O
que serve para os Estados Unidos, não necessariamente é útil para o Brasil. É
possível até entender Paul Krugman afirmar que um pouco mais de inflação não é
má ideia, considerando o atual nível de desemprego americano. Porém, acredito
que isso não deve ser regra para a atual política econômica brasileira. Afinal,
os indicadores de inflação e desemprego, para felicidade de todos os
brasileiros, estão em queda. E que seja
sempre assim ou permaneça por um longo período.
sábado, 7 de abril de 2012
sexta-feira, 6 de abril de 2012
quinta-feira, 5 de abril de 2012
Ainda falta uma política industrial.
Editorial do Globo de hoje e o novo pacote de
estimulo à indústria.
Assim que as condições da economia mundial
começaram a se degradar, na explosão da bolha imobiliária americana, em fins de
2008, a competitividade de cada país passou a ser testada a fundo. A
crise americana, transmitida para a Europa pelos canais financeiros, com
impactos em todos os continentes, estreitou mercados e, com isso, gerou um tal
acirramento na competição global que dificuldades mascaradas na longa fase de
expansão começaram a surgir. "Só quando a água baixa a gente vê quem está
nadando nu" - a folclórica frase do bilionário americano Warren Buffett se
aplica à perfeição ao que aconteceu no Brasil. A maré dos bons tempos vazou, e
vários setores atolaram, sem conseguir competir com produtos importados - estes
também ajudados pelo câmbio -, tampouco exportar.
Mais um pacote de estímulo à indústria foi
desembrulhado em Brasília, para proteger o mais atingido dos setores pela maré
vazante. A série de medidas, algumas bem-vindas, outras discutíveis, demonstra
que nem sempre um conjunto de decisões compõe uma "política", no
sentido mais profundo da palavra. Ao ampliar de quatro para 15 o número de
setores beneficiados pela desoneração da folha de salários, em troca de uma
taxação sobre faturamento, Brasília faz o reconhecimento implícito de que a
necrose já vai longe na legislação trabalhista brasileira. Mas não consegue ir
adiante para moldar uma verdadeira política com metas de curto, médio e longo
prazos de redução efetiva e permanente do "custo Brasil". É
provável que as corporações sindicais aliadas impeçam.
O que se passa com a indústria
automobilística é exemplar. Depois de baixar o édito protecionista do aumento
do IPI sobre veículos importados, Brasília tenta rever exageros, com o aceno de
cotas - afinal, os grandes importadores têm fábricas no Brasil -, e acerta ao
estimular investimentos em pesquisa. Mas as dificuldades do setor vão bem mais
além. Estudo da PricewaterhouseCoopers, noticiado por "O Estado de S.
Paulo", comparou os custos de produção de vários países e ficou evidente o
porquê as montadoras, embora queiram vender no promissor mercado brasileiro,
não planejam transformar o Brasil em plataforma de exportação: custos não
competitivos. Enquanto o custo nacional de manufatura de veículos compactos, os
escolhidos para serem montados no Brasil, é de US$ 1.400, comparável ao
americano e japonês, no México ele se situa em US$$ 600, US$ 500 na Tailândia e
na China, US$ 400.
Não serão medidas pontuais, muitas tomadas em
função do maior acesso a Brasília de segmentos do empresariado, que alterarão
este quadro. No pano de fundo desses números há uma infraestrutura precária,
operários mal treinados e um sistema educacional público imerso em dificuldades
conhecidas. Uma política de fato de aumento do poder de competição da
indústria, ou qualquer outra atividade, fica capenga sem melhorias nestes
campos.
Não é mesmo fácil executar uma política de
fato de elevação de competitividade. Na solenidade em Brasília, o ministro da
Fazenda, Guido Mantega, no seu minuto de propaganda, disse que o Brasil estava
reduzindo custos da produção sem retirar "direitos dos
trabalhadores", ao contrário de outros países, e deu o azar de citar a
Alemanha. Errou no exemplo. Lá, os trabalhadores, via sindicatos e o próprio
Parlamento, concordaram em reduzir altos custos do "estado de bem-estar"
alemão para defender o maior dos direitos: o do trabalho.
O que fazer? Gastar!
José Roberto Mendonça de Barros e Sergio Vale
no Globo de hoje perguntam e respondem: O que fazer? Gastar!
Todo ano repete-se a discussão sobre o
governo conseguir ou não fechar o superávit do setor público em 3,1% do PIB. Antes costumávamos
duvidar da capacidade do governo em atingir tal objetivo, mas agora acreditamos
100% que o governo fará esse resultado. Como? Com a criatividade usual, que vai
de jogar investimentos e custeio em restos a pagar cada vez maiores a manobrar
com dividendos das estatais.
Mas essa discussão não depende apenas desses
movimentos. Grande parte disso vem da expansão das receitas além do crescimento
do PIB, algo que temos tido recorrentemente nos últimos anos. Em termos
práticos, a cada aumento de 1% no PIB a receita real tem crescido em torno de
1,7% sistematicamente nos últimos anos. Isso se explica por vários motivos.
