segunda-feira, 3 de março de 2014

Os bilionários brasileiros em 2014.

Para alegrar o Carnaval, abaixo a lista da FORBES com os bilionários brasileiros em 2014, um deles bastante conhecido de alguns dos meus fiéis leitores. E outro, que não poderia deixar de ser um cearense realmente rico. 

Colocação no Mundo
Nome
Fortuna estimada
Idade
Setor de atuação/Origem da fortuna
34
Jorge Paulo Lemann
US$ 19,7 bi
74
Bebidas
55
Joseph Safra
US$ 16 bi
75
Bancos
119
Marcel Herrmann Telles
US$ 10,2 bi
64
Bebidas
137
João Roberto Marinho
US$ 9,1 bi
60
Mídia
137
José Roberto Marinho
US$ 9,1 bi
58
Mídia
137
Roberto Irineu Marinho
US$ 9,1 bi
66
Mídia
146
Carlos Alberto Sicupira
US$ 8,9 bi
66
Bebidas
367
Francisco Ivens de Sa Dias Branco
US$ 4,1 bi
77
Alimentos
367
Eduardo Saverin
US$ 4,1 bi
31
Cofundador do Facebook
396
Walter Faria
US$ 3,8 bi
58
Bebidas
483
Aloysio de Andrade Faria
US$ 3,3 bi
93
Bancos
520
André Esteves
US$ 3,1 bi
45
Bancos
520
Antonio Ermirio de Moraes
US$ 3,1 bi
85
Diversos
520
Ermirio Pereira de Moraes
US$ 3,1 bi
81
Diversos
520
Maria Helena Moraes Scripilliti
US$ 3,1 bi
83
Diversos
580
Fernando Roberto Moreira Salles
US$ 2,9 bi
67
Bancos, mineração
580
João Moreira Salles
US$ 2,9 bi
52
Bancos, mineração
580
Walther Moreira Salles Junior
US$ 2,9 bi
57
Bancos
580
Pedro Moreira Salles
US$ 2,9 bi
54
Bancos, mineração
609
Abilio dos Santos Diniz
US$ 2,8 bi
77
Varejo
642
Miguel Krigsner
US$ 2,7 bi
64
Cosméticos
663
Edson de Godoy Bueno
US$ 2,6 bi
70
Hospitais, planos de saúde
796
Rossana Camargo de Arruda Botelho
US$ 2,2 bi
64
Construção
796
Renata de Camargo Nascimento
US$ 2,2 bi
63
Construção
796
Regina de Camargo Pires Oliveira Dias
US$ 2,2 bi
60
Construção
796
Moise Safra
US$ 2,2 bi
79
Bancos
828
Antonio Luiz Seabra
US$ 2,1 bi
71
Cosméticos
925
Nevaldo Rocha e família
US$ 1,95 bi
84
Varejo
931
Dulce Pugliese de Godoy Bueno
US$ 1,9 bi
66
Hospitais, planos de saúde
931
Michael Klein
US$ 1,9 bi
63
Varejo
931
Rubens Ometto Silveira Mello
US$ 1,9 bi
64
Açúcar, etanol
931
Lirio Parisotto
US$ 1,9 bi
60
Investimentos
1036
Jayme Garfinkel e família
US$ 1,75 bi
67
Seguros
1092
Julio Bozano
US$ 1,6 bi
78
Bancos
1143
Ana Maria Marcondes Penido Sant'Anna
US$ 1,55 bi
58
Pedágio rodoviário
1143
Cesar Mata Pires
US$ 1,55 bi
--
Construção
1154
Sergio Lins Andrade e família
US$ 1,5 bi
66
Construção
1154
Victor Gradin e família
US$ 1,5 bi
81
Construção
1154
Alexandre Grendene Bartelle
US$ 1,5 bi
64
Calçados
1210
Lina Maria Aguiar
US$ 1,4 bi
76
Herança/bancos
1210
João Alves de Queiroz Filho
US$ 1,4 bi
61
Bens de consumo
1284
Eggon da Silva
US$ 1,3 bi
85
Maquinário industrial
1284
Elie Horn
US$ 1,3 bi
70
Imobiliário
1284
Carlos Francisco Ribeiro Jereissati e família
US$ 1,3 bi
67
Shopping centers
1284
Jorge Moll Filho
US$ 1,3 bi
69
Hospitais
1284
Jose Isaac Peres e família
US$ 1,3 bi
73
Shopping centers
1284
Werner Voigt
US$ 1,3 bi
84
Maquinário industrial
1284
Lilian Werninghaus
US$ 1,3 bi
79
Maquinário industrial
1372
Lia Maria Aguiar
US$ 1,2 bi
72
Herança/bancos
1372
Guilherme Peirão Leal
US$ 1,2 bi
64
Cosméticos
1372
Rubens Menin Teixeira de Souza
US$ 1,2 bi
57
Construção de casas
1372
Dorothea Steinbruch
US$ 1,2 bi
--
Siderúrgica
1442
Alfredo Egydio Arruda Villela Filho
US$ 1,15 bi
44
Bancos
1442
Daisy Igel
US$ 1,15 bi
86
Gás, petroquímica
1465
Ana Lucia de Mattos Barretto Villela
US$ 1,1 bi
40
Bancos
1465
Edir Macedo e família
US$ 1,1 bi
69
Comunicação
1465
José Mendes Nogueira e família
US$ 1,1 bi
86
Mineração
1540
Giancarlo Franceso Civita
US$ 1,05 bi
--
Mídia
1540
Victor Civita Neto
US$ 1,05 bi
--
Mídia
1540
Roberta Anamaria Civita
US$ 1,05 bi
--
Mídia
1540
José Roberto Ermirio de Moraes
US$ 1,05 bi
56
Diversos
1540
José Ermirio de Moraes Neto
US$ 1,05 bi
61
Diversos
1540
Liu Ming Chung
US$ 1,05 bi
51
Papel e celulose
1540
Neide Helena de Moraes
US$ 1,05 bi
59
Diversos
1565
Carlos Martins
US$ 1 bi
57
Educação

