em 2009 e um crescimento medíocre, de apenas 2,5%, em 2010. Os números do FMI são semelhantes. No Brasil, os analistas de mercado estão mais otimistas do que os daqui de Washington, mas a diferença não é muito grande.

De acordo com o último levantamento das projeções de mercado, realizado pelo Banco Central, a expectativa mediana para o PIB é de uma queda de 0,6% em 2009 e de um crescimento de 3,5% em 2010.

Não é fácil ver de onde virá o estímulo para uma recuperação mais expressiva. Do exterior, não se pode esperar muito. De uma maneira geral, a recuperação do resto do mundo é ainda mais incipiente do que a brasileira. Portanto, o quadro para as exportações não é nada favorável - tanto mais que a revalorização do real vem solapando a competitividade dos produtos brasileiros nos mercados externos (além de estimular a substituição da produção nacional por importações). O Banco Central está projetando queda de 20% do valor das exportações em 2009.

Resta o mercado interno. O governo vem procurando estimular o consumo e o investimento. Houve várias medidas de desoneração tributária. A meta fiscal foi abrandada. E o BC reduziu a taxa de juro. Mas talvez seja necessário fazer mais. Parece haver espaço para intensificar a política fiscal anticíclica. As contas públicas estão em boa situação, apesar da queda das receitas.

Em 2009, o Brasil terá o menor déficit fiscal (governo geral) dos integrantes do G20, segundo o FMI. As estimativas do Fundo indicam que o estímulo fiscal brasileiro (o custo das medidas discricionárias) é de apenas 0,6% do PIB em 2009 e de 0,5% do PIB em 2010. Por esse ângulo, o Brasil tem sido um dos mais cautelosos entre os países do G20.

Além disso, os juros brasileiros ainda são altos, muito superiores à média internacional. Continuar reduzindo os juros traria um duplo benefício em termos de nível de atividade. Primeiro, estimularia a demanda interna. Segundo, ajudaria a evitar a valorização do real em relação a moedas estrangeiras.

Para garantir um câmbio competitivo, também seria conveniente comprar mais reservas internacionais. Entre setembro de 2008 e março de 2009, na fase mais aguda da crise, as reservas brasileiras (no conceito de caixa) caíram de US$ 206 bilhões para US$ 190 bilhões. Desde maio, o nível das reservas vem subindo. Mas, no último dia 19, estavam em US$ 199 bilhões, ainda abaixo do nível pré-crise.

Reportagem publicada na Folha relata que o Ministério da Fazenda pretende fechar o ano com reservas de pelo menos US$ 250 bilhões. Não sei se a informação procede, mas a meta parece defensável. Com juros internos menores, o custo de carregar reservas diminuiu consideravelmente.

Além de ajudar a preservar um câmbio competitivo, a acumulação de reservas fortalece a posição internacional do país e as nossas defesas contra o risco de novas turbulências no exterior.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

CAETANO VELOSO E O GOVERNO

Sou fã de Caetano Veloso desde 19XX e leio hoje na Folha de S. Paulo que "o Ministério da Cultura recuou e autorizou os produtores do músico baiano Caetano Veloso a usar os benefícios fiscais da Lei Rouanet para bancar os shows de divulgação de seu mais recente CD, o "Zii e Zie".
A decisão foi publicada no "Diário Oficial da União" e encerra, a favor dos produtores de Caetano, uma polêmica que já dura um mês. A Comissão Nacional de Incentivo à Cultura, que analisa os projetos aspirantes ao benefício, decidiu que o "Tour Caetano Veloso" não precisava de incentivo por ser comercialmente viável.
Com a decisão publicada ontem, os produtores de Caetano foram autorizados a captar R$ 1,7 milhão. Como condição, o ministério exigiu a redução do valor dos ingressos."
Alguém em estado normal acredita que nosso grande Caetano precisa de apoio do governo para divulgar e promover os seus shows?
Como é bom viver em um país rico que consegue ajudar o "pobre" do Caetano e deixar outros "pobres" Caetanos sem teto e sem comida.
Que bom ter um amigo certo no Ministério que aprova a verba. Tristes Trópicos, como já escreveu muito tempo atrás o belga/francês Claude Levi-Strauss. Pobre BRASIL...

