sábado, 18 de abril de 2009

O BNDES NA ECONOMIST DESTA SEMANA

O BNDES é matéria nas páginas da The Economist que está nas melhores bancas de revistas do mundo, of course, quando a revista inglesa relata que o BRASIL redescobre em meio a esta crise os encantos do banco. Apesar de nossa torcida para que as decisões do banco sejam extremamente técnicas, existe preocupação porque afinal estamos no BRASIL (um país sério de verdade?) A charge acima é o retrato do que não desejamos como mix entre política e economia. Afinal, nestes mais de 500 anos, temos muitos exemplos de péssima utilização do $$$$ público.   

INCERTEZAS ECONÔMICAS EM 2009

  • Economia rima com incerteza, sem dúvida. E como. Li na Folha que dois dos principais membros do Fed (Federal Reserve, o Banco Central dos EUA) sugeriram que o pior da crise financeira já passou no país. Donald Kohn, vice-presidente do Fed, e William Dudley (diretor da unidade regional do banco em Nova York) defenderam os cortes de juros e as injeções de capital na economia como forma de reativar o crescimento americano. Enquanto isso, a economista suíça Beatrice di Mauro, primeira mulher a integrar o grupo de cinco peritos em economia que assessora o governo da Alemanha, disse que os piores efeitos da crise financeira ainda estão por vir e que é preciso rigor com os bancos que não estão preparados para superá-la. Afinal, quem tem razão nesse caso? Vai chover ou vamos a la playa? Acredito que nunca foi tão importante como agora estudar a questão das Expectativas Racionais. SE existir otimismo, como tentamos fazer na nossa vida, também na Economia o que está tóxico pode ficar saudável...  

MERCADO FINANCEIRO - REFORMA JÁ.

  • Recentemente, PAUL KRUGMAN escreveu no The New York Times que as autoridades ao invés de "reorganizar os caixas dos bancos, deveriam era tornar o setor bancário chato, como era no período entre meados de 1930 a 1980." Lembrou ele que em 2005, o economista RAGHURAM RAJAN, da Universidade de Chigago, alertou que o "rápido crescimento das finanças tinha aumentado o risco de um derretimento catastrófico". (Palavras de fazer inveja a Mãe Diná...). Com a boa notícia divulgada em 17/04/09, que o CITIGROUP  teve o primeiro lucro trimestral desde 2007, no valor de US$ 1,6 bilhão, ante um prejuízo US$ 5,1 bilhões no mesmo período do ano passado, isso demostra que o sistema financeiro - que está no olho do furacão, logo virará esse jogo. No entanto, KRUGMAN tem toda a razão ao pedir uma reforma financeira séria. Será que o OBAMA topa? 

POLÍTICA ECONÔMICA VERSUS 2010

Na Folha de S.PauloLUIZ CARLOS MENDONÇA DE BARROS, 66, engenheiro e economista, é economista-chefe da Quest Investimentos. Foi presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e ministro das Comunicações (governo Fernando Henrique Cardoso). No texto abaixo ele coloca os pontos nos iiss para quem ainda possa achar que entre uma política econômica séria e uma eleição em 2010, de que lado o governo fica.
O processo de decisão sobre mudanças no superávit primário para 2009 mostra o que de pior tem o governo Luiz Inácio Lula da Silva: hesitação, confusão de conceitos e mistificação da opinião pública. Até as pedras sabem que a aproximação do ano eleitoral de 2010 está no centro dessa questão. O acaso, que tanto afeta a vida dos governantes nesta era da democracia de massas, tirou de Lula os benefícios de uma economia que crescia de forma exuberante. Em uma situação mais tensa, com a perspectiva de uma batalha eleitoral no mínimo equilibrada, o governo deixou de lado o discurso racional dos últimos anos. 
Assistimos agora a um debate dentro do governo entre os que colocam a disputa eleitoral como centro de suas ações e alguns membros da equipe econômica que procuram navegar na crise econômica com um mínimo de cuidado. Os sinais externos desse conflito são assustadores. Os agentes políticos já perceberam essa armadilha e passaram a exercer uma pressão sobre o governo que excede os limites do razoável. 
Tomemos o exemplo dos prefeitos. Seus Orçamentos foram feitos no pressuposto da manutenção da bonança dos últimos anos. Poucos foram os que, aos primeiros sinais da crise, definiram Orçamentos menos ambiciosos. Acreditaram piamente na imagem oficial da marolinha. Posteriormente, em um alegre encontro em Brasília, ouviram as doces palavras de um presidente à beira da euforia. Agora foram acordados desse sonho pela dura realidade da arrecadação fiscal nos primeiros meses do ano. Personagens-chave na campanha eleitoral do próximo ano, colocaram uma faca no pescoço de nosso presidente, e a chantagem triunfou. Também no governo federal a realidade de uma arrecadação em queda cobrou seu preço.
Os gastos com pessoal e benefícios da Previdência Social, contratados na época da euforia e a serem pagos neste ano de vacas mais magras, comprometerão o Orçamento federal. O espaço de redução de despesas - principalmente no item investimentos-  é muito pequeno para compensar os erros cometidos. Além disso, o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) é uma das marcas da possível candidata oficial nas eleições de 2010 e não pode ser ainda mais desmoralizado. A única solução possível é a redução do superávit primário. 
Pressionado, o governo reagiu no estilo Lula: com mistificação da opinião pública por meio da manipulação de conceitos e dos números. Aproveitando-se da crise, carimbou a redução do superávit primário como medida anticíclica. Para defender-se, um gaguejante ministro da Fazenda apontou o aumento do déficit fiscal decidido em Brasília como um dos menores entre as maiores economias do mundo. Não diferenciou, entretanto, a qualidade do esforço fiscal em outros países - estes, sim, de natureza anticíclica - com o nosso. 
Aumentar os gastos com salários de funcionários públicos em 27% não é medida anticíclica nem no Brasil de Lula, nem na China de Mao e, muito menos, nem na nova China da dupla Hu-Wen. A mesma observação vale para as prefeituras que vão usar os recursos adicionais apenas para gastos correntes. 
Medidas anticíclicas de verdade abrangem controle estrito do custeio, redução de impostos - como o do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) dos carros - e aumento de investimentos produtivos. Um pouco de verdade nas justificativas oficiais para a redução do superávit primário não faria mal a ninguém. 

