terça-feira, 3 de novembro de 2009
O DÓLAR E O REAL - ATÉ QUANDO?
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
CARTÕES NO BRASIL - QUANTIDADE
domingo, 1 de novembro de 2009
THE KEYNES COMEBACK - 2009?
From The Economist: The Keynes comeback
A trio of new books celebrate the man and declare victory for his ideas.
Keynes: The Twentieth Century’s Most Influential Economist. By Peter Clarke.Bloomsbury; 224 pages; £16.99. To be published in America in November. Buy from Amazon.co.uk
Keynes: The Return of the Master. By Robert Skidelsky. PublicAffairs; 240 pages; $25.95. Allen Lane; £20. Buy from Amazon.com, Amazon.co.uk
The Keynes Solution: The Path to Global Economic Prosperity. By Paul Davidson. Palgrave Macmillan; 208 pages; $21.95 and £14.99. Buy fromAmazon.com, Amazon.co.uk
Who has had the biggest influence on global economic policy over the past year? Plausible cases can be made for a handful of global bigwigs. But a moment’s reflection suggests the answer lies elsewhere, with an English economist who died in 1946. As policymakers have battled the biggest economic bust since the Depression, John Maynard Keynes has been their guide. Keynes’s intellectual framework — a world in which pervasive uncertainty leads to persistently inadequate demand — has seemed more relevant in recent months than at any time since the 1930s. And his solutions, particularly the use of fiscal stimulus, have been adopted on a dramatic worldwide scale.
O CÂMBIO SEGUNDO MENDONÇA DE BARROS
Realmente, para colocar um pouco mais de luz no mundo cambial, li na Folha de S. Paulo o artigo “Câmbio: mais lenha na fogueira” de LUIZ CARLOS MENDONÇA DE BARROS, 66, engenheiro e economista, é economista-chefe da Quest Investimentos. Foi presidente do BNDES e ministro das Comunicações (governo
Em recente trabalho, um dos maiores bancos de investimento dos EUA atualizou - incorporando os dados mais recentes - o cálculo desse valor de equilíbrio nas economias mais importantes do mundo. Os resultados apontam os desvios das cotações de mercado em relação a seus valores de referência para países na Ásia, na Europa e na América Latina, em relação ao dólar e ao euro.
A publicação desse relatório, no momento em que a questão do real esquenta o debate no Brasil, é muito bem-vinda. Tenho muito respeito pelo trabalho de pesquisa desse banco e confio na qualidade de suas conclusões. Além disso, por ser uma instituição internacional com foco no mercado financeiro global, fica difícil associar suas conclusões com interesses ou posições de natureza ideológica. De fato, a equipe que realizou esse trabalho não faz juízo de valor em relação aos resultados obtidos.
A mais importante observação para nós, brasileiros, é que o real é hoje a moeda mais valorizada dentro de uma cesta de 30 países. O valor correto do real seria de R$ 2,63 por dólar, ou seja, hoje ele estaria 51% sobrevalorizado em relação à moeda americana. Segundo esses mesmos critérios, o euro deveria valer hoje US$ 1,20, estando atualmente nos mercados 23% acima de seu valor de equilíbrio. Assim, mesmo em relação ao valorizado euro, o real estaria 23% acima de seu valor de referência.
Outros números interessantes em relação à taxa de câmbio no Brasil: o desvio em relação ao peso argentino está hoje em 80%, ou seja, as empresas brasileiras têm um fardo pesadíssimo nas suas relações comerciais com nosso vizinho e parceiro.
Outro desvio importante - valorização de 50% - ocorre entre o real e a moeda chinesa. É marcante a diferença de comportamento do real em relação às moedas asiáticas, que têm se valorizado muito menos em relação ao dólar. Por exemplo, em relação ao won sul-coreano, o real está valorizado em 45%.
Os números da valorização do real vis-à-vis outras moedas são impressionantes. Mesmo que se façam algumas correções metodológicas, não acredito que esse quadro de uma moeda desalinhada vá ser alterado. O resultado desses desequilíbrios no médio prazo é conhecido: nos próximos anos, teremos um crescimento brutal das importações e do nosso deficit em conta corrente.
O bom momento da economia brasileira certamente vai permitir que esse deficit seja financiado por investimentos diretos e em carteira por algum tempo, que pode até ser longo. Mas já conhecemos esse filme, embora com outros personagens.
Eventualmente, um deficit em conta corrente de grande magnitude levará o mercado a corrigir o valor do real, trazendo novamente nossas contas comerciais para próximo do equilíbrio. Nesse meio tempo, nossa indústria sofrerá as consequências.