DA SÉRIE: LEITURA INEVITÁVEL

Direto da Folha de S. Paulo, o Professor Delfim Netto cita que a formação acadêmica do economista deve ser mais ampla do que muitos pensam. O economista conhecendo os vários ramos da ciência, com certeza obterá melhores resultados em suas pesquisas. Com vocês, o texto "A 'RECEITA'", do nosso colega Delfim Netto.

Desde sempre os economistas buscaram "receitas" que produziriam o desenvolvimento.
Adam Smith, muito antes de publicar a "Riqueza das Nações", já propagava a sua: "Para transformar um Estado do mais baixo barbarismo ao mais alto grau de opulência são necessários: paz, tributação leve e tolerável administração da justiça. Todo o resto vem pelo curso natural das coisas" ("Essays on Philosophical Subjects", 1755).
Dois séculos depois (no início dos anos 90), quando a população mundial era seis vezes maior e o PIB per capita 11 vezes maior do que em 1755, os economistas pensaram ter encontrado a fórmula mágica com o famoso Consenso de Washington.
Este insistia, equivocadamente, no Estado "mínimo", mas muitas das suas prescrições (equilíbrio fiscal, taxa de câmbio "realista", por exemplo) eram corretas. Ele foi muito criticado pelo que nunca sugeriu: a plena liberdade de movimento de capitais!
A crítica fundamental é que ele, como em geral toda a teoria do desenvolvimento, ignorou o papel da história, da geografia e do que se pode chamar da "cultura" dos países. Cultura é um conceito abstrato, difícil de definir, porque envolve a própria forma de viver da sociedade (as crenças, o conhecimento, as leis, os costumes, a arte, a moral), mas é importante para organizá-la para o desenvolvimento econômico e social.
Recentemente (setembro de 2004), um grupo de excelentes economistas reuniu-se em Barcelona e divulgou uma "agenda" (na realidade, uma "receita aberta") para explorar as "perspectivas de crescimento e de desenvolvimento" dos países emergentes. A diferença de novo enfoque é visível na sua primeira recomendação: "O raciocínio econômico básico e a experiência internacional sugerem que a qualidade das instituições, tal como o respeito às regras da lei e o direito de propriedade, somada à orientação do mercado, com um balanço apropriado entre ele e o Estado, e uma atenção à distribuição da renda estão na raiz das estratégias de desenvolvimento bem-sucedidas".
E continua: "Encorajar os países em desenvolvimento a copiarem mecanicamente as instituições dos países ricos -como as instituições financeiras internacionais tendem a fazer- pode produzir mais danos do que benefícios".
O desenvolvimento econômico e social é, numa larga medida, idiossincrático. E isso deve ser levado em conta na formação acadêmica dos economistas. É claro que eles precisam conhecer a literatura internacional, mas é ainda mais claro que devem ter vivência e estudo da história, da geografia e da "cultura" do país em que estão inseridos.

domingo, 21 de junho de 2009

DA SÉRIE: LEITURA INEVITÁVEL

Como este final de semana está muito complicado, estou quase sem tempo de dedicar-me as minhas postagens semanais. Para não perder o costume, vide abaixo um texto sobre a importância de metas para a inflação, assunto no qual estou a favor, muito embora, diversos outros colegas digam o contrário. Espero que pelo menos eles leiam e entendam o assunto da forma didática que aqui está. E que a eleição de 2010 não traga mais retrocessos ao BRASIL...
Direto da Folha de S. Paulo, com vocês MÁRIO MESQUITA, 43 anos, economista e diretor de Política Econômica do Banco Central do Brasil.

Dez anos de metas para a inflação.

O regime de metas para a inflação foi formalmente adotado pelo Brasil em junho de 1999. A despeito de enfrentar considerável ceticismo em Washington e em Wall Street, que, na época, pareciam ter mais simpatia pelo regime de conversibilidade argentino, e também no país, o regime tem sido bem--sucedido e está consolidado. Sem oferecer uma panaceia econômica - nenhum regime monetário o faz -, o regime de metas para a inflação vem se mostrando inequivocamente superior às alternativas, sejam elas metas cambiais ou para agregados monetários.

Este décimo aniversário é a ocasião propícia para se avaliar o desempenho do regime, reexaminando, à luz dos fatos, algumas das controvérsias, ou mitos, propagadas ao longo da última década, sobre seu desenho e sua implementação.

