segunda-feira, 2 de março de 2015

A miséria da política - FHC 2015.

Leio hoje no EL PAÍS mais um artigo do sociólogo Fernando Henrique Cardoso, comentando com melancolia o triste momento por que passa este Brasil. 
Otimista por temperamento com os necessários freios que o realismo impõe, raramente me deixo abater pelo desalento. Confesso que hoje, no entanto, quase desanimei: que dizer, que recado dar diante (valham-me os clássicos) de tanto horror perante os céus?
Na procura de alento, pensei em escrever sobre situações de outros países. Passei o Carnaval em Cuba, país que visitava pela terceira vez: a primeira, na década de 1980, quando era senador. Fui jurado em um prêmio Casa de las Américas. Voltei à Ilha como Presidente da República. Vi menos do povo e dos costumes do que na vez anterior: o circuito oficial é bom para conhecer outras realidades, não as da sociedade. Agora visitei Cuba como cidadão comum, sem seguranças, nem salamaleques oficiais. Fui para descansar e para admirar Havana, antes que o novo momento econômico de relações com os Estado Unidos a modifiquem muito.
Não fui, portanto, para avaliar a situação política (sequer possível em sete dias) nem para me espantar com o já sabido, de bom e de mau, que lá existe. Não caberia, portanto, regressar e fazer críticas ao que não olhei com maior profundidade. Os únicos contatos mais formais que tive foram com Roberto Retamar (poeta e diretor da referida Casa de las Américas), com o jornalista Ciro Bianchi e com o conhecido romancista Leonardo Padura. Seu livro El Hombre que amaba los perros — sobre a perseguição a Trotski em seu exílio da União Soviética — é uma admirável novela histórica. Rigorosa nos detalhes, aguda nas críticas, pode ser lida como um livro policial, especialidade do autor, que, no caso, reconstitui as desventuras do líder revolucionário e o monstruoso assassinato feito a mando de Stálin.
Jantei com os três cubanos e suas companheiras. Por que ressalto o fato, de resto trivial? Porque embora ocupando posições distintas no espectro político da Ilha mantiveram uma conversa cordial sobre os temas políticos e sociais que iam surgindo. A diversidade de posições políticas não tornava o diálogo impossível. Eles próprios não se classificavam, suponho, em termos de “nós” e “eles”, os bons e os maus. Por outra parte, ainda que o cotidiano dos cubanos seja de restrições econômicas que limitam as possibilidades de bem-estar, com todos os populares com quem conversei, senti esperanças de que no futuro estariam melhores: o fim eventual do embargo, o fluxo de turistas, a liberdade maior de ir e vir, as remessas aumentadas de dinheiro dos cubanos da diáspora, tudo isso criou um horizonte mais desanuviado.
É certo que nem em todos os contatos mais recentes que tive com pessoas de nossa região senti o mesmo ânimo. Antes de viajar recebi a ligação telefônica da mãe de Leopoldo Lopes, oposicionista venezuelano que cumpriu um ano de cadeia no dia 18 de fevereiro. Ponderada e firme, a senhora me pediu que os brasileiros façamos algo para evitar a continuidade do arbítrio. Ainda mantém esperanças de que, ademais dos protestos no Congresso e na mídia, alguém do governo entenda nosso papel histórico e grite pela liberdade e pela democracia.
Esta semana foi a vez de Henrique Capriles me telefonar para pedir solidariedade diante de novos atos de arbítrio e truculência em seu país: o prefeito Antonio Ledezma, eleito ao governo do Distrito Metropolitano de Caracas pelo voto popular,havia sido preso dias antes em pleno exercício de suas funções. Não bastasse, em seguida houve a invasão de vários diretórios de um partido oposicionista. Note-se, como me disse Capriles, que Ledezma não é um político exaltado, que faz propostas tresloucadas: ele, como muitos, deseja apenas manter viva a chama democrática e mudar pela pressão popular, não pelas armas, o nefasto governo de Nicolás Maduro. Esperamos todos que o desrespeito aos direitos humanos provoque reações de repúdio ao que acontece na Venezuela.

