sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

SALÁRIO MÍNIMO EM 2010

Em época de novo salário mínimo, fiquemos com a imagem do Papai Noel cearense, direto do jornal O POVO. Que em 2010 todo brasileiro possa ter pelo menos o mínimo...

2009 - O ANO DE LULA

Depois do jornal espanhol EL PAÍS, o francês LE MONDE: Pela primeira vez na história, o "Le Monde" decidiu eleger a personalidade do ano. A "sua" personalidade do ano. O exercício poderia parecer arriscado ou desonroso. Quem escolher? Segundo quais critérios? Em nome de que valores? Como se diferenciar dos grandes e prestigiosos colegas estrangeiros, como a revista americana "Time", que há muito tempo nos antecedeu nesse caminho ao eleger sua "pessoa do ano"?

Nossas discussões trouxeram à luz aquilo que nos reúne sob a bandeira do "Monde". Uma vez que, há 65 anos, o título do nosso jornal é um convite ao olhar planetário, escolhemos uma personalidade cuja ação e a notoriedade tomaram uma dimensão internacional. Preocupados em evitar as escolhas obrigatórias que poderiam ter nos levado ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama (mais o homem de 2008 do que o de 2009), nós também descartamos personalidades "negativas", muito embora sua ação seja determinante na nova configuração mundial: Vladimir Putin e sua tentativa-tentação de reconstituir o império soviético; Mahmoud Ahmadinejad, cujas palavras e ações são sempre um desafio ao Ocidente.

Desde sua criação, "Le Monde", marcado pelo espírito da análise de seu fundador, Hubert Beuve-Méry, pretende ser um jornal de (re)construção, até mesmo de esperança; ele veicula à sua maneira uma parte do positivismo de Auguste Comte, defendendo os homens de boa vontade. É por isso que, para esta primeira nomeação, que nós esperamos renovar a cada ano, nossa escolha feita com a razão e o coração foi pelo presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, mais conhecido pelo simples nome de Lula.

Pareceu-nos que, pelo seu percurso singular de antigo sindicalista, pelo seu sucesso à frente de um país tão complexo quanto o Brasil, por sua preocupação com o desenvolvimento econômico, a luta contra as desigualdades e a defesa do meio ambiente, Lula é bastante merecedor... do mundo.
Este blog embora não concorde com determinadas políticas de Lula, nele reconhece a sua competência e fica feliz com a escolha.

domingo, 20 de dezembro de 2009

ATA DO COPOM

Recebi do Professor Carlos Pio, o editorial do Estadão sobre “o viés político das Ata do COPOM."

A interpretação mais audaciosa sobre a Ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) foi do diretor da Global Financial Advisor, Miguel Daoud, que, ao ler o documento, concluiu que o Banco Central (BC) introduziu nele um viés político.

Na sua opinião, o BC fotografou o cenário atual e passou a foto por meio da Ata. Na realidade, isso já se vinha percebendo em atas anteriores, chegando à máxima clareza no presente documento, especialmente no que diz respeito à expansão monetária e, mais ainda, ao déficit das contas públicas. A impressão foi reforçada pela declaração do presidente do BC, Henrique Meirelles, quando transformou o que o Copom considera uma hipótese de trabalho em certeza: de cumprimento das metas fiscais e de inflação em 2010.
A Ata considera que existem apenas dois riscos: o comportamento dos preços dos serviços e a elevação dos das commodities. Não vê nenhum problema no que se refere ao crédito, que aumenta para as pessoas físicas e conta com a atuação dos bancos públicos para que não haja risco de redução. O risco do impulso fiscal sobre a trajetória da inflação, embora assinalado, não preocupa as autoridades monetárias, que consideram que os investimentos da indústria, que atualmente dispõe de margem de ociosidade, darão condições de responder a um forte aumento da demanda doméstica.
Certamente, o Copom se mostra tranquilo com a possibilidade de recorrer à importação para completar a oferta interna, embora não manifeste preocupação com a excessiva deterioração das transações correntes do balanço de pagamentos. Isso pode até afetar a taxa cambial, mas o Copom acredita que manterá estabilidade em torno de R$ 1,70. No entanto, uma desvalorização do real ante o dólar teria um efeito devastador sobre os preços de produtos brasileiros nos quais cresce a participação de componentes importados.
Não se pode menosprezar, hoje, a dependência das entradas de capitais estrangeiros na economia brasileira, tanto na sustentação dos investimentos quanto na dinâmica do mercado bolsista. Ora, uma deterioração das contas públicas, ainda mais acompanhada de déficit crescente das transações correntes, que poderá não ser facilmente coberto pela entrada de recursos externos, representará a médio prazo um sério problema. Não em 2010, mas o Copom, que atua essencialmente sobre o futuro, parece-nos que deveria advertir-se desse risco.