GOVERNO E ARRECADAÇÃO

Esta é do colega Cristiano Gomes http://tracalogo.blogspot.com/ e temos que concordar: a utilização pelo governo do que ele arrecada do meu, do seu, do nosso $$$$ não é das melhores. É mais fácil cortar na própria carne ou na dos outros? Você já visitou algum Posto de Saúde e foi atendido dignamente? Já trafegou pela PA-150 e contou quantos buracos ela possui? 
Com 36,54%, um ponto acima de 2007, a carga tributária em relação ao PIB bateu novo recorde em 2008. A atual decisão de reduzir a meta de superávit primário deste ano, que cairá de 3,8% para 2,5% do PIB, será o menor esforço fiscal desde 1999. Ao reduzir o superávit primário deste ano, o governo ganhou uma folga de mais R$ 40 bilhões para gastar em 2009. E lá vem eleição... Coincidências da vida...

domingo, 12 de abril de 2009

CONSENSO DE WASHINGTON E A CRISE

Por mais que reclamem, muito do que o BRASIL tem de bom hoje é resultado de umas idéias que foram erroneamente denominadas de Consenso de Washington, situação essa que já postei anterirmente. A entrevista abaixo, que acabei de receber do meu ex-Professor da UnB Carlos Pio e foi publicada no Estadão de hoje, esclarece muito do que aconteceu e serviu para hoje. Com vocês, John Williamson, o criador do Consenso de Washington:
O Consenso de Washington não morreu, e o cumprimento das suas recomendações fiscais explica a resistência da América Latina, em especial Chile e Brasil, diante da pior crise global desde os anos 30. A afirmação é do economista britânico John Williamson, o "pai" do Consenso de Washington, um conjunto de recomendações de política econômica elaborado em 1989, com foco específico na América Latina. Segundo o economista, o governo Lula tomou decisões muito boas na área macroeconômica. Para ele, a postura fiscal rígida dos países latino-americanos os ajudou a atravessar a atual crise com custos relativamente moderados. Na recente reunião do G-20, em Londres, o primeiro-ministro Gordon Brown declarou que "o velho Consenso de Washington acabou". Williamson discorda, mas diz que são necessários ajustes. Williamson falou por telefone com o Estado na quinta-feira, de seu escritório no Instituto Peterson de Economia Internacional, em Washington:
A reunião do G-20 em Londres aponta para um novo consenso econômico global. O Consenso de Washington acabou?
Não, as nossas recomendações ainda valem. Esse novo consenso tem uma parte em comum com o que eu venho dizendo, mas também vai além. Eles falam no crescimento ser compartilhado, que haja prosperidade não apenas para os ricos e poderosos, mas que seja disseminada e chegue aos menos privilegiados. Isso é muito importante. Eles também falam sobre regular o sistema financeiro, e certamente isso não é algo que estivesse no Consenso de Washington inicial. Eu gostaria de ter colocado pelo menos alguma menção, mas nem isso eu fiz. Esse é um acréscimo merecido. 
Que outros pontos do comunicado de Londres não estão no Consenso de Washington?
Eles mencionam a importância de instituições globais fortes, o que não estava no consenso original. Mas, nesse caso, eu tenho uma desculpa bem melhor, porque estava escrevendo para a América Latina, uma região específica, e não para o mundo todo. Não haveria porque falar de instituições globais naquele contexto. O ponto final que eles enfatizaram, e que também não consta do Consenso de Washington, é o meio ambiente, algo que realmente entrou na agenda nos últimos anos.
A regulação não entrou no Consenso de Washington original?
É até um pouco embaraçoso, porque um dos tópicos (do documento original) era sobre desregulação. Mas eu estava me referindo à desregulação do tipo que elimina barreiras à entrada e saída de mercados, e não em desregulação financeira. Eram temas como os empresários não encontrarem diversos obstáculos para demitir funcionários, o que os torna menos inclinados a contratar. Ou desregulação em áreas como transporte por caminhão, ferrovias, aviação, como ocorreu nos Estados Unidos nos últimos vinte anos.
Mas o que havia sobre o setor financeiro?
Fui bastante específico em falar de liberalização do sistema financeiro, e é provavelmente verdade que, se mantivéssemos um setor financeiro completamente regulado, não haveria acontecido uma crise desse tipo. Eu ainda acho que o melhor sistema envolve liberalização mas, junto com isso, uma boa supervisão do sistema financeiro, e regras, regulação. Posteriormente, eu reconheci a importância do tema, e afirmei que, se é para liberalizar o sistema financeiro, tem de regular também. Eu disse que ter uma sem a outra é um convite a problemas.
De qualquer forma, parece ser consensual agora que a regulação insuficiente, que foi endossada pelo establishment econômico-financeiro global, é uma das grandes causas da crise.
Claro que houve uma falha. Com o benefício do olhar retrospectivo, vemos que foi um erro dar tanta liberdade. Algumas coisas que aconteceram no sistema financeiro foram claramente excessos. Acho certo apertar a regulação, mas não é preciso também usar os princípios corretos. Não se trata apenas de coordenação internacional, da questão do pagamento a banqueiros, mas também de impedir que os bancos se tornem grandes demais. É muito pouco saudável ter bancos "grandes demais para falir". Também é preciso ter uma supervisão prudencial macroeconômica. Tradicionalmente, a ênfase é inteiramente na supervisão prudencial microeconômica, e isso não está certo, porque os bancos são atingidos por choques similares, simultâneos. Havia uma suposição implícita na regulação de que isso não ia acontecer, mas aconteceu. 