  • Fonte: Forbes

domingo, 2 de março de 2014

And the Oscar Goes To..


Diplomacia inerte.

Fernando Henrique Cardoso manifesta sua opinião sobre a nossa atual política externa em sua coluna publicada neste domingo em vários jornais.

Domingo de carnaval, convenhamos, não é o melhor dia para ler artigo sobre política internacional. Mas que fazer? Coincidiu que o dia de minha coluna fosse hoje e não tenho jeito nem vontade de escrever sobre as alegrias de Momo. Por mais que nos anestesiemos no carnaval, o meio circundante não alenta alegrias duráveis.

Comecemos do princípio. Acho que houve um erro estratégico desde o governo Lula na avaliação das forças que predominariam no mundo e da posição do Brasil na ordem internacional que se transformava. Não me refiro ao que eu gostaria que ocorresse, mas às tendências que objetivamente se foram configurando. Nossa diplomacia se guiou pela convicção de que um novo mundo estava nascendo e levou o presidente, em sua natural busca de protagonismo, a ser o arauto dos novos tempos. A convicção implícita era a de que pós-Muro de Berlim, depois de breve período de quase hegemonia dos Estados Unidos, pregada por seus teóricos do neoconservadorismo, e da coorte de equívocos da política externa desse país (invasão do Iraque, do Afeganistão, isolamento da Rússia, apoio acrítico a Israel em sua política de assentamentos de colonos, etc.) e dos desastres provocados por essas atitudes, assistiríamos a uma correção de rumos.

De fato, houve essa correção de rumos, mas a direção esperada pela cúpula da diplomacia brasileira e por setores políticos sob influência de alas antiamericanas do PT era a do "declínio do Ocidente", com a perda relativa do protagonismo americano e a emergência das forças novas: a China (o que ocorreu), o mundo árabe, em especial os países petroleiros, a África e, naturalmente, a América Latina como parte deste "Terceiro Mundo" renascido. Essa visão encontra raízes em nossa cultura diplomática desde os tempos da "política externa independente", de Jânio Quadros, e encontra eco nos sentimentos de boa parte dos brasileiros, inclusive de quem escreve este artigo. Sempre sonhamos com um mundo multipolar no qual "os grandes" tivessem de compartilhar poder e nós, brasileiros, pouco a pouco nos tornássemos parceiros legítimos do grande jogo de poder global.