sábado, 19 de dezembro de 2009

SECOND BRAZILIAN WORKSHOP OF THE GAME THEORY SOCIETY

Em 2010 um evento em SÃO PAULO reúne a excelência da Economia de quatro Prêmios Nobel. Vamos agendar?

It is a great pleasure to invite you to participate in the SECOND BRAZILIAN WORKSHOP OF THE GAME THEORY SOCIETY. It will be held at the University of São Paulo, from July 29 to August 4, 2010. The event will honor JOHN NASH, on the occasion of the 60th anniversary of Nash equilibrium.

INVITED SPEAKERS:

John Nash (Nobel Prize in Economics of 1994);

Robert Aumann (Nobel Prize in Economics of 2005);

Roger Myerson (Nobel Prize in Economics of 2007);

Eric Maskin (Nobel Prize in Economics of 2007).

BLOG DO RODRIGO CONSTANTINO

O blog do colega RODRIGO CONSTANTINO http://rodrigoconstantino.blogspot.com/ está agora numa fase “política” de excepcional qualidade. Recomendo a leitura do post, que é um verdadeiro artigo, SERRA OU DILMA? A ESCOLHA DE SOFIA. E, depois de uma saborosa reflexão, faça a sua escolha para não se arrepender em 2011...

DEZEMBRO E O CAEN

Dezembro é um mês muito complicado, porém fascinante. Tenho a experiência de vários dezembros na minha vida, mas este de 2009 está realmente diferente. É como se todo o ano tivesse que ser solucionado em um único mês. Estou realmente precisando que o dia tenha 36 horas, no mínimo.

Por isso não estarei presente em FORTALEZA na solenidade de entrega do PRÊMIO SEFIN DE FINANÇAS MUNICIPAIS - 3ª Edição, para a aluna do Curso de Mestrado Profissional em Economia do Setor Público do CAEN/UFC, HELOÍSA HELENA MAIA DE MENDONÇA, que obteve o 3º lugar na categoria Monografia - Profissional, com o trabalho intitulado: "A Lei de Responsabilidade Fiscal e os Deteminantes que Influenciam seu Cumprimento: Uma Investigação à Partir dos Municípios Cearenses", sob a orientação do Prof. Dr. Flávio Ataliba Flexa Daltro Barreto.

O PIB BRASILEIRO 2008/2009/2010

Na FOLHA DE S. PAULO, o colega LUIZ CARLOS MENDONÇA DE BARROS esclarece como entender os números do PIB.

O IBGE divulgou na semana passada os números do PIB (Produto Interno Bruto) no terceiro trimestre deste ano. Houve certa frustração na medida em que o crescimento ficou bem abaixo das projeções. Mas é preciso entender a razão pela qual isso ocorreu.

Usualmente o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulga em dezembro uma reavaliação do PIB do ano anterior. Com informações mais precisas sobre a atividade econômica, ele pode melhorar a qualidade dos números divulgados um ano antes. E essa revisão dos números de 2008 mostra que o tamanho de nossa economia era -antes do colapso do banco Lehman Brothers- maior do que o divulgado anteriormente. Mas o valor monetário da atividade econômica no período julho a setembro deste ano -e estimado agora pelo IBGE- não foi menor do que esperavam os analistas.

Ou seja, a parcela do PIB que cabe a cada brasileiro -respeitada a matriz de distribuição de renda- não foi inferior ao previsto, como pode ter transparecido no noticiário.