O primeiro refere-se à ideia de que, ao perseguir metas para a inflação, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) tenderia a punir a atividade econômica. Tal mito parece ser calcado na crença, ultrapassada, de que seria possível elevar a taxa de crescimento sustentado da economia com maior tolerância à inflação. Na verdade, os benefícios da redução da inflação para o crescimento ficam nítidos se considerarmos o importante trabalho, recentemente publicado, do Comitê de Datação de Ciclos Econômicos da Fundação Getulio Vargas.

Segundo esse trabalho, que cobre o período entre janeiro de 1980 e março de 2009, as recessões não se tornaram mais frequentes após a adoção do regime de metas para a inflação. Ao contrário, foi sob esse regime que se verificou a fase de expansão mais prolongada de toda a amostra - 21 trimestres entre o terceiro trimestre de 2003 e o terceiro de 2008 -, e que só foi abortada pela contração econômica mundial, a mais severa desde os anos 30 do século passado.

O segundo mito é o de que o Copom foi excessivamente conservador, ou seja, que praticou política monetária consistentemente mais restritiva do que o necessário para promover a convergência da inflação às metas. Se isso fosse verdade, a inflação deveria se situar consistentemente abaixo da trajetória de metas. Não foi, contudo, o que ocorreu.

Desde a adoção do regime de metas, a inflação tem estado mais tempo acima do que abaixo do valor central para a meta. De fato, desde 1999 a inflação permaneceu 72% do tempo em níveis superiores ao valor central da meta, e 26% acima do limite superior do intervalo de tolerância, mas nunca rompeu o limite inferior. A propósito, cabe ressaltar que foi o suposto conservadorismo do Copom, ao conter os danos, derivados da forte aceleração inflacionária ocorrida no ano passado, sobre as expectativas de inflação, que abriu espaço para ações de política monetária que terão efeitos contracíclicos, contribuindo para a recuperação da atividade econômica em 2009 e em 2010.

Poder-se-ia contra-argumentar que, se não o Copom, draconiano então foi o Conselho Monetário Nacional, ao fixar metas exageradamente ambiciosas para a inflação brasileira. Isso também não corresponde aos fatos. A média das metas centrais para os países emergentes era de 7,2% em 1999, mas se deslocou para 3,6% em 2009 (2,1% para países desenvolvidos), diante do valor de 4,5% vigente no país nos últimos anos. De uma amostra, compilada por pesquisadores do Banco Central, de 25 países que atualmente adotam o sistema de metas para a inflação, 17 dos quais emergentes, em 2009 somente 2 apresentam valores centrais da meta superiores ao do Brasil (Guatemala e Turquia) e 2 o mesmo valor (Indonésia e África do Sul). Além disso, o intervalo de tolerância de 4 pontos percentuais adotado pelo Brasil é o maior da amostra.

Outra crítica ao Copom é que ele não daria a devida importância ao equilíbrio externo na definição da política monetária. Novamente a crítica não encontra respaldo nos dados. Foi exatamente sob a égide do regime de metas para a inflação com flutuação cambial que a economia brasileira superou crônicos problemas de balanço de pagamentos, atingindo o grau de investimento.

E foi sob o regime de metas para a inflação com flutuação cambial que o Banco Central teve acesso, em momento de crise financeira global, a um acordo de "swap" recíproco de moedas com o Federal Reserve, em vez de ter de recorrer ao FMI.

O desempenho do setor externo na economia sob esse regime, que alternou conjunturas externas benignas (como em 2003-2008) e adversas (1999-2002 e mais recentemente), contrasta de forma nitidamente favorável com o que se observou em períodos de câmbio administrado, nos anos 80 e 90 do século passado. A divisão de trabalho, política monetária voltada para o equilíbrio interno, consubstanciado nas metas para a inflação, e câmbio flutuante para atingir o equilíbrio externo, vem se mostrando bastante eficiente, como evidencia o rápido ajuste da conta corrente ocorrido desde o final de 2008.

Os economistas do Banco Central não ignoram o papel da taxa de câmbio no mecanismo de transmissão da política monetária, apenas o colocam em perspectiva - mudanças da taxa de câmbio, assim como de diversas outras variáveis, são analisadas sob o ponto de vista do efeito que poderão ter sobre a trajetória futura da inflação.

Essa posição pode ocasionalmente desagradar a certos setores, mas é a mais adequada do ponto de vista macroeconômico, é a única posição possível sob um verdadeiro regime de metas para a inflação e, em última análise, é a mais apropriada para a sociedade como um todo. Um tema recorrente de controvérsia, que no caso brasileiro tornou-se mais evidente sob o regime de metas, é a questão das defasagens da política monetária. Essas defasagens fazem com que a política monetária deva ser ajustada antes que seus efeitos se tornem evidentes, daí a ênfase atribuída às projeções para a inflação e ao balanço dos riscos em torno do cenário prospectivo central, no processo decisório do Copom.