Até mesmo os colombianos, depois de meio século de luta armada, vão construindo veredas para a pacificação. As FARC e o governo vêm há meses, lenta, penosa mas esperançadamente abrindo frestas por onde possa passar um futuro melhor. Amanhã, segunda-feira, 2 de março, o presidente Santos e outras personalidades, entre as quais Felipe González, estarão reunidos em Madri num encontro promovido por EL PAÍS (ao qual não comparecerei por motivos de força maior) para reafirmar a fé na paz colombiana.
Enquanto isso, nós que estamos longe de sofrer as restrições econômicas que maltratam o povo cubano ou os arbítrios de poder que machucam os venezuelanos, eles também submetidos à escassez de muitos produtos e serviços, nos afogamos em copo d’água.
Por que isso, diante de uma situação infinitamente menos complexa? Por que Lula, em lugar de se erguer ao patamar que a história requer, insiste em esbravejar, como fez ao final de fevereiro, dizendo que colocará nas ruas as hostes do MST (pior, ele falou nos “exércitos”...) para defender o que ninguém ataca, a democracia e — incrível — para salvar a Petrobras de uma privatização que tucano algum deseja? Por que a presidente Dilma deu-se ao ridículo de fazer declarações atribuindo a mim a culpa do Petrolão? Não sabem ambos que quem está arruinando a Petrobras (espero que passageiramente) é o PT que, no afã de manter o poder, criou tubulações entre os cofres da estatal e sua tesouraria? Será que a lógica do marquetismo eleitoral continuará a guiar os passos da Presidente e de seu partido? Não percebem que a situação nacional requer novos consensos, que não significam adesão ao governo, mas viabilidade para o Brasil não perder suas oportunidades históricas?

Confesso que tenho dúvidas se o sentimento nacional, o interesse popular, serão suficientes para dar maior têmpera e grandeza a tais líderes, mesmo diante das circunstâncias potencialmente dramáticas das quais nos aproximamos. Num momento que exigiria grandeza, o que se vê é a miséria da política. 

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

A "primavera" de Delfim Netto.

ANTONIO DELFIM NETTO, como sempre, recentemente na FOLHA DE S. PAULO, compartilha a sua visão do mundo econômico e político brasileiro, com a experiência de quem realmente conhece todos os lados da moeda e sinaliza o que pode realmente vir por aí. Pelo menos nos próximos dois anos, a situação não estará fácil.    
Uma ótima leitura para os meus quase dois (milhões de) fiéis leitores.    

Quem foi premiado com uma longa experiência pública com o setor privado (financeiro e real) sabe 1º) que, para o empresário, o nível de volatilidade do seu humor é proporcional à perspectiva de flutuação da sua conta bancária, o que o torna um curto-prazista e 2º) que a inquietação que ataca os trabalhadores é a perspectiva de aumento do nível de desemprego.
As dificuldades de manter a coesão de suas famílias e sua integração na empresa, a ausência de reservas de poupança, o nível de seu endividamento e a precariedade do auxílio ao desemprego explicam a angústia por resultados imediatos, o que os torna, também, curto-prazistas.
Esses fatos explicam por que o "ajuste", mesmo quando sabidamente indispensável para que num prazo mais longo se recupere o aumento da taxa de crescimento do PIB e a continuidade da inclusão social, é frequentemente retardado e sempre sujeito às vicissitudes do período eleitoral.
É porque o seu sucesso depende essencialmente da arte política de convencer a sociedade que o "ajuste" será o mais inteligente possível (minimiza os seus custos econômicos e sociais) e o mais equânime (distribui os custos proporcionalmente a quem pode e deve pagá-los) para maximizar a sua moralidade.
Como é absolutamente evidente, as condições necessárias para que o "ajuste" seja bem-sucedido são a credibilidade e "convicção" do poder incumbente, a qualidade do programa e a reconhecida competência dos encarregados de sua execução. Não há condição suficiente para garantir o seu sucesso, a não ser, talvez, a sorte...
Por maiores e mais preconceituosas que sejam as desconfianças de parte da sociedade em relação à presidente Dilma, é preciso reconhecer a sua coragem. Diante das dificuldades de 2011-2014, ela escolheu uma nova política econômica e chamou os ministros Joaquim Levy, Nelson Barbosa, Armando Monteiro e Kátia Abreu para executá-la.
Trata-se de um programa razoável dentro das limitações políticas vigentes, que, sem diminuir a ênfase na igualdade de oportunidades, apresenta um caminho realista para nos aproximar da administração "normal" dos países mais bem-sucedidos.
Mas ele não será percorrido em menos de dois anos.

Se a sociedade não for convencida politicamente dos benefícios da troca de algum sacrifício no curto prazo pelas condições de crescimento mais robusto e equilibrado no futuro e não tiver a paciência de esperar os seus frutos, o curto-prazismo acabará prevalecendo. E, quando a primavera chegar, em setembro, se eu conheço os empresários e os trabalhadores, nós os veremos pedindo a troca do programa e dos ministros...

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Uma aula de economia com Ilan Goldfajn.

Li recentemente no site do Banco ITAÚ uma excelente entrevista com o Ilan Goldfajn, economista-chefe do Itaú Unibanco. A matéria é extremamente rica e importante para a leitura e avaliação dos colegas, bem como para entendermos o que acontece e pode acontecer com a economia brasileira.