Apenas sua taxa de variação foi afetada em razão da revisão - para cima - do PIB em 2008. E, como a vida do cidadão depende do valor monetário do PIB- e não da sua variação entre um ano e outro-, nada de importante mudou realmente. A recuperação continua sólida, embora, no ano-calendário de 2009, a variação do PIB em relação aos números do ano passado possa ser ligeiramente negativa.

Os novos dados do IBGE nos permitem uma análise mais detalhada do comportamento da economia em 2008 e na primeira metade deste ano. Em primeiro lugar, fica ainda mais claro que foi o comportamento do consumidor brasileiro que permitiu ao Brasil passar de maneira diferenciada pela crise financeira mundial. No terceiro trimestre de 2008, momento em que ocorreu o agravamento da crise, o consumo no Brasil crescia a uma taxa média na casa dos 7% ao ano. No quarto trimestre, houve queda de 1% ante o terceiro, mas, ainda assim, alta de 4% diante do mesmo período de 2007.

A recuperação aconteceu rapidamente a partir do inicio de 2009, com crescimento médio do consumo em torno de 6,5% ao ano entre janeiro e setembro. Se incorporarmos à nossa análise os dados do comércio para o mês de outubro deste ano, podemos inferir que vamos entrar em 2010 com um aumento do consumo das famílias próximo a 7% ao ano.

Do lado dos investimentos, a variação na taxa de crescimento anual entre o período anterior à crise e os três trimestres seguintes foi brutal.

De um crescimento anual próximo a 20% ao ano, passamos a uma queda de 15% no inicio de 2009. Mas já há forte retomada. Para 2010, a equipe de economistas da Quest trabalha com uma taxa positiva de 14%, o que deve garantir um crescimento de 6% para o PIB.

A aceleração da economia é claríssima. A criação de 246 mil empregos formais em novembro, ritmo bem superior ao pico anterior à crise, mostra que os riscos já são de aquecimento excessivo. Na ata do Copom divulgada ontem, o Banco Central ainda não deu sinais claros de que elevará os juros, mas muito em breve será obrigado a endurecer o discurso. Se não o fizer, a autoridade monetária correrá o risco de desancorar as expectativas de inflação e complicar ainda mais o duro trabalho que tem pela frente.

PAUL SAMUELSON E OS MAIORES.

Em entrevista na The New Yorker, PAUL SAMUELSON registra a sua opinião sobre os maiores economistas de todos os tempos:

Q: At this stage, how would you rank Keynes?

A: “I still think he was the greatest economist of the twentieth century and one of the three greatest of all time.”

Q: “Who are number one and number two?”

A: “Adam Smith and Leon Walras.”

PROJEÇÕES 2009/2010 BRASIL

Mais previsões para 2010, agora do pessoal do VALOR ECONÔMICO:

O crescimento econômico previsto, de 5%, será pautado principalmente pela expansão do consumo. O superávit da balança comercial deve cair dos US$ 27 bilhões deste ano para US$ 19 bilhões, segundo previsão do Banco Central - o mercado trabalha com apenas US$ 11 bilhões. E a dívida pública líquida deverá ficar entre 39% e 41% do PIB, em comparação com 38,8% em 2008. O déficit em transações correntes subirá de US$ 18 bilhões neste ano para US$ 40 bilhões em 2010, segundo projeções do mercado.

A conferir em 2010, of course.

REUNIÃO DE COPENHAGUE 2009.

SINFRÔNIO, lá da nossa FORTALEZA-CE, do nosso DIÁRIO DO NORDESTE, demonstra de maneira genial, o que restou de Copenhague.

O HOMEM DO ANO 2009

BEN BERNANKE – PERSON OF THE YEAR 2009

He just happens to be the most powerful nerd on the planet.

Bernanke is the 56-year-old chairman of the Federal Reserve, the central bank of the U.S., the most important and least understood force shaping the American — and global — economy. Those green bills featuring dead Presidents are labeled "Federal Reserve Note" for a reason: the Fed controls the money supply. It is an independent government agency that conducts monetary policy, which means it sets short-term interest rates — which means it has immense influence over inflation, unemployment, the strength of the dollar and the strength of your wallet. And ever since global credit markets began imploding, its mild-mannered chairman has dramatically expanded those powers and reinvented the Fed.