O IPI E A POLÍTICA BRASILEIRA
ATÉ ONDE VAI ESSA GUERRA CAMBIAL?
Na FOLHA de hoje, mais um artigo sobre o comportamento do DÓLAR, desta vez, no texto do colega YOSHIAKI NAKANO, da nossa Escola de Economia de São Paulo, da FGV (Fundação Getulio Vargas).
PAUL KRUGMAN, na Folha de 24 de outubro, critica a "escandalosa política cambial chinesa" de fixar sua moeda em relação ao dólar. Segundo ele, o "mau comportamento da China constitui uma crescente ameaça para a economia mundial", e "a verdade nua e crua" é que "a China está roubando o emprego de outros países".
A verdade é que os EUA desencadearam uma guerra cambial dissimulada com sua política monetária escandalosa de juro zero e de emissão de dólares, inundando as economias emergentes, adquirindo ativos, inflando as Bolsas e apreciando suas moedas. A China, que sabe defender seus interesses estratégicos, pegou carona, alinhando-se com os EUA, interrompendo, com a crise, a sua política cambial de apreciação gradual do yuan, fixando a taxa cambial ao dólar.
Portanto, quando o dólar se deprecia ante as demais moedas, o yuan também se depreciará.
Na prática, são bens americanos e chineses desembarcando nos demais países, "roubando emprego", nas palavras de Krugman. Essa emissão de dólares, sem nenhum lastro, nos EUA chegou a triplicar seu estoque logo depois da crise financeira e, neste ano, está em média mais de 100% maior do que no período pré-crise.
A consequência óbvia é a depreciação do dólar, mas essa política monetária não tem efeito sobre o setor real da economia americana, pois não há demanda de crédito porque foi o superendividamento que gerou a crise financeira e o consumidor americano iniciou um longo processo de desalavancagem. Do lado da oferta de crédito, os bancos estão mais cautelosos diante do aumento do calote e da incerteza e acumulam reservas excedentes e ociosas de quase US$ 1 trilhão. Assim, a redução do juro para zero é um subsídio para o sistema financeiro americano que causou a desastrosa crise financeira global e tornou-se na realidade insolvente.
É uma escandalosa política, na qual os EUA estão tentando fazer o resto do mundo pagar a conta da crise e exportando desemprego. A taxa de juros do Fed não precisava ter sido reduzida a zero, pois, nas atuais circunstâncias de crise financeira, o instrumento adequado para evitar depressão e deflação é a política fiscal. Isso é uma imensa transferência de riqueza do resto do mundo para os bancos norte-americanos recomporem seus balanços.
A rigor, quando o Fed emite dólar, que chega como uma enxurrada ao Brasil e aprecia o real, são os exportadores brasileiros que têm suas receitas reduzidas e que estão transferindo recursos para os bancos e especuladores americanos. Os bancos americanos, sentindo que o Fed os socorrerá se houver nova crise, voltaram rapidamente a captar recursos a custo próximo a zero e a especular nas Bolsas de emergentes, criando novas bolhas.
MURO DE BERLIM - 20 ANOS DEPOIS - O QUE RESTOU?
Three statesmen who oversaw the fall of the Berlin Wall that led to the collapse of communism in Europe gathered Saturday in Germany's capital to reflect on the changes they helped usher in 20 years ago.
Former U.S. President George H.W. Bush; the last Soviet leader,Mikhail Gorbachev; and former German Chancellor Helmut Kohl were honored at a ceremony in Berlin.
É com a simbólica imagem acima, que representou o fim do socialismo, que iniciamos NOVEMBRO/2009.
sábado, 31 de outubro de 2009
BRASIL: UM PAÍS AINDA A ESPERA DO FUTURO? ATÉ QUANDO?
Por essa o nosso Lula não esperava. O Prêmio Nobel de Economia Paul Krugman afirmou que o Brasil teve um desempenho "formidável" durante a crise global, mas que o país continua a ser mais uma "esperança" do que uma certeza de crescimento.
"Todos conhecem a piada de que o Brasil é o país do futuro e sempre será. Ainda não vemos no Brasil o tipo de crescimento que encontramos na Ásia. Então, eu acredito que segue sendo uma esperança, e não uma perspectiva certa".
80 ANOS DE CRISES? ACREDITEM COM MODERAÇÃO!
É muito interessante que a divulgação do resultado do PIB dos Estados Unidos em 29/10/2009, um crescimento de 3,5% no terceiro trimestre deste ano, em comparação aos três meses imediatamente anteriores, com isso significando que o país saiu da recessão, após quatro trimestres consecutivos de encolhimento da economia, tenha ocorrido justamente quando a Crise de 29/10/1929 completava OITENTA anos.