Primeiro, nosso sistema tributário é progressivo nos impostos diretos e o
aumento da classe média num ritmo maior do que o resto da economia ajuda a
explicar parte do aumento de receita. Segundo, nosso sistema também tributa
mais via impostos indiretos do que diretos, algo diverso do resto do mundo, mas
dado que são esses setores que mais crescem na economia, como telecomunicações,
combustíveis, financeiro e energia, é natural que contribua com maior
arrecadação do que setores industriais tradicionais, por exemplo. Terceiro, a
formalização tem aumentado ano a ano e permitindo aumento além da média
tradicional do imposto de renda e outros tributos. Quarto, mesmo com perda de
impostos importantes, como a CPMF, o governo achou um substituto à altura no
IOF, que já tem nível de arrecadação semelhante ao finado "imposto do
cheque". Como se espera que esse imposto vá aumentar pelas majorações
recorrentes de alíquota, também é mais uma receita que cresce acima da média do
PIB. Não podemos esquecer que o governo aproveitou o momento para trazer à
discussão novamente aumentos de alíquotas de IPI de bebidas e cigarros, algo
compensador das desonerações recentes.
Tudo isso fica mais evidente quando um setor
como a indústria sofre mais do que o resto da economia como aconteceu em
2008/2009: a receita tributária acaba crescendo num ritmo ainda maior do que o
PIB comparado com momentos sem crise. Nesses dois momentos, o governo tem
optado pelo caminho mais prejudicial para o crescimento, que é aumentar os
gastos num momento em que havia a oportunidade de desonerar de forma mais
ousada a economia. Ou seja, mudamos de patamar de gastos, que se tornam
rígidos, e não ajudam a indústria no longo prazo. Agora isso ocorre da
mesma forma. A oportunidade perdida aqui não é simplesmente de se pensar num
superávit primário maior do que já temos. Com 3,1% do PIB em 2016 chegamos a
uma dívida líquida de 32% do PIB, um número bastante baixo sob qualquer
critério. O que se perde é a possibilidade de pensar numa desoneração mais
ampla e ousada que de fato significasse redução de custos para as empresas.
Isso não acontece em grande parte porque o governo tem uma visão equivocada de
acreditar que o câmbio é o grande vilão industrial. Algo que ficou muito
claro no anúncio da nova política industrial. Além disso, acredita que parte do
problema também é falta de financiamento, aportando mais recursos no BNDES.
Tudo isso apenas ajuda a distorcer mais o
sistema fiscal, premiando uns em detrimento de outros, e amarrando ainda mais o
financiamento de longo prazo no BNDES, um aporte que se torna um custo
relevante para o Tesouro por se financiar pela Selic. Por mais relevante que
seja o banco, e acreditamos que o seja, seu foco recente tem sido apoiar
grandes campeões nacionais de forma pouco eficiente deixando de lado o que
deveria ser um objetivo natural, que é o financiamento da inovação.
Daí a alusão no título ao fato de o governo
amarrar as novas receitas com mais gastos. Mas não necessariamente gastos em
si. O gasto aqui é de tempo desperdiçado ao não pensar em uma estratégia de
longo prazo para a indústria. Países como Coreia do Sul e Taiwan não viram suas
indústrias florescerem com políticas curto-prazistas. Ao fazer isso o governo
joga fora novamente a oportunidade de estimular a indústria voltando a dar
diretrizes para o setor. Um saudosismo das câmeras setoriais dos anos 80 que
não nos cheira bem.
A indústria precisa de uma Bolsa Família?
Editorial do Estado de S. Paulo de hoje
comenta “A produção industrial e o novo programa de ajuda”.
No mesmo dia em que o governo anunciava um
novo programa de estímulos à indústria, o IBGE divulgava os dados da produção
industrial em fevereiro. Embora se registre um crescimento de 1,3% sobre o mês
anterior, não se pode pensar que o setor manufatureiro esteja saindo do marasmo
em que se encontra. O resultado de fevereiro é estatístico e explica-se, na
verdade, porque houve uma violenta queda de 2,1% da produção industrial do mês
de janeiro, em relação a dezembro de 2011. Nos dois casos, são dados com ajuste
sazonal.
Dos 27 setores analisados, 18 apresentaram
crescimento em valor absoluto. O resultado mais brilhante se verificou com os
caminhões, cuja produção cresceu 13,1%, mas, de novo, em seguida a um mês em
que houve férias coletivas e em que a produção havia caído 31,2%.
A estagnação da indústria aparece melhor
quando se verifica que, em relação ao mesmo mês do ano passado, houve queda de
3,9% e que nos dois primeiros meses do ano a produção caiu 3,4% em relação ao
mesmo período de 2011.