LER NA VEJA

Li na VEJA e aprovei com louvor. Ler ainda é o melhor remédio. PARABÉNS VEJA.

Há cerca de um ano e meio, surgiu na redação de VEJA a ideia de patrocinar, na internet, uma rede social que girasse em torno dos livros. Fomentar a leitura entre os brasileiros sempre foi uma missão para a revista. Fazer isso no ambiente digital representava um desafio. Era preciso desenvolver a ferramenta certa para cativar os usuários dos sites de relacionamento. Essa ferramenta é o VEJA Meus Livros, que faz sua estreia oficial neste sábado, depois de um mês em versão de teste.

Quando o projeto do VEJA Meus Livros começou a ser debatido, sites americanos como LibraryThing e Goodreads já estavam no ar. Eles são redes sociais inteiramente centradas na literatura. Em meados deste ano, foi lançada no Brasil uma iniciativa semelhante: o site O Livreiro, ligado ao jornal O Globo. A essa altura, o VEJA Meus Livros já caminhava numa outra direção. Por que levar as pessoas a construir, do zero, uma nova teia de amizades virtuais, se elas já dedicaram tanto tempo e energia a fazer isso no Orkut ou no Facebook? Em vez de um site independente, optou-se por fazer do VEJA Meus Livros um aplicativo que pode ser utilizado por qualquer um que tenha um perfil nessas grandes redes. Hoje, a ferramenta está disponível para quem usa o Orkut. Em poucas semanas, a versão para o Facebook deverá ser lançada.

No VEJA Meus Livros, é possível organizar uma biblioteca virtual em várias categorias: os volumes que você está lendo ou já leu, aqueles que são seus favoritos, e até aqueles que você gostaria de ganhar de presente. É possível convidar os amigos a compartilhar de suas leituras, postando longas resenhas ou comentários breves - basta um clique para publicar esses últimos no Twitter. Uma parceria com o site da Livraria Cultura também permite que você realize compras on-line.

Como os livros são matéria-prima fundamental para as reportagens de VEJA, reservou-se uma área do aplicativo às contribuições da redação. Lá você vai encontrar, sempre atualizada, nossa lista de mais vendidos, as bibliotecas e resenhas de jornalistas e colaboradores, e um acesso a este novo blog sob o mundo da literatura.

VEJA Meus Livros foi feito para quem ama a leitura e a internet. Esperamos que você goste do presente.

ENTRE A SELVA E A NEVE

Para não comentarem que estou na floresta, MAS não escrevi sobre a fracassada reunião de Copenhague, fico com a bela imagem da neve que cobre o jardim norte da Casa Branca, em Washington, pouco depois do retorno do presidente Barack Obama, que chegou aos EUA de viagem a Copenhague na madrugada deste sábado. A cúpula do clima na capital dinamarquesa, que durou 12 dias, foi um "fracasso histórico", afirmaram ONGs.

Enquanto brasileiros e brasileiras esticavam pernas na Dinamarca, a floresta amazônica aqui continua com sua eterna devastação.

Afinal, entre o calor e o frio, minha alma congela.

domingo, 13 de dezembro de 2009

PAUL SAMUELSON: 1915 - 2009.

Estou chegando neste momento de uma rápida viagem ao meu Ceará e para a nossa total tristeza e pesar, leio direto do The New York Times que Paul A. Samuelson, the first American Nobel laureate in economics and the foremost academic economist of the 20th century, died Sunday at his home in Belmont, Mass. He was 94.

His death was announced by the Massachusetts Institute of Technology, which Mr. Samuelson helped build into one of the world’s great centers of graduate education in economics.

In receiving the Nobel Prize in 1970, Mr. Samuelson was credited with transforming his discipline from one that ruminates about economic issues to one that solves problems, answering questions about cause and effect with mathematical rigor and clarity.

PAUL SAMUELSON é o pai de toda uma geração de colegas que tiveram e têm no seu livro ECONOMIA/ECONOMICS a nossa Bíblia. Recordo que foi a partir da compra e leitura de seu livro que tive a satisfação que estava no caminho certo, estudando a mais fantástica das ciências. Com a sua morte, a ECONOMIA perde um de seus mais inteligentes mestres. Entre seus alunos estão, dentre muitos, BEN BERNANKE e PAUL KRUGMAN.