Esse é o CAPITALISMO ressurgindo das cinzas, mas sem concorrente à altura...
US$ SINAL DE ALERTA - 31/10/2009
Para encerrar o mês de OUTUBRO/2009, vendo que o mundo capitalista NÃO acabou, um artigo do Professor ANTONIO DELFIM NETO, na Folha de S. Paulo, com o sugestivo nome: SINAL DE ALERTA.
A valorização excessiva do real continua sendo o fator principal do fraco desempenho do comércio exterior brasileiro. Inviabiliza uma boa parte das exportações industriais devido à elevação dos preços numa conjuntura mundial já bastante desfavorável; na mão inversa, facilita as importações a baixo custo, expondo a indústria nacional à concorrência muitas vezes predatória em nosso próprio mercado interno.
O argumento de que a valorização do real se assemelha à das demais moedas como contrapartida à desvalorização do dólar não se sustenta: dados do Fed, apresentados na atualizada coluna da jornalista Vera Saavedra Durão no "Valor Econômico" desta segunda-feira, mostram que "a taxa de valorização média de uma ampla cesta de moedas em relação ao dólar foi de 6% entre 31 de dezembro de 2008 e 21 de outubro de 2009, enquanto a valorização do real foi de 37%".
O governo decidiu agir, aplicando um IOF de 2% na entrada de capital externo (na Bolsa e em renda fixa). É um sinal para prevenir excessos especulativos, um "aviso aos navegantes".
Na semana passada, tratei ligeiramente da questão cambial ao comentar as afirmações do presidente da CNI, que procurou mostrar ao governo que o momento é favorável para restabelecer as condições isonômicas que permitam à indústria enfrentar a competição externa. O senhor Armando Monteiro Neto apontou o caminho possível da mobilização do setor industrial para apoiar ações do governo que levem à redução dos custos do crédito à produção e à desoneração das exportações.
Tenho insistido todos esses anos que é um absurdo cobrar impostos na exportação de um par de sapatos que vai ser usado por um irlandês ou um alemão que certamente jamais receberá qualquer contraprestação de serviços do Estado brasileiro.
Existem formas de intervenção que, em tempos de crise, são plenamente justificáveis. É o momento de retomar as iniciativas para uma nova política industrial, orientada basicamente para os investimentos em inovação tecnológica. Há uma revolução em marcha que vai alterar em profundidade a oferta de energia, com a substituição da matéria-prima de origem fóssil pelas variedades não poluentes e renováveis.
O Brasil tem parte nesse processo e está mais adiantado que a maioria dos países emergentes no desenvolvimento de novas formas de energia alternativa. Tem experimentos avançados com a biomassa, mas não pode negligenciar os investimentos em novas tecnologias se pretende garantir o mercado para a sua indústria nas próximas décadas.
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
ARMÍNIO FRAGA NO VALOR ECONÔMICO
Neste final de um mês muito complexo, no VALOR ECONÔMICO de hoje, uma excelente entrevista com ARMÍNIO FRAGA. Destacamos abaixo os principais textos da matéria da jornalista CLAUDIA SAFATLE.
A regulação do pré-sal, o avanço dos bancos públicos, a ingerência na Vale são, para Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central e presidente do Conselho de Administração da Bolsa de Valores, sinais perigosos de "patrimonialismo" - o Estado servindo a interesses partidários, privados e sindicais. "Defendo a reestatização do Estado", diz.
Armínio se preocupa com a ação agressiva do governo Lula na ampliação da presença estatal na economia. "É algo na linha básica de que ou se adere a essa visão de Estado máximo ou não se é patriota", afirma.
Em entrevista ao Valor, Armínio alerta sobre a necessidade de boas regras de governança na gestão da nova riqueza que o pré-sal deve produzir, que pode fazer do Brasil "um colossal gestor de ativos". Ele avalia que é possível o governo brasileiro acumular de US$ 1 trilhão a US$ 2 trilhões num prazo de 10 a 20 anos.
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
CINEMA TAMBÉM É ECONOMIA
Para fechar com chave de ouro um final de semana de muitas expectativas, pouca coisa de economia, um post, uma tarde inglesa, algumas leituras, um trabalho da FGV, estou chegando do cinema onde, finalmente, depois de longa espera, estreou em Belém, o EXCEPCIONAL filme BASTARDOS INGLÓRIOS - http://www.inglouriousbasterds-movie.com/.
Recomendável com louvor. Nota dez.
Afinal, como escreveu o pensador e escritor alemão Johann Von Goethe “Seja lá o que você saiba fazer, ou sonha que sabe, comece a fazê-lo. Existe gênio, poder e mágica na audácia.”