Boa leitura aos meus dois (milhões de) ainda fiéis leitores.

O risco cada vez mais iminente da adoção de racionamento de energia e a crise na Petrobras podem levar o Brasil a registrar retração de 1% do PIB em 2015, prevê Ilan Goldfajn, economista-chefe do Itaú Unibanco. Para Goldfajn, que foi diretor de Política Econômica do BC (2000-2003) e economista do FMI (1996-1999), o país vive uma "turbulência perfeita" com uma série de notícias negativas que mantém os índices de confiança baixos e dificultam a retomada dos investimentos. A seguir, os principais trechos da entrevista.

Valor: Qual a perspectiva para o crescimento do PIB neste ano?
Ilan Goldfajn: Basicamente o que estamos observando é uma conjunção de fatores que devem levar a um crescimento negativo (recessão) neste ano. Dos fatores importantes para essa desaceleração, o primeiro é que os índices de confiança estão muito baixos, não estamos vendo uma retomada do investimento. Tínhamos a esperança que, na medida em que se tem o começo do segundo mandato, o investimento pudesse retomar, mas isso não aconteceu. Isso tem a ver também com a questão da Petrobras, com os problemas políticos que dificultam ter uma visão mais clara sobre o que vem pela frente. Além disso, há impactos diretos de algumas variáveis, por exemplo, no setor de petróleo devemos ter menos investimentos. Os setores de construção e infraestrutura provavelmente terão algum impacto de menor produção também, nem que seja na reorganização de novos projetos, que vão demorar para começar. Considerando esses fatores, revisamos a projeção para o PIB de 0% para - 0,5%. Mas não para por aí, temos o risco de racionamento de energia elétrica e de água [no Estado de São Paulo]. O racionamento de energia elétrica tem impacto no PIB, o de água é mais difícil de calcular. Mas fazendo a nossa melhor estimativa, se for decretado racionamento de energia, pode ter uma queda de mais 0,5% do PIB, levando a uma retração de 1% em 2015. É um começo do que, até brinco, seria uma turbulência perfeita. São os riscos se materializando.

Valor: Qual o impacto da crise da Petrobras e da Operação Lava-Jato para o PIB e para o resultado fiscal?
Goldfajn: A Petrobras é a maior empresa do setor de petróleo. De forma geral no setor, estimamos queda de 20% nos investimentos e de 15% na produção. Já do lado fiscal, o impacto tem de ser calculado. Você produz menos, tem menos dividendos, menos royalties.

Valor: A troca de comando na Petrobras será suficiente para retomar a credibilidade junto aos investidores?
Goldfajn: Para ter aumento de confiança, tem de ter confiança em tudo. A questão dos escândalos, das dúvidas, dos problemas legais afetam o investimento. Temos de levar em consideração que os processos legais, que são feitos de forma institucional, reforçam a democracia, as instituições e, lá na frente, podem contribuir para um país mais forte. No caso, não é uma questão só de substituição de nomes, mas de mostrar que de fato há uma mudança na gestão, que a empresa começa a dar a volta por cima e isso é relevante.

Valor: O governo conseguirá entregar a meta de superávit primário de 1,2% do PIB neste ano?
Goldfajn: Há um desafio extra. Quando a meta para este ano foi anunciada, o déficit esperado para o ano passado era perto de 0%. Nós tínhamos 0,2% do PIB. O resultado do ano passado foi negativo em 0,6%, ou seja, estamos falando de uma diferença de 0,8%. Para uma mesma meta de 1,2%, você precisava fazer 1% de ajuste e agora precisa fazer 1,8%. É um desafio grande. Agora, eu vejo a equipe econômica comprometida em atingir a meta, comprometida em reduzir o déficit primário para um superávit primário, em reduzir o déficit nominal que foi 6,3%, um dos maiores do mundo no ano passado, preocupada com a dinâmica da dívida bruta e em levá-la para baixo. A minha expectativa é que venham mais medidas. O governo vai cortar despesa corrente, investimento, aumentar tributos, tudo isso que já está aí, na esperança de lá na frente retomar o crescimento.

Valor: Há a possibilidade de retomar o crescimento em 2016?
Goldfajn: Acho que 2016 ainda está no jogo. Prevemos que o PIB pode crescer em torno de 1%, se o governo conseguir a retomada. Mas tem que ter todo mundo comprometido e outras medidas, como reformas, melhorar a produtividade, reduzir o custo de se fazer negócios, ou seja, a retomada da credibilidade fiscal é importantíssima, mas para crescer em 2016 é preciso mais do que isso.