O regime de metas para a inflação é, em resumo, bastante flexível e, ao enfatizar a transparência, em nosso caso por meio da divulgação das notas das reuniões do Copom, dos Relatórios de Inflação, bem como das frequentes audiências da diretoria do Banco Central no Congresso Nacional, especialmente adaptado à governança democrática. Mas flexibilidade não implica ambiguidade de propósitos: cabe ao Copom calibrar a política monetária de forma a promover a convergência da inflação para a trajetória de metas estabelecida pelo CMN.

Essa calibragem leva em conta um amplo conjunto de informações, como o grau de ociosidade na utilização dos fatores de produção, as expectativas de inflação, a persistência inflacionária e a evolução dos custos das importações, bem como de itens administrados, mas sempre -e quanto a isso não deve haver dúvida na sociedade- com foco no objetivo precípuo da política monetária, que é alinhar a dinâmica dos preços às respectivas metas.

No dia 21 de junho de 1999, o decreto nº 3.088 estabeleceu o sistema de metas para a inflação como diretriz para o regime de política monetária brasileiro.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

MALAN E A CRISE

Vivemos num mundo que nada dura mais que 15 segundos. O que você leu ontem, hoje é passado. E que passado. Por isso admiro os colegas que escrevem textos verdadeiramente atemporais e que fornecem conhecimento e reflexão, indiferente do dia da sua leitura. Hoje, casualmente encontrei o artigo abaixo, publicado pelo ESTADÃO em 10/05/09 e da lavra do inteligente Pedro Sampaio Malan. Vale pelo preço de sua leitura pelo prazer obtido.
Respostas à crise - nós e os outros

"Uma crise como esta não tem uma causa simples, mas, como nação, nós nos endividamos em demasia e deixamos nosso sistema financeiro assumir níveis irresponsáveis de risco." A frase é do atual secretário do Tesouro norte-americano, Tim Geithner. Expressões semelhantes de sofrida singeleza podem ser encontradas em declarações de Ben Bernanke, Larry Summers, Paul Volcker e do próprio presidente Barack Obama.