Em que pontos o comunicado de Londres coincide com o Consenso de Washington?
O primeiro é a ideia de que a globalização é uma coisa boa, e de que precisamos manter o comércio internacional fluindo, e não voltar para uma situação de diversas economias fechadas. Isso está logo no começo. O comunicado também foi muito explícito em dizer que a maioria das economias que fazem parte do G-20 é baseada em princípios de mercado, e eles veem isso como importante. Esse era um dos pontos que eu mais quis enfatizar no Consenso de Washington.
Por quê?
Porque se trata de uma grande mudança de pensamento. No período inicial do pós-Guerra, havia um argumento de que as pessoas em países em desenvolvimento não respondiam a incentivos econômicos da mesma forma que nos países desenvolvidos, e que, então, um tipo de pensamento econômico diferente tinha de ser usado. Eu acho que isso está errado, e não penso que o comunicado de Londres tenha embarcado neste caminho.
Mas a recomendação de aumentar gastos públicos para sair da recessão não contradiz a defesa de disciplina fiscal pelo Consenso de Washington?
Não, o comunicado menciona duas vezes a importância de se alcançar sustentabilidade fiscal no longo prazo, o que eu defendia para a América Latina. É claro que é apropriado ter políticas fiscais expansionistas neste momento, no meio de uma recessão, mas também é apropriado torná-las menos expansionistas à medida que o tempo passa e essas economias se recuperam.
O Consenso de Washington está ligado à agenda liberal de Margaret Thatcher e Ronald Reagan?
Bem, a intenção era de buscar um consenso, e, portanto, determinar o que tinha sobrevivido em termos de ideias ao final daquele período. Em relação a Margaret Thatcher, foi importante que ela tenha introduzido e tornado popular a privatização. Acho que ela estava certa. Mas o Consenso de Washington nunca foi um apoio generalizado às ideias de Reagan e Thatcher.
Como o sr. vê a América Latina e o Brasil diante da crise?
Eu realmente acredito que diversos países latino-americanos seguiram razoavelmente bem a parte macroeconômica do Consenso de Washington, especialmente o item relativo à disciplina fiscal. O governo Lula, por exemplo, tomou decisões muito boas na área macroeconômica. E eu acho que essa postura fiscal dos países latino-americanos os ajudou enormemente a atravessar a atual crise com custos relativamente moderados. É claro que o Chile é a estrela, mas aquilo é verdadeiro também em relação ao Brasil - e mesmo, até certo ponto, à Argentina. Já diversos países da Europa Oriental, cujas políticas fiscais divergiram fortemente da disciplina recomendada no Consenso de Washington, estão sendo muito mais duramente atingidos nesta crise.
Quer dizer que, no final das contas, a América Latina implementou o Consenso de Washington?
Bem, eu não acho que todos os países, e aí incluo o Brasil e, obviamente, a Argentina, tenham ido tão bem em relação aos temas de aperfeiçoamento da economia de mercado, mas isso é mais relevante para o crescimento de longo prazo do que para a capacidade de resistir a uma crise no curto prazo. A liberalização comercial, por exemplo, foi feita de uma forma infeliz, com a conta de capital liberalizada (liberalização dos fluxos de capital) simultaneamente. Então, houve esse fluxo de capital que tendeu a tornar as exportações não competitivas (pela valorização do câmbio), e isso foi um erro. E há muitas falhas na educação, das quais tratamos na revisão do Consenso de Washington.
As mudança no FMI decididas em Londres estão em linha com o que o sr. defende?
Bem, realisticamente, ninguém esperava que eles concordassem um dia sobre como reformar o FMI. Mas, em linhas gerais, fiquei surpreso com o quanto o comunicado foi na direção que venho favorecendo. Por exemplo, na questão de escolher o diretor-gerente, com base no mérito, e não da geografia, não tendo mais de ser de algum país em particular.
E em relação ao aumento dos recursos para o FMI?
Sou a favor e acho que ajuda muito na situação atual, mas não escrevi especificamente sobre isso. Uma questão que não foi resolvida, na minha opinião, é que os novos empréstimos, com poucas condicionalidades, são para países que sofrem fugas de capital ou paradas súbitas da entrada de capital. Isso deixa de fora todos os países dependentes de commodities, e que podem ter problemas no balanço de pagamentos (no caso de os preços das commodities caírem muito), sem ser por culpa deles. Já houve empréstimos desse tipo, mas, desta vez, uma falha foi não reativar este instrumento.
O que o sr. acha do plano de Tim Geithner (secretário do Tesouro americano) para sanear os bancos do país?
Os americanos pagarão um preço alto por serem tão avessos à possibilidade de nacionalização temporária. Ninguém iria querer um sistema bancário permanentemente estatal, mas provavelmente a melhor coisa seria permitir que alguns bancos sejam nacionalizados temporariamente, e serem privatizados de novo no futuro. Não acho que isso represente uma ameaça tão aterradora, a ponto de se pagar qualquer preço para evitá-la - e é assim que encaro a abordagem do Geithner.  

