quinta-feira, 2 de julho de 2009

15 ANOS DO PLANO REAL - E QUE VENHAM MAIS 15

Ontem, por motivos alheios à minha vontade, fiquei sem acesso a internet. No entanto, a mente estava nas comemorações pelos 15 anos de PLANO REAL. Para quem já viveu num país com hiperinflação e hoje se orgulha dos índices mensais menores que 1%, NUNCA irá defender uma ECONOMIA COM INFLAÇÃO. Por isso, dedico ao Presidente FHC e a sua brilhante equipe, um AGRADECIMENTO especial por chegarmos a 2009 com um sentido econômico de país civilizado.
Por favor, esqueçam Sarney, seu bigode e seus marimbondos de fogo. Esqueçam tudo de ruim que este país não merece e vamos manter severa vigilância numa turma de colegas (alguns no governo) que, por incrível que pareça, acalentam o sonho de um país crescer com inflação. Eu realmente não consigo entendê-los.
INFLAÇÃO NUNCA MAIS. DESENVOLVIMENTO SIM.
Direto da EXAME, uma avaliaçao da situação de 2009 em relação a 1994 pelo nosso estimado Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente da República (1995-2002) e ex-ministro da Fazenda (1993-1994): Não há comparação entre o Brasil de hoje e o Brasil há 15 anos. Além de uma doença econômica, a hiperinflação foi um flagelo social e uma ameaça política. Aumentava a pobreza, concentrava a renda, impedia o país de se desenvolver e colocava em risco a democracia recém- conquistada. Nenhum dos avanços obtidos nesses 15 anos teria sido possível se a inflação não tivesse sido derrotada.

O plano deu certo porque resistimos à tentação populista de aplicar mais um choque econômico. Acreditávamos que a sociedade entenderia a sua lógica e que voluntariamente daria seu apoio à nova moeda, sem que o governo tivesse de reescrever contratos e congelar preços.

Demos dois passos em um só: derrotamos a inflação e mostramos que o Brasil estava maduro para um novo modo de relação entre o governo e a sociedade, entre o estado e o mercado. Hoje a herança do Plano Real está incorporada ao patrimônio do país. A necessidade de novas reformas, porém, está aí a desafiar os governos a não se acomodar com a realidade presente.
E outra avaliação do nosso colega e mestre Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central (1997-1999): Reduzir a inflação acumulada em 12 meses para patamares inferiores a 10% foi fundamental para que nós pudéssemos promover a desvalorização da moeda em 1999. Nós cumprimos a primeira etapa de uma grande missão ao controlar a inflação e iniciamos reformas importantes para assentar a economia. Entre elas, estão as privatizações, a reforma previdenciária, a renegociação de dívidas com os Estados, a reorganização do sistema bancário e a implantação da Lei de Responsabilidade Fiscal.
A agenda do crescimento é um prolongamento natural da agenda da estabilização e isso eu dizia desde 1995. As reformas a serem feitas não podem se restringir apenas ao equilíbrio fiscal, mas abranger as empresas de forma a ampliar a formação bruta do capital fixo do setor privado via redução das taxas de juros e pela não absorção total dos recursos da poupança pelo setor público.
Como foi um trabalho em equipe, não poderíamos esquecer dos colaboradores: Pedro Parente, ex-ministro-chefe da Casa Civil (1999-2002) e ex-ministro do Planejamento (1999): O Real representa avanços importantes tanto do ponto de vista macroeconômico - com o novo regime de metas da inflação - quanto institucional - uma vez que o governo Lula manteve a política econômica da administração anterior.

O que ainda não foi feito e é responsabilidade de todos os governos foram reformas mais profundas tanto do ponto de vista tributário quanto trabalhista e previdenciário no sentido de reduzir impostos que embutem custos muito altos, principalmente para as empresas. Outro ponto a ser aprimorado é a estrutura dos gastos públicos, que já era ruim e piorou muito diante do aumento de despesas com pessoal.

e Gustavo Loyola, ex-presidente do Banco Central (1995-1997): O Plano Real foi uma medida transformadora e de avanço para a economia brasileira no sentido de acabar com a inflação elevada e crônica, mas não esgota o que deve ser feito para garantir um crescimento sustentado com uma melhor distribuição de renda e diminuição da pobreza.

Muitas das coisas positivas que vivemos agora foram viabilizadas lá atrás com a implantação do Plano Real. Entre elas estão o retorno do crédito de longo prazo e os juros na casa de um dígito. Uma das condições para que os agentes econômicos invistam em um mercado é a confiabilidade e isso não é construído da noite para o dia.

Outro fator importante que contribuiu muito para esse processo foi a alternância de poder sem perda da qualidade na política econômica. No entanto, apesar de todos os avanços, não dá para parar e dizer que a obra está completa. Parafraseando o velho ditado: o preço da estabilidade é a eterna vigilância.
Essa eu tenho que repetir:
O PREÇO DA ESTABILIDADE É A ETERNA VIGILÂNCIA.
Nota:
Espero que o meu nobre, fiel e inteligente leitor PEDRELIANO goste deste post.

2 comentários:

Anônimo disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
PEDRELIANO disse...

MUITO OBRIGADO AMIGO JOÃO! AFINAL DE CONTAS EM UMA DE SUAS CÉLEBRES CITAÇÕES ANTERIORES VOCÊ DISSE QUE O PAÍS PADECE EM FUNÇÃO DE QUE AS PESSOAS NÃO BUSCAM CONHECIMENTO!! TE CONFESSO QUE FIQUEI MUITO CONTENTE COM A CITAÇÃO NO TEXTO, E AFIRMO QUE GOSTEI MUITO MAIS DE ECONOMIA DEPOIS DAS LEITURAS RIGOROSAMENTE DIÁRIAS DO "ECONOMIA E CAPITALISMO" UMA REVISTA DIVERTIDA, CIENTÍFICA PORÉM DE COMPREENSÃO ABRANGENTE!! CHEGO ATÉ PENSAR EM FAZER ECONOMIA UM DIA QUEM SABE!!!!

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