Uma nota triste que li nesta semana foi a de Suely Caldas, também da Folha, republicada pelo colega blogueiro Reinaldo Azevedo: A saída de Meirelles do Banco Central.
Meirelles escolheu o pior e mais impróprio momento para revelar-se: a inflação disparando, juros futuros em alta, superávit externo em queda e o ministro Guido Mantega impondo a criação de um fundo soberano. Por ter explicitado várias vezes resistência à idéia desse fundo - pelo menos enquanto o Brasil não começar a reduzir sua enorme dívida -, o presidente do BC passou para o mercado uma mensagem ruim, uma espécie de rendição nos embates com o Ministério da Fazenda, nada bom para o futuro da economia. Afinal, se o BC é o principal fiador de uma política econômica que reduziu a inflação e os juros e expandiu a produção e o emprego, uma escolha errada de substituto pode pôr em risco esse êxito. Seria um petista? Alguém sem nenhuma familiaridade e experiência no trato com o mercado? Abriu-se uma estrada longa para especulações.
Nota deste blog: Por mais que critiquem Meirelles e os juros altos do BACEN, nestes seis e muitos anos de Lula, a situação está satisfatória graças ao trabalho dele e de sua equipe. Lamentavelmente, mais uma vez a ambição política supera um sério trabalho econômico.
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