Contudo uma coisa é desejar um objetivo, outra é analisar as condições de sua possibilidade e atuar para que, dentro do possível, buscando ampliar seus limites, nos aproximemos do que consideramos o ideal. Nisso é que o governo Lula calculou mal. Se a Europa, sobretudo depois da crise financeira de 2008, perdeu tempo em tomar decisões e está até hoje embrulhada na indefinição sobre até que ponto precisará integrar-se mais (compatibilizando as políticas monetárias com as fiscais), ou voltar, na linguagem de De Gaulle, a ser a "Europa das Pátrias", nem a China se perdeu nos devaneios maoistas nem os Estados Unidos no neoconservadorismo que acreditava que a América poderia agir como se fosse uma hiperpotência. Ao contrário, a China lançou-se às reformas para inverter o polo investimento/consumo, diminuindo aquele e aumentando este, e os americanos deixaram de lado a ortodoxia monetarista, recalibraram a sua política externa e se jogaram à inovação das fontes de energia. Hoje propõem uma coexistência competitiva, mas pacífica, com a China, baseada no comércio, e lançam cordas para que a Europa saia do marasmo e se incorpore aos Estados Unidos, que funcionariam como dobradiça entre a China e a Europa, formando um formidável tripé.

Enquanto isso, o Brasil faz reuniões com os árabes, que não deixam de ter sua importância, propõe negociações sobre o Irã em coordenação com a Turquia (imagine-se se os turcos fariam o mesmo, propondo-se a ajudar o Brasil para resolver o litígio das papeleiras entre Uruguai e Argentina...), abre embaixadas nas mais remotas ilhas para, com o voto de países sem peso na mesa das negociações, chegar ao Conselho de Segurança (da ONU). Por outro lado, comporta-se timidamente quando a Petrobrás é expropriada pela Bolívia, interfere contra o sentimento popular em Honduras, abstém-se de entrar em bolas divididas, como no conflito argentino-uruguaio, além de calar diante de manifestações antidemocráticas quando elas ocorrem nos países de influência "bolivariana".

Noutros termos: escolhemos parceiros errados, embora, em si mesma, a relação Sul-Sul seja desejável, e menosprezamos os atores que estão saindo da crise como principais condutores da agenda global, exceção parcial feita à China (neste caso, não há menosprezo, mas falta de estratégia). Perdemos liderança na América Latina, hoje atravessada pela cunha bolivariana que parte da Venezuela com apoio de Cuba, estende-se acima até a Nicarágua, passa pelo Equador e, abaixo, desce direto à Bolívia e chega à Argentina. No outro polo se consolida o Arco do Pacífico, englobando Chile, Peru, Colômbia e México, e nós ficamos encurralados no Mercosul, sem acordos comerciais bilaterais e, pior, calados diante de tendências antidemocráticas que surgem aqui e ali.

Ainda agora, na crise da Venezuela, é incrível a timidez de nosso governo em fazer o que deve: não digo apoiar este ou aquele lado em que o país rachou, mas pelo menos agir como pacificador, restabelecendo o diálogo entre as partes, salvaguardando os direitos humanos e a cidadania. O Mercosul desabridamente se põe do lado do governo de Maduro. O Brasil timidamente se encolhe, enquanto o partido da presidente apoia o governo venezuelano, sem nenhuma ressalva às mortes, ao aprisionamento de oposicionistas e às cortinas de fumaça que querem fazer crer que o perigo vem de fora, e não das péssimas condições em que vive o povo venezuelano.


Agindo assim, como esperar que, chegada a hora, a comunidade internacional reconheça os direitos que cremos ter (e de fato poderíamos ter) de tomar assento nas grandes decisões mundiais? Fomos incapazes de agir, ficamos paralisados em nossa área de influência direta. A continuar assim, que contribuição daremos a uma nova ordem global? Chegou a hora de corrigir o rumo. Que a crise venezuelana nos desperte da letargia.

Ambição real.

Editorial da FOLHA DE S. PAULO e os 20 anos do Plano Real.

O aniversário de 20 anos da medida provisória 434/1994, que instituiu a URV (Unidade Real de Valor) e preparou o caminho para o lançamento do real, decerto merece celebração.