KEYNES HOJE: NOSSO ESTADO GASTA BEM?

  1. Foi Richard Kahn, um aluno de John Maynard Keynes, que fez a pergunta que fazemos ainda hoje: É possível eliminar o desemprego mediante uma política de obras públicas? Brilhantemente, Keynes aproveitou a idéia criando o “multiplicador do investimento ou dos gastos.” Os argumentos de Keynes influenciaram e influenciam toda uma geração de economistas, passando o pleno emprego a ser um dos objetivos da macroeconomia.
  2. Recordo desse fato, lendo a Folha de hoje, quando diz que “entre 2006 e 2008, governadores e prefeitos ampliaram gastos com o funcionalismo público a taxas superiores à inflação. Enquanto a inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), índice oficial de inflação, ficou em 10,6%, as despesas com funcionários do Executivo aumentaram 25,2% nos Estados e 26% nas prefeituras das capitais. O quadro é percebido nas administrações de governadores e prefeitos que fazem lobby por pacotes de socorro federal e incluem partidos como DEM e PSDB, que atacam a expansão da folha de pagamentos do governo Lula, de 26,2% nos dois anos. As justificativas ficam por conta da recomposição de salários defasados, da ampliação de serviços de saúde, educação e segurança e da valorização dos recursos humanos."
  3. É o que eu sempre penso: o Estado não é o melhor administrador de recursos que conhecemos. Será que não passou da hora do Estado gastar menos com uma turma que já ganha bem acima da média nacional e investir mais, de verdade, por exemplo, no próprio PAC?

FUKUYAMA - O LIBERALISMO É O CAMINHO

Que prazer ler na VEJA o famoso cientista político FRANCIS FUKUYAMA repetir o que também acredito: "O LIBERALISMO É O CAMINHO. NÃO HÁ NADA DE ERRADO COM O LIBERALISMO. A RECEITA LIBERAL, BASEADA NO LIVRE MERCADO E NA GLOBALIZAÇÃO, AINDA É A MELHOR ALTERNATIVA PARA O DESENVOLVIMENTO GLOBAL. MILHARES DE PESSOAS DEIXARAM A LINHA DE POBREZA NOS ÚLTIMOS ANOS JUSTAMENTE POR CAUSA DO CRESCIMENTO ECONÔMICO ROBUSTO NO MUNDO. A CRISE ATUAL NÃO FOI CAUSADA POR UM DESVIO DO LIBERALISMO, MAS POR OPÇÕES POLÍTICAS EQUIVOCADAS. POR DÉCADAS, SEGUIMOS UM MODELO QUE PROPUNHA A MÁXIMA DESREGAMENTAÇÃO DOS MECANISMOS FINANCEIROS E A CRENÇA DE QUE OS MERCADOS IRIAM SE AJUSTAR A QUALQUER SITUAÇÃO. ATÉ O ALAN GREENSPAN RECONHECE QUE FOI UM ERRRO ACREDITAR NISSO." E alerta: "PROGRAMAS SOCIAIS DE REDISTRIBUIÇÃO DE RENDA QUE RETIRAM DIREITOS DA ELITA E OS REPASSAM AOS EXCLUÍDOS É UMA TENDÊNCIA PERIGOSA." Alguém recorda de alguma bolsa?... Novamente pergunto aos meus quase dois leitores: Qual a real alternativa ao capitalismo e ao livre mercado?

