sábado, 11 de julho de 2009

FHC E OS 15 ANOS DO PLANO REAL

Somente quem viveu e conviveu com hiperinflação reconhece os méritos do PLANO REAL e como não devemos acordar o dragão da inflação. Ele não morreu. Está apenas dormindo um sono profundo, mas que pode acordar dependendo de um grito ou de um gasto desnecessário. Para comemorar estes 15 anos de REAL, nada como um texto do nosso Fernando Henrique Cardoso, o próprio FHC, direto do jornal O Estado de São Paulo. A visão de FHC é correta: precisamos ver além de hoje.
O pós-Real

Fernando Henrique Cardoso

Por mais que o governo atual se tenha omitido em rememorar os 15 anos do Real e que o temor da inflação esteja distante do cotidiano das pessoas, muita gente escreveu nas páginas econômicas dos jornais sobre o significado do controle da inflação desde os "longínquos" tempos de 1994. Não cabe, portanto, voltar ao tema.

Desejo chamar a atenção para conquistas que ainda não fizemos ou para as que não me parecem asseguradas. Os progressos na construção de um país mais estável e melhor - depois do cataclismo inflacionário do final dos anos 70 ao início dos 90 - começaram antes de 1994. A organização do Tesouro Nacional, o fim do orçamento monetário, a abertura comercial, a renegociação da dívida externa em outubro de 1993 e o início da renegociação das dívidas dos Estados e municípios foram passos prévios indispensáveis à estabilização. Da mesma forma como foi importante o saneamento financeiro que levou ao fechamento de cerca de cem bancos sob as regras do Proer e do Proes, na época tão vilipendiados por setores da esquerda e da direita que tinham olhares antiquados. A redemocratização do Brasil deu o marco de referência no qual esses processos ocorreram. As modificações foram feitas às claras, com muita luta no Congresso e nos tribunais, sem "tapetão".
Até que ponto a estabilidade está garantida? Depende: se o tripé da política econômica (metas de inflação, câmbio flutuante e Lei de Responsabilidade Fiscal) for mantido e levado adiante com consistência, pouco haverá a temer. Mas isso ocorrerá? Pelo que se vê nos últimos meses, há riscos: gastos crescentes, sobretudo onerando a folha de pagamentos, com arrecadação cadente, são sinais inquietantes. Eles não são inquietantes em si mesmos, pois bem poderiam ser justificados, como quer o governo, pelo momento difícil da economia. Então, por que a dúvida?
A dúvida decorre da falta de modificações comportamentais, que não dependem só do governo, mas para as quais a ação pública tem efeito catalisador. Voltou a se instaurar no Brasil um certo desdém quanto à gravidade de "pequenos" desvios que, pouco a pouco, podem tornar-se uma avalanche. Isso não ocorre só na economia. Nela, a aceitação pela opinião pública de um "pequeno" aumento dos gastos com pessoal, por exemplo, embora postergável, apoia-se na ideia de que "é preciso dar emprego", ou de que "sem um governo com mais funcionários como atender às necessidades sociais do País?" Em si, os comentários seriam justificáveis. Porém a reiteração de práticas fiscais menos rigorosas, e não só no caso de pessoal, mas também de facilidades na concessão de subsídios a empresas, debilita a higidez de um sistema público que nunca foi muito controlado.
Dito assim, de forma quase banal, pode parecer que faço tempestade em copo d?água. Por trás dos exemplos triviais, entretanto, está a verdadeira preocupação: a paralisia do espírito reformista, a leniência com a corrupção, a inversão na relação entre "baixo" e "alto" clero no Congresso - ou mesmo a sua identidade em práticas condenáveis - estão a indicar que a velha cultura corporativista-clientelista está estrangulando o impulso de modernização que se fez sentir com mais força a partir da implantação do Real. Hoje prevalece uma política de concessões continuadas, que agrada aos beneficiários, sejam eles pobres ou ricos, sendo facilmente assimilada e aplaudida. Temo que o pós-Real, tal como está sendo vivido, encubra uma volta ao passado, em vez de ser um passo adiante na modernização do País.
Mesmo noutro aspecto, crucial para a consolidação dos ganhos do Real, o da política de desenvolvimento econômico, há sinais inquietantes. Sempre foi aspiração nacional ver o crescimento sustentável da economia. Posso dizer o quanto me decepcionaram os efeitos negativos das crises financeiras internacionais sobre as taxas de crescimento. O mesmo ocorre agora com o presidente Lula, que lastima a queda dos 5% de crescimento do ano passado para o ponto quase zero de 2009. Mas isso é efeito de ciclos e conjunturas. O que independe deles é o "estilo de desenvolvimento". Quando se acrescenta o adjetivo sustentável, não se quer dizer apenas que tenha continuidade no tempo, pois os ciclos continuarão a ocorrer e a afetar as taxas de crescimento. Quer dizer, isso sim, que não seja predatório dos recursos não-renováveis nem do meio ambiente em geral.
Ora, em matéria de crescimento econômico, estamos assistindo no pós-Real a uma volta ao passado. O espírito dos anos 70, do "milagre econômico" dos governos militares, voltou à cena: um "desenvolvimentismo produtivista", que não busca a compatibilidade entre crescimento econômico e a geração de novas formas de energia, muito menos de restrição às emissões de gases-estufa. Quase voltamos ao "bendita poluição" dos anos 70, que significava mais fábricas e menos miséria. Se na época essa visão já não se justificava, menos ainda hoje.
Essa captura do novo pelo velho, esse renascer no Brasil de uma cultura do desperdício, do patrimonialismo e da ocupação predatória do território vêm juntos com a neutralização de forças renovadoras, agora cooptadas. É o caso do próprio PT, que trocou a luta contra os resquícios do Estado Novo na legislação sindical e a bandeira da ética na política pelo que há de mais arcaico em nossas práticas políticas. Daí que falar de "reformas" passou a ser politicamente incorreto; e crescer a qualquer preço, prova do sucesso.
Não quero ser pessimista, menos ainda em época de celebração. Mas, como alertava o conselheiro Acácio, as consequências vêm sempre depois. Temo, reitero, que o pós-Real esteja sendo vivido como se, assegurada a estabilização, bastasse "pau na máquina" e o futuro do País estaria garantido. Entretanto, há muita construção ainda a ser feita e boa parte dela diz respeito às instituições e ao comportamento. Quando se trata de mudança cultural, se pelo menos não engatinhamos, retrocedemos. O ideal seria avançar muito mais.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