Não pela nostalgia de um momento de grandes mudanças, quando os artífices do Plano Real demonstraram singular visão de Estado --destaque-se, além do então presidente Itamar Franco e seu ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, os economistas André Lara Resende, Edmar Bacha, Gustavo Franco e Pérsio Arida.

A lembrança é válida pela constatação de que, mesmo em meio às dificuldades daqueles dias, o governo construiu consensos e obteve legitimidade para um salto de qualidade nas instituições. Há, portanto, lições para o Brasil de hoje.

Sem a estabilização da moeda não teriam sido possíveis os avanços posteriores, como o alargamento dos direitos sociais e a redução da desigualdade. O fim da inflação galopante, em si, foi o primeiro passo para isso, pois eram os mais pobres os mais prejudicados.

Houve erros graves, como os desequilíbrios que fizeram o Brasil recorrer ao FMI em 1998. Mas mudanças de monta na condução da economia deram ao país uma estabilidade havia tempo esquecida.

Depois, o presidente Lula construiu sobre esses alicerces, criando um grande mercado interno de massas. Manteve, especialmente no primeiro mandato, a aderência aos pilares macroeconômicos e acelerou a inclusão social.

O bom momento mundial catalisou as ações internas, e o Brasil registrou crescimento acelerado. Foram criados mais de 15 milhões de empregos entre 2003 e 2010.

Nos últimos anos, porém, cessaram as propostas ambiciosas. A administração Dilma Rousseff, em especial, abusou do modelo de consumo, sem enxergar a necessidade de novas estratégias à luz das transformações globais e da baixa produtividade interna.

Reformas em áreas como Previdência e tributação, fundamentais para o equilíbrio das contas públicas e recuperação da capacidade de investimento do Estado, permanecem paralisadas enquanto as autoridades de turno vendem a ilusão de que tudo vai muito bem.

O ex-presidente Fernando Henrique tem razão quando fala da natural fadiga que acomete grupos políticos instalados por muito tempo no poder --regra que vale para todos os partidos, em todos os níveis da Federação.

Fundamental, nesse sentido, oxigenar o debate --não necessariamente com novos mandatários, mas sem dúvida com novas ideias.


Forças governistas e seus opositores poderiam se inspirar nos exemplos do passado. Pouco importam, no fundo, discussões sobre o mérito do que já desbota no tempo; o país demanda uma visão de futuro. O ano é propício.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

PIB Brasil 2013: 2,3%.

No ano de 2013, o PIB aumentou 2,3% em relação a 2012, fruto do crescimento de 2,1% no valor adicionado e 3,3% nos impostos. Nessa comparação, a agropecuária (7,0%), os serviços (2,0%) e a indústria (1,3%) cresceram. Em 2013, o PIB em valores correntes alcançou R$ 4,84 trilhões. O PIB per capita ficou em R$ 24.065, apresentando uma alta, em volume, de 1,4%, em volume, em relação a 2012.

Fonte: IBGE

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

As melhores universidades do Brasil em 2014.

Leio no portal UOL uma ótima notícia:

A USP (Universidade de São Paulo) aparece entre as 50 melhores instituições do mundo em sete áreas de estudo, segundo ranking da QS divulgado nessa terça-feira (25).

A universidade paulista está entre as melhores em agricultura e silvicultura (27°), matemática (39°), geografia (42°), estatística (45°), comunicação e estudos midiáticos (46°), farmácia e farmacologia (48°) e história (50°).

A Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) aparece no top 50 em três disciplinas: agricultura e silvicultura (22°), história (34°) e filosofia (42°).

No ranking das 200 melhores aparecem ainda, entre as brasileiras, a Unesp (Universidade Estadual Paulista), a UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), a UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), a UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), a FGV (Fundação Getulio Vargas), a PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica)  e PUC-Rio.

O ranking QS World University by Subject 2014 leva em conta uma pesquisa de reputação acadêmica, pesquisa entre empregadores e dados sobre citações de pesquisas.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

A economia brasileira antes do Carnaval de 2014.

Com o Carnaval já animando milhares de foliões país afora, o Boletim Focus derrama um balde de água gelada na animação de todos.

Senão vejamos:

- A expectativa para o PIB de 2014 e para o de 2015 sinalizam nova queda, com os novos números de 1,67% e 2,00% respectivamente.
 