Não se deve concluir, diante do aumento de
5,7% na produção de bens de capital, que as empresas industriais se empenham em
aumentar ou modernizar sua produção. Na verdade, os dados sobre equipamentos em
geral foram inflados pela produção de caminhões, considerados bens de capital,
porque a produção dos destinados para fins industriais diminuiu. O único
resultado que se pode considerar de fato positivo foi a elevação de 2,3% da
produção de bens intermediários, que talvez oculte uma antecipação das medidas
que o governo tomou e que pode levar a um aumento da produção de bens acabados,
em vista das novas facilidades.
A indústria extrativa - que não tem acesso às
medidas fiscais do novo pacote - cresceu 9,9%, aumento que se verifica apenas
no caso dos minérios ferrosos e de minerais não metálicos.
O fato é que a maioria dos produtos que serão
favorecidos pelo novo programa de ajuda à indústria acusa queda nos dois
primeiros meses do ano.
O novo programa terá força para relançar a
produção industrial? - essa é a pergunta. Sem dúvida, os setores de mão de obra
intensiva terão possibilidade de aumentar suas margens de lucros, graças à
desoneração da folha. Subsistem, porém, dúvidas quanto à redução de preços. O
problema essencial consiste na redução do custo global da produção, que depende
tanto da produtividade dos trabalhadores quanto da modernização dos
equipamentos, assim como da capacidade de inovação das empresas.
Como avaliar um professor.
Fernando Reinac, no Estado de S. Paulo de
hoje, escreve sobre “como avaliar um professor”.
Até que ponto é possível avaliar um
professore medindo o aprendizado dos alunos? Um estudo desenvolvido nos EUA
demonstrou que esse método, se bem aplicado, mede até a velocidade com que
professores iniciantes melhoram seu desempenho.
Quando eu era estudante, os alunos eram
avaliados todos os meses e ao final do ano. Isso ainda acontece, mas a
avaliação dos alunos passou a ter uma segunda função: avaliar a qualidade dos
professores e da escola. Esse sistema permite avaliar professores sem
submetê-los a avaliações diretas. Talvez você não saiba, mas os professores,
apesar de passarem a vida avaliando alunos, reagem violentamente quanto a
escola ou o governo tenta avaliá-los diretamente.
Para esse fim, foram criados exames como o
Enem. E com eles vieram as listas das "melhores" escolas secundárias
e universidades. Seriam aquelas cujos alunos receberam as melhores notas nesses
exames. Infelizmente, essa classificação pode ser enganosa. Ela parte do
princípio de que todas as escolas recebem alunos com a mesma qualificação.
Imagine duas escolas. Em uma os alunos
tiraram 10 no Enem e em outra, 8. Nas listas, fica implícito que a escola 10 é
melhor que a 8. Mas isto só é verdade se ambas as escolas receberam, no início,
alunos com a mesma formação.
Imagine que a escola 10 recebeu alunos que
sabiam o equivalente a 7. Ela foi capaz de transformar 7 em 10 (eles aprenderam
3). Mas imagine que a escola 8 recebeu alunos que sabiam o equivalente a 2. Ela
transformou alunos 2 em 8 (eles aprenderam 6). É fácil argumentar que a escola
em segundo no ranking é aproximadamente duas vezes mais eficiente que a escola
10.
O fato é que não sabemos quais são as
melhores escolas secundárias ou as melhores universidades. Esse fato não só
distorce a avaliação, mas explica porque a maioria das escolas deseja receber
os alunos mais bem preparados e se livrar dos mal preparados. A única
maneira de não incorrer nesse erro é medir o conhecimento de cada aluno no
inicio e no final do curso e avaliar os professores e as escolas em função do
progresso obtido pelos alunos ao longo do curso.
Infelizmente, isso não está totalmente
implantado no Brasil. Mas é isso que é feito em muitos Estados dos EUA. E foi
utilizando esse tipo de dado que os pesquisadores estudaram o processo de
melhora dos professores.
Nos EUA, a profissão de professor passou ser
atividade de inicio de carreira. Se em 1988 o número de anos de experiência
dos professores de ensino secundário era de 15, agora ela se aproxima
perigosamente dos 3. Cinco anos depois de contratados, mais de 50% deles
abandonaram a profissão. O resultado é que as crianças estão sendo educadas por
professores inexperientes.
Daí a questão: quão rápido esses professores
iniciantes melhoram sua capacidade de ensinar? Ou qual a perda sofrida pelo
sistema educacional por causa da pouca experiência dos docentes?
Foram analisados os dados de 1,05 milhão de
crianças avaliadas no início e no final de cada ano, para cada uma das matérias.
Para cada criança, é conhecido cada professor e sua experiência anterior, seus
colegas de classe e outros dados. Usando metodologias estatísticas, esses dados
foram cruzados e as correlações estatisticamente significantes foram
identificadas.
Os resultados mostram que em ciências exatas
a capacidade dos professores de ensinar aumenta rapidamente durante os
primeiros quatro anos de magistrado e depois se estabiliza. Para professores de
matemática e biologia, esse aumento é menos significativo, mas também se
estabiliza aos quatro anos. Os outros professores não melhoram tanto ao longo
do tempo e sua eficiência inicial se mantém. E foi descoberto que os
professores mais eficientes nos primeiros anos de carreira eram os que tinham
maior chance de não se demitirem após cinco anos. Esses resultados explicam
parte do fato de o ensino de ciências exatas piorar nos EUA.