DIRETO DA FONTE - FMI E SUAS PROJEÇÕES

The global economy is beginning to pull out of a recession unprecedented in the post–World War II era, but stabilization is uneven and the recovery is expected to be sluggish, according to the IMF’s latest forecast.
Economic growth during 2009-10 is now projected to be about ½ percentage points higher than forecast by the IMF in April, reaching 2.5 percent in 2010, according to the World Economic Outlook Update, published on July 8. Among the major economies, growth rates have been marked up mainly for the United States and Japan.
The good news is that the forces pulling the economy down are decreasing in intensity,” IMF Chief Economist Olivier Blanchard told a July 8 press briefing. “The bad news is that the forces pulling the economy up are still weak. The balance is slowly shifting, and this leads us to predict that, while the world economy is still in recession, the recovery is coming. But it is likely to be a weak recovery,” Blanchard said.
The IMF also released a separate update to its Global Financial Stability Repor t(GFSR). Financial conditions have improved, as forceful policy intervention has reduced the risk of systemic collapse and expectations of economic recovery have risen. “The unprecedented policy response in both the financial and macroeconomic domains has reduced the risk of systemic collapse and begun to restore market confidence,” José Vinãls, Director of the IMF’s Monetary and Capital Markets Department told the briefing. But many vulnerabilities remain and complacency must be avoided.
Direto da página do FMI, o início de seu documento divulgado nesta data com as previsões para a economia mundial. Segundo ELES, em 2009 o Brasil terá uma queda de 1,3% no seu PIB e, para 2010, um aumento de 2,5%. Isso é quase igual ao previsto para a economia global: queda de 1,4% em 2009 e aumento de 2,5% em 2010. Como sempre, a confirmar. Afinal, PREVISÕES SÃO PREVISÕES. E nada mais.

UMA PAUSA NA ECONOMIA COM FOTOGRAFIA.

Este blog é fã da página http://antonioguerreiro1.blogspot.com/, onde encontramos o melhor da fotografia da personalidade brasileira. Seja de ontem ou de agora. Celebridades de verdade. E hoje, por também ser fã do trio acima, não pode deixar de publicar essa bela imagem do que temos de melhor na MPB.

domingo, 5 de julho de 2009

PREVISÕES ECONÔMICAS - 2009/2010

Este post eu li na página da Míriam Leitão http://oglobo.globo.com/economia/miriam/posts/2009/06/29/mercado-preve-queda-menor-do-pib-em-2009-de-0-5-200002.asp e como sou muito fã de previsão econômica, vamos torcer para que essa NÃO se confirme. Afinal, como diria Winston Churchill, "A arte da PREVISÃO consiste em antecipar o que acontecerá DEPOIS e DEPOIS explicar o porque não aconteceu." A confirmar em 2010...

Mercado prevê queda menor do PIB em 2009, de 0,5%

O mercado financeiro ajustou, mais uma vez, sua previsão para o desempenho da economia neste ano. Instituições consultadas pelo relatório Focus, do Banco Central (BC), passaram a prever uma queda de 0,50% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2009, ante uma previsão de queda de 0,57% da semana anterior.