Valor: Qual o cenário para inflação neste ano? O BC conseguirá alcançar o objetivo de levar a inflação para perto do centro da meta em 2016?
Goldfajn: Acho que este ano, com um aumento dos preços administrados acima de 10%, vai ser difícil ficar com inflação abaixo do teto da meta de 6,5%, nossa projeção é de 7,1%. Mas uma parte dessa expectativa tem a ver com o aumento de 30% a 40% de energia elétrica. Esse aumento já reflete a escassez de energia. Por outro lado, quando você olha os preços livres, os preços de serviços, eles já estão começando a ir na direção correta, ou seja, já começa a se imaginar que a partir de 2016 a inflação começa a convergir. Estamos prevendo inflação abaixo de 5,5% para 2016, porque hoje há uma demanda muito menor, uma economia crescendo abaixo do potencial, um cenário internacional desinflacionário, com quase todos os bancos centrais reduzindo juros, estimulando a economia através de programas de quantitative easing [afrouxamento monetário] como o do Banco Central Europeu. No entanto, temos uma corcova dos preços administrados. Hoje estamos pagando pela política de congelamento de preços que se adotou nos últimos anos. Desta forma, nosso cenário é de elevação final de 0,25 ponto percentual da taxa básica de juros na próxima reunião do Comitê de Política Monetária [Copom], levando a taxa Selic para 12,50%.

Valor: Na semana passada foi anunciada a mudança na diretoria do BC, com saída do diretor de Política Econômica, Carlos Hamilton, e a indicação de um executivo de mercado, Tony Volpon. O que esperar da nova diretoria?
Goldfajn: As decisões vão continuar sendo tomadas por um comitê, a mudança de um outro membro não tem essa força toda, para mudar completamente a forma de pensar. Quem está ocupando a diretoria de Política Econômica é alguém que já estava lá [Luiz Awazu Pereira da Silva], a diretoria tem dois novos membros, acho que são bem-vindos. Voltar a ter um membro que vem do mercado é bem-vindo, mas não vejo nem melhor nem pior que um membro bom dos quadros do BC. O Carlos Hamilton foi um diretor muito bom. Ele não se furtou a contribuir, sempre estava disposto a ter um diálogo aberto com todas as frentes da sociedade. Tenho certeza que foi um colega que sempre contribuiu com o resto dos membros e também não se furtou a discordar quando foi necessário, e essa característica é interessante manter.

Valor: O sr. esteve em Davos, no Fórum Econômico. Qual a avaliação da percepção dos investidores estrangeiros em relação ao Brasil?
Goldfajn: A minha impressão é que a recepção à equipe econômica foi muito boa, o discurso foi muito bom, abriu-se espaço para a volta da confiança. Agora, logo depois de Davos tivemos vários choques aqui, a tempestade perfeita, desde racionamento, à questão da Lava-Jato, do déficit [fiscal]. Então, há uma confiança maior na equipe econômica e há a percepção de mais dificuldade com respeito à realidade. Agora, um fator que todos nos perguntaram é o apoio do conjunto do governo a essas medidas [fiscais], não só da equipe econômica, mas do resto dos ministros, presidente, dos partidos de coalização. E isso é relevante para confiança. A aprovação das medidas no Congresso vai ser muito importante como primeiro sinal.

Valor: Como o sr. avalia o risco de um rebaixamento do rating do Brasil após o anúncio das medidas fiscais?
Goldfajn: Eu diria que assim que foram anunciadas a meta e as medidas fiscais, as agências de classificação de risco ficaram mais relaxadas. Começou o ano, os números piores do ano passado vieram e acendeu o alerta de volta. Na medida em que começa a ficar difícil atingir a meta, porque no ano passado foi a festa fiscal, faz com que mesmo com todos os esforços fique alguma dúvida sobre a capacidade de atingir [a meta], e, portanto, dúvida com relação às agências.

Valor: Na semana passada, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, trouxe dúvidas sobre a continuação das atuações do BC no câmbio. Há espaço para reduzir as intervenções?

Goldfajn: Eu entendo que no discurso em novembro, quando a equipe econômica foi anunciada, eles deixaram claro que o estoque de proteção cambial, os famosos swaps e o hedge que estava sendo vendido, em torno de US$ 100 bilhões é um tamanho adequado, e, portanto, isso significa que não vai aumentar esse estoque muito mais, mas também não vai reduzi-lo de forma acentuada. Acho que o mercado pode ter a tranquilidade que algum estoque de proteção vai se manter, mas também de que esse estoque não é infinito, que possa comprometer as finanças do BC e do resto do setor público. Você pode manter o estoque rolando 100%, ou rolando 80% e com um programa pequeno, mas a intenção de manter o estoque me parece parte relevante da política cambial. De qualquer forma, não imagino o real se apreciando muito mais ao longo do tempo. Acho que ele deve fechar o ano em R$ 2,90, caminhando mais ou menos com a inflação.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Oscars 2015: the full list of winners.

