domingo, 31 de maio de 2020

Estadão - Gustavo Franco: 80 dias de corona.


Hoje, 31 de maio, domingo em que se comemora Pentecostes, passados 50 dias da Páscoa, faz exatos 80 dias da declaração pela qual a OMS definiu como pandemia o surto da doença causada pelo novo coronavírus (covid-19). 

Parece pouquíssimo tempo quando se tem em conta as voltas que o mundo deu, evocando comparações, em vista do que ainda temos pela frente, com o assassinato do arquiduque em 1914 e a invasão da Polônia em 1939.

Entretanto, esta primeira fase da pandemia parece interminável, sobretudo para quem está em confinamento, vivendo dias que passam em angustiante lentidão, noites em claro e tardes caindo como viadutos (saudações, mestre Aldir Blanc).

O sofrimento parece ampliar a sensação do tempo, daí a compreensível ansiedade em iniciar uma “segunda fase” da pandemia, mesmo sem ter tocado nenhuma sirene assinalando o fim do bombardeio, e mesmo que os especialistas não estejam de acordo sobre os novos protocolos.

Vamos adotar um “novo normal”, que não se sabe bem como é, mas gradualmente, experimentando cada novo procedimento, um de cada vez, conforme o estágio da epidemia, e de acordo com o lugar e com a atividade. E sempre com a opção de recuar na presença de uma nova onda, mas tomara que não seja necessário.

Só se sabe que o lockdown não pode ser mantido indefinida e indiscriminadamente.

Já parecia haver acordo que a “segunda fase” da epidemia seria mesmo confusa num país heterogêneo e desigual como o nosso, habitualmente descrito como a Belíndia, no qual a porção belga teria melhores capacidades, relativamente à outra, para lidar com o isolamento social.

Não obstante, a heterogeneidade nos comportamentos dos Estados brasileiros diante da epidemia superou qualquer expectativa quanto à existência de vários Brasis. 

É impressionante o contraste, a julgar pelo número de mortos por milhão de habitantes entre os Estados do Sul: RS (7,62), SC (8,14) e PR (8,77), relativamente à região Norte: AM (178) e PA (45). O contraste também é marcante com relação ao Sudeste (SP: 65,8 e RJ: 69,4) e alguns Estados do Nordeste (PE: 83,5 e CE: 92,3), mas não todos (RN: 20,4 e BA:10,4). 

Um Estado que tem a cara do Brasil, pela extensão territorial e diversidade, como MG, exibe um número particularmente baixo: 4,56. 

O que há em Minas que não se encontra noutros Estados? 

É claro que os determinantes desses comportamentos regionais diversificados têm algo a ensinar sobre a dinâmica do contágio, e sobre o desenho de estratégias locais de desconfinamento.

Há muito a entender sobre a relação entre a velocidade de contágio e sua métrica já bem conhecida, o “R-zero”, e fatores geográficos, demográficos e socioeconômicos, as características das cidades e particularmente suas redes de transporte público e mobilidade, bem como as políticas adotadas por diferentes autoridades locais.

As soluções não precisam estar em países distantes, mas, às vezes, em um município vizinho.

Como as situações regionais são diferentes, inclusive pelo fato de a epidemia estar em diferentes estágios, faz todo sentido que o tratamento seja descentralizado, como de fato se passa na administração da Saúde no Brasil, aliás, em obediência à Constituição (Art. 23 ii) que define a saúde como “competência comum” de União, Estados e municípios.

As palavras-chave aqui são consenso, coordenação, transparência e governança, conceitos bem conhecidos de muitos gestores públicos (mas não todos!) e, particularmente, críticos num quadro de emergência sanitária.

Municípios, condomínios, assim como países, podem tropeçar de forma nada menos que bizarra se suas lideranças não souberem trabalhar a coesão social, sem a qual há muitos perigos em atividades simples, como andar de elevador e atravessar a rua.

EX-PRESIDENTE DO BANCO CENTRAL E SÓCIO DA RIO BRAVO INVESTIMENTOS. ESCREVE NO ÚLTIMO DOMINGO DO MÊS 

sábado, 30 de maio de 2020

Umberto Eco: Intolerância.



Folha: De volta à recessão.

Os impactos da pandemia já se fizeram sentir na economia brasileira no primeiro trimestre. Com o fechamento progressivo das atividades ao longo de março, a queda do Produto Interno Bruto chegou a 1,5% no período, ante os últimos três meses de 2019.

Como tem sido o padrão na maioria dos países, a maior retração (2,1%) se deu no consumo, por impossibilidade física ou pelo temor de perdas de renda e emprego.

Rara boa notícia foi a alta de 3,1% dos investimentos, que certamente pode ser atribuída ao quadro anterior a março. Do lado da produção, só a agropecuária cresceu (0,6%), impulsionada pela safra favorável. Indústria e serviços recuaram 1,4% e 1,6%, respectivamente.

Os resultados serão muito piores neste segundo trimestre. Com a parada geral a partir de abril, as estimativas são de retração próxima a 10%, similar às das recessões observadas em outros países.