O que importa é que todos reconhecem hoje os elementos fundamentais da excessiva complacência que levou à situação atual e que tinha, a meu ver, quatro pilares, os três primeiros amplamente debatidos. O quarto, não, e foi dali que vieram, infelizmente, as graves e lamentáveis surpresas desta crise e do pânico que gerou.
O primeiro pilar de complacência foi erigido sobre a suposta sustentabilidade de um padrão de desequilíbrios globais, sem redução dos gastos domésticos (e/ou depreciação cambial) nos principais países deficitários (EUA, mas também Inglaterra, Espanha, Austrália, França, Itália), e aumento da demanda doméstica e/ou apreciação cambial nos principais países superavitários (China, Japão, Alemanha, Rússia, Noruega, Arábia Saudita). Como disse Herbert Stein, "se uma situação não pode ser sustentada, ela não o será".
O segundo pilar estava ligado ao fato de que o endividamento "como nação", a que se refere Geithner, era tanto a dívida externa dos EUA quanto sua contrapartida doméstica, isto é, o endividamento crescente das famílias norte-americanas (e inglesas, e espanholas, e...) em relação à sua renda, contando com a valorização permanente dos ativos que adquiriram com o seu endividamento.
O terceiro foi uma confiança, que se mostrou enganosa, no papel do Fed e de outros bancos centrais de reagir ao estouro de bolhas nos mercados imobiliários ou de ações por meio de abruptas e expressivas reduções de taxas de juros. Afinal, havia sido assim em outubro de 1987, em setembro/outubro de 1998 e após setembro de 2001.
No quarto pilar, há culpas de governos: a aterrorizadora descoberta de que seus "balcanizados" sistemas de regulação e supervisão de instituições financeiras haviam fracassado em detectar problemas sérios de risco sistêmico. E há culpas do setor privado. Como escreveu Paul Volcker, "dito de maneira direta, o brilhante novo sistema financeiro, a despeito de todos os seus talentosos participantes e de todas as suas ricas recompensas, fracassou no teste de mercado".
Passados quase oito meses, os tesouros e os bancos centrais dos países desenvolvidos foram capazes - a um custo presente e futuro elevado para seus contribuintes - de conter o pânico, apagar os principais focos de incêndio e transmitir afinal à opinião pública e aos mercados a ideia de que tinham entendido a situação e de que sabiam o que fazer para a superação da crise, cujas consequências estarão experimentando em termos de desemprego ainda crescente neste ano e em parte de 2010.
No Brasil não temos problemas sérios em nenhum dos quatro pilares da excessiva complacência que levou os países desenvolvidos à grave recessão que ora enfrentam. Não temos problemas graves em nossas contas externas que exijam dramáticos ajustes de curto prazo. Não tivemos, e não temos, bolhas imobiliárias e crises de crédito derivadas de empréstimos de alto risco a famílias e empresas sem condições de pagá-los. Não temos, de forma complacente, a percepção de que basta o Banco Central reduzir juros nominais para evitar qualquer crise.
Por último, mas não menos importante, resolvemos os problemas sérios de solvência no nosso sistema financeiro privado e público há mais de uma década, com o Proer e o Proes, tão violentamente combatidos pela barulhenta oposição da época.
Mas creio haver entre nós um excesso de complacência, de natureza distinta das complacências dos desenvolvidos, que tem que ver com a ideia - que eles não têm - de que a grave crise atual teria demonstrado o fracasso dos mecanismos de mercado e a necessidade de um "novo paradigma teórico" que restabeleça o papel do Estado não só na superação da crise, mas como agente principal do desenvolvimento econômico sustentado, o demiurgo de um "outro mundo" que a crise teria tornado possível, desejável - e necessário.
Há, por certo, muito o que fazer, mas como notou, e muito corretamente, o ilustre ministro Delfim Netto (explicando "de onde não virá a nova reencarnação keynesiana"), "não precisamos de um Estado? maior?, como querem os novos arquitetos, mas de um Estado? melhor?"! Estou certo de que o ministro Delfim entende um Estado "melhor" como um Estado indutor eficaz, capaz de criar as condições para que o "ânimo vital" dos empresários privados possa expressar-se em termos de suas decisões de investimento.
Com efeito, o relatório da "growth commission" do Banco Mundial, presidida por um Prêmio Nobel, Michael Spence, enfatiza a existência de governos capazes, confiáveis e efetivos operacionalmente como uma das cinco mais importantes características das experiências bem-sucedidas de crescimento econômico sustentado no longo prazo. "Lideranças políticas de um governo", diz o relatório, "emitem poderosos sinais sobre valores e sobre o que constitui comportamentos aceitáveis e comportamentos inaceitáveis de seus integrantes."
Mesmo para os que acham que "nunca delinquiram mais que o razoável" e que "a virtude não iria longe se a vaidade não lhe fizesse companhia", vale lembrar o que escreveu Adam Smith há 250 anos. "O grande segredo da educação reside em direcionar a vaidade humana para fins pertinentes: o desenvolvimento das qualidades e talentos que são os objetos naturais e apropriados de estima e admiração por parte das outras pessoas."
Às mães brasileiras, que desejam que seus filhos desenvolvam, por meio da educação, os talentos e qualidades que os façam respeitados por quem se dá ao respeito: feliz dia!
Pedro S. Malan, economista, foi ministro da Fazenda no governo FHC.

A TAXA DE JURO DE UM DÍGITO

Esperamos que o nosso Presidente, neste momento em algum exótico país inaugurando alguma embaixada, continue a política econômica que "herdou" de FHC2. Afinal, nestes 15 anos de estabilidade da nossa moeda, agora com a MENOR taxa de juros (coisa de um dígito, quer dizer, um país quase civilizado) desde o PLANO REAL, não estamos no momento de, "para ganhar a eleição", fazermos qualquer negócio.
O BRASIL tem que buscar atingir e reduzir cada vez mais a sua taxa de inflação, controlar com rigor os gastos públicos (difícil em ano eleitoral, reconheçamos desde agora) e manter a política cambial livre de controles. Como recentemente alertou ARMÍNIO FRAGA (e ele sabe realmente do que está falando), "basta afrouxar os controles e TUDO PODE SE PERDER."
Presidente, indiferente de quem será o próximo, não deixe o país morrer na praia...