Best supporting actor

WINNER: JK Simmons for Whiplash
Robert Duvall for The Judge
Ethan Hawke for Boyhood
Edward Norton for Birdman
Mark Ruffalo for Foxcatcher

Achievement in costume design

WINNER: The Grand Budapest Hotel – Milena Canonero
Inherent Vice – Mark Bridges
Into the Woods – Colleen Atwood
Maleficent – Anna B Sheppard
Mr Turner – Jacqueline Durran

Achievement in makeup and hairstyling

WINNER: The Grand Budapest Hotel – Frances Hannon, Mark CoulierFoxcatcher – Bill Corso, Dennis Liddiard
Guardians of the Galaxy – Elizabeth Yianni-Georgiou, David White

Best foreign-language film

WINNER: Ida – Paweł Pawlikowski
Tangerines – Zaza Urushadze
Leviathan – Andrey Zvyagintsev
Wild Tales – Damián Szifrón
Timbuktu – Abderrahmane Sissako

Best live-action short film

WINNER: The Phone Call – Mat Kirkby, James Lucas
Aya – Oded Binnun, Mihal Brezis
Boogaloo and Graham – Michael Lennox, Ronan Blaney
Butter Lamp – Wei Hu, Julien Féret
Parvaneh – Talkhon Hamzavi, Stefan Eichenberger

Best documentary short subject

WINNER: Crisis Hotline: Veterans Press 1 – Ellen Goosenberg Kent, Dana Perry
Joanna – Aneta Kopacz
Our Curse – Tomasz Sliwinski, Maciej Slesicki
The Reaper – Gabriel Serra
White Earth – Christian Jensen

Achievement in sound mixing

WINNER: Whiplash – Craig Mann, Ben Wilkins, Thomas Curley
American Sniper – John T Reitz, Gregg Rudloff, Walt Martin
Birdman – Jon Taylor, Frank A. Montaño, Thomas Varga
Interstellar – Gary Rizzo, Gregg Landaker, Mark Weingarten
Unbroken – Jon Taylor, Frank A. Montaño, David Lee

Achievement in sound editing

WINNER: American Sniper – Alan Robert Murray, Bub Asman
Birdman – Aaron Glascock, Martín Hernández
The Hobbit: The Battle of the Five Armies – Brent Burge, Jason Canovas
Interstellar – Richard King
Unbroken – Becky Sullivan, Andrew DeCristofaro

Best supporting actress


Winner for Best Supporting Actress  ...Patricia Arquette!
 Patricia Arquette wins best supporting actress. Photograph: ROBYN BECK/AFP/Getty Images

WINNER: Patricia Arquette for Boyhood
Laura Dern for Wild
Keira Knightley for The Imitation Game
Emma Stone for Birdman
Meryl Streep for Into the Woods

Achievement in visual effects


Best animated short film
WINNER: Interstellar – Paul J Franklin, Andrew Lockley, Ian Hunter, Scott R Fisher
Captain America: The Winter Soldier – Dan Deleeuw, Russell Earl, Bryan Grill, Daniel Sudick
Dawn of the Planet of the Apes – Joe Letteri, Dan Lemmon, Daniel Barrett, Erik Winquist
Guardians of the Galaxy – Stephane Ceretti, Nicolas Aithadi, Jonathan Fawkner, Paul Corbould
X-Men: Days of Future Past – Richard Stammers, Lou Pecora, Tim Crosbie, Cameron Waldbauer
WINNER: Feast – Patrick Osborne, Kristina ReedThe Bigger Picture – Daisy Jacobs, Chris Hees
The Dam Keeper – Robert Kondo, Daisuke “Dice” Tsutsumi
Me and My Moulton – Torill Kove
A Single Life – Joris Oprins

Best animated feature film

WINNER: Big Hero 6The Boxtrolls
How to Train Your Dragon 2
Song of the Sea
The Tale of the Princess Kaguya

Best production design

WINNER: The Grand Budapest Hotel: Adam Stockhausen, Anna Pinnock
The Imitation Game: Maria Djurkovic, Tatiana Macdonald
Interstellar: Nathan Crowley, Gary Fettis
Into the Woods: Dennis Gassner, Anna Pinnock
Mr Turner: Suzie Davies, Charlotte Watts

