Hoje li está análise na FOLHA DE S. PAULO e compartilho com os meus quase ainda dois (milhões de) fiéis e-leitores.
A julgar pela segunda rodada de pesquisa
Datafolha, nem Duda Mendonça conseguirá convencer a maioria da população do
Pará de que é melhor dividir o Estado em três no plebiscito marcado para daqui
a 15 dias.
A prevalência do "não",
levemente ampliada mesmo depois de 20 dias de propaganda no ar, mostra que o
sentimento separatista, de fato muito presente nas regiões sudeste (Carajás) e
oeste (Tapajós), não foi suficiente para sobrepujar as dúvidas sobre a
viabilidade econômica e política da divisão do Pará.
O paradoxal é que, caso se confirme esse
prognóstico nas urnas no dia 11 de dezembro, o risco maior é que se amplie a
divisão da população das três áreas do Estado.
Isso porque haverá uma grande dose de
inconformismo com o resultado nas duas regiões, que viram na aprovação do
plebiscito uma chance que já julgavam remota de ter atendido o desejo de
autodeterminação administrativa e política.
Nas suas peças publicitárias, a frente
contrária à divisão elenca uma série de inconvenientes da criação dos novos Estados,
mas não faz nenhum aceno a que haverá maior presença do governo do Pará nessas
regiões, que se sentem sub-representadas em investimentos e presença do
aparelho estatal.
Em junho, quando a Folha visitou as três
regiões para uma ampla reportagem, o governador Simão Jatene reconhecia que
haveria necessidade de uma repactuação política caso a separação fosse
derrotada no plebiscito.
A pesquisa mostra que, se quiser manter
uma interlocução com líderes políticos e econômicos das áreas emancipandas após
a consulta, deve acelerar as conversas para essa reconciliação.
Os principais pleitos das regiões oeste
e sudeste são a descentralização da aplicação dos impostos e dos investimentos
em saúde, infraestrutura viária, educação e segurança. Sem isso, a unidade do
Pará continuará sendo só uma convenção formal.
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