Há quatro semanas, o mercado chegou a prever uma contração da economia em 0,73% neste ano. A revisão do PIB, para um tombo um pouco menor, ocorreu apesar de um novo ajuste na previsão da produção industrial. A queda passou para 5,04%, ante um declínio de 4,75% previsto na semana passada.

O mercado manteve a previsão para a inflação oficial neste ano, em 4,4%, mas elevou a projeção para 2010: de 4,3% para 4,32%. Nos dois casos, a inflação segue abaixo do centro da meta do governo de 4,5% para ambos os anos.

A estimativa para a taxa Selic no fim deste ano permaneceu em 8,75%. Para 2010, foi mantida em 9,25%. O cenário para o câmbio permaneceu em R$ 2 tanto para o fim deste ano e quanto para o do próximo.

SORRIA COM ECONOMIA E POLÍTICA.

É muito próxima a linha que separa a ECONOMIA da POLÍTICA. Tanto é verdade que temos até uma área denominada de ECONOMIA POLÍTICA.
Direto lá do meu Ceará, no nosso DIÁRIO DO NORDESTE, Mestre SINFRÔNIO destaca neste domingo de férias, a imagem da semana e cujo resultado pode alterar tanto a ECONOMIA como a POLÍTICA.

PENSAMENTOS AO ALCANCE DE TODOS

Duas frases para este domingo de sol, férias para muitos e trabalho para alguns:
"Quem viu viu, quem não viu soube, e quem nunca viu nem soube vai morrer sem ter visto e sem saber."

Esta é do historiador e filósofo escocês Thomas Carlyle: "A história do mundo não é nada mais do que a biografia de grandes homens", dizia ele em sua inabalável admiração por heróis, fossem reis, políticos, militares, poetas ou santos.

DA SÉRIE: LEITURA INEVITÁVEL

Direto da Folha de S. Paulo deste domingo, mais um artigo sobre os 15 anos do PLANO REAL, agora escrito por RUBENS RICÚPERO, Ex-Ministro da Fazenda do Presidente Itamar Franco. Como tudo na vida existe o fato e a versão. Plural e democrático, este blog prefere ficar conhecendo os dois lados da moeda, o REAL, de preferência a versão e o fato REAL.
O dia mais dramático foi a véspera da introdução do Real. Quinze anos depois, fora do país, relembro a tensão daquelas horas. Os artífices do plano corriam contra o relógio a fim de completar a complexa medida provisória para o "Diário Oficial" daquela noite. Enquanto isso, gente poderosa dentro e fora do governo montava ofensiva para desfigurar tudo o que vinha sendo construído.
Chegamos a milímetros da catástrofe. Não fosse o apoio do presidente Itamar Franco, o destino do Real e do Brasil teria sido outro. Como nada transpirou do perigo, a impressão que ficou foi a do desdobramento de um plano automático, o deslizar das águas de um rio tranquilo. Quem viveu aquelas horas de angústia sabe que não foi bem assim. Mais de uma vez, teria bastado uma decisão infeliz para pôr tudo a perder.
A contagem regressiva começara em abril quando sucedi Fernando Henrique Cardoso. Logo descobri que não havia data prevista para o lançamento da moeda. Nem existia consenso sobre o tempo necessário para fazê-lo com segurança. Achavam alguns que se precisaria ao menos de um ano para criar as condições indispensáveis.
Como não se podia esperar tanto, fixou-se a data para a sexta-feira de 1º de julho, três meses depois, o mínimo prazo possível. O tempo foi usado para fornecer à população informação abundante e honesta sobre a moeda e as condições para conquistar a estabilidade perdida havia mais de uma geração.
No dia D as pessoas estavam prontas e sentia-se no ar a excitação alegre dos domingos de eleição. O lançamento simbólico ocorreu na agência da Caixa no Planalto, quando o presidente, acompanhado por este criado, trocou algum dinheiro antigo pelo novo. De lá saí para percorrer agências bancárias e em toda parte encontrei alegria e esperança. Quando me disseram que em todo o país a troca de moeda se fazia de modo ordeiro e sem pânico, não sendo preciso abrir os bancos no domingo, senti que a moeda tinha pegado e a batalha estava ganha.
Quis contar essa história para exprimir o que, ao longo de todo esse tempo, sempre foi minha convicção: o Real deu certo porque a estabilidade era o desejo profundo do povo brasileiro. Perdera-se a memória de preços estáveis, mas, sem saber como, as pessoas queriam voltar ao normal.
O presidente Itamar acreditou que era possível e persistiu no esforço até encontrar em FHC e seus colaboradores os atores capazes de converter o sonho em realidade. Mesmo setores políticos retardatários como o PT acabaram por mudar porque não podiam se isolar do povo. O presidente Lula teve o mérito de ser o agente da mudança do seu partido e consolidou no governo a estabilidade ameaçada, aproveitando condições mais propícias para expandir e melhorar o consumo de massas.
Com isso, chegamos ao amadurecimento que invejávamos no Chile: hoje nenhum setor importante questiona a estabilidade como patamar a partir do qual deve ser edificado um projeto nacional de prosperidade e justiça.
Obra coletiva de três presidentes, de vários ministros, de presidentes do Banco Central e de economistas competentes, o Real deixou de ser fator de divisão. Não é propriedade nem bandeira de ninguém porque representa uma conquista que pertence a todo o povo brasileiro. No momento em que a corrupção substituiu a hiperinflação como ameaça mortal, sirva o exemplo para crermos que, se quisermos, também esse câncer poderá ser extirpado.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