Para nós, brasileiros, esse estudo demonstra
como é possível dissecar o desempenho de cada professor analisando o dos alunos. Pena que avançamos
tão devagar.
quarta-feira, 4 de abril de 2012
Um cearense na Forbes 2012.
Para
variar, é cearense a 9ª fortuna do Brasil. Francisco Ivens Dias Branco, 77
anos, segundo grau incompleto, tem uma fortuna estimada em US$ 3,8 bilhões
segundo a Forbes. A lista é encabeçada pelo, sempre ele, Eike Batista, com o
valor de US$ 30 bilhões.
domingo, 1 de abril de 2012
Moeda do progresso.
No site www.moedadoprogresso.com.br, um assunto que gosto bastante: a substituição da moeda física pelo mundo virtual dos pagamentos eletrônicos.
Você
usa cartões de débito e/ou crédito para pagar suas compras? Esta é uma
realidade em nossa rotina e, por isso, não conseguimos parar para pensar nos
benefícios que os meios de pagamentos eletrônicos nos trazem, como maior
autonomia e poder econômico.
Segundo
estudo feito pela Moody’s Economy.com, o uso dos cartões de crédito e de débito
contribuiu com US$ 1,1 trilhão para a economia global de 2003 a 2008. Isso
representa uma média de 0,5 % de aumento no PIB mundial. US$ 1,1 trilhão é
maior que a economia total da Austrália ou do México e quase igual à da Rússia,
ou da Índia!
Neste
vídeo, é possível entender um pouco melhor essa relação:
http://bit.ly/AMoedaDoProgresso. Veja também um link que fala sobre uma
iniciativa do governo de Ruanda, em que 77% da população é carente de acesso a
serviços financeiros formais, para promover a inclusão financeira:
http://www.moedadoprogresso.com.br/2012/02/10/rwanda-looks-forward/ .
O
vídeo faz parte do projeto “Moeda do Progresso” - www.moedadoprogresso.com.br,
uma plataforma global que a Visa trouxe para o Brasil, que reúne histórias
reais de pessoas, comunidades, empresas e governos que utilizam o meio
eletrônico de pagamento como ferramenta de transformação em suas vidas –
inclusive aqui no Brasil.
Desindustrialização.
Gaspari, hoje direto no grave problema brasileiro:
Um
grupo industrial brasileiro precisava de uma nova unidade de produção e
comparou custos. No Brasil a energia elétrica custa o triplo do que se cobra
nos Estados Unidos, a matéria prima sai pelo dobro, e a mão de obra vale o
mesmo.
A
fábrica custará US$ 100 milhões e será construída nos Estados Unidos.
1º de abril de 2012.
Torcendo para
que a verdade abaixo não se transforme em mentira, lembro que o regime da atual política
econômica é formado pelo conjunto de:
1 – Câmbio
flutuante.
2 –
Metas de inflação.
3 –
Responsabilidade fiscal.
sexta-feira, 30 de março de 2012
A sinceridade de Michael Porter.
Na
EXAME que recebi agora Michael Porter, o maior especialista em estratégia e
competitividade do mundo, professor da Harvard Business School e diretor do
ranking de competitividade das nações do Fórum Econômico Mundial afirma que:
“Em
países como o Brasil, o papel do governo é, francamente, um desastre. O governo
é muito burocrático. Os impostos são complexos e pesados. O peso do setor
público atrasa o crescimento do país. O governo conquistou estabilidade
macroeconômica, mas em termos microeconômicos não avançou muita coisa. O Brasil
terá de se transformar nos próximos 20 anos. Ou então ficará para trás.”
Ben Bernanke, herói ou vilão?
Comentário no Valor Econômico de hoje sobre a
política econômica de Ben Bernanke.
Ben Bernanke ainda tem quase dois anos pela
frente no comando do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), mas o
seu legado já começa a ser escrito, num momento em que a economia americana
dá sinais de se recuperar de forma mais forte do que o esperado,
impulsionando a candidatura de Barack Obama para um segundo mandato.
Em palestras e entrevistas, Bernanke tem
procurado acrescentar algumas linhas à narrativa sobre seu trabalho à frente do
Fed, que está sendo escrita num ambiente de alta temperatura. Republicanos o
acusam de empurrar os EUA à beira de um abismo inflacionário. A esquerda
diz que ele é fraco porque não foi mais ousado para baixar o desemprego.
Muitos, porém, avaliam que, no futuro, Bernanke será julgado de forma generosa.
Já há o que mostrar: os bancos americanos estão funcionando, enquanto na
Europa o crédito segue obstruído. Os EUA poderão crescer mais de 3% neste
ano, melhor do que o risco de recessão europeu. Além disso, as empresas
criam empregos e os preços dos imóveis parecem ter parado de cair.