A China, que passou pelo auge da pandemia em fevereiro, registrou contração de 9,8% no primeiro trimestre, por exemplo. Nações europeias tiveram números parecidos.

A grande diferenciação estará na volta à atividade. Quanto maior a eficiência no controle da pandemia de Covid-19 e no suporte dos governos a famílias e empresas, mais rápida será a retomada.

Nas últimas duas semanas se observou algum otimismo maior quanto à possibilidade de as principais economias do mundo retomarem as atividades gradualmente sem uma segunda onda de contágio.

Ainda assim, a maior parte das projeções indica que o PIB mundial não retornará ao nível pré-crise antes do final de 2021.

No Brasil, da mesma forma, espera-se melhora no segundo semestre, como indicam sondagens da confiança empresarial. Mas a expectativa é de um tombo de 5% a 7% para o ano, enquanto o desemprego poderá superar 15%.

Mais complexo é avaliar a perspectiva de longo prazo. O país foi atingido pela Covid-19 numa situação de fragilidade, mal tendo iniciado uma recuperação consistente depois da recessão de 2014-16.

Será difícil tomar impulso com finanças públicas em frangalhos e a gigantesca ociosidade no setor privado. Para piorar, há o presidente Jair Bolsonaro a acrescentar incerteza política à debilidade do PIB.

Não espanta, pois, que 68% dos brasileiros esperem um impacto econômico prolongado do coronavírus, segundo o Datafolha. A crise, até aqui, segue desgovernada.

editoriais@grupofolha.com.br

sexta-feira, 29 de maio de 2020

El País - Esther Duflo, Nobel de Economia: “As máquinas não adoecem. Temo que a crise estimule a automatização”.

https://brasil.elpais.com/ideas/2020-05-29/esther-duflo-nobel-de-economia-as-maquinas-nao-adoecem-temo-que-a-crise-estimule-a-automatizacao.html

Reuters: Campos Neto prevê queda do PIB de 5% ou mais em 2020.

https://br.reuters.com/article/topNews/idBRKBN2352SN-OBRTP

Reuters: Ibovespa encerra mês de maio/20 em alta com aposta em retomada.

https://br.reuters.com/article/businessNews/idBRKBN23533H-OBRBS

Interessados em estudar Economia? Dicas de livros aqui!

Dicas da página do "Economia Mainstream"
Fizemos uma lista de livros indicados ao estudo da economia ao nível de graduação. Se você estudar um livro de cada tópico, você terá coberto praticamente tudo o que se ensina em uma graduação de economia. Cabe ressaltar que essa lista de forma alguma é exaustiva e muitos outros livros poderiam entrar nela. É apenas um guia para você estudar caso queira ser autodidata em economia e não saiba por onde começar.
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1. Introdução à Economia
· Mankiw - Introdução à Economia
· Samuelson & Nordhaus - Economia
· Krugman & Wells - Introdução à Economia

2. Microeconomia
· Pindyck & Rubinfeld - Microeconomia
· Varian - Microeconomia
· Snyder & Nicholson – Microeconomic Theory 

2.1. Teoria dos Jogos
· Fiani – Teoria dos Jogos

2.2. Organização Industrial
· Kupfer & Hasenclever (organizadores) – Economia Industrial

3. Macroeconomia
· Blanchard - Macroeconomia
· Mankiw - Macroeconomia
· Dornbusch, Fischer & Startz - Macroeconomia
· Equipe de Professores da FEA-USP – Manual de Macroeconomia
· Simonsen & Cysne – Macroeconomia 

3.1. Crescimento Econômico
· Jones – Introdução à Teoria do Crescimento Econômico
· Weil – Economic Growth

3.2. Economia Internacional
· Krugman, Obstfeld & Mellitz – Economia Internacional
· Salvatore – Introdução à Economia Internacional

3.3. Economia Monetária
· Carvalho et al. – Economia Monetária e Financeira

3.4. Contabilidade Social
· Paulani & Braga – A Nova Contabilidade Social

3.5. Economia do Setor Público
· Giambiagi & Além – Finanças Públicas
· Biderman & Arvate (organizadores) – Economia do Setor Público no Brasil

4. Estatística e Econometria
4.1. Estatística
· Meyer – Probabilidade: Aplicações à Estatística
· Hoffman – Estatística para Economistas
· Bussab & Morettin – Estatística Básica

4.2. Econometria
· Gujarati – Econometria Básica
· Wooldridge – Introdução à Econometria

5. Matemática
5.1. Cálculo
· Stewart – Cálculo
· Guidorizzi – Um Curso de Cálculo

5.2. Geometria Analítica
· Boulos – Geometria Analítica: Um Tratamento Vetorial

5.3. Álgebra Linear
· Boldrini - Álgebra Linear
· Elon - Álgebra Linear

5.4. Tópicos diversos para economistas
· Chiang & Wainwright – Matemática para Economistas
· Simon & Blume – Matemática para Economistas

6. Economia Financeira
· Assaf Neto – Matemática Financeira

7. Economia Brasileira
· Giambiagi et al. - Economia Brasileira Contemporânea
· Abreu (organizador) - A Ordem do Progresso

8. Alguns livros que abordam temas de economia
· Kahneman – Rápido e Devagar
· Acemoglu & Robinson – Por que as Nações Fracassam
· Gonçalves & Guimarães - Economia sem Truques
· Harford – The Undercover Economist
· Levitt & Dubner – Freakonomics
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Podemos também organizar uma lista de livros da pós-graduação, caso vocês queiram. Mas acontece que o autodidatismo ao nível de pós-graduação já passa a ser extremamente complicado, o que faz com que uma lista de livros da pós para autodidatas em economia seja de pouca valia.
Por Lucas Favaro.