15 ANOS DO PLANO REAL - E QUE VENHAM MAIS 15

Ontem, por motivos alheios à minha vontade, fiquei sem acesso a internet. No entanto, a mente estava nas comemorações pelos 15 anos de PLANO REAL. Para quem já viveu num país com hiperinflação e hoje se orgulha dos índices mensais menores que 1%, NUNCA irá defender uma ECONOMIA COM INFLAÇÃO. Por isso, dedico ao Presidente FHC e a sua brilhante equipe, um AGRADECIMENTO especial por chegarmos a 2009 com um sentido econômico de país civilizado.
Por favor, esqueçam Sarney, seu bigode e seus marimbondos de fogo. Esqueçam tudo de ruim que este país não merece e vamos manter severa vigilância numa turma de colegas (alguns no governo) que, por incrível que pareça, acalentam o sonho de um país crescer com inflação. Eu realmente não consigo entendê-los.
INFLAÇÃO NUNCA MAIS. DESENVOLVIMENTO SIM.
Direto da EXAME, uma avaliaçao da situação de 2009 em relação a 1994 pelo nosso estimado Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente da República (1995-2002) e ex-ministro da Fazenda (1993-1994): Não há comparação entre o Brasil de hoje e o Brasil há 15 anos. Além de uma doença econômica, a hiperinflação foi um flagelo social e uma ameaça política. Aumentava a pobreza, concentrava a renda, impedia o país de se desenvolver e colocava em risco a democracia recém- conquistada. Nenhum dos avanços obtidos nesses 15 anos teria sido possível se a inflação não tivesse sido derrotada.

O plano deu certo porque resistimos à tentação populista de aplicar mais um choque econômico. Acreditávamos que a sociedade entenderia a sua lógica e que voluntariamente daria seu apoio à nova moeda, sem que o governo tivesse de reescrever contratos e congelar preços.

Demos dois passos em um só: derrotamos a inflação e mostramos que o Brasil estava maduro para um novo modo de relação entre o governo e a sociedade, entre o estado e o mercado. Hoje a herança do Plano Real está incorporada ao patrimônio do país. A necessidade de novas reformas, porém, está aí a desafiar os governos a não se acomodar com a realidade presente.
E outra avaliação do nosso colega e mestre Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central (1997-1999): Reduzir a inflação acumulada em 12 meses para patamares inferiores a 10% foi fundamental para que nós pudéssemos promover a desvalorização da moeda em 1999. Nós cumprimos a primeira etapa de uma grande missão ao controlar a inflação e iniciamos reformas importantes para assentar a economia. Entre elas, estão as privatizações, a reforma previdenciária, a renegociação de dívidas com os Estados, a reorganização do sistema bancário e a implantação da Lei de Responsabilidade Fiscal.
A agenda do crescimento é um prolongamento natural da agenda da estabilização e isso eu dizia desde 1995. As reformas a serem feitas não podem se restringir apenas ao equilíbrio fiscal, mas abranger as empresas de forma a ampliar a formação bruta do capital fixo do setor privado via redução das taxas de juros e pela não absorção total dos recursos da poupança pelo setor público.
Como foi um trabalho em equipe, não poderíamos esquecer dos colaboradores: Pedro Parente, ex-ministro-chefe da Casa Civil (1999-2002) e ex-ministro do Planejamento (1999): O Real representa avanços importantes tanto do ponto de vista macroeconômico - com o novo regime de metas da inflação - quanto institucional - uma vez que o governo Lula manteve a política econômica da administração anterior.

O que ainda não foi feito e é responsabilidade de todos os governos foram reformas mais profundas tanto do ponto de vista tributário quanto trabalhista e previdenciário no sentido de reduzir impostos que embutem custos muito altos, principalmente para as empresas. Outro ponto a ser aprimorado é a estrutura dos gastos públicos, que já era ruim e piorou muito diante do aumento de despesas com pessoal.

e Gustavo Loyola, ex-presidente do Banco Central (1995-1997): O Plano Real foi uma medida transformadora e de avanço para a economia brasileira no sentido de acabar com a inflação elevada e crônica, mas não esgota o que deve ser feito para garantir um crescimento sustentado com uma melhor distribuição de renda e diminuição da pobreza.