Mas se Paul Volcker é visto como o presidente
do Fed que empurrou a América Latina para a crise da dívida, com juros altos, a
política monetária de Bernanke é criticada pelo Brasil como peça da
"guerra cambial": o dinheiro impresso pelo Fed estaria levando à
depreciação do dólar ante moedas de emergentes.
Do tripé macroeconômico à tripla meta.
Juan Jensen, sócio da Tendências Consultoria
e professor do Insper e Alessandra Ribeiro, sócia da Tendências Consultoria,
escreveram no Valor Econômico de hoje o artigo abaixo
As ações e declarações das autoridades
econômicas, embora frequentemente confusas e contraditórias, induzem à
conclusão de que o tripé de políticas macroeconômicas presente desde 1999
(metas para inflação, taxas flutuantes de câmbio e geração de superávits primários)
está sendo substituído (não de forma necessariamente explícita) por uma gestão
macroeconômica que visa atingir simultaneamente três objetivos no curto prazo:
câmbio depreciado em termos reais; crescimento econômico ao redor de 5% ao ano
e taxa de juros reais baixas (menores do que no passado recente, pelo menos).
Sem contar outros objetivos declarados na retórica oficial, como combater a
"desindustrialização", reagir à "guerra cambial" e ao
"tsunami monetário".
Esta conclusão ganhou força com a última
decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) que, ao acelerar o corte sem
justificativas, evidenciou que o Banco Central (BC) não tem mais apenas como
objetivo a estabilidade de preços, mas também posicionar a taxa básica de juros
no patamar mais baixo possível, tendo em vista impulsionar a atividade
econômica e conter a apreciação do real.
O fato é que na consecução desses objetivos
simultâneos, as políticas monetária, fiscal e cambial não necessariamente
seguem o tripé: o câmbio é cada vez menos flutuante, o regime de metas cada vez
mais "flexível" e a política fiscal, cada vez mais
"anticíclica". Além disso, instrumentos "heterodoxos" são
utilizados com frequência maior, como controle administrativo do câmbio,
controle do crédito, uso dos bancos oficiais como forma de estimular a
economia, controle dos preços dos combustíveis pela Petrobras e assim por
diante.
A recorrente discussão sobre desindustrialização,
por exemplo, que retornou com força ao debate, tem afetado as decisões de
política econômica. O Planalto tornou a defesa dos interesses da indústria
como uma questão de Estado, central para o crescimento de longo prazo da
economia. Acontece que a simples opção por formular políticas públicas para
alterar a dinâmica do setor não representa acerto no caminho escolhido. O
"salvamento" da indústria está passando pelo sacrifício da política
macroeconômica, o que põe em risco a estabilidade, condição básica e necessária
para o crescimento sustentável do país.
A questão central diz respeito à capacidade
da "nova política econômica" de assegurar uma trajetória sustentável
de crescimento com estabilidade monetária nos próximos anos. Em uma
perspectiva mais pessimista, o abandono do tripé pode levar à gradual
deterioração do ambiente macroeconômico e institucional, num processo de
"argentinização" da política econômica no Brasil, embora,
provavelmente, sem atingir os extremos dos nossos "hermanos".
Se os livros-texto de macroeconomia estão
corretos, não é necessária muita reflexão para se concluir que as chances de a
política macroeconômica atual ser sustentável são reduzidas no médio prazo, a
não ser, talvez, se estivessem sendo acompanhadas por reformas estruturais que
implicassem mudanças nos fundamentos que afetam a oferta agregada, como aumento
da poupança doméstica e do investimento e elevação da taxa de crescimento da
produtividade.
Porém, não se nota no diagnóstico do governo, e menos ainda em suas ações, que
avanços nestes temas estejam em curso. O que se observa é estímulo à
demanda, como se isso fosse resolver todos os problemas. O resultado é
vazamento de demanda ao exterior, refletido no aumento das importações.
Então, limitam-se as importações. As medidas são feitas de forma incremental,
atabalhoada, sem racionalizar que o diagnóstico inicial é que pode estar
equivocado.
Por outro lado, cabe observar que a vida útil
da política da "tripla meta" depende de alguns fatores conjunturais,
entre os quais, evidentemente, o mais importante é a situação econômica
mundial. Ou seja, enquanto o mundo desenvolvido estiver em dificuldade,
ampliando a liquidez monetária, e a China estiver demandando nossas
commodities, traduzida em boa situação de nossos termos de troca, a política
deve persistir.
De todo modo, em algum momento, o governo vai
se defrontar com escolhas difíceis. A inflação poderá se desgarrar da meta o
suficiente para causar incômodo na sociedade e nos mercados e alguma (ou
algumas) das suas metas triplas deve ser abandonada. Na melhor hipótese, o
tripé é retomado. Na pior, aprofundam-se os assassinatos institucionais, o que
nos conduziria à trajetória semelhante à da Argentina. Lá, como aqui, os
objetivos também foram fazer crescer o PIB, manter desvalorizado o peso e
praticar juros baixos, tudo ao mesmo tempo. Não está sendo possível e a
contabilidade da inflação acabou grosseiramente forjada.