BRASIL - ESTA É A SUA CARA (AINDA HOJE)

Vi a pouco no blog do colega Josias de Souza da Folha de S. Paulo e fui buscar a original na página do cartunista e blogueiro Caco Galhardo. Lembrando Cazuza e Gal Costa, nesta o BRASIL, que nem a famosa música, mostra realmente a sua cara.  

sexta-feira, 10 de abril de 2009

BANCO DO BRASIL E O GOVERNO

Lamentável a ingerência política do governo na determinação da política a ser adotada pelo Banco do Brasil, principalmente na área da taxa de juros e aumento do crédito. Lembro que o governo NÃO É O DONO do Banco do Brasil. É seu maior acionista, o que implica que OUTROS acionistas também deveriam ser ouvidos nesse tipo de assunto.  A atuação de GOVERNO com PODER para mudar o comportamento do agente econômico em determinados setores deve ser bem avaliada. Inúmeros exemplos na história já demonstraram o quanto o ESTADO pode prejudicar a iniciativa privada e/ou estatais a serviço do GOVERNO.  Desde o Plano Cruzado que o Banco do Brasil deixou de ser Autoridade Monetária, sendo atualmente um Banco Comercial, concorrendo com os demais do mercado. Demitir seu Presidente por pressão política NÃO é a melhor saída e NÃO é um sinal positivo para o mercado. Tanto é fato, que as ações do Banco do Brasil tiveram o pior desempenho da bolsa brasileira no dia da notícia,  com uma queda de 6,56%, enquanto o índice Ibovespa teve alta de 0,54%        

quarta-feira, 8 de abril de 2009

CRISE NO BRASIL? ONDE MESMO?

Esta é a verdadeira crise que ninguém tem interesse em resolver. E o tempo passando. 

DÁ SÉRIE TEXTO DE QUEM É DA NOSSA ÁREA

Direto da Folha de S. Paulo de hoje, 08/04/2009, PAULO RABELLO DE CASTRO, eswcreve sobre "O placar da sorte de Lula". 

Ao fazer um balanço da "sorte" no seu governo, em recente seminário sobre os 15 anos do Real, realizado na Fecomercio, o ex-presidente FHC chegou a uma proporção de 6 anos difíceis enfrentados por ele, contra 2 anos favoráveis. Tinha, portanto, um déficit de sorte, por um placar de 6 a 2. Lembrou os anos de 1995 (prejudicado pela quebra do México), 1997 e 1998 (quebras de países da Ásia e da Rússia), 1999 (crise cambial no Brasil), 2001 (crise de energia no Brasil e quebra da Argentina) e 2002 (transição eleitoral aqui e recessão lá fora). Na contabilidade do ex-presidente, a sorte só lhe sorriu mesmo em 1996 e em 2000. Arrematou, então, dizendo que "com Lula se deu o inverso".
De fato, em matéria de sorte, não há quem possa disputar com o atual presidente. Mas faltou dizer, na ocasião, que Lula não maltrata a sorte que lhe bate à porta. Este ano de 2009 é apenas o segundo -após o difícil 2003 - em que Lula administra adversidades alheias ao seu controle direto. E, por enquanto, vai muito bem, obrigado, apesar de o cenário de 2009 estar apontando para um crescimento zero, nada de espantar ante o excelente crescimento da economia em 2008.
No plano externo, a "sorte" de novo lhe sorri, quando as nações de olhos azuis lhe brindam com uma das cadeiras de honra, quase de mãos dadas com a rainha, na foto oficial da reunião do G20, em Londres.
O prognóstico, ainda inconcluso, de Fernando Henrique sobre a gestão Lula - seria de 6 anos de sorte, contra 2 anos difíceis - ainda depende de como será 2010. A materialização desse placar envolve vários aspectos importantes.
O Brasil enfrenta esta enorme crise com caixa, até para fazer uma "fezinha" emprestando recursos ao FMI (vejam só...). É a primeira crise que vem com ajuste dos juros internacionais para baixo, portanto abrindo uma chance de ouro para quedas significativas dos juros altos no Brasil. Esses dois fatos, por si, são suficientes para fazer de 2010 um ano de franca recuperação.
Nossos economistas, entretanto, projetam para o Brasil um crescimento fraco em 2010. A explicação parece estar escondida na precária estrutura do crédito às atividades produtivas. No período 2003-2008, o crédito às empresas cresceu menos do que o concedido às pessoas físicas. O crédito consignado para o consumo foi a grande alavanca da popularidade de Lula. A capacidade de investimento das empresas brasileiras também não evoluiu com vigor por conta da avalanche tributária, que tem abocanhado pelo menos metade de cada real adicional do ganho nas atividades produtivas.
Como mostrou pesquisa da Fecomercio nesta Folha, no domingo, o "spread" bancário chegaria a R$ 134 bilhões, uma sangria profunda sobre a capacidade de investir e crescer. E os contribuintes pagaram pela rolagem da dívida pública outros R$ 160 bilhões em 2008.
Esses são, enfim, os freios a uma vigorosa recuperação do Brasil em 2010. A reforma do setor financeiro, envolvendo redução do recolhimento compulsório e tributos bancários, precisa ser enfrentada. E no campo dos outros impostos e encargos trabalhistas chega a ser vergonhosa a omissão de parlamentares e governo, por nem discutirem a reforma da hora. A responsabilidade do Congresso, inerte e tartamudo, soma-se à falta de criatividade do Executivo em dar mais passos, avançando na crise, como tem feito a China, por exemplo, que não descansou um minuto na capitalização de suas oportunidades abertas pela tormenta mundial.
Só por causa disso, a "sorte" de Lula não corre o risco de ser um 7 a 1 a seu favor.