Muitas das coisas positivas que vivemos agora foram viabilizadas lá atrás com a implantação do Plano Real. Entre elas estão o retorno do crédito de longo prazo e os juros na casa de um dígito. Uma das condições para que os agentes econômicos invistam em um mercado é a confiabilidade e isso não é construído da noite para o dia.

Outro fator importante que contribuiu muito para esse processo foi a alternância de poder sem perda da qualidade na política econômica. No entanto, apesar de todos os avanços, não dá para parar e dizer que a obra está completa. Parafraseando o velho ditado: o preço da estabilidade é a eterna vigilância.
Essa eu tenho que repetir:
O PREÇO DA ESTABILIDADE É A ETERNA VIGILÂNCIA.
Nota:
Espero que o meu nobre, fiel e inteligente leitor PEDRELIANO goste deste post.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

ECONOMIA VERSUS TEOLOGIA

Confesso que em meus anos rebeldes eu tinha até uma certa simpatia pelo teólogo LEONARDO BOFF, talvez refém de que o mais fraco (no caso ele) estava sendo "detonado" pela Igreja Católica, mais precisamente pelo hoje atual Papa Bento XVI.
No entanto, ao ganhar mais experiência e conhecer mais um pouco do mundo, começei a perceber que esse senhor não estava com tantos predicados quanto eu acreditava. E realmente, hoje não tenho mais aquela simpatia por ele.
Para completar, leiam abaixo o que LEONARDO BOFF escreveu em seu post semanal no blog do NOBLAT http://oglobo.globo.com/pais/noblat/ sobre nós, simples Economistas, graças a DEUS.
"A crise econômica de 1929 sequer punha em questão a natureza e a Terra. O pressuposto ilusório era de que elas estão sempre ai, disponíveis e com recursos infinitos. Hoje a situação mudou. Já não podemos dar por descontada a Terra com seus bens e serviços. Estes mostraram-se finitos e a capacidade de sua reposição já foi ultrapassada em 40%.
Quando esse fator é trazido ao debate na busca de soluções para a crise atual? Somos dominados por economistas, em sua grande maioria, verdadeiros idiotas especializados – Fachidioten - que não vêem senão números, mercados e moedas esquecendo que comem, bebem, respiram e pisam solos contaminados. Quer dizer, que só podem fazer o que fazem porque estão assentados na natureza que lhes possibilita fazer tudo o que fazem, especialmente, dar razões ao egoismo e às barbaridades que a atual economia faz prejudicando milhões e milhões de pessoas e que vai minando a base que a sustenta."
Cuidado nobre teólogo. Sua generalização da classe pode ser um grave pecado mortal.

domingo, 28 de junho de 2009

ECONOMIA E PSICOLOGIA: TUDO A VER

Recentemente o PSICÓLOGO israelense DANIEL KAHNEMAN, professor da Universidade Princeton, comentou em entrevista à Folha de S. Paulo que os presidentes de bancos não conseguiram ver os riscos tomados porque não tinham capacidade de IMAGINAÇÃO. Lembro que o DANIEL KAHNEMAN recebeu em 2002 o Prêmio NOBEL de ECONOMIA. Gosto muito dessa mistura ECONOMIA + PSICOLOGIA. Certas emoções conseguem provocar anomalias nos mercados e outras coisas mais.
Agora vejam na charge acima como é difícil a vida do americano e complexa a sua economia. É muito dinheiro em jogo e, apesar dos pacotes de OBAMA, ainda resta muita coisa a fazer. Essa imagem em consegui no blog do colega Cristiano Gomes http://tracalogo.blogspot.com/ e valeu pela sua fértil IMAGINAÇÃO.

E A ARRECADAÇÃO NÃO PARA DE CRESCER

Não importa onde você esteja: o governo sempre vai te encontrar e cobrar parte de sua renda ou faturamento para ele gastar com tudo aquilo que já conhecemos. Enquanto isso, falta quase tudo para nós que pagamos a conta: transporte público, saúde, segurança, rodovias, saneamento etc etc etc. Uma pergunta: Político viaja em nossas estradas? Anda sozinho pela rua? Como gastam o seu, o meu, o nosso dinheiro os "pOLÍTICOS" de Brasília? (p e não P... vocês devem conhecer os motivos... E como tem..)
Enquanto isso, mesmo com a "crise", o patrão governo deve fechar 2009 arrecadando dos pobres súditos algo como 35% do PIB. O resultado: IMPOSTOS DE PRIMEIRO MUNDO E SERVIÇOS DE TERCEIRO MUNDO.
LAMENTÁVEL.