Achievement in cinematography

WINNER: Birdman: Emmanuel Lubezki
The Grand Budapest Hotel: Robert D Yeoman
Ida: Lukasz Zal, Ryszard Lenczewski
Mr Turner: Dick Pope
Unbroken: Roger Deakins

Achievement in film editing

WINNER: Whiplash – Tom Cross
Boyhood – Sandra Adair
The Imitation Game – William Goldenberg
The Grand Budapest Hotel – Barney Pilling
American Sniper – Joel Cox, Gary Roach

Best documentary feature


Laura Poitras, second left, accepts her award for Citizenfour.
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 Laura Poitras, second left, accepts her award for Citizenfour. Photograph: Kevin Winter/Getty Images

WINNER: Citizenfour – Laura Poitras, Mathilde Bonnefoy, Dirk Wilutzky
Finding Vivian Maier – John Maloof, Charlie Siskel
Last Days in Vietnam – Rory Kennedy, Keven McAlester
The Salt of the Earth – Wim Wenders, Juliano Ribeiro Salgado, David Rosier
Virunga – Orlando von Einsiedel, Joanna Natasegara

Best original song

WINNER: Glory from Selma – Lonnie Lynn (Common), John Stephens (John Legend)
The Lego Movie – Shawn Patterson (Everything Is Awesome)
Beyond the Lights – Diane Warren (Grateful)
Glen Campbell: I’ll Be Me – Glen Campbell, Julian Raymond (I’m Not Gonna Miss You)
Begin Again – Gregg Alexander, Danielle Brisebois (Lost Stars)

Best original score

WINNER: Alexandre Desplat – The Grand Budapest Hotel
Alexandre Desplat – The Imitation Game
Hans Zimmer – Interstellar
Jóhann Jóhannsson– The Theory of Everything
Gary Yershon – Mr Turner

Original screenplay

WINNER: Alejandro González Iñárritu, Nicolás Giacobone, Alexander Dinelaris, Armando Bo – Birdman
Richard Linklater – Boyhood
E Max Frye, Dan Futterman – Foxcatcher
Wes Anderson, Hugo Guinness – The Grand Budapest Hotel
Dan Gilroy – Nightcrawler

Adapted screenplay

WINNER: Graham Moore – The Imitation Game
Jason Hall – American Sniper
Paul Thomas Anderson – Inherent Vice
Anthony McCarten – The Theory of Everything
Damien Chazelle – Whiplash

Best director

WINNER: Alejandro González Iñárritu for Birdman
Richard Linklater for Boyhood
Bennett Miller for Foxcatcher
Wes Anderson for The Grand Budapest Hotel
Morten Tyldum for The Imitation Game

Best actor


Eddie Redmayne
 Eddie Redmayne with his best actor Oscar Photograph: Chris Pizzello/Invision

WINNER: Eddie Redmayne for The Theory of Everything
Steve Carell for Foxcatcher
Benedict Cumberbatch for The Imitation Game
Bradley Cooper for American Sniper
Michael Keaton for Birdman

Best actress

WINNER: Julianne Moore for Still Alice
Marion Cotillard for Two Days, One Night
Felicity Jones for The Theory of Everything
Rosamund Pike for Gone Girl
Reese Witherspoon for Wild

Best picture

WINNER: Birdman
American Sniper
Boyhood
The Imitation Game
The Grand Budapest Hotel
Selma
The Theory of Everything
Whiplash

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

O Fim do Poder - Moisés Naím em exemplo real.


Para quem busca manter o poder a qualquer custo, lendo recentemente “O Fim do Poder”, o último livro do Moisés Naím lançado no Brasil, ele cita que as estatísticas e estudos mostram claramente que os executivos têm cada vez menor estabilidade em seus cargos.

E isso fica muito claro com a saída do Don Thompson,  CEO do McDonald’s: a decisão foi anunciada depois de a empresa divulgar uma queda de 2,4% na receita em 2014.


Enquanto isso no Brasil...

The Economist - 29/01/2015


domingo, 18 de janeiro de 2015

Delfim Netto: O perigo.

Recentemente li na FOLHA um novo artigo do mestre Delfim Netto. 

Depois de um extraordinário e justificado entusiasmo nacional por termos reencontrado o caminho da construção de uma sociedade "civilizada": 1) com o "milagre" da Constituição de 1988; 2) com o movimento de reequilíbrio geral iniciado, mas nunca terminado, pelo Plano Real de 1994/95 e, afinal 3) com a aceleração da inclusão social a partir de 2003 apoiada por um fantástico e passageiro donativo externo, terminamos 2010 com brilhante superação da maior crise econômica e social que o mundo conheceu depois da Segunda Guerra Mundial.