- A taxa de câmbio para 2014 foi estimada em R$ 2,50 e para 2015 em R$ 2,55.
 
- A inflação não dá sinais de queda neste 2014 com o IPCA chegando em 6,00%, porém com redução para 5,70% para 2015.
 
- Já a nossa Taxa Selic continua em estimados 11,25% para 2014 e 12,00% para 2015.   


E o ano está apenas começando...

sábado, 22 de fevereiro de 2014

iPhone: comparando preços em 2014.

Agora, com loja no Brasil, applemaníacos não podem reclamar da falta de produtos, mas podem reclamar do preço.

Uma rápida comparação de preços do iPhone 5s em alguns países, já com a cotação em R$:

Brasil R$ 2.799,00

Estados Unidos R$ 1.548,00

Inglaterra R$ 2.196,00

México R$ 1.908,00


Japão R$ 1.680,00

E muita alegria para o povo brasileiro e a nossa carga tributária de "apenas" 36,3% do PIB.    

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

O paradoxo de Delfim Netto.

Hoje na FOLHA DE S. PAULO, Delfim Netto alerta que a situação é difícil. E, com certeza, isso ele já falou para a Presidente Dilma. 

Diante do constrangedor resultado do IBC-Br, que procura antecipar as variações do PIB que serão anunciadas pelo IBGE, a grande maioria dos analistas financeiros está revendo para baixo as estimativas para o crescimento de 2013 e 2014. Alguns mais afoitos já sugerem que a economia brasileira teria entrado numa recessão "técnica" --dois trimestres consecutivos de crescimento negativo--, o que só se verificará quando aquele órgão divulgar os seus números.

De qualquer forma, a situação é difícil. Apesar das recentes indicações amistosas do governo federal com relação à organização da economia por meio dos "mercados" e o seu respeito aos contratos, o comportamento de algumas agências aparelhadas com "companheiros de passeata" e a ação oportunista de governos estaduais e municipais têm prejudicado fortemente e retardado que o setor privado empresarial lhe dê um amplo voto de confiança. A visita da presidente Dilma ao Fórum de Davos em janeiro e a que deverá fazer à Comunidade Europeia, inserem-se nesse esforço.

O restabelecimento da confiança entre o poder incumbente e a sociedade empresarial é condição necessária para que qualquer política fiscal, monetária e cambial produza os resultados esperados. Não devemos esquecer que a presidente tem a confiança da sociedade não empresarial, como revelam as pesquisas de opinião.

É fato empírico que ajustes "expansionistas" só têm sucesso quando a constrição do Estado pela política fiscal tem tal credibilidade que desperta e liberta rapidamente o "espírito animal" do empresário privado, nacional e estrangeiro, pela mudança das "expectativas" que produz. À medida em que o investimento privado murcha por qualquer motivo, mas especialmente quando isso ocorre pelas incertezas introduzidas pelo próprio comportamento do governo revelado em sua ação, ele pode durante algum tempo ser substituído pelo investimento publico. O governo logo descobrirá que não pode fazê-lo impunemente por muito tempo, porque os desequilíbrios se manifestam na redução do crescimento, no aumento das tensões inflacionárias e do deficit em conta corrente.


Sem a recuperação da confiança que libertará o "espírito animal" do empresário privado para substituir, com investimento mais produtivo, a demanda pública, o ajuste fiscal que vamos ter de fazer para construir um ambiente saudável será, certamente, "recessivo" e socialmente muito mais custoso. Esse é o paradoxo: sem a preliminar recuperação da confiança, a correção da situação de baixo crescimento que nos assombra exigirá um longo interregno de crescimento menor ainda! Sem essa correção, os desequilíbrios continuarão a crescer e o PIB, a patinar. 

domingo, 16 de fevereiro de 2014

Expectativas em queda.

Editorial da FOLHA neste domingo é favorável a mudanças no rumo da política econômica. 

Eram reduzidas as expectativas a respeito do desempenho da economia no final de 2013. Ainda assim, a média dos observadores acabou por se revelar otimista quando neste início de ano foram divulgados os resultados da indústria, do comércio e do índice de atividade calculado pelo Banco Central, que caiu 0,2% no último trimestre.