E LÁ VAI A METADE DE 2009.

Está chegando mais um final de mês e também de semestre. De 2009 esperamos agora apenas a outra metade. E, mesmo com crise, estamos sobrevivendo e o mundo ainda não acabou, apesar das ditaduras iraniana e norte-coreana, da queda na economia americana, dos problemas do Sarney e companhias, das frases do Lula e até da morte do Michael Jackson.

Em 2010, o peso do Governo será um fator muito importante para recuperar o que foi perdido em 2009 e fazer com que o sucessor do Presidente Lula, seja alguém de seu time. Com a inflação sob controle, juros em queda e mesmo sem uma forte estabilidade cambial, acreditamos que o PIB de 2009 esteja entre 0% a 1% (O Banco Central trabalha com algo em torno de 0,8%). A conferir, daqui a alguns meses.

CAPITALISMO: A DIVISÃO DO DINHEIRO

Quando escrevo que o capitalismo continua forte, porém com suas falhas, vejam abaixo o texto de CLÓVIS ROSSI na Folha de S. Paulo, direto de Basiléia. Que distribuição de riqueza tão desigual no nosso mundo... Até quando?

Lembra-se dos velhos tempos em que os bancos quebraram, os governos do mundo correram para socorrê-los com uma catarata de dinheiro e dez de cada dez analistas diziam que nunca mais o sistema financeiro seria o mesmo? Se você se lembra, melhor esquecer. Está tudo começando a voltar ao que era antes, do que dão eloquente testemunho textos de anteontem no "Financial Times" e de ontem no "Guardian".

"A comunidade financeira de Londres está sacudindo a poeira e voltando ao negócio de fazer dinheiro", diz o "Guardian". Tanto que, nos escritórios da Goldman Sachs, o pessoal já foi avisado para esperar um dos anos mais lucrativos de todos os tempos.

O Barclays, só neste mês, está pagando algo em torno de 730 milhões (R$ 2,4 bilhões) em bônus para cerca de 410 empregados. O "Financial Times" vai na mesma direção: "Investidores e grupos de serviços profissionais britânicos se dizem preocupados com a possibilidade de que mercados de ações bombando permitirão à City londrina contornar as consequências da crise financeira global sem fazer mudanças fundamentais".

Enquanto isso, em "O Globo", lia-se que "a indústria financeira dos países desenvolvidos recebeu em um ano quase dez vezes mais recursos do que todos os países pobres em quase meio século, segundo análise feita por especialistas da Campanha da ONU sobre as Metas do Milênio". Em números: US$ 2 trilhões em 49 anos para os pobres, US$ 18 trilhões nos 12 meses mais recentes para os bancos.

Ah, ainda tem a FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) avisando que, com magro 1% da catarata de dinheiro alocada para o sistema financeiro, daria para alimentar todos os famintos do mundo. Os "brancos de olhos azuis" ganharam de novo.

PREOCUPAÇÃO ECONÔMICA - CONTAS VERMELHAS

É preocupante que pela primeira vez em dez anos o governo gastou em maio/09 mais do que arrecadou, o que resultou no saldo vermelho de R$ 120 milhões. Segundo a Folha de S.Paulo, por causa da crise, que reduziu a arrecadação, o governo cortou a meta de superávit primário (economia para pagar os juros da dívida) no início do ano. O alvo passou de 3,8% para 2,5% do PIB (Produto Interno Bruto) para todo o setor público. Para o governo federal, a nova meta é de 1,4% do PIB.

Com o déficit de maio, o superávit primário dos cinco primeiros meses do ano somou R$ 19,82 bilhões, o equivalente a 1,63% do PIB estimado pelo governo para o período. Apesar da queda de arrecadação, o governo aumentou as despesas neste ano. Enquanto a receita líquida caiu apenas 0,18% de janeiro a maio, as despesas cresceram 18,6%, para R$ 215 bilhões. Em maio, a situação foi inversa. A arrecadação líquida foi 18,8% menor que em abril, mês em que a receita foi inflada pelo pagamento da primeira cota do Imposto de Renda de pessoa física. A despesa aumentou apenas 0,18%, o que não impediu que as contas fechassem com resultado negativo.

Tenho que concordar com o Gilberto Braga (não o autor de novelas), mas o professor de finanças do Ibmec-RJ a meta foi reduzida exatamente para permitir que as contas fechem no vermelho em alguns meses sem comprometer o resultado no fim do ano. O especialista alerta, porém, para o aumento dos gastos do governo, principalmente com o funcionalismo. "A qualidade dos gastos é preocupante. Não se discute a despesa com políticas para recuperar a economia. Mas o aumento da folha de pessoal é ruim. Parece uma estratégia, em ano pré-eleitoral, de reforçar a base de apoio do governo no funcionalismo", diz. Os gastos com o pagamento de servidores cresceram 22,6% nos cinco primeiros meses deste ano e somaram R$ 60,78 bilhões. Essa é a segunda maior despesa pública, atrás apenas do pagamento de benefícios da Previdência Social. As despesas de custeio (para manter a máquina pública em funcionamento e com programas sociais) aumentaram 21,9%, para R$ 57,93 bilhões.