El País: El FMI alerta de que las Bolsas no están teniendo en cuenta los riesgos del cambio climático.

https://elpais.com/economia/2020-05-29/el-fmi-alerta-de-que-las-bolsas-no-estan-teniendo-en-cuenta-los-riesgos-del-cambio-climatico.html

Los técnicos del Fondo ven en “la mayor frecuencia y severidad" de los desastres causados por el calentamiento global una "amenaza potencial para la estabilidad financiera” y piden más transparencia a las empresas sobre su exposición

InfoMoney: PIB dos EUA cai 5% no 1º trimestre, resultado pior que o esperado pelos economistas.

https://www.infomoney.com.br/economia/pib-dos-eua-cai-5-no-1o-trimestre-resultado-pior-que-o-esperado-pelos-economistas/?fbclid=IwAR2NE62u66IvbdOMFkgygBZy0MXZFZV_FRwMAIjawRFKAETn7QTVa0DmVxc

SÃO PAULO – O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos registrou queda anualizada de 5% no primeiro trimestre deste ano de acordo com a segunda estimativa do indicador, resultado pior que o recuo de 4,8% projetado pelos analistas consultados pela Bloomberg.

Este foi o pior desempenho da economia americana desde 2008, durante a crise financeira, confirmando o forte impacto da pandemia na atividade conforme o país teve que fechar estabelecimentos e parar os negócios.

Esta também foi a primeira queda do PIB dos EUA desde o recuo de 1,1% no primeiro trimestre de 2014.


Lady Gaga lança novo álbum nesta sexta-feira e traz parceria com fenômeno K-pop.

https://www.cnnbrasil.com.br/entretenimento/2020/05/29/lady-gaga-lanca-novo-album-nesta-sexta-feira-e-traz-parceria-com-fenomeno-k-pop

Com pandemia e isolamento social, PIB encolhe 1,5% no primeiro trimestre de 2020.


O Produto Interno Bruto (PIB) nacional caiu 1,5% no primeiro trimestre de 2020, na comparação com o último trimestre do ano anterior, afetado pela pandemia do novo coronavírus e o distanciamento social. Em valores correntes, o PIB, que é soma dos bens e serviços produzidos no Brasil, chegou a R$ 1,803 trilhão.

Os dados são do Sistema de Contas Nacionais Trimestrais divulgado hoje (29) pelo IBGE. Em relação ao primeiro trimestre do ano passado, a economia recuou 0,3%.

A queda do PIB do primeiro trimestre deste ano interrompe a sequência de quatro trimestres de crescimentos seguidos e marca o menor resultado para o período desde o segundo trimestre de 2015 (-2,1%). Com isso, o PIB está em patamar semelhante ao que se encontrava no segundo trimestre de 2012.

NYT - Paul Krugman: On the Economics of Not Dying.

https://www.nytimes.com/2020/05/28/opinion/coronavirus-economy-death.html?action=click&module=Opinion&pgtype=Homepage

DW: + As principais notícias sobre a pandemia de coronavírus EM 29/05/2020 +

https://www.dw.com/pt-br/as-principais-not%C3%ADcias-sobre-a-pandemia-de-coronav%C3%ADrus/a-53611656

Reuters: Economia da França encolhe no 1º no ritmo mais forte em 50 anos.

https://br.reuters.com/article/businessNews/idBRKBN2351E0-OBRBS

quinta-feira, 28 de maio de 2020

AP: US layoffs climb to 41 million, despite business reopenings.

https://apnews.com/85d596c01ff1132bd9f73724bd0fb1d7

The Economist: How the world’s most powerful country is handling covid-19.






Reuters: Coronavírus desencadeia nova onda de demissões nos EUA.

https://br.reuters.com/article/businessNews/idBRKBN234250-OBRBS

Reuters: Governo central tem déficit primário recorde para abril, de R$92,902 bi.

https://br.reuters.com/article/businessNews/idBRKBN23429C-OBRBS

PNAD Contínua: taxa de desocupação é de 12,6% e taxa de subutilização é de 25,6% no trimestre encerrado em abril de 2020.

DW: O Brasil na imprensa alemã (27/05/2020)

https://www.dw.com/pt-br/o-brasil-na-imprensa-alem%C3%A3-27-05/a-53590794

A importância de debater o PIB nas eleições 2022.

Desde o início deste 2022 percebemos um ano complicado tanto na área econômica como na política. Temos um ano com eleições para presidente, ...