Vale notar que o momento do ciclo político
pode ser determinante na escolha do caminho a trilhar. Para Dilma Rousseff,
o pesadelo seria se os desequilíbrios aflorarem com força em 2014, ameaçando sua
reeleição, mesmo no contexto de uma oposição inerme. Nesta hipótese, as chances
de o governo redobrar as apostas nas políticas equivocadas serão maiores. Para
infelicidade do Brasil e dos brasileiros.
quinta-feira, 29 de março de 2012
Desindustrialização ou lobby?
Recebi do grupo Economia Política o artigo que o João Luiz Maud publicou no O GLOBO de 26.03.2012.
Alguém
já disse: torture os números e eles confessarão qualquer coisa. De fato, as
estatísticas são, hoje em dia, as grandes aliadas dos mistificadores, que as
utilizam de forma indiscriminada para dar aparência científica às falácias e
mentiras em prol de suas causas. Você pode desenvolver rígida argumentação
lógica a respeito de um assunto sem convencer muita gente, mas basta
acrescentar alguns números, tabelas e gráficos para respaldá-la e as pessoas
passam a olhar os seus argumentos com outros olhos.
Um
exemplo gritante disso apareceu na “Folha de S.Paulo”, de 9 de março. Nesse
dia, uma matéria naquele diário informava – sob o título “Participação da
indústria no PIB recua aos anos JK” – que “a participação da indústria no PIB
(Produto Interno Bruto) brasileiro recuou aos níveis de 1956, quando a
indústria respondeu por 13,8% do PIB. De lá para cá, a indústria se
diversificou, mas seu peso relativo diminuiu. O auge da contribuição da
indústria para a geração de riquezas no país ocorreu em 1985: 27,2% do PIB.
Desde então, tem caído.”
Malgrado
o título bombástico, até aqui a matéria é meramente informativa e apenas
noticia um fato que as estatísticas a respeito desvendam. Seu uso oportunista
só fica claro a partir do ponto em que se começa a apontar eventuais causas
para um suposto problema. Assim, depois da introdução, entra em cena o senhor
Paulo Skaf, que vem a ser o presidente da Fiesp. Eis o que diz o valente:
“Temos energia cara, spreads bancários dos maiores do mundo, câmbio valorizado,
custo tributário enorme e uma importação maciça. A queda da indústria no PIB é
a prova do processo de desindustrialização.”
Exceto
pelo exagero de afirmar que há no Brasil – um dos países mais protecionistas do
mundo – volumes de importação maciços, quase tudo o que ele diz, fora a
conclusão, é a mais pura verdade. O problema é que temos ali várias verdades
sendo ditas com o propósito de retirar delas conclusões absolutamente falsas.
Primeiro,
a maioria dos entraves listados por Skaf, além de outros tantos integrantes
daquilo que se convencionou chamar de Custo Brasil, não prejudicam somente a
indústria, mas todos os setores da economia. Segundo, se a queda da
participação relativa do setor manufatureiro no PIB é prova da famigerada
desindustrialização, então o que temos hoje é uma desindustrialização mundial.
De
acordo com dados compilados pelas Nações Unidas, a queda da participação do
setor de manufaturas no PIB é um fenômeno global, a exemplo do que já ocorrera
anteriormente com a agricultura. Assim, de 1970 a 2010 esta queda foi de 24,5%
para 13,5% no Brasil, de 22% para 13% nos EUA, de 19% para 10,5% no Canadá, de
31,5% para 18,7% na Alemanha e de 27% para 16% no mundo inteiro. A causa dessa
queda generalizada não está, evidentemente, numa suposta desindustrialização,
mas no aumento da participação de outros setores, antes irrisórios, como
serviços em geral, comércio, finanças, saúde, educação, ciência e tecnologia
etc. A verdade é que a produção total da indústria no mundo, se não está no seu
pico, está muito perto dele. Já a produção industrial brasileira é certamente
muito maior hoje, em termos absolutos, do que era em 1985, ano em que, segundo
a matéria, o setor manufatureiro alcançou a sua maior participação relativa no
PIB.
Desindustrialização
e Doença Holandesa são duas expressões caras aos lobbistas da indústria local.
Uma rápida pesquisa com essas palavras no Google mostra diversos estudos e
trabalhos “científicos” a respeito, repletos de gráficos e tabelas, a maioria
deles patrocinada por entidades como Fiesp, CNI e congêneres. Esse é também um
importante nicho do pensamento nacionalista e intervencionista, utilizado
amiúde para defender interesses, vantagens e privilégios diversos junto ao
governo. Os pleitos desse pessoal não costumam variar muito. Seus alvos
prioritários são as ditas políticas industriais (geralmente baseadas em
subsídios e isenções fiscais) e protecionistas, leia-se: controles cambiais e
barreiras alfandegárias/tarifárias.