Com essa história, Dilma Rousseff elegeu-se com relativa facilidade. Os estresses internos estavam escondidos pela velocidade do crescimento e a condição externa estava mudando, o que exigiu um forte ajuste em 2011. O seu primeiro mandato foi testemunha do primeiro grito de desconforto da sociedade brasileira nos últimos 30 anos, e a sua reeleição marcada por um embate político de rara agressividade.

Nossa situação econômica é certamente delicada, mas claramente superável. O fenômeno mais grave que estamos vivendo, entretanto, é a generalização da recusa à política que está se apropriando de boa parte da juventude brasileira.

Sem perceber, ela tem sido vítima da mais incompetente história "engajada" ensinada há décadas nas escolas de todo nível (da base às universidades), sob os auspícios do MEC e de sindicatos de funcionários públicos que se acreditam "professores".

Com raras exceções, não aprenderam nada, nem da história pátria, nem da universal. Continuam comparando o socialismo "ideal" com o capitalismo "real", esquecendo o socialismo "real". Continuam ensinando que a "verdadeira" democracia é o sistema em que a "maioria" decide que a "minoria" não tem outro direito que não o de obedecer-lhes. É a matriz do pensamento autoritário que infecciona a sociedade e que sempre terminará numa "verdadeira" democracia de direita que dura 20 anos, ou numa "verdadeira" democracia de esquerda, em geral mais competente, que costuma durar pelo menos 70...

Quando a maioria da sociedade empodera pelo sufrágio universal um governo para atender a todas as suas vontades, o mais provável é que (inclusive a minoria que se negou a fazê-lo) vai entregar-lhe tudo, a começar por sua liberdade. Disso já sabiam os "founding fathers" da nação americana que construíram, na sua Constituição os mais altos obstáculos ao autoritarismo, sob o controle de um Supremo Tribunal, cuja função básica é garantir os inalienáveis direitos das minorias.


Os fatos dão razão à História: quem a ignora --que é o caso das nossas "direita" boçalizada e "esquerda" imbecilizada-- está mesmo destinado a repeti-la.

sábado, 3 de janeiro de 2015

Daria para voltar a crescer ainda em 2015, mas...

Carlos Pio foi na Universidade de Brasília meu professor e orientador, além de ser um brilhante intelectual. Após longos meses retorna ao Brasil agora em pleno Dilma II. Recentemente publicou no Correio Braziliense a sua visão da atual situação econômica e política brasileira. Crítico severo da então política econômica de Dilma I, mantém um otimismo que esperamos ser realizado a partir de 2015. 

O PT ganhou a eleição presidencial, mas um economista ortodoxo vai mandar na economia. Essa parece ser a conclusão após a nomeação de Joaquim Levy para a Fazenda. Ph.D. em economia por Chicago, a mais ortodoxa escola do planeta, Levy trabalhou para o FMI, para FHC e, sob o comando de Palocci, para Lula. 

Espera-se dele que reverta o arremedo de política macroeconômica legado por Guido Mantega. Solução de mediocridade para o "escândalo do caseiro", que derrubara Palocci, Mantega foi ficando no cargo porque interessou tanto a Lula - que usava seu nome para amainar o esquerdismo anacrônico do PT - quanto a Dilma, que com ele na cadeira de ministro tocava, no grito, uma política econômica dita desenvolvimentista. 

Diga-se de passagem que, no Brasil, desenvolvimentismo sempre significou a submissão completa dos cidadãos mais pobres aos caprichos da ineficiente indústria paulista. Dilma, Mantega, Belchior e Pimentel montaram o pior time econômico de que se tem notícia desde a redemocratização e propagaram uma visão de mundo campineira, contra a qual, bem ou mal, se remava desde a abertura comercial de 1990. Escolhidos a dedo, nenhum dos assessores de primeiro ou segundo escalão tinha currículo acadêmico ou experiência profissional capaz de fazer sombra às parcas credenciais da presidente. 

A cabeça de Mantega foi pedida por todos os que viam nele um medíocre fanfarrão. No entanto, além de aplacar a fome de poder da governanta, sua permanência por longos 9 anos servia para sinalizar ao mercado que Dilma só faz o que quer. Tanto foi assim que, na sequência ao anúncio de Joaquim Levy para comandar a Fazenda, Gilberto Carvalho proclamou: "Quem governa é a presidenta (sic!), não é o ministro. Ministro não tem autonomia para fazer uma política própria, ele faz uma política dirigida pela presidenta, discutida com a presidenta e, ao fim, resolvida pela presidenta (sic! sic! sic!)". 