PAULO RABELLO DE CASTRO, 59, doutor em economia pela Universidade de Chicago (Estados Unidos), é vice-presidente do Instituto Atlântico e chairman da SR Rating, classificadora de riscos. Preside também a RC Consultores, consultoria econômica, e o Conselho de Planejamento Estratégico da Fecomercio SP.  paulo@rcconsultores.com.br

terça-feira, 7 de abril de 2009

BRASIL: POUPANÇA DAS FAMÍLIAS, PIB E PAC

NADA contra o Programa de Aceleração do Crescimento – PAC. TUDO contra um PAC meramente eleitoral. Recentemente, com fogos de artíficio e artifícios econômicos e políticos, o governo lançou um pacote para construção de 1.000.000 de casas. Prazo para conclusão: não informado. É por essas situações inseguras que não podemos adotar um comportamento de avestruz e fingirmos que a crise inexiste no BRASIL e que, caso tenha, existe um Pai (que não é o do Céu, ainda…) a nos proteger.   É preocupante o que hoje li na coluna do colega blogueiro VINÍCIUS TORRES FREIRE, da Folha de S. Paulo:  Neste ano, a poupança ficou no vermelho em janeiro e em março. No ano, a "captação líquida" está negativa em R$ 582 milhões (para um saldo total de R$ 274,7 bilhões). É o primeiro trimestre de captação líquida média no vermelho desde junho de 2006. Não deve ser por acaso.” E não é mesmo. Uma das primeiras explicações para o crescimento do PIB é que o mesmo cresce devido o aumento da poupança das famílias, que posteriormente serão convertidos em equipamentos de capital. Logo, como essa poupança hoje está sendo retirada pelas pessoas, em continuando esse resgate, o PIB de 2009 realmente tenderá a quase zero. Ou não, dependendo do PAC... Até Caetano Veloso já deve pensar assim...      

domingo, 5 de abril de 2009

LULA NO G-20 FOI UM SUCESSO MUNDIAL

Direto do excelente colega blogueiro e cartunista André Mangabeira http://blogdomangabeira.zip.net/, realmente a reunião do G-20 foi um SUCESSO para ELLE. 
Que esse SUCESSO também seja completo na condução da crise aqui mesmo neste BRASIL.

sábado, 4 de abril de 2009

O QUE MUDA COM A SAÍDA DE MEIRELLES DO BACEN?

Uma nota triste que li nesta semana foi a de Suely Caldas, também da Folha, republicada pelo colega blogueiro Reinaldo Azevedo: A saída de Meirelles do Banco Central.
Meirelles escolheu o pior e mais impróprio momento para revelar-se: a inflação disparando, juros futuros em alta, superávit externo em queda e o ministro Guido Mantega impondo a criação de um fundo soberano. Por ter explicitado várias vezes resistência à idéia desse fundo - pelo menos enquanto o Brasil não começar a reduzir sua enorme dívida -, o presidente do BC passou para o mercado uma mensagem ruim, uma espécie de rendição nos embates com o Ministério da Fazenda, nada bom para o futuro da economia. Afinal, se o BC é o principal fiador de uma política econômica que reduziu a inflação e os juros e expandiu a produção e o emprego, uma escolha errada de substituto pode pôr em risco esse êxito. Seria um petista? Alguém sem nenhuma familiaridade e experiência no trato com o mercado? Abriu-se uma estrada longa para especulações. 
Nota deste blog: Por mais que critiquem Meirelles e os juros altos do BACEN, nestes seis e muitos anos de Lula, a situação está satisfatória graças ao trabalho dele e de sua equipe. Lamentavelmente, mais uma vez a ambição política supera um sério trabalho econômico.      