O
argumento aparente é quase sempre a criação e manutenção de empregos
domésticos, mas a real intenção é a transferência de renda de consumidores para
produtores ineficientes. Para que a estratégia seja 100% eficaz, a manipulação
da opinião pública e o consequente respaldo político são essenciais, é claro.
IC-PMN - Insper
O Índice de Confiança do
Empresário de Pequenos e Médios Negócios no Brasil (IC-PMN) referente ao
segundo trimestre de 2012 atingiu 75 pontos. Divulgado pelo Insper Instituto de
Ensino e Pesquisa e Santander, ele indica o nível de otimismo do empresariado
brasileiro. O índice teve aumento de 2,4% em relação ao primeiro trimestre
deste ano quando alcançou 73,3 pontos. Este resultado é o maior valor alcançado
pelo índice para um segundo trimestre de um ano, desde seu lançamento em
novembro de 2008.
A confiança
na economia apresentou a maior alta percentual (3,7%) passando de 71,6 pontos
no primeiro trimestre do ano para 74,3 pontos no segundo trimestre de 2012. As
perspectivas de melhora do ramo de atividade e do faturamento também
apresentaram crescimentos com relação ao trimestre passado, respectivamente, de
3,6% e 3,7%. A única exceção foram as contratações de empregados que
permaneceram estáveis.
Entre os ramos de atividade, a confiança do setor de
serviços apresentou a maior alta (2,8%), subindo de 73,5 pontos no primeiro
trimestre do ano para 75,6 pontos no segundo. A confiança do comércio passou de
73,1 pontos no primeiro trimestre de 2012 para 74,6 no segundo trimestre e a
confiança da indústria variou de 73,4 pontos para 75,3 no mesmo período.
“Essa foi a primeira pesquisa
realizada após a implementação do novo regime de tributação do Super Simples.
Acreditamos que o novo regime possa ter efeito positivo no otimismo do pequeno
e médio empresário e que isso já tenha impactado os resultados”, diz Cesar
Fischer, superintendente do segmento de Pequenas e Médias do Santander Brasil.
Os resultados do IC-PMN indicam um aumento generalizado da
confiança por região geográfica. A região Centro-Oeste apresentou a maior alta
da confiança passando de 72,6 pontos no primeiro trimestre de 2012 para 76,4
pontos no segundo trimestre do ano, um aumento de 5,3%. Já a região Nordeste
apresentou o menor crescimento da confiança passando de 73,5 pontos no primeiro
trimestre para 74,8 pontos no segundo trimestre deste ano. A região Norte com
um aumento de 4,1% na confiança continua sendo a mais otimista, alcançando 79,5
pontos, o maior valor atingido por alguma região desde o início do cálculo do índice. Já a confiança da região
Sudeste atingiu 74,4 pontos, um aumento de 1,8% com relação ao trimestre anterior, fazendo desta a região
menos otimista.
Metodologia
Com coleta e divulgação trimestral, o IC-PMN varia em uma
escala de 100 pontos, sendo 100 o nível máximo de confiança. Os dados foram
coletados entre os dias 1 a 5 de Março de 2012, contando com a participação de
1.200 empresários de todo o Brasil e dos setores de indústria, comércio e
serviços.
Nacional 1º
Tri/11 2º Tri/11 1º
Tri/12 2º Tri/12
Economia
71,4
71,2
71,6 74,3
Ramo
76,5
76,4
75,5 78,2
Faturamento
78,0
78,2
76,8 79,6
Lucro
76,6
77,0
76,4 77,7
Empregados
70,7
69,3
68,2 68,1
Investimento
74,0
73,0
70,9 72,0
Atividade 1º
Tri/11 2º Tri/11 1º
Tri/12 2º Tri/12
Comércio
74,6
74,4
73,1 74,6
Indústria
74,6
74,4
73,4 75,3
Serviços
74,4
73,6
73,5 75,6
Região
1º Tri/11 2º Tri/11 1º
Tri/12 2º Tri/12
Centro-Oeste
72,3
75,3
72,6 76,4
Nordeste
74,1
72,8
73,5 74,8
Norte
76,7
76,4
76,4 79,5
Sudeste
75,3
74,2
73,1 74,4
Sul
74,1
74,1
72,3 74,7
Fonte:
Insper e Santander
segunda-feira, 26 de março de 2012
Keynes e Hayek em dose dupla.
Recebi
do grupo de Economia Política links para dois ótimos vídeos sobre os conhecidos
e discordantes Keynes e Hayek. Como disse o Daniel, são vídeos humorísticos, porém com
muito conteúdo.
O caráter humano da política.
No
Milênio de hoje, saiba mais sobre o poder transformador da
filosofia política e a importância de nos questionarmos constantemente sobre
nossa realidade. Não perca a entrevista que Jorge Pontual fez com o filósofo
Michael Sandel para o Milênio! Hoje, às 23h30, na Globo News.
