terça-feira, 30 de agosto de 2011

Reconhecendo a ausência de recuperação.


Paul Krugman, em seu blog aqui publicado pelo ESTADÃO, “reconhecendo a ausência da recuperação”.


Um aspecto positivo do discurso de Bernanke - estou tentando ser otimista – é o fato de, pela primeira vez, ele ter mais ou menos reconhecido que não estamos de maneira nenhuma testemunhando uma recuperação:
“Mas, independentemente destes desenvolvimentos mais positivos, tornou-se claro que a recuperação após a crise tem sido muito menos robusta do que o esperado. Com as mais recentes revisões abrangentes à contabilidade nacional e também com as mais recentes estimativas de crescimento para a primeira metade deste ano, aprendemos que a recessão foi ainda mais profunda – e a recuperação, ainda mais fraca – do que tínhamos pensado; de fato, a produção agregada nos Estados Unidos ainda não retornou ao nível alcançado antes da crise. É importante o dado de que o crescimento econômico tem apresentado em geral um ritmo insuficiente para produzir reduções sustentáveis no desemprego, que tem ultimamente pairado um pouco acima dos 9%.”
Pois é. Costumo ilustrar a ausência da recuperação por meio da proporção entre população e postos de trabalho, mas há uma representação alternativa: a proporção entre o PIB real e a estimativa de potencial elaborada pela Comissão Orçamentária do Congresso (que representa um nível de atividade consistente com a inflação estável, e não o máximo absoluto que a economia seria capaz de produzir):
Por acaso isto se assemelha a uma recuperação sólida, ainda que lenta? É claro que não.
Num mundo ideal, a conclusão de que a economia não está se recuperando faria com que o Fed adotasse o tipo de medida que Bernanke recomendou dez anos atrás quando o Japão se encontrava numa armadilha parecida, de longo prazo. Mas parece que ainda não chegamos a este ponto.

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