A obviedade da advertência não é senão a tentativa da cúpula do PT de se mostrar altiva e soberana na hora em que, literalmente, entrega as chaves do cofre ao velho adversário. Mesmo que todos saibamos que Dilma se sujeitou à necessidade de dar qualidade à política econômica, não podemos entender no gesto da presidente o abandono nem do estilo gerentona nem do ranço estatista e dirigista que ela própria imprimiu ao seu primeiro mandato. Dilma se considera uma "economista com perfil tecnocrático" - e não importa que não disponha de diploma ou realizações para darem respaldo à fantasia. 

Mas nem tudo está perdido. Pela primeira vez desde que Henrique Meirelles deixou o Banco Central em 2009, a economia será governada por alguém que, gozando de impecável reputação profissional, não se sujeitará a interferências políticas infundadas, mesmo quando provenientes da mais alta autoridade da República. Ungido ao topo da administração exclusivamente pela reputação como gestor competente e de ideias sensatas, Levy não afagará nem acomodará as diatribes da presidente. 

Seu foco deverá ser nos resultados que pretende impingir às estatísticas econômicas nuas e cruas: inflação declinante e crescimento ascendente; superavit primário crescente; queda nas taxas de risco país e de juros futuros; manutenção do grau de investimento; restabelecimento do equilíbrio nas transações correntes; retomada do investimento privado e da confiança do consumidor. 

O que se espera do ministro é apenas que seja capaz de desbastar o matagal de medidas inconsequentes implementadas por Mantega desde que passou a dividir a gestão da economia com a presidente. O que vai determinar se esses objetivos serão ou não obtidos é a capacidade de Levy para manter Dilma longe da economia. 

Infelizmente, de Levy não se espera que promova uma guinada de 180º na estratégia econômica do país, algo essencial para inaugurar uma rota de crescimento vigoroso e sustentável que poderia ter início já em 2015. Afinal, isso requereria diversas reformas que Dilma e o PT jamais avalizariam. 

Cabe destacar: ambiciosa abertura comercial, gradual e unilateral; transformação do Mercosul em mera área de livre comércio; desmonte imediato do balcão de concessão de privilégios em que se transformou o BNDES e sua transformação num financiador da produtividade do trabalhador; desregulamentação da economia, especialmente a simplificação tributária e o fim das isenções concedidas a setores específicos; gradual eliminação de toda e qualquer restrição à compra, venda, depósito bancário e poupança em moeda estrangeira

Sem reformas desse calibre, as empresas e os trabalhadores brasileiros seguirão ineficientes e pouco integrados à economia global. E seguiremos crescendo menos do que quase todo o mundo. 


CARLOS PIO - Professor de Economia Política Internacional da Universidade de Brasília-UnB http://carlospio.wordpress.com

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Brasil: cenário econômico para 2014/2015.

O cenário macroeconômico brasileiro para encerrar o ano de 2014 sinaliza um ambiente de crescimento tendendo a zero e com a inflação acima da meta.

Enquanto os Estados Unidos estimam para 2014 um PIB de 2,3% e a Zona do Euro média de 1,4%, para o Brasil, com muito otimismo, projetamos algo em torno de 0,3%. Destaque-se que a inflação americana e na Zona do Euro é bem menor que a brasileira, estimada em 6,5%.

Em dezembro ocorreu a última reunião do Copom que, na ocasião, elevou a Taxa Selic para 11,75%. Pelos comentários das autoridades monetárias, é provável que o aumento na taxa de juros perdure pelo menos para o primeiro trimestre de 2015. Lembrando que a Taxa de Juros de Longo Prazo, a TJLT, também em dezembro subiu de 5,0% para 5,5%.

Quanto à balança comercial, desde setembro/2001 não se verificava um resultado tão ruim para um ano, o que faz com que 2014 se encerre com um déficit comercial de US$ 4,7 bilhões, algo como 0,2% do PIB.

E a máquina estatal continua sua disparada de gastos, donde de um superávit de R$ 80,9 bilhões em 2013, até novembro 2014 já alcançava um déficit primário de R$ 19,6 bilhões.

Com os Estados Unidos em expectativa para um breve aumento da taxa de juros, no Brasil o dólar continuará sua trajetória de elevação, tendo fechado o mercado em 30/12/2014 no valor de R$/US$ 2,80.

Esperamos que a nova equipe econômica liderada pelo Ministro Joaquim Levy consiga manter em Brasília força política suficiente que resulte em 2015 em indicadores realmente compatíveis para um Brasil em crescimento e desenvolvimento.               

A importância de debater o PIB nas eleições 2022.

Desde o início deste 2022 percebemos um ano complicado tanto na área econômica como na política. Temos um ano com eleições para presidente, ...