Há cerca de duas décadas, Michael Sandel leciona, na Universidade de Harvard, o famoso curso "Justice", pelo qual já passaram mais de 15 mil alunos. É dele o livro Justiça - o que é fazer a coisa certa, aqui publicado pela Civilização Brasileira, já na 4ª edição em 2011.
Rodrigo Bodstein comentou o programa conforme abaixo:
Ao
lermos as notícias, parece que o mundo está caminhando para um cenário
apocalíptico. Alguns países anunciam a intenção de entrar em guerra, enquanto
outros estão envolvidos em batalhas difíceis de serem justificadas. Discute-se
a intervenção militar para derrubar regimes ditatoriais. O combate à crise
econômica, que perdura desde 2008, traz, a cada novo pacote de austeridade,
manifestações e duros confrontos com as forças policiais que tentam manter a
frágil ordem que ainda existe. O consumismo e a obsessão por crescimento
econômico perpassam o tecido social e pressionam o limite dos recursos naturais
do planeta. Casos de corrupção surgem por todos os cantos, sem fazer distinção
entre governos. Enquanto isso, pessoas morrem de fome. Cada decisão, seja no
nível internacional ou no cotidiano, afeta outras pessoas. Como, então, separar
a política da moral? Qual é o propósito da política?
Nesse
contexto em que o debate tornou-se cada vez mais tecnocrático e, ao mesmo
tempo, crucial para a vida no e do planeta, Michael Sandel traz uma reflexão
sobre a natureza do fazer político, do exercício do diálogo e do enfrentamento
construtivo de ideias e posições que determinam a nossa realidade. Devemos
basear nosso cálculo puramente em custos e benefícios? Devemos considerar a
liberdade de cada um como algo absoluto e não interferir? Ou temos um dever
moral que deve nos guiar? Devemos ser utilitaristas, libertários ou humanistas?
Diante de um momento decisivo e de questões específicas, cada pessoa terá sua
resposta para essas perguntas. O mais importante é o exercício da reflexão
sobre a ética, a moral e a política. Como Sandel coloca “sentir a força dessa
confusão e a pressão para resolvê–la é o que nos impulsiona a filosofar.” e ele
vai além ao afirmar que “a reflexão moral não é uma busca individual e sim
coletiva.”
Determinar
o que é certo ou errado é quase impossível sem estar dentro da situação, sem
ver todas as variáveis que podem influenciar a decisão, mas questionar é um
dever cívico. É um exercício de cidadania e de respeito a si próprio e à
sociedade em que vivemos. Em linhas gerais, Sandel afirma que se precisarmos
escolher entre falar ou não falar é melhor optarmos pelo primeiro. O não falar
dá espaço para ideologias e dogmas. Engessa as escolhas. Cria frases como
“sempre foi assim”, “as coisas são desse jeito”, etc. Ao fazer isso, abre
caminho para abusos de poder, abusos morais, para uma compreensão que as
instituições que temos são as únicas possíveis e restringe nossa capacidade de
pensar novas soluções para a vida em sociedade. A busca, como bem diz Sandel, é
coletiva, mas depende do esforço individual. Somos mais do que consumidores ou
eleitores. Somos mais do que reféns de situações intransponíveis. Somos humanos.
sábado, 24 de março de 2012
Protecionismo x Abertura?
No momento que a
presidente Dilma Rousseff fala a VEJA que “o que vamos continuar fazendo é
contrabalançar com medidas defensivas as pressões desestabilizadoras externas,
que estão carreando para o Brasil quantidades excessivas de capital
especulativo”, lembro o que Mário Henrique Simonsen escreveu em 07.02.1990:
“Na realidade, o que
mostram as experiências do México e Chile é que a liberação do comércio costuma
beneficiar o grosso da indústria. Isso porque a maioria eficiente livra-se da
contaminação dos ineficientes. Sucateia-se apenas aquilo que já era sucata e
não se sabia. Não se faz omelete sem quebrar ovos.”
Recente editorial do
GLOBO afirma que “a Brasília atual tem a cabeça nas décadas de 70 e 80”. E acrescenta
que “o câmbio é um problema, porém ele é efeito de várias causas. A solução
efetiva está no aprimoramento das condições de competição brasileiras. Menos
impostos, legislação trabalhista moderna, melhor infraestrutura, menos
burocracia, mão de obra mais bem adestrada.”
Why Capitalism?
Allan H. Meltzer,
professor e economista americano, lançou pela Oxford University Press USA
o livro "Why Capitalism?" A informação está na Folha de hoje e cita que o texto
"debate o capitalismo em tempos de crise. Para Meltzer, apesar das
críticas, ele ainda é a melhor opção para obter crescimento e
liberdade. O autor mostra pontos positivos do sistema e diz que a
maior parte das falhas são humanas e não inerentes ao modelo."
Verifiquei que o livro
já está disponível no Reino Unido, Canadá, Estados Unidos e Índia, porém sem
previsão para o Brasil.
Allan H. Meltzer é também conhecido pela sua
frase ""Capitalism without failure is like
religion without sin. It doesn't work."
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