O presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, disse que a autarquia
tem munição suficiente para prover tranquilidade ao mercado, após as
turbulências geradas pela eleição de Donald Trump, nos Estados Unidos. A
afirmação foi feita hoje (16) em entrevista à imprensa internacional, por meio
de teleconferência.
Goldfajn disse que o regime de câmbio no Brasil é flutuante (com cotação
da moeda definida pelo mercado), mas cabe ao BC intervir para evitar excesso de
volatilidade. O BC tem feito intervenções no mercado por meio de leilões de
rolagem (renovação) de swap cambial tradicional (que equivalem à venda de
dólares no mercado futuro). Além da rolagem, o BC também tem feito leilões de
contratos novos.
O dólar sobe
desde o último dia 9, após a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais
norte-americanas. Há a possibilidade de que o Federal Reserve (Fed), o banco
central dos Estados Unidos, aumente os juros da maior economia do planeta mais
que o previsto, por causa da política de alta dos gastos públicos de Trump.
Taxas mais altas nos Estados Unidos atraem capitais para títulos do Tesouro
norte-americano, o que resulta em alta do dólar em todo o planeta, e afeta
países emergentes como o Brasil.
Na entrevista, o presidente do Banco Central disse que 2016 tem sido o
ano de reestabelecer a confiança e ancorar as expectativas de inflação. Ele
destacou que, para 2017, a expectativa do mercado para a inflação está em torno
da meta de inflação (4,5%). Goldfajn também afirmou que o mercado espera por
melhora na economia nos próximos anos. “O mercado espera 2017 melhor do que
2016 e 2017 melhor do que 2018”, destacou.
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