UMA NOTÍCIA QUE TEM O SEU VALOR

No VALOR ECONÔMICO de hoje, uma boa notícia para início de final de semana:
  • Obama reorganiza mais de 1/3 da economia americana.
Uma coisa tem de ser dita sobre o presidente americano, Barack Obama: ele não joga na retranca. Grande parte da agenda econômica em seu início de mandato foi ditada pelas circunstâncias. A implosão do sistema financeiro americano meteu o governo no ramo de bancos e créditos imobiliários e levou o presidente a propor ontem a maior reforma do regime de fiscalização financeira desde a Grande Depressão dos anos 30. O colapso da General Motors e da Chrysler transformou o governo dos Estados Unidos no principal acionista e estrategista do setor. A pior recessão em muitos anos levou a um estímulo fiscal que elevou os gastos públicos, em relação ao tamanho da economia, a níveis que não se viam desde a Segunda Guerra. "Barack Obama não se candidatou a presidente para capitalizar bancos, socorrer seguradoras ou intervir em montadoras de automóveis", diz Lawrence Summers, o assessor econômico do presidente. "Infelizmente, nada disso pôde ser adiado dada a crise econômica que ele herdou."
Como já escrevi antes, esta crise terá um fim e o sistema capitalista continuará sendo o motor que movimenta a economia. Real ou virtual...

OBAMA VERSUS PODEROSAS MOSCAS

Hoje, véspera de sexta-feira, vale um sorriso a charge do nosso colega cearense SINFRÔNIO, no DIÁRIO DO NORDESTE, da minha Fortaleza.
É claro que mesmo muito distante do centro do mundo, estamos torcendo para o OBAMA acertar direto na mosca da ECONOMIA. E colocar o Irã, Coréia do Norte, Venezuela e outros mais no seu devido lugar.

domingo, 14 de junho de 2009

DA SÉRIE: LEITURA INEVITÁVEL

Anos atrás eu fui a FEBRABAN em São Paulo e conversei com o colega ROBERTO LUIS TROSTER, na época economista-chefe da Federação Brasileira de Bancos, sobre um estudo que eu estava realizando sobre a relação entre cheques compensados e cartões. Apesar de seus inúmeros afazeres, o Professor Troster atendeu-me com extrema cordialidade e suas indicações e comentários são para sempre objeto de meu total agradecimento.
Na Folha de S. Paulo de ontem, lá está o Professor Troster escrevendo e defendendo a responsabilidade monetária. Vamos à leitura:
Uma década de responsabilidade monetária.

O Conselho Monetário Nacional fixará a meta de inflação para 2011 neste mês, quando o regime de metas de inflação comemora dez anos. A decisão abre a oportunidade para um avanço na gestão da moeda no Brasil. A escolha é repetir a meta atual, que perpetua desnecessariamente o imposto inflacionário e os juros reais mais altos, ou avançar; é a troca entre o populismo monetário de curto prazo e a consolidação da responsabilidade.
O regime de metas, combinado com o câmbio flexível e a disciplina fiscal, se iniciou em 1999, no ápice da crise externa. Seu objetivo era fixar a diretriz para a atuação do Banco Central.
Sua implantação foi complicada em razão dos choques de oferta - crise de energia, impactos do "default" argentino e dos escândalos contábeis etc.- e da estrutura de preços internos - indexação elevada e canais de transmissão de política monetária emperrados.
A redução da taxa básica para um dígito (9,25%) nesta semana, coincidentemente com uma década do regime, deve ser celebrado. É fruto da gestão macroeconômica responsável, de fatores conjunturais favoráveis e da condução da política monetária que conseguiu combinar transparência com autonomia nas decisões e flexibilidade para absorver crises com rigor em perseguir objetivos. São resultados positivos.
Até o início deste governo, não havia uma meta de longo prazo explícita. Entretanto, o presidente do Banco Central e o então ministro da Fazenda fixaram a meta de longo prazo em 4%, em 2003. Os resultados obtidos até agora mostram que é factível reduzir a inflação para esse patamar. O momento é oportuno para fixar a meta de 2011 nesse valor.
A diferença entre repetir os 4,5% de 2006 a 2010 e baixar para 4% é emblemática, pois afirma o compromisso com uma inflação mais baixa, com a eliminação dos fatores que a tornam latente e com o cumprimento da meta de inflação de longo prazo. Os custos de transição são mínimos, e os ganhos, expressivos.
O quadro conjuntural é oportuno para reduzir a meta em 0,5 ponto percentual. As expectativas apontam a inflação deste ano e a do próximo inferiores a 4,5%. O real está valorizado e a dinâmica da dívida pública está sob controle. Independentemente da meta de 2011 estar em 4% ou 4,5%, a taxa básica de juros será de um dígito.
A queda da inflação tem impactos positivos de bem-estar: há uma diminuição nas taxas reais e nominais de juros, bem como a redução do imposto inflacionário; a absorção de choques de oferta tem custos menores; há uma dispersão menor de preços; a volatilidade financeira é menor; a oferta de crédito é mais abundante; a possibilidade de surpresas inflacionárias diminui consideravelmente; e, por fim, traz impactos positivos na desconcentração da renda.
Perpetuar a meta de 4,5% sinaliza a manutenção do imposto inflacionário, de juros reais mais elevados, de salários reais menores e o abandono de cumprimento da meta de longo prazo de 4%. Há uma dissipação de crescimento. É paradoxal, mas o anúncio de uma meta mais frouxa, considerando o atual quadro conjuntural, significa menos crescimento e juros reais mais altos por mais tempo.
O regime de metas de inflação foi um avanço institucional importante, que substituiu uma história de confiscos, planos econômicos mirabolantes, mudanças de moeda etc. por metas críveis, coordenando expectativas e minimizando os custos sociais de absorção de choques.
Há espaço para avançar mais.
As metas de inflação de países industrializados que adotaram o regime estão centradas num patamar inferior, em cerca de 2%. Entretanto, é conveniente consolidar a taxa de 4% por alguns anos para depois avançar.
É tempo de ousar: há uma percepção de que a aplicação rígida apresenta resultados melhores.