E 2010 AINDA NÃO CHEGOU...

KEYNES NÃO MORREU.

Esta eu li no Estadão e tem muito a ver com que está acontecendo nas políticas econômicas adotadas em muitos países atingidos pela crise.

Em meio à crise mundial, John Maynard Keynes (1883-1946), o célebre economista por trás da concepção de que os governos devem usar o dinheiro dos contribuintes para contrabalançar os efeitos deletérios de uma depressão econômica, voltou à moda. Derrotado nas últimas décadas pela voga monetarista - aquela em que o Estado deveria soltar as amarras do mercado, uma entidade supostamente auto-ajustável -, Keynes retornou com força ao mainstream acadêmico e à formulação de políticas públicas. As chamadas medidas “contracíclicas”, adotadas por diferentes governos para estimular a demanda agregada e amenizar os efeitos da recessão mundial, são ecos visíveis de suas ideias.”

DA SÉRIE: LEITURA INEVITÁVEL

Com vocês, direto da Folha de S. Paulo, o otimismo do colega PAULO NOGUEIRA BATISTA JR, 54 anos, Diretor-executivo no FMI, onde representa um grupo de nove países (Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Haiti, Panamá, República Dominicana, Suriname e Trinidad e Tobago), mas expressa seus pontos de vista em caráter pessoal. O BRASIL passou bem pelo teste da crise, não há dúvida. Nos meses recentes, a economia já deu sinais de recuperação. No exterior, nosso prestígio está alto.

No fim de 2008, a situação chegou a ser perigosa. O colapso do nível de atividade foi estarrecedor e pegou a todos de surpresa. Passou. Tudo indica que saímos do fundo do poço.

Mas ainda é cedo para dar "arrancos triunfais de cachorro atropelado". A recuperação da economia é modesta. Estamos crescendo pouco, muito abaixo do nosso potencial. O Banco Mundial prevê queda de 1,1% para o PIB brasileiro em 2009 e um crescimento medíocre, de apenas 2,5%, em 2010. Os números do FMI são semelhantes. No Brasil, os analistas de mercado estão mais otimistas do que os daqui de Washington, mas a diferença não é muito grande.

De acordo com o último levantamento das projeções de mercado, realizado pelo Banco Central, a expectativa mediana para o PIB é de uma queda de 0,6% em 2009 e de um crescimento de 3,5% em 2010.

Não é fácil ver de onde virá o estímulo para uma recuperação mais expressiva. Do exterior, não se pode esperar muito. De uma maneira geral, a recuperação do resto do mundo é ainda mais incipiente do que a brasileira. Portanto, o quadro para as exportações não é nada favorável - tanto mais que a revalorização do real vem solapando a competitividade dos produtos brasileiros nos mercados externos (além de estimular a substituição da produção nacional por importações). O Banco Central está projetando queda de 20% do valor das exportações em 2009.

Resta o mercado interno. O governo vem procurando estimular o consumo e o investimento. Houve várias medidas de desoneração tributária. A meta fiscal foi abrandada. E o BC reduziu a taxa de juro. Mas talvez seja necessário fazer mais. Parece haver espaço para intensificar a política fiscal anticíclica. As contas públicas estão em boa situação, apesar da queda das receitas.

Em 2009, o Brasil terá o menor déficit fiscal (governo geral) dos integrantes do G20, segundo o FMI. As estimativas do Fundo indicam que o estímulo fiscal brasileiro (o custo das medidas discricionárias) é de apenas 0,6% do PIB em 2009 e de 0,5% do PIB em 2010. Por esse ângulo, o Brasil tem sido um dos mais cautelosos entre os países do G20.

Além disso, os juros brasileiros ainda são altos, muito superiores à média internacional. Continuar reduzindo os juros traria um duplo benefício em termos de nível de atividade. Primeiro, estimularia a demanda interna. Segundo, ajudaria a evitar a valorização do real em relação a moedas estrangeiras.

Para garantir um câmbio competitivo, também seria conveniente comprar mais reservas internacionais. Entre setembro de 2008 e março de 2009, na fase mais aguda da crise, as reservas brasileiras (no conceito de caixa) caíram de US$ 206 bilhões para US$ 190 bilhões. Desde maio, o nível das reservas vem subindo. Mas, no último dia 19, estavam em US$ 199 bilhões, ainda abaixo do nível pré-crise.