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
FOTO DE UMA FAMÍLIA FELIZ
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
FOLHA ENTREVISTA LULA - ECONOMIA
VIOLÊNCIA SEM GOVERNO - VERGONHA
A VALORIZAÇÃO DO REAL É REAL?
domingo, 18 de outubro de 2009
O ESTADO DO PARÁ NAS PÁGINAS DA REVISTA VEJA
DÓLAR E GASTOS EM 2010
Esta preocupação nacional, notadamente dos exportadores, pelo câmbio valorizado de R$ 1,70 em média, “não é necessariamente ruim”. E quem fala conhece do assunto: JIM O’NEILL, chefe de pesquisa econômica do banco de investimentos Goldman Sachs alçado à condição de popstar do mercado financeiro global pela criação do termo BRIC (grupo de potências emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia e China. Preocupação devemos ter é com os gastos “eleitorais” em 2010, não direcionados para áreas como educação e infraestrutura.
ROUBINI E A SUA VISÃO DO B R I C
Hoje na FOLHA DE S. PAULO, NOURIEL ROUBINI, pergunta: OUTRO BRIC NA PAREDE? Lembramos que o colega economista Nouriel Roubini, que passa a escrever mensalmente na Folha, é professor de economia da Universidade de Nova York e sócio da empresa de consultoria RGE Monitor. É filho de pais iranianos, nasceu na Turquia, mudou-se para Teerã na infância e se naturalizou norte-americano. Concluiu, em 1982, a graduação em economia pela universidade italiana Luigi Bocconi e, em 1988, obteve o doutorado pela Universidade Harvard. Roubini passou a ser reconhecido como um dos analistas econômicos mais importantes do mundo após prever a crise originada nos Estados Unidos. Em setembro de 2006, ele foi o primeiro a afirmar que o estouro da bolha no mercado imobiliário do país levaria os Estados Unidos a uma de suas piores crises na história. O economista defende um controle maior das instituições financeiras. Segundo ele, não se pode esperar que o mercado se regule. Roubini afirma que, se a regulação dos mercados não se intensificar, o ciclo de excessos no crédito vai recomeçar e originar novas crises.
Abaixo, na íntegra, o artigo dele na FOLHA:
A sabedoria dominante raramente sobrevive a um bom teste de desgaste, e poucos testes causaram tanto desgaste como o sofrido pela economia mundial nos últimos 24 meses. Uma temporada de saudável reavaliação parece ter começado, e está lançando nova luz sobre conceitos que prevaleciam na época do boom, como o valor dos mercados opacos, o status intocável dos consumidores norte-americanos e a sabedoria da desregulamentação.
Uma das ideias dominantes na era da bolha, que escapou relativamente incólume, porém, é a suposição de que os chamados países Brics (Brasil, Rússia, Índia e China) ditarão cada vez mais os rumos da economia nos próximos anos.
O conceito de Brics, cunhado em um relatório do Goldman Sachs em 2003, não é de todo ruim: já que está 75% correto, apresenta resultados muito melhores do que a maioria dos prognósticos econômicos da era.
No entanto, a crise econômica que começou em 2008 expôs um dos quatro países como impostor. Se compararmos diretamente as estatísticas vitais das economias dos Brics, fica dolorosamente evidente que, nas palavras de uma velha brincadeira de "Vila Sésamo", "uma dessas coisas é diferente das outras".
A debilidade da economia da Rússia, e dos bancos e empresas altamente endividados do país, em particular, ainda que mascarada nos últimos anos pelos lucros extraordinários propiciados pela alta nos preços do petróleo e do gás natural, foi exposta de maneira gritante quando a economia mundial despencou. Sobrecarregada com uma infraestrutura envelhecida, a Rússia se desqualifica ainda mais devido a políticas disfuncionais e revanchistas e a uma tendência demográfica que aponta para declínio populacional quase terminal.
Até mesmo com a modesta recuperação que os preços das commodities apresentaram nos últimos seis meses, o setor de energia da Rússia vem enfrentando quedas de produção nos últimos anos, em parte devido ao medo dos investidores estrangeiros quanto a uma possível expropriação.
O fundo soberano de investimento da Rússia, que tem parte importante na sustentação de um modelo econômico que volta a ser cada vez mais centralizado, está esgotando seus recursos rapidamente. Caso as tendências negativas se mantenham, o fundo de reserva russo pode se exaurir.