TAXA DE JUROS E RENTABILIDADE

Finalmente o Brasil chegou ao primeiro mundo: estamos com juros de 9,25% ao ano. (Brincadeira! Esse fato de primeiro mundo está muito longe. Enquanto o brasileiro não tiver competentes padrões educacionais, o resto é resto. Mas, retornemos ao tema). Para quem conviveu com uma inflação acumulada entre os meses de Dezembro/89 a Março/90 de 693% - caso de hiperinflação e hoje vê uma taxa anual de juros de 9,25%, realmente muita coisa mudou.

A cultura inflacionária, que ainda persiste na cabeça de alguns colegas e políticos desenvolvimentistas, ao acreditarem que podemos crescer com inflação, é uma falácia. O Brasil deve continuar buscando atingir a sua meta de inflação, meta essa que não deve ser elevada e, ao mesmo tempo, crescer, mesmo neste período de graves acontecimentos que atingem o mundo. Não devemos esquecer que o país deve manter reduzida sua taxa de inflação, manter o câmbio flexível e, principalmente no caso do atual governo, não gastar mais do que arrecada e indevidamente onde não é necessária a sua ação.

Diante desse cenário de seqüenciais quedas na taxa de juros, o investidor deve manter a cabeça fria e procurar arriscar um pouco mais, porém não ingressando com 100% de seus ativos na bolsa de valores, local onde gente muito bem informada consegue ganhar muito dinheiro e outros perdem quase tudo. No entanto, é nesse tipo de cenário que surgem os empreendedores. Ao investirem na economia real, conseguem elevar a sua rentabilidade pessoal e ao mesmo tempo fazem o Brasil crescer. E sem nenhum tipo de Bolsa Família, Bolsa Escola, Bolsa Alimentação, Bolsa Cota etc etc etc

sexta-feira, 12 de junho de 2009

A SELVA NO JORNAL NACIONAL

  • Por diversos motivos raramente tenho visto o Jornal Nacional. Hoje, 12/06, fui surpreendido pela primeira matéria apresentada: A Rodovia PA 150 (onde trafego com frequência)  e a cidade de Tailândia (próxima a fazenda onde trabalho). E o que o Brasil viu hoje é o que vejo diariamente: madeira da floresta sendo livremente levada em "caminhões?" ou algo parecido com isso, pela nossa PA 150. Que vergonha de ser brasileiro nesta hora. É estranho que neste momento não exista a presença do ESTADO a proibir essa situação. Será possível que matérias como essas sejam reprisadas novamente e nada seja feito? Até quando? Onde estão as ONGs que gostam de hoteis cinco estrelas que não impedem essa devastação? Qual o último governador do Pará que foi de Belém à Tailândia através da PA 150?   
  • Desligo a TV. 
  • LAMENTÁVEL E TRISTE.  

quinta-feira, 11 de junho de 2009

ENCONTRO DE ECONOMIA EM FORTALEZA

O nosso CAEN promove o IV ENCONTRO CAEN/UFC - EPGE/FGV de Políticas Públicas e Crescimento Econômico dias 18 e 19 de junho. Além de rever meus estimados Professores, é uma oportunidade de abraçar a minha família cearense. Aos interessados, basta acessar www.caen.ufc.br.
É claro que a minha amiga Cibele Bastos http://behbastos.blogspot.com/ estará por lá. 