O ritmo mais lento do que o previsto por economistas do setor privado por si só já não augurava dias melhores, ao menos para a primeira metade do ano.

As perturbações do mercado financeiro internacional, o efeito da crise argentina sobre a indústria, o aumento do preço da energia elétrica e a resistente falta de ânimo do empresário industrial para investir degradaram as perspectivas.

Alguns dos principais analistas reduzem para perto de 1,5% as estimativas de crescimento do PIB para 2014, as quais na média rondavam os 2% no início de janeiro.

Tais números não merecem ser inscritos em pedra, tanto pelas incertezas que envolvem seus cálculos como pelo simples fato de que é possível tomar providências para reverter a tendência. Ademais, o indicador deve ser considerado no panorama de quase meia década de deterioração da política econômica e da produtividade.

Mais importante do que melhorar os indicadores de curto prazo, porém, é restabelecer as condições de administrar a economia, o que pode custar pontos de crescimento do PIB ao fim de 2014, pelo menos.

Isso implica dar fim à maquiagem de preços por meio de controles mal disfarçados e subsídios, como se faz no caso de combustíveis, energias e tarifas públicas. Implica contenção de gastos que, neste ano, não deve poupar nem os escassos investimentos federais. Implica desistir dos truques contábeis; colocar a inflação em clara trajetória descendente.

Isso tem o nome de política elementar de estabilização. Não se trata de receita de crescimento, mas de requisito mínimo para conter degradação maior das condições econômicas e permitir discussão e implementação de medidas para elevar a produtividade brasileira.

Um crescimento de 1,5% neste ano por si só não será boa medida do desempenho das autoridades. Mais relevante é o governo demonstrar que abriu mão dos emplastros mágicos em favor da racionalidade econômica rudimentar.

Mais de três anos de experimentos amadorísticos deveriam ser bastantes para o reconhecimento do insucesso. Insistir no erro pode colocar o país num caminho perigoso. Seria de fato um exagero comparar o Brasil com a Argentina, assim como é exorbitante dizer que esta se candidata ao horror de se tornar uma Venezuela.


A mera sugestão de que é possível trilhar tais caminhos, contudo, deve ser estímulo suficiente para mudar imediatamente de rumo.

sábado, 15 de fevereiro de 2014

PIB 2013: prévia de 2,57%.

Leio no Brasil Econômico a matéria sobre a prévia do PIB 2013. O resultado oficial do PIB somente teremos dia 27 de fevereiro. 

O Banco Central (BC) divulgou nesta sexta-feira o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB). Pelo índice, a economia em 2013 cresceu 2,52%. É importante observar, no entanto, que o índice oficial de crescimento da economia do ano passado só deverá ser divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no fim deste mês.

Se for considerada a dessazonalização do índice, ou seja, sem efeitos momentâneos do período, o resultado foi ainda melhor. Pelo IBC-Br, o PIB brasileiro cresceu 2,57%.

O IBC-Br é uma forma de avaliar como está a evolução da atividade econômica brasileira. O índice incorpora informações sobre o nível da atividade dos três setores da economia: indústria, comércio e serviços e agropecuária. O acompanhamento do indicador é considerado importante pelo BC para que haja maior compreensão da atividade econômica.

O PIB é um indicador para medir a atividade econômica do país. Quando há queda de dois trimestres consecutivos no PIB, a economia está em recessão técnica. Os economistas costumam dizer que o PIB é um bom indicador de crescimento, mas não de desenvolvimento, que deveria incluir outros dados como distribuição de renda, investimento em educação, entre outros aspectos.
O PIB pode ser calculado de duas maneiras. Uma delas é pela soma das riquezas produzidas dentro do país, incluindo nesse cálculo empresas nacionais e estrangeiras localizadas em território nacional. Nesse cálculo entram os resultados da indústria (que respondem por 30% do total), serviços (65%) e agropecuária (5%). Entra no cálculo apenas o produto final vendido. Exemplo: uma geladeira e não o aço utilizado em sua fabricação. Assim, evita-se a contagem dupla de bens industriais.

O Papa Francisco é realmente pop!


A importância de debater o PIB nas eleições 2022.

Desde o início deste 2022 percebemos um ano complicado tanto na área econômica como na política. Temos um ano com eleições para presidente, ...