G20 EM LONDRES - CÚPULA DE EGOS

Essa é para concluir o assunto G20 em Londres. Já falaram tanta coisa sobre essa reunião, de Lula a Obama, de Michelle a Rainha Elizabeth II, mas este foi o melhor título que li sobre o encontro: Cúpula de egos, por RUBENS RICUPERO, como sempre, na nossa Folha de S. Paulo: A última vez em que se anunciou que nova ordem mundial estava emergindo foi em dezembro de 1990, quando Bush pai pediu emprestada a expressão a Gorbatchov. Ambos são hoje simpáticos aposentados, depois que o primeiro fracassou na reeleição e o último acabou destruindo o comunismo que pretendia restaurar. 
Oxalá o precedente não traga má sorte a Gordon Brown. Autêntico herói que não se poupou para garantir o êxito da cúpula do G20 poderá terminar como Churchill, vencedor da guerra, mas rejeitado pelos eleitores britânicos. Lutando contra a maré conservadora, Brown demonstrou que nem um escocês austero, filho de pastor presbiteriano, consegue resistir à hipérbole quando se trata de exagerar o êxito de uma reunião para impressionar o eleitorado.
Mas, se o encontro de Londres está longe de se comparar ao nascimento da nova ordem da ONU e do FMI, merece ser visto como contribuição útil, embora não espetacular, para restabelecer a confiança. Retomando os três critérios que sugeri ontem nesta Folha, vou invertê-los da cabeça para baixo por ordem de importância dos resultados. 
De longe a ação mais concreta e nova consistiu no aumento dos recursos do FMI para US$ 750 bilhões, mais que o Fundo pedira, e a decisão de emitir US$ 250 bilhões em Direitos Especiais de Saque. Na mesma linha destacam-se os US$ 250 bilhões para financiar o comércio. Nada disso é imediato; levará meses, talvez um ano, para que esse dinheiro entre de fato e comece a ser desembolsado. Não obstante, não há dúvida de que os países necessitados se sentirão mais tranquilos. O México não esperou para se candidatar a US$ 47 bilhões da Linha de Crédito Flexível. 
No critério da regulamentação, a parte conceitual do comunicado vai na boa direção: todos, entidades cinzentas como os fundos de hedge e instrumentos financeiros tóxicos, serão disciplinados, e os padrões internacionais para evitar risco excessivo ou contágio passarão por reforço. Mas os americanos lograram resistir à ideia de transnacionalizar as regras. Os EUA gostam de globalização só quando se trata de abrir fronteiras para as transnacionais, o capital e o comércio. Na hora de regular e fiscalizar, preferem a soberania. O primeiro critério, o de substanciais estímulos adicionais, pecou pela ausência. Figura apenas como veleidade de fazer mais, caso necessário. Os europeus e os que dependem da demanda alheia para crescer não se emocionaram. 
Um sucesso de relações públicas, para não usar palavra mais feia, foi convencer a imprensa de que era pertinente fazer o êxito da cúpula depender de tema periférico, sem relação direta com as causas da crise: os paraísos fiscais, preocupação dos fiscos alemão e francês. Aqui, como na questão da regulação, tudo dependerá da qualidade e do rigor das regras internacionais a serem definidas nos próximos meses. Afinal, antes da crise já existiam os padrões de Basileia, que se revelaram frouxos e complacentes. No caso do protecionismo e da conclusão da Rodada Doha, ouvimos a mesma canção com letra um pouco modificada.
Quanto ao mais, Obama saiu-se bem na modéstia de pretender ter vindo para escutar, Brown teve sua "finest hour" e todos os atores voltaram para casa convencidos de que o sucesso se deveu a eles. Que mais desejar de uma Cúpula de Egos?  RUBENS RICUPERO, 72, é diretor da Faculdade de Economia da Faap e do Instituto Fernand Braudel de São Paulo, foi secretário-geral da Unctad e ministro da Fazenda (governo Itamar Franco).  

DELFIM PREOCUPADO? VAMOS ENTENDER O PORQUE.

Em sua última coluna na Folha de São Paulo, o Economista ANTONIO DELFIM NETTO, já chama atenção para o título de seu texto: PREOCUPAÇÕES.

Houve uma dramática queda do crescimento do PIB entre o terceiro e o quarto trimestres de 2008, e os sinais no primeiro de 2009 são dúbios. O que será o crescimento deste ano, entretanto, não pode ser "previsto". Depende do vigor e da inteligência das políticas fiscal e monetária e de como reagirá a elas o setor privado. 
Há, certamente, muito a fazer napolítica monetária, onde o Banco Central só agora começou a usar a sua musculatura para restabelecer o fluxo do crédito interbancário. O governo tem dado ênfase aos únicos instrumentos de que dispõe para ativar a economia: 1º) acelerar os seus investimentos e 2º) tentar cooptar o setor privado com alguns estímulos creditícios e fiscais para fazerem o mesmo. Ambos, sempre submetidos à responsabilidade fiscal. 
Por seus sacerdotes, os "Deuses do Mercado" têm manifestado sérias dúvidas sobre tal política. Em relação à menos importante tarefa do Banco Central (a redução da taxa Selic), manifestam com a gravidade de quem se pensa portador de uma verdade "científica", a preocupação que ela possa vir a acelerar a desvalorização cambial e, assim, comprometer a meta inflacionária de 4,5%. Há mil razões para discutir em que condições tal "ciência" deve ser levada a sério, mas apenas uma basta para pô-la em dúvida: a tremenda queda da demanda interna, que só será recuperada lentamente. Essa recuperação depende menos da taxa de juros Selic do que das ações do Banco Central para regularizar o fluxo interbancário. 
Em relação à política fiscal, boa parte das preocupações dos sacerdotes é que a provável redução do superávit primário venha a comprometer a queda monotônica da relação dívida/PIB, fator de alguma importância para a redução da taxa de juros. Hoje ela anda em torno de 37%, contra 52% em 2003. Mesmo que o PIB caia 1% (possível, mas dependente do que fizermos nos próximos nove meses), se a taxa de juros real anual cair para 6% (o que já deveria ter acontecido há alguns anos!), um superávit primário em torno de 3% do PIB será suficiente para estabilizá-la.
Nas condições atuais, até os "Deuses" a aprovarão, porque em 2009 praticamente todos os países verão sua relação dívida/PIB elevar-se.
Os investimentos do governo registraram uma aceleração: de 0,4% em 2003 para 1% em 2008 - de um PIB que cresceu 26% no período (4,7% real ao ano). É claro, entretanto, que, sem cooptar o setor privado, eles não terão potência suficiente para sustentar o crescimento. Isso sugere a urgência de acelerar e estimular todas as formas de concessão das obras de infraestrutura
Nota: Como já postei anteriormente discordo do autor sobre seu conceito de "previsões econômicas". Aqui ele logo no início do texto já faz sua crítica. E conclui com o pensamento no PAC...