BRASIL - TAXA DE JUROS

Quem diria: a "herança maldita" de FHC faz com que hoje tenhamos uma taxa de juros na casa de um dígito. Para ser mais preciso: 9,25% ao ano
E VIVA SÃO JOÃO, um dos meus santos favoritos e meu xará, na excelente charge do nosso colega cearense SINFRÔNIO do DIÁRIO DO NORDESTE da minha bela cidade capital: FORTALEZA-CE
Pena que essa taxa de juros não reflita o que os consumidores pagam no mercado. Basta lembrar quanto seu banco cobra pelo uso do cheque especial e a administradora pelo o seu cartão de crédito.
  

SEMINÁRIO DE ECONOMIA - PREVISÕES

Para quem estiver em São Paulo no próximo dia 03 de julho, um seminário imperdível sobre as perspectivas econômicas brasileiras estará acontecendo no Hotel Meliá Jardim Europa. 
Segundo a InterNews, organizadora do seminário, superada a fase mais aguda da crise de confiança, a economia brasileira já mostra sinais de recuperação. Diante disso, a empresa convidou renomados especialistas para debater qual será o ritmo de crescimento do PIB nos últimos seis meses de 2009 e em 2010.
A InterNews provoca que as iniciativas do governo ainda não foram suficientes para criar um horizonte propício ao investimento e que as economias desenvolvidas em recessão prolongada não contribuem para um melhor ambiente interno. Entretanto, o país, junto com alguns outros emergentes, tem conseguido manter uma situação relativamente diferenciada. Saiba as oportunidades e os riscos que se apresentam para a sua empresa no segundo semestre e em 2010.
·   Qual será o ritmo de crescimento no 2º semestre e em 2010? 
·   A valorização do real inibirá o crescimento econômico? 
·   O acesso ao crédito estará normalizado? 
·   Qual a capacidade do governo de induzir investimentos? 
·   Quais os riscos de um novo agravamento da crise mundial? 
Entre os palestrantes, um dos Diretores da nossa FGV, o Professor Yoshiaki Nakano. Vejam abaixo a relação completa:
Luciano Coutinho
Presidente do BNDES, PhD em Economia pela Universidade de Cornell (EUA). Professor da Unicamp, lecionou nas universidades de São Paulo, Paris XIII, Texas e no Instituto Ortega y Gasset.
Ilan Goldfajn
Economista-Chefe do Itaú Unibanco. Ex-diretor de Política Econômica do Banco Central. É professor do Departamento de Economia da PUC-RJ e diretor do Instituto de Ensino e Pesquisa em Economia da Casa das Garças (IEPE/CdG). Doutor em Economia pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT). Foi sócio-diretor da Ciano Investimentos.
Yoshiaki Nakano
Diretor da Escola de Economia de São Paulo da FGV. Foi Secretário da Fazenda do Estado de São Paulo, Secretário especial de Assuntos Econômicos do Ministério da Fazenda e consultor do Banco Mundial.
Michal Gartenkraut
Sócio da Rosenberg & Associados, PhD em Sistemas Econômicos pela Universidade de Stanford. Foi reitor do ITA - Instituto Tecnológico de Aeronáutica, secretário geral do Ministério do Planejamento e presidente do IPEA.
Contato com lucianam.souza@terra.com.br.

A "THE ECONOMIST" DESTA SEMANA

A edição semanal da "The Economist" já está nas melhores bancas e, como sempre, com suas capas que traduzem o melhor da semana para seus leitores. Nesta edição, numa matéria sobre a economia brasileira, a revista destaca que o BRASIL foi um dos últimos países do mundo a entrar em recessão, porém deve ser um dos primeiros a sair, fato esse já comentado neste blog eque conta com uma torcida com quase duzentos milhões de torcedores... 

A importância de debater o PIB nas eleições 2022.

Desde o início deste 2022 percebemos um ano complicado tanto na área econômica como na política. Temos um ano com eleições para presidente, ...