Reportagem publicada na Folha relata que o Ministério da Fazenda pretende fechar o ano com reservas de pelo menos US$ 250 bilhões. Não sei se a informação procede, mas a meta parece defensável. Com juros internos menores, o custo de carregar reservas diminuiu consideravelmente.

Além de ajudar a preservar um câmbio competitivo, a acumulação de reservas fortalece a posição internacional do país e as nossas defesas contra o risco de novas turbulências no exterior.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

CAETANO VELOSO E O GOVERNO

Sou fã de Caetano Veloso desde 19XX e leio hoje na Folha de S. Paulo que "o Ministério da Cultura recuou e autorizou os produtores do músico baiano Caetano Veloso a usar os benefícios fiscais da Lei Rouanet para bancar os shows de divulgação de seu mais recente CD, o "Zii e Zie".
A decisão foi publicada no "Diário Oficial da União" e encerra, a favor dos produtores de Caetano, uma polêmica que já dura um mês. A Comissão Nacional de Incentivo à Cultura, que analisa os projetos aspirantes ao benefício, decidiu que o "Tour Caetano Veloso" não precisava de incentivo por ser comercialmente viável.
Com a decisão publicada ontem, os produtores de Caetano foram autorizados a captar R$ 1,7 milhão. Como condição, o ministério exigiu a redução do valor dos ingressos."
Alguém em estado normal acredita que nosso grande Caetano precisa de apoio do governo para divulgar e promover os seus shows?
Como é bom viver em um país rico que consegue ajudar o "pobre" do Caetano e deixar outros "pobres" Caetanos sem teto e sem comida.
Que bom ter um amigo certo no Ministério que aprova a verba. Tristes Trópicos, como já escreveu muito tempo atrás o belga/francês Claude Levi-Strauss. Pobre BRASIL...

DA SÉRIE: LEITURA INEVITÁVEL

Direto da Folha de S. Paulo, o Professor Delfim Netto cita que a formação acadêmica do economista deve ser mais ampla do que muitos pensam. O economista conhecendo os vários ramos da ciência, com certeza obterá melhores resultados em suas pesquisas. Com vocês, o texto "A 'RECEITA'", do nosso colega Delfim Netto.

Desde sempre os economistas buscaram "receitas" que produziriam o desenvolvimento.
Adam Smith, muito antes de publicar a "Riqueza das Nações", já propagava a sua: "Para transformar um Estado do mais baixo barbarismo ao mais alto grau de opulência são necessários: paz, tributação leve e tolerável administração da justiça. Todo o resto vem pelo curso natural das coisas" ("Essays on Philosophical Subjects", 1755).
Dois séculos depois (no início dos anos 90), quando a população mundial era seis vezes maior e o PIB per capita 11 vezes maior do que em 1755, os economistas pensaram ter encontrado a fórmula mágica com o famoso Consenso de Washington.
Este insistia, equivocadamente, no Estado "mínimo", mas muitas das suas prescrições (equilíbrio fiscal, taxa de câmbio "realista", por exemplo) eram corretas. Ele foi muito criticado pelo que nunca sugeriu: a plena liberdade de movimento de capitais!
A crítica fundamental é que ele, como em geral toda a teoria do desenvolvimento, ignorou o papel da história, da geografia e do que se pode chamar da "cultura" dos países. Cultura é um conceito abstrato, difícil de definir, porque envolve a própria forma de viver da sociedade (as crenças, o conhecimento, as leis, os costumes, a arte, a moral), mas é importante para organizá-la para o desenvolvimento econômico e social.
Recentemente (setembro de 2004), um grupo de excelentes economistas reuniu-se em Barcelona e divulgou uma "agenda" (na realidade, uma "receita aberta") para explorar as "perspectivas de crescimento e de desenvolvimento" dos países emergentes. A diferença de novo enfoque é visível na sua primeira recomendação: "O raciocínio econômico básico e a experiência internacional sugerem que a qualidade das instituições, tal como o respeito às regras da lei e o direito de propriedade, somada à orientação do mercado, com um balanço apropriado entre ele e o Estado, e uma atenção à distribuição da renda estão na raiz das estratégias de desenvolvimento bem-sucedidas".
E continua: "Encorajar os países em desenvolvimento a copiarem mecanicamente as instituições dos países ricos -como as instituições financeiras internacionais tendem a fazer- pode produzir mais danos do que benefícios".
O desenvolvimento econômico e social é, numa larga medida, idiossincrático. E isso deve ser levado em conta na formação acadêmica dos economistas. É claro que eles precisam conhecer a literatura internacional, mas é ainda mais claro que devem ter vivência e estudo da história, da geografia e da "cultura" do país em que estão inseridos.

A importância de debater o PIB nas eleições 2022.

Desde o início deste 2022 percebemos um ano complicado tanto na área econômica como na política. Temos um ano com eleições para presidente, ...