VERÍSSIMO TAMBÉM É ECONOMIA.

Essa eu li em 02/04/09 e fiquei curioso, pois o autor desta crônica “Respeitável",  Luis Fernando Veríssimo, não faz parte da minha lista de preferidos. Porém, vindo dele, claro que tinha que ter uma crítica ao capitalismo... De qualquer maneira, sempre sou favorável a "ouvir ambas as partes"...

Hyman Minsky morreu em 1996 mas está sendo muito lembrado, e citado, agora. Era um economista e acadêmico americano que destoava da ortodoxia neo-clássica dominante de Milton Friedman e seus discípulos e combateu a desregulação do mercado que desmantelou o capitalismo auto-controlado montado pelos keynesianos depois da Grande Depressão - e acabou dando no atual desastre. Minsky previu o que ia acontecer mas na época do pensamento único e indiscutível ninguém lhe deu muita atenção. Agora o profeta está recebendo as honras devidas. Num trecho de um dos seus livros sobre a instabilidade da economia americana reproduzido recentemente pela revista "The Nation", Minsky escreveu que "o fracasso de políticas desde a metade dos anos 60 tem relação com a banalidade da análise econômica ortodoxa. Apenas uma análise crítica do capitalismo pode ser guia para uma política capitalista bem sucedida". Quer dizer, a análise acritica ou invariavelmente a favor ameaça o capitalismo mais do que qualquer pregação de esquerda. Minsky estava escrevendo para a grande imprensa americana e, sem saber, para a grande imprensa brasileira.

RICOS X POBRES: SEMPRE A MESMA COISA

Enquanto no Brasil os 10% mais ricos detem 75% da riqueza, lá no Clube do G20 não é muito é diferente: nada mais nada menos do que 90% do PIB mundial estavam em Londres.

Análise feita pela Miriam Leitão afirma que do grupo do G8, que inclui a Rússia entre as nações mais ricas, praticamente todos já estão em recessão ou tiveram PIB negativo no 4º trimestre de 2008. São eles: Estados Unidos, Japão, Alemanha, França, Reino Unido, Canadá, Itália e Rússia.

Além deles estão reunidos os países que fazem parte da União Europeia e também o grupo de 11 nações emergentes, que inclui Brasil, Argentina, México, China, Índia, Austrália, Indonésia, Arábia Saudita, África do Sul, Coreia do Sul e Turquia.

Nota: e o que acontece com os quase 200 países que possuem APENAS 25% da riqueza?

O DÓLAR AINDA É MOEDA FORTE?

Clóvis Rossi é um dos jornalistas mais respeitados no meio e em seu texto de 27/03/09 na Folha de S. Paulo, traz mais uma preocupação para os tempos atuais. Para os meus quase dois leitores, o título do texto é bastante sugestivo "Aquelas notas verdes". E como gostamos dela...

LONDRES - Editorial desta Folha demonstrava faz pouco a fortaleza do dólar, apesar de toda a crise, apesar de todo o colossal déficit externo norte-americano. Um número bastava: o mundo comprou no ano passado US$ 815 bilhões em títulos norte-americanos. Significa, grosso modo, transferir para os EUA três quartas partes de tudo o que o Brasil produz por ano de bens e serviços. Mas as coisas começam a ficar esquisitas. Primeiro foi o premiê chinês, Wen Jiabao, a desconfiar publicamente da solvência dos EUA. Depois foi outro líder chinês, o presidente de seu Banco Central, a sugerir a troca do dólar pelos Direitos Especiais de Saque (moeda contábil do FMI) como moeda de reserva do planeta.  Ontem, foi a vez de Andrei Denisov, vice-ministro russo de Exteriores, a endossar a proposta chinesa. Denisov foi além: propôs uma conferência internacional para estudar a adoção da nova moeda, o que, de quebra, já mina a cúpula do G20 marcada para dia 2 em Londres. A cúpula destina-se a tentar estabilizar a economia, numa ponta, e a reformular a arquitetura financeira global, na outra. Se um dos participantes de certo peso já pensa em nova conferência em torno do mesmo assunto, para que servirá então a de Londres?  Observe-se que os dois países que lançaram a proposta sobre o dólar são Brics (Brasil, Rússia, Índia e China, supostas futuras potências mundiais). Como têm atuado coordenadamente no âmbito do G20, o Brasil será fatalmente chamado a manifestar-se, ainda mais que é um dos maiores detentores de papéis norte-americanos. É possível que o tema morra por aí. Mas, se os planos Obama/Geithner não conseguirem endireitar a coisa, prepare-se para um choque sobre aquelas notinhas verdes que parecem (ou pareciam) as únicas coisas no planeta em que se podia confiar para sempre

Em tempo: Atualizando a nota acima, o presidente Lula já propôs ao seu colega chinês Hu Jintao a utilização de suas respectivas moedas, real e yuan no comércio.(Não acredito na "quebra" do dólar, apesar do estado atual da economia norte-americana). A confirmar. 

A importância de debater o PIB nas eleições 2022.

Desde o início deste 2022 percebemos um ano complicado tanto na área econômica como na política. Temos um ano com eleições para presidente, ...