A queda russa, enquanto isso, resultou em uma espécie de brincadeira de salão entre acadêmicos, especialistas em política externa e investidores bem informados, com o objetivo de substituir o país no clube das grandes economias de mercado emergente. Diversos acrônimos foram sugeridos, do elegante Bricet, que acrescentaria a Europa Oriental e a Turquia, a Bricket, envolvendo o grupo anterior e mais a Coreia do Sul; os mais exagerados falam até mesmo em Brimc, com a adição do México à mistura.
Em todas essas revisões, a Rússia sobrevive, a despeito de o seu destino econômico estar traçado. Embora a Rússia mantenha o maior arsenal mundial de armas nucleares (ainda que um tanto envelhecidas), bem como o seu assento permanente (e, portanto, poder de veto) no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas, o país se encaixaria melhor em uma lista de nações doentes do que na lista dos Brics.
Do ponto de vista de potencial e fundamentos econômicos puros, há argumentos muito mais fortes em favor da inclusão da Coreia do Sul, uma potência econômica sofisticada para a qual o principal risco continua a ser o regime de seu gêmeo maligno ao norte, cujo colapso poderia inundar o país de refugiados famintos.
O mesmo se aplica à Turquia, que ostenta um setor bancário robusto, um mercado interno próspero, importância crescente na política do Oriente Médio e de energia, integração à Organização para o Tratado do Atlântico Norte (Otan), candidatura à União Europeia e vínculos com os Estados que lhe são aparentados etnicamente no centro da Ásia.
O caso mais convincente talvez seja o da Indonésia, o maior país muçulmano do mundo, que conta com uma classe média em rápida expansão, política democrática relativamente estável e uma economia que se destacou na Ásia a despeito da recessão mundial.
Da perspectiva dos Estados Unidos, a Indonésia representa alternativa atraente à Rússia, que até recentemente vinha disputando com a Venezuela a liderança da torcida pelo declínio norte-americano.
A Indonésia, além disso, demonstrou poder de resistência não apenas econômico como nacional. A despeito de sua composição étnica diversificada e de seu território composto por uma profusão de ilhas, o país conseguiu deixar rapidamente para trás a ditadura militar e se recuperou dos inúmeros desafios e revezes sofridos, entre os quais a crise financeira asiática de 1997, o tsunami de 2004, a emergência do radicalismo islâmico e suas inquietações internas. Embora a renda per capita indonésia continue baixa, o que importa é o potencial econômico, e quanto a isso o país brilha.
A Indonésia depende menos das exportações que seus pares asiáticos (e muito menos que a Rússia), e seus mercados de ativos (madeira, óleo de palma e carvão, em particular) atraíram forte investimento estrangeiro.
O governo, em Jacarta, enquanto isso, tomou medidas fortes de combate à corrupção e agiu para remediar os problemas estruturais. Até mesmo as tendências demográficas favorecem a Indonésia, que com seus 230 milhões de habitantes já é o quarto mais populoso país do mundo -e "uma Alemanha" (80 milhões de habitantes) mais populoso que a Rússia.
Mas as ideias da moda custam a morrer, e a Rússia agiu de maneira a cimentar o atual conceito dos Brics em forma de realidade irreversível.
A ossificação dos Brics como instituição mundial deu um dramático salto em junho, quando os líderes dos quatro países se reuniram (na Rússia, é claro), para a primeira "conferência de cúpula dos Brics".
O encontro resultou em uma notável tirada antiamericana, já que cada um dos membros declarou seu desejo de remover o dólar de seu papel como moeda mundial de reserva.
Alguns meses antes, os quatro decidiram emitir um comunicado conjunto, antes da reunião de abril do grupo dos 20 (G20), no qual anunciavam sua determinação coletiva de mudar as regras do sistema econômico mundial.
No setor privado, proliferaram os fundos de índices Bric, ainda que o Goldman Sachs tenha procurado proteção para sua aposta nos Brics por meio da formulação de um segundo conceito, o "Next 11", ou seja, os próximos 11 (N11). O grupo acrescentaria ao debate Bangladesh, Egito, Indonésia, Irã, México, Nigéria, Paquistão, Filipinas, Coreia do Sul, Turquia e Vietnã. Somados aos quatro países dos Brics, os N11 provavelmente formam um elenco mais lógico e defensável para a "primeira divisão" das economias emergentes.
A Rússia rejeita a ideia de demoção, e funcionários do governo norte-americano parecem ter decidido evitar o debate semântico sobre o tema. Ainda assim, não deveria ser surpresa que a Rússia tenha pressionado com tanto vigor pela conferência dos Brics em Ecaterimburgo e bancado a maior parte do custo. Por que correr o risco de ficar exposta cedo demais?
DÓLAR PREJUDICA RE-REELEIÇÃO 2010?
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