É uma triste notícia para início de uma das semanas mais movimentadas do ano.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

GUSTAVO FRANCO E A ECONOMIA 2009

Para este final de semana de viagem, uma entrevista com Gustavo Franco, diretamente do Blog da Miriam Leitão, que merece a devida reflexão e sinaliza para a manutenção dos pés no chão, neste próximo ano totalmente eleitoral. Ex-presidente do Banco Central, Gustavo Franco chama de "gastança pró-cíclica de intuito eleitoral" as medidas do governo para incentivar a economia. Ontem, o ministro Guido Mantega anunciou uma injeção de mais R$ 80 bilhões. Para Franco, o governo está superaquecendo o país e isso vai forçar um aumento da taxa de juros no ano que vem.
Nesta entrevista ao blog, o hoje sócio da Rio Bravo Investimentos afirma que as previsões de um crescimento próximo de zero do PIB em 2009 significam um ritmo muito forte da economia no quatro trimestre, forte a ponto de ser insustentável em 2010. O mercado começa a revisar as perspectivas de crescimento da economia para uma taxa ligeiramente negativa. O que isso significa para a economia? Gustavo Franco - Acho que o resultado está dentro das margens de previsão: os analistas esperavam um crescimento levemente positivo ou negativo para o ano fechado, ou seja, algo próximo de zero, o que é um excelente resultado, por paradoxal que pareça. É preciso lembrar que este crescimento é média de quatro trimestres de 2008, contra média de quatro trimestres de 2009, e que o “peso” da crise é muito grande. Terminar em zero significa que os três últimos trimestres de 2009 serão muito fortes, como têm sido, fortes a ponto de se dizer que é um ritmo insustentável para um ou dois trimestres adiante de 2010. O PIB do terceiro trimestre pode piorar o cenário da economia em 2010? O que está fazendo piorar a perspectiva para o próximo ano é a insistência injustificada em medidas de incentivo enganosamente descritas como “anti-cíclicas”. Já ultrapassamos este assunto, o que temos agora, em bom português, é uma gastança pró-cíclica de intuito eleitoral, cujo impacto será o de superaquecer a economia e forçar a taxa de juros para cima. O dado do PIB em si pouco alterou, então, a perspectiva de aumento de juros no próximo ano? O anúncio alterou muito pouco a expectativa de que os juros vão subir. Quanto mais gasto, mais juro. Tentar demonstrar, na prática, que a teoria econômica não funciona, ou que o Brasil é diferente, fazendo a nação de cobaia, não vai nos levar a lugar algum, exceto a um passado de planos heterodoxos de triste memória. Com esse PIB, você teme que o governo se sinta compelido a injetar ainda mais recursos na economia? Seria péssimo, principalmente porque nos retira de um caminho virtuoso e sustentável de política macroeconômica. Não há cabimento em imaginar que se possa levar muito adiante um processo de “substituição” do gasto privado pelo público, ou seja, reduzir o gasto privado via juros e aumentar o gasto público para compensar. Esta substituição perversa pode ser uma herança maldita, esta sim, verdadeiramente maldita, que este governo estará deixando para o próximo.

PIB 2009 QUASE ZERO?

A cada dezembro é a mesma coisa: o dia precisa ter 36 horas para conseguirmos realizar toda a nossa programação. Hoje estou viajando da selva para o litoral, mas na madrugada de segunda já estarei de retorno. Para não deixar órfãos os meus quase dois (milhões) fiéis leitores, abaixo um artigo publicado na Folha de S. Paulo, onde o colega FERNANDO SAMPAIO, da LCA Consultores, analisa o resultado do PIB brasileiro no 3º trimestre deste ano. A informação que, compreensivelmente, deverá constar nas manchetes é um tanto frustrante: o PIB brasileiro, ao crescer 1,3% na passagem do 2º para o 3º trimestre, avançou menos do que, em média, projetavam bancos, consultorias e demais analistas econômicos (2%). Mas o vasto conjunto de informações divulgado ontem pelo IBGE sugere que a avaliação geral, positiva, sobre a trajetória recente e as perspectivas da atividade econômica no Brasil não sofreu abalo. O IBGE trouxe a público não apenas os resultados no PIB no período julho-setembro mas também os números revistos dos trimestres precedentes, desde o início de 2007. Esses números mudaram, até bastante: a queda do PIB na passagem de 2008 para 2009 foi menor do que se estimou inicialmente (a contração acumulada entre outubro de 2008 e março de 2009 passou de 4,3% para 3,8%), e a retomada no 2º trimestre se deu a um ritmo mais moderado do que apontava o primeiro cálculo (o crescimento sobre o 1º trimestre foi revisto de 1,9% para 1,1%). A história que os novos números contam, porém, é essencialmente a mesma: a guinada recessiva da economia brasileira, em seguida ao travamento global do crédito, foi muito forte (em especial porque a indústria brasileira, confiando na tese da "marolinha", carregava estoques altos e, por isso, efetuou o corte de produção mais drástico da sua história). Mas essa guinada foi também breve: já no 2º trimestre a economia voltava a crescer, graças sobretudo ao fato de que, pela primeira vez em décadas, a política econômica tinha margem de manobra para estimular a demanda interna num contexto de contração da liquidez global; e ao fato de que no Brasil a demanda interna tem peso particularmente alto (as exportações de bens não chegam a 13% do PIB, metade da média mundial). No 3º trimestre, a retomada prosseguiu, a um ritmo, conforme se esperava, ligeiramente superior ao do 2º. A perspectiva para o fechamento do ano permanece a de uma variação do PIB próxima de zero, e, para 2010, uma alta da ordem de 5% (ou mais) continua a ser a expectativa predominante. Cabe, aqui, uma advertência sobre o contraste entre o ritmo do PIB apurado pelo IBGE, com alta mais moderada do que se avaliava no 2º e 3º trimestres, e o ritmo da demanda interna, tão dinâmico quanto se estimava. Esse contraste está ligado a um aspecto técnico da medição do PIB, que é a variação de estoques. Embora as informações sobre estoques sejam muito imperfeitas, não resta dúvida de que, desde o final de 2008, suas flutuações na indústria brasileira têm sido muito fortes. E essas movimentações têm tido um peso extraordinário nos números do PIB. Para ter uma ideia: embora a variação de estoques tenha peso de apenas 1,2% na composição do PIB, se excluíssemos a queda dos estoques do cálculo do PIB, a alta deste no 3º trimestre saltaria de 1,3% para 2,3%. Um comentário final: os novos números do IBGE indicam que a retomada do investimento teve início já no 2º trimestre e se acelerou no 3º, sinalizando menor risco, à frente, de gargalos de oferta a pressionar a inflação.

A SITUAÇAO DO CÂMBIO

Direto da FOLHA DE S. PAULO, ERNESTO LOZARDO, professor de economia da EAESP-FGV, e autor de "Globalização: A Certeza Imprevisível das Nações" analisa a situação do câmbio. HÁ UMA discussão em torno da valorização do real que tem dificultado o entendimento das pessoas pouco familiarizadas com essa realidade. As premissas sobre a política cambial do passado ainda têm reflexos nas discussões do presente. No passado, o Brasil não adotava políticas monetária e fiscal que assegurassem o crescimento e a estabilidade dos preços. Isso porque o país não tinha orçamentos monetário e fiscal consistentes. Daquela época, guardamos a seguinte ideia-força de Mário Henrique Simonsen: "A inflação mutila, mas o câmbio mata". Nos dias atuais, há quem afirme: "A atual valorização do câmbio é um problema real e pode prejudicar a economia" (Paul Krugman). Encontramos, também, alarmistas, para quem, por conta da alta do real, haverá desindustrialização. Isso já é demais. Desde os tempos de Simonsen até os dias atuais, muita loucura foi feita em relação à política cambial. Nem por isso o setor exportador foi aniquilado. O foco da política econômica deve ser a competitividade da economia brasileira. Nesse sentido, precisa-se das reformas fiscais e de política de estímulo às exportações. A valorização do câmbio resulta de vários fatores. Ela está atrelada à política monetária, especificamente à taxa de juros. Quanto mais elevados os juros, mais o real se aprecia, e, de forma oposta, quanto menores os juros, mais competitivo o real fica. Os elevados juros resultam do alto gasto corrente do governo federal. Para financiar esse gasto, o governo precisa arredar mais recursos por meio de tributos. De modo que a grande carga tributária sobre a produção e sobre a renda do trabalhador reduz o lucro das empresas, o poder aquisitivo da sociedade e o nível de poupança. Para os bancos, esse risco está incorporado no elevado custo dos empréstimos. A redução efetiva dos juros e, portanto, da valorização da moeda nacional dependerá de ações concretas dos representantes do Congresso, impondo reduções nos gastos correntes do governo, nos programas assistenciais e nas correções graduais no deficit da Previdência. Uma das aberrações na política de exportações é o fato de o país exportar impostos. Independentemente do fato de a moeda estar valorizada, prejudicando a competitividade e a lucratividade do exportador, é inconcebível tributar a exportação. A Fiesp propõe eliminar os tributos que incidem sobre os produtos exportados, modificando os mecanismos de compensações. A indústria brasileira paga em média 22,9% de impostos indiretos sobre o faturamento líquido. Desse total, 5,8% das receitas líquidas com exportações são créditos irrecuperáveis: o governo federal não paga ao exportador. Isso é crime. Mesmo assim, a entidade sugere que o calote do governo federal se transforme em moeda de troca no pagamento de qualquer tributo federal. É mais uma ginástica tributária do setor privado para lhe fazer justiça e amenizar a atual perda de receita. Essa alternativa não visa à competitividade do setor, mas, no momento, ela é necessária. A inexistência de reformas fiscal e previdenciária tem dado margem a todo tipo de proposta, negando o saber de que a política cambial é parte da política macroeconômica. A política cambial não é a política industrial e muito menos a política de crescimento sustentável. Manter um câmbio competitivo dependerá das reformas apontadas que tornem o Brasil globalmente competitivo, estruturalmente equilibrado e receptivo ao capital, aumentem expressivamente a poupança pública e privada e fomentem o surgimento de ampla sociedade de consumo.

domingo, 6 de dezembro de 2009

FECAP - A MINHA I.E.S.

Cursei Economia em São Paulo na FECAP, uma escola fundada em 1902. Hoje leio na FOLHA que o CENTRO UNIVERSITÁRIO FECAP foi avaliado pelo MEC como "o melhor centro universitário privado do BRASIL". Anúncio da própria FECAP informa que "95% dos nossos alunos estão empregados."
Que boa notícia aqui na floresta para iniciar uma semana que terminará na praia.
PARABÉNS a todos que fazem a FECAP e tenho orgulho de ter sido aluno dessa Instituição de Ensino Superior.

BRASILEIROS 2009 NA ÉPOCA

Como ocorre a cada ano, ÉPOCA divulga a sua lista dos 100 brasileiros mais influentes do ano. Com todo o respeito, listas dividem opiniões, mas a deste ano de 2009 realmente está quase uma tragédia... Pensando melhor, SE dos quase 200.000.000 de brasileiros os "nossos" 100 mais influentes são esses, então este é o BRASIL que temos. Que pena, pois acredito que poderia ser melhor.

sábado, 5 de dezembro de 2009

INTERVENÇÃO NO CÂMBIO?

É cada um puxando brasa para a sua sardinha... É como entendo a atuação da FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE SÃO PAULO - FIESP ao preparar um documento solicitando ao governo uma intervenção no câmbio para chegar a um valor entre R$ 2,00 e R$ 2,20, o que, segundo ela, garantiria competitividade às exportações brasileira. MENOS FIESP, MENOS. Reavaliem a economia brasileira de forma macro e vejam que NÃO é o câmbio a causa raiz das nossas deficiências empresariais.

A importância de debater o PIB nas eleições 2022.

Desde o início deste 2022 percebemos um ano complicado tanto na área econômica como na política. Temos um ano